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UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR 
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS 
DEPARTAMENTO DE GESTÃO E ECONOMIA 
 
 
 
 
 
 
SEBENTA 
 
DE 
 
CONTABILIDADE FINANCEIRA I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LICENCIATURA EM GESTÃO 
1º ANO / 1º SEMESTRE 
 
DOCENTE: PAULO MÊDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANO LECTIVO 2014/2015 
Sebenta de Contabilidade Financeira I 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
1. Conceitos fundamentais 
 
1.1. Contabilidade 
 
1.1.1. Noção 
 
A contabilidade é um sistema de informação de apoio à gestão que permite conhecer a 
situação patrimonial (posição financeira) e o desempenho económico-financeiro de uma 
determinada entidade. 
 
Sobre os conceitos de posição financeira e desempenho ver parágrafos 12 a 21 da Estrutura 
Conceptual (EC) do Sistema de Normalização Contabilística (SNC). 
 
Na situação patrimonial e desempenho económico-financeiro estamos a querer considerar, 
entre muitas outras informações: 
• Dívida actual ao fornecedor x 
• Crédito actual sobre o cliente y 
• Vendas do produto z no mês anterior 
• Comissões pagas aos vendedores durante o 1º semestre 
• Resultados obtidos até ao fim do 3º trimestre 
• Descontos de pronto pagamento concedidos aos clientes no último trimestre, etc. 
 
Na noção de entidade estamos a incluir: 
• Empresas individuais 
• Sociedades 
• Grupos de sociedades 
• Departamentos 
• Serviços 
• Segmentos de negócios, etc. 
 
Esta entidade (contabilística) é uma unidade económica que controla e gere um conjunto de 
recursos. 
 
Na contabilidade o objecto de estudo é o conjunto de meios afectos a um determinado fim e 
não as pessoas físicas ou jurídicas. 
 
1.1.2. Objectivos / funções da contabilidade 
 
Na sua génese, a contabilidade pretendia: 
• Suprir as limitações da memória humana 
• Constituir um meio de prova 
 
Actualmente, pretende dar resposta às: 
• Necessidades de informação interna (sistema de apoio ao processo de tomada de 
decisão) 
• Exigências de informação externa (obrigações decorrentes da lei comercial, fiscal, etc.) 
 
1.1.3. Utilizadores da informação contabilística 
 
• Internos (administradores, directores, chefes de secção, gestores em geral na 
preparação da tomada de decisão) 
• Externos (accionistas, financiadores, fornecedores, trabalhadores, estado, clientes, 
etc.) 
 
_______________________________________________________________________________ 
Licenciatura em Gestão - Ano Lectivo 2013/2014 2 
 
Sebenta de Contabilidade Financeira I 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
Sobre os utentes externos da informação contabilística e as suas necessidades específicas 
ver parágrafos 9 a 11 da EC do SNC. 
 
1.1.4. Divisões da contabilidade 
 
As duas mais importantes divisões da contabilidade são: 
• Contabilidade financeira (geral ou externa), aquela que, principalmente, serve de base 
ao processo de comunicação da empresa com o exterior. 
• Contabilidade de gestão (analítica, de custos ou interna), aquela que serve de base ao 
processo de decisão interno da empresa. 
 
1.2. Património 
 
Como se referiu atrás, a entidade, para exercer a sua actividade, necessita de controlar um 
conjunto de recursos e, eventualmente, de assumir um conjunto de obrigações de pagar 
valores no futuro. 
 
Nos recursos estamos a querer incluir: 
• Dinheiro 
• Matérias-primas 
• Edifícios 
• Máquinas 
• Direitos de receber valores no futuro (dívidas a receber), etc. 
 
Ao conjunto dos recursos utilizados por uma entidade no exercício da sua actividade 
chamamos Activo. 
 
Sobre a definição de activo ver parágrafo 49 da EC do SNC. 
 
Nas obrigações estamos a querer considerar: 
• Empréstimos bancários 
• Dívidas ao estado 
• Dívidas aos fornecedores, etc. 
 
Ao conjunto das obrigações assumidas por uma entidade no exercício da sua actividade 
chamamos Passivo. 
 
Sobre a definição de passivo ver parágrafo 49 da EC do SNC. 
 
Ao conjunto de elementos (recursos e obrigações) utilizados por uma entidade no exercício 
da sua actividade chamamos Património. 
 
Esta noção de património incorpora um dos mais importantes pressupostos da contabilidade 
moderna, o designado regime de acréscimo (periodização económica). 
 
Neste regime, os efeitos das operações são reconhecidos quando estas ocorrem e não 
apenas quando se verifiquem os recebimentos ou pagamentos. Desta forma considera-se no 
valor do património não somente os efeitos das operações passadas que envolveram 
pagamentos e recebimentos mas também as obrigações de pagar e os direitos de receber 
valores no futuro. 
 
Sobre o regime de acréscimo ver parágrafo 22 da EC do SNC. 
 
Devido à heterogeneidade dos elementos que constituem o património, é necessário 
expressá-los em unidades monetárias (a contabilidade mede e relata em termos monetários). 
_______________________________________________________________________________ 
Licenciatura em Gestão - Ano Lectivo 2013/2014 3 
 
Sebenta de Contabilidade Financeira I 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
 
A unidade monetária é a unidade de medida mais adequada quando pretendemos agregar 
valores fisicamente heterogéneos, porque o valor monetário é o que há de comum entre eles, 
é o seu denominador comum. 
 
Quando utilizamos a unidade monetária como unidade de medida de valor surge 
inevitavelmente um problema: que valor? 
 
Existem várias respostas possíveis: 
• Custo histórico 
•Custo corrente 
• Valor realizável (ou de liquidação) 
• Valor presente 
• Justo valor 
 
Sobre as diferentes bases de mensuração dos elementos patrimoniais ver parágrafos 97 a 99 
da EC do SNC. 
 
Vamos, por agora, esquecer esta discussão, admitindo que cada elemento patrimonial tem 
um valor, seja ele qual for, e vamos abordar dois outros aspectos importantes no conceito de 
património: 
• A sua composição 
• O seu valor 
 
1.2.1. Composição 
 
A composição respeita à natureza e valor de cada um dos seus elementos. 
 
A composição de dois patrimónios é diferente se: 
• Os seus elementos forem diferentes 
• Os seus elementos forem iguais mas com valores diferentes 
 
1.2.2. Valor 
 
Se considerarmos que o Activo é constituído por um conjunto de valores positivos e o Passivo 
por um conjunto de valores negativos, então o valor do património corresponde à soma 
algébrica dos valores dos dois conjuntos, isto é, 
 
Valor do Património = Valor do Activo + (- Valor do Passivo) 
 
Isto é, 
 
Valor do Património = Valor do Activo - Valor do Passivo 
 
O valor do património designa-se por Capital Próprio (situação líquida ou património líquido, 
porque se contrapõe ao património bruto que corresponde ao Activo). 
 
Designa-se assim porque representa a parcela restante dos recursos que pertence aos 
proprietários do património depois de deduzidos os recursos necessários à liquidação das 
obrigações (parcela “pertencente” aos credores da entidade). 
 
Sobre a definição de capital próprio ver parágrafo 49 da EC do SNC. 
 
O capital próprio pode ser: 
• Positivo => Total do Activo > Total do Passivo 
_______________________________________________________________________________ 
Licenciatura em Gestão - Ano Lectivo 2013/2014 4 
 
Sebenta de Contabilidade Financeira I 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
• Negativo => Total do Activo < Total do Passivo 
• Nulo => Total do Activo = Total do Passivo 
 
1.2.3. Equação fundamental da contabilidade 
 
Designando o valor do património por capital próprio, resulta que 
 
 Activo - Passivo = Capital Próprio 
 
Logo, 
 
 Activo = Capital Próprio + Passivo 
 
Ou, de outra maneira 
 
 Aplicações de fundos = Origens de fundos 
 
O termo fundos é entendido aqui como valores (euros) investidos nos recursos utilizados pela 
entidade no exercício da sua actividade. 
 
1.3. Factos patrimoniais 
 
Todos os acontecimentos que alteram a composição e/ou o valor de um dado património 
designam-se por factos patrimoniais. 
 
Existem vários tipos de factos patrimoniais. 
 
A classificação mais importante é aquela que distingue: 
• Factos permutativos, aqueles que alteram a composição do património mas não o seu 
valor. 
• Factos modificativos, aqueles que fazem variar a composição e o valor do património. 
 
Os factos patrimoniais (permutativos e modificativos) têm sempre algum tipo de impacto sobre 
a composição e/ou valor de pelo menos uma das massas patrimoniais da equação 
fundamental mas não desfazem nunca a igualdade. 
 
1.4. Período contabilístico e período de relato 
 
As entidades constituem-se, geralmente, por tempo indeterminado e a avaliação do seu 
desempenho exige a divisão artificial da vida das entidades em segmentos temporais 
(delimitam-se dois momentos entre os quais se observam as operações). 
 
A cada um dos segmentos chamamos “período contabilístico”, “exercício contabilístico”, 
“período económico”, “exercício económico”, “exercício” ou “período”. 
 
A duração do período contabilístico é, ressalvando alguma situação particular (por exemplo, 
nos exercícios de início e cessação da actividade), de 12 meses (anual). 
 
De acordo com o artigo 62.º (Obrigatoriedade do balanço) do Código Comercial, todo o 
comerciante é obrigado a dar balanço anual ao seu activo e passivo nos três primeiros meses 
do ano imediato. 
 
Nos termos do n.º 1 do artigo 65.º (Dever de relatar a gestão e apresentar contas) do Código 
das Sociedades Comerciais (CSC), os membros da administração devem elaborar e 
submeter aos órgãos competentes da sociedade o relatório de gestão, as contas do exercício 
_______________________________________________________________________________ 
Licenciatura em Gestão - Ano Lectivo 2013/2014 5 
 
Sebenta de Contabilidade Financeira I 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
e demais documentos de prestação de contas previstos na lei, relativos a cada exercício 
anual. 
 
O n.º 5 do mesmo artigo diz que o relatório de gestão, as contas do exercício e demais 
documentos de prestação de contas devem ser apresentados ao órgão competente e por este 
apreciados no prazo de três meses a contar da data do encerramento de cada exercício 
anual, ou no prazo de cinco meses a contar da mesma data quando se trate de sociedades 
que devam apresentar contas consolidadas ou que apliquem o método da equivalência 
patrimonial. 
 
Por regra, o período contabilístico coincide com o ano civil por razões de natureza fiscal. O 
artigo 8.º (período de tributação) do Código do imposto sobre o rendimento das pessoas 
colectivas (CIRC) refere que o IRC é devido por cada período de tributação, que coincide com 
o ano civil. 
 
No entanto, admitem-se no mesmo artigo algumas excepções a esta regra, a saber: 
• As pessoas colectivas com sede ou direcção efectiva em território português que 
estejam obrigadas à consolidação de contas, bem como as pessoas colectivas ou 
outras entidades sujeitas a IRC que não tenham sede nem direcção efectiva neste 
território e nele disponham de estabelecimento estável, podem adoptar um período 
anual de imposto diferente do ano civil. 
• O Ministro das Finanças pode, a requerimento dos interessados, tornar extensiva a 
outras entidades a faculdade prevista no ponto anterior, quando razões de interesse 
económico o justifiquem. 
 
As entidades podem, algumas por imposição legal (por exemplo, as sociedades cotadas em 
bolsa estão obrigadas a apresentar contas de três em três meses) e outras por opção, 
adoptar períodos de relato inferiores ao período anterior. 
 
Sobre o período de relato ver parágrafo 6 da EC e parágrafo 9 da Norma contabilística e de 
relato financeiro (NCRF) 1 - Estrutura e conteúdo das demonstrações financeiras do SNC.1.5. Resultado do período 
 
A entidade no decurso da actividade procura acrescentar valor aos recursos que utiliza, isto é, 
procura aumentar o valor do seu capital próprio. 
 
As duas principais formas de aumentar o capital próprio são: 
• Através de transferências dos proprietários 
• Gerando novos recursos a partir da actividade desenvolvida 
 
Ao contrário do activo e do passivo (que incluem elementos patrimoniais concretos), do 
capital próprio fazem parte valores abstractos, dos quais podemos destacar os seguintes: 
• Variação do capital próprio no período considerado, relacionada com o desempenho 
da gestão do património (Resultado do período) 
• Resultados de períodos anteriores ainda não distribuídos aos proprietários (Reservas) 
• Contribuições dos proprietários (Capital) 
 
O resultado do período, do ponto de vista teórico, pode ser avaliado de duas formas 
diferentes: 
• Comparando o valor do capital próprio no fim do período com o valor do capital próprio 
no início do período (se descontarmos as variações no capital próprio ocorridas no 
período considerado decorrentes, por exemplo, de novas contribuições dos 
proprietários e/ou distribuição de valores aos proprietários). 
 
_______________________________________________________________________________ 
Licenciatura em Gestão - Ano Lectivo 2013/2014 6 
 
Sebenta de Contabilidade Financeira I 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
O resultado assim obtido é global e, necessariamente, pouco esclarecedor sobre a 
natureza das alterações (aumentos ou diminuições) do valor do património. 
 
• Comparando os aumentos do capital próprio no período considerado não relacionados 
com contribuições dos proprietários, que designaremos por rendimentos do período 
com as diminuições do capital próprio ocorridas no mesmo período não relacionadas 
com distribuições aos proprietários, que designaremos por gastos do período. 
 
A contabilidade actual incorpora esta via mais analítica de avaliar o resultado, o que 
exige o registo contabilístico, em separado e sem compensações, de todas as 
variações patrimoniais quantitativas de acordo com a sua natureza (rendimentos e 
gastos do período). 
 
Sobre a definição de rendimentos e gastos ver parágrafo 69 da EC do SNC e sobre o 
princípio da não compensação dos rendimentos e gastos ver ponto 2.6 das Bases para 
a apresentação das demonstrações financeiras (BADF) do SNC. 
 
A correcta avaliação do resultado de uma entidade num determinado período está muito 
dependente de uma adequada segmentação temporal das operações (aplicação rigorosa do 
regime de acréscimo referido anteriormente) e do correcto balanceamento (reconhecimento 
no mesmo período) entre rendimentos e gastos. 
 
Sobre o balanceamento de rendimentos e gastos ver parágrafo 19 da NCRF 20 - Rédito. 
 
1.6. Conta 
 
1.6.1. Noção 
 
É um conjunto de elementos patrimoniais com características comuns e, como tal, são 
passíveis de uma representação em compreensão e em extensão 
 
Representar em compreensão: 
• Significa traduzir as características qualitativas que individualizam a conta, 
evidenciando as características comuns e específicas dos valores nela agrupados. 
• É a característica permanente da conta, que deve ser claramente especificada no seu 
título. 
 
Representar em extensão: 
• Significa evidenciar as propriedades quantitativas da conta 
• É a característica variável, dado que a extensão de uma conta variará à medida que as 
operações forem sendo registadas. 
 
Requisitos da conta 
• Homogeneidade - uma conta só deve conter os elementos que obedeçam à 
característica comum que ela define. 
• Integralidade - a conta deve incluir todos os elementos que gozam da característica 
comum por ela definida. 
 
1.6.2. Principais classificações das contas 
 
A primeira classificação é a que divide as contas de acordo com as três massas patrimoniais: 
• Contas do activo (por exemplo, conta 11 Caixa do Código de Contas (CC) do SNC) 
• Contas do passivo (por exemplo, conta 25 Financiamentos obtidos do CC do SNC) 
• Contas do capital próprio (por exemplo, conta 51 Capital do CC do SNC) 
 
_______________________________________________________________________________ 
Licenciatura em Gestão - Ano Lectivo 2013/2014 7 
 
Sebenta de Contabilidade Financeira I 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
Há, no entanto, contas que reúnem elementos do activo e do passivo. Estas contas 
designam-se por mistas (por exemplo, conta 27 Outras contas a receber e a pagar do CC do 
SNC) 
 
A segunda classificação é a que divide as contas em: 
• Contas elementares: são as que não foram subdivididas noutras (por exemplo, conta 
89 Dividendos antecipados do CC do SNC). 
• Contas colectivas: são as que foram objecto de subdivisão em subcontas (ou contas 
divisionárias) (por exemplo, conta 21 Clientes do CC do SNC). 
 
As contas colectivas dizem-se de 1º grau e as contas divisionárias podem ser de 2º, 3º, …, 
enésimo grau dependendo do número de subdivisões (por exemplo, conta 21 Clientes - 1º 
grau; 211 Clientes c/c - 2º grau; 2111 Clientes gerais - 3º grau). 
 
Este processo de decomposição é sempre possível mas deve procurar ser relevante. A 
relevância é uma das principais características qualitativas exigidas à informação 
contabilística. 
 
Sobre as características qualitativas das demonstrações financeiras ver parágrafos 23 a 46 da 
EC do SNC. 
 
1.6.3. Contas subsidiárias 
 
As contas subsidiárias são contas auxiliares de outras contas ditas principais. 
 
Das 57 contas de 1º grau que compõem o CC do SNC, 20 são contas subsidiárias: 
• As contas de gastos (contas 61 a 69) e de rendimentos (Contas 71 a 79) são 
subsidiárias da conta 81 Resultado líquido do período 
• A conta 31 Compras é subsidiária das contas 32 Mercadorias, 33 Matérias-primas, 
subsidiárias e de consumo e 37 Activos biológicos 
• A conta 38 Reclassificação e regularização de inventários e activos biológicos é 
subsidiária das contas 32 Mercadorias, 33 Matérias-primas, subsidiárias e de 
consumo, 34 Produtos acabados e intermédios, 35 Subprodutos, desperdícios, 
resíduos e refugos, 36 Produtos e trabalhos em curso e 37 Activos biológicos 
 
Não devemos confundir contas divisionárias(que também são contas auxiliares das contas 
colectivas) com contas subsidiárias. Estas também resultam do desdobramento das contas 
principais mas: 
• As contas subsidiárias são do mesmo grau que a respectiva conta principal sendo as 
contas divisionárias de grau superior. 
• As contas principais só incorporam os valores das subsidiárias através de lançamentos 
próprios de transferência (nesse momento as contas subsidiárias ficam saldadas) 
sendo os valores das contas divisionárias parte integrante das contas colectivas (as 
contas colectivas são movimentadas por via das subcontas). 
 
Em síntese, existe um desdobramento horizontal ou paralelo entre as contas principais e as 
contas subsidiárias, e um desdobramento vertical ou descendente entre as contas colectivas 
e as contas divisionárias. 
 
1.6.4. Representação gráfica das contas 
 
Para seguir as suas variações quantitativas utilizam-se gráficos, quadros ou mapas que 
apresentam normalmente a forma de um “T”. 
 
_______________________________________________________________________________ 
Licenciatura em Gestão - Ano Lectivo 2013/2014 8 
 
Sebenta de Contabilidade Financeira I 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
 TÍTULO DA CONTA 
 
Débito ou deve 
 
 
Crédito ou haver 
 
Historicamente, as contas já representaram exclusivamente as pessoas dos devedores e dos 
credores e nessas circunstâncias: 
• Aumentar a conta de um devedor significava aumentar o seu débito (ele deve mais). 
• Aumentar a conta de um credor significava aumentar o seu crédito (ele tem a haver 
mais). 
 
Esta lógica de movimentação foi progressivamente alargada às restantes contas (contas de 
coisas e contas de factos) passando os termos débito e crédito a significar variações positivas 
ou negativas (dependendo dos casos) no valor das respectivas contas, ou seja: 
• Debitar uma conta significa lançar uma determinada importância no seu lado esquerdo 
(débito da conta). Tratando-se de uma conta do activo (aplicações), o débito 
representa um incremento do seu valor (lógica das contas dos devedores); se a conta 
for do passivo ou do capital próprio (origens), corresponde a um decréscimo do seu 
valor (lógica das contas dos credores). 
• Creditar uma conta significa lançar uma determinada importância no seu lado direito 
(crédito da conta). Para as contas do activo (aplicações) significa um decréscimo do 
seu valor (lógica das contas dos devedores) e para as contas do passivo e do capital 
próprio (origens) um incremento do seu valor (lógica das contas dos credores). 
 
1.6.5. Saldos das contas 
 
O saldo de uma conta (valor de uma conta num dado momento) é a diferença entre a soma 
dos valores lançados a débito (total a débito) e a soma dos valores lançados a crédito (total a 
crédito) ou vice-versa. 
 
As contas podem apresentar três tipos de saldos, a saber: 
• Saldo devedor =>Total a débito > Total a crédito (saldo das contas do activo) 
• Saldo credor =>Total a débito < Total a crédito (saldo das contas do passivo) 
• Saldo nulo (conta saldada) => Total a débito = Total a crédito 
 
As contas do capital próprio podem ter saldos credores (valores positivos) ou devedores 
(valores negativos). 
 
1.6.6. Regras de movimentação das contas 
 
Considerando as noções de débito e de crédito e a necessidade de manter a igualdade entre 
aplicações e origens de fundos (equação fundamental da contabilidade) é possível 
estabelecer as seguintes regras de movimentação dos vários tipos de contas: 
 
 CONTAS DO ACTIVO CONTAS DO PASSIVO 
 
Aumentos 
 
 Diminuições 
 
 Diminuições 
 
Aumentos 
 
 
 CONTAS DO CAPITAL PRÓPRIO 
 
Diminuições 
 
Aumentos 
 
 
_______________________________________________________________________________ 
Licenciatura em Gestão - Ano Lectivo 2013/2014 9 
 
Sebenta de Contabilidade Financeira I 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
 CONTAS DE GASTOS CONTAS DE RENDIMENTOS 
 
Aumentos 
 
 Diminuições 
 
 Diminuições 
 
Aumentos 
 
1.7. Método digráfico ou das partidas dobradas 
 
Dissemos anteriormente que o registo dos factos patrimoniais não desfaz, em nenhuma 
circunstância, a igualdade resultante da equação fundamental da contabilidade. 
 
Tal só é possível porque a contabilidade moderna tem por base o método digráfico ou das 
partidas dobradas. 
 
Este método (que se contrapõe ao método unigráfico ou das partidas simples) pode sintetizar-
se da seguinte maneira: 
• A um débito (ou débitos) corresponde sempre um crédito (ou créditos). 
• A soma dos débitos é sempre igual à soma dos créditos. 
• A soma dos saldos devedores é sempre igual à soma dos saldos credores. 
 
A contabilização de qualquer facto patrimonial obedece sempre a uma das seguintes fórmulas 
digráficas: 
• 1ª fórmula => Uma só conta devedora e uma só conta credora 
• 2ª fórmula => Uma só conta devedora e várias contas credoras 
• 3ª fórmula => Várias contas devedoras e uma só conta credora 
• 4ª fórmula => Várias contas devedoras e várias contas credoras 
 
A contabilidade moderna tem subjacente o chamado princípio da dualidade que reflecte a 
dupla dimensão na abordagem dos factos patrimoniais e que aparece consubstanciado em 
termos estáticos, na equação fundamental da contabilidade (aplicações de fundos = origens 
de fundos) e em termos dinâmicos, no método digráfico (valor dos débitos = valor dos 
créditos). 
 
1.8. Processo de contabilização dos factos patrimoniais 
 
 
 
 
Factos patrimoniais 
Documentos 
Razão 
Balancete 
Diário 
Lançamentos 
_______________________________________________________________________________ 
Licenciatura em Gestão - Ano Lectivo 2013/2014 10 
 
Sebenta de Contabilidade Financeira I 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________1.8.1. Documentos 
 
1.8.1.1. Função da documentação 
 
Os documentos são a base do sistema de registo contabilístico, servindo de suporte à entrada 
dos dados no sistema de informação. 
 
Os documentos descrevem e justificam os factos patrimoniais. 
 
1.8.1.2. Tipos de documentos 
 
Os documentos podem ser organizados em dois tipos: 
• Internos - Documentos que se destinam a transmitir informação entre as diversas 
secções/departamentos da entidade (por exemplo, requisição de mercadorias ao 
armazém, pedido de compra à secção de compras, guia de recepção, guia de entrada 
em armazém, etc.) 
• Externos - Documentos que visam transmitir informação entre a empresa e as 
entidades que lhe são externas, como clientes, fornecedores, bancos (Exemplos: 
factura, recibo, nota de crédito/débito, aviso de lançamento, etc.). 
 
Os principais documentos externos estão ligados ao contrato de compra e venda. 
 
1.8.1.3. Fases do contrato de compra e venda 
 
O contrato de compra e venda envolve normalmente as seguintes fases: 
• Encomenda 
– Fase em que o comprador dá a conhecer ao vendedor o que quer comprar 
– Documento associado: Nota de Encomenda (documento através do qual o 
comprador realiza uma encomenda ao seu fornecedor, indicando-lhe os 
produtos, quantidades e condições pretendidas) 
 
• Entrega 
– Fase em que o vendedor entrega ou envia a mercadoria ao comprador 
– Documento associado: Guia de Remessa/Transporte (documento emitido pelo 
vendedor e destinado ao comprador que acompanha as mercadorias durante o 
transporte) 
 
• Liquidação 
– Fase em que o vendedor determina a importância a pagar pelo comprador 
– Documentos associados: Factura (documento que o vendedor envia ao 
comprador, com todas as condições gerais da transacção), Nota de Débito (o 
emitente comunica ao destinatário que este lhe deve determinada importância) 
e Nota de Crédito (o emitente comunica ao destinatário que este tem a haver 
determinada importância) 
– As notas de débito e crédito servem, geralmente, para rectificar facturas 
anteriormente emitidas em consequência de existirem erros ou omissões nas 
facturas, descontos, devoluções, etc. 
 
• Pagamento 
– Fase em que o comprador entrega ao vendedor a importância devida pela 
compra das mercadorias 
– Documento: Recibo (documento em que o vendedor dá quitação (desobriga do 
pagamento) ao comprador do valor total ou parcial das mercadorias) 
 
• Factura-Recibo 
_______________________________________________________________________________ 
Licenciatura em Gestão - Ano Lectivo 2013/2014 11 
 
Sebenta de Contabilidade Financeira I 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
– Substitui em simultâneo 3 documentos: Guia de Remessa, Factura e Recibo 
– É simultaneamente um documento de transporte, de receita e de quitação 
 
1.8.2. Lançamentos 
 
Correspondem aos registos dos factos patrimoniais na contabilidade. 
 
Contêm normalmente os seguintes elementos: 
• Data 
• Nº de ordem (não utilizado nas aulas) 
• Descrição 
• Contas movimentadas 
• Valores 
 
1.8.2.1. Tipos de lançamentos 
 
Os lançamentos podem dividir-se em dois tipos: 
• Simples - aqueles em que se debita uma só conta e se creditada outra (têm por base a 
1ª fórmula digráfica) 
• Complexos - aqueles em que se debitam e/ou creditam várias contas (têm por base as 
2ª, 3ª e 4ª fórmulas digráficas). 
 
1.8.2.2. Natureza dos lançamentos 
 
 Os lançamentos também se podem dividir de acordo com a sua natureza: 
• Lançamentos de abertura ou reabertura - dizem respeito aos registos dos saldos das 
contas no início de cada período contabilístico. 
• Lançamentos correntes - correspondem aos registos dos factos patrimoniais ocorridos 
ao longo do período contabilístico. 
• Lançamentos de estorno - são registos de rectificação em consequência de erros 
verificados nos restantes lançamentos. 
• Lançamentos de regularização - enquadram-se no trabalho de fim de período e visam 
regularizar os saldos de certas contas que não reflectem a verdadeira situação 
patrimonial da entidade no final de cada exercício. 
• Lançamentos de apuramento de resultados - respeitam aos registos de transferência 
das contas de rendimentos e gastos (contas subsidiárias) para a conta de resultados 
(conta principal). 
• Lançamentos de encerramento ou de fecho - são registos que visam saldar todas as 
contas (que ainda apresentem saldos) no final de cada período contabilístico. 
 
1.8.3. Diário 
 
O termo Diário designou, até há relativamente pouco tempo, um dos livros de contabilidade 
obrigatórios (os outros eram o de inventário e balanços, o de razão, o copiador e para as 
sociedades também o livro de actas, o único que continua obrigatório), que servia para 
registar diariamente todos os factos que modificam o património das empresas. 
 
Actualmente corresponde a um sistema informatizado de registo cronológico (por ordem de 
datas) de cada um dos factos patrimoniais de uma entidade. 
 
Como se pode perceber, o suporte é diferente (um programa de computador em vez de um 
livro) mas os objectivos são semelhantes. 
 
Nas aulas vamos utilizar um modelo de diário inspirado na estrutura mais clássica do livro 
mas com um estilo mais simplificado, a saber: 
_______________________________________________________________________________ 
Licenciatura em Gestão - Ano Lectivo 2013/2014 12 
 
Sebenta de Contabilidade Financeira I 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
 
--------------------------------------- Data ------------------------------------ 
 Conta(s) a débito x (valores) 
a Conta(s) a crédito x (valores) 
 Descrição da operação 
------------------------------------------ // -------------------------------------- 
 Conta(s) a débito x (valores) 
a Conta(s) a crédito x (valores) 
 Descrição de outra operação (realizada na mesma data) 
---------------------------------- Nova data ----------------------------------- 
 Conta(s) a débito x (valores) 
a Conta(s) a crédito x (valores) 
 Descrição de outra operação (realizadaem data diferente) 
 
Este modelo de diário apresenta para cada lançamento os seguintes elementos: 
• Primeiro, a data a que se reporta a operação (ou aspas quando a operação se reporta 
à mesma data que a operação anterior). 
• Uma primeira coluna (embora não se desenhem os traços, não é difícil imaginar quatro 
colunas) para a preposição a. Esta preposição deve anteceder todas as contas que 
queremos movimentar a crédito. 
• Uma segunda coluna para inscrever primeiro as contas a debitar logo seguidas das 
contas que pretendemos creditar na operação (código e título). 
• Uma terceira coluna para inscrever o montante a debitar em cada conta 
• Uma quarta coluna para inscrever o montante a creditar em cada conta 
• Finalmente, uma descrição sucinta da operação contabilizada 
 
1.8.4. Razão 
 
Como se referiu atrás, o termo Razão designou, até há relativamente pouco tempo, um dos 
livros de contabilidade obrigatórios nas empresas, que servia para lançar o movimento de 
todas as operações anteriormente registadas no diário, em cada uma das contas envolvidas, 
para se conhecer o estado de qualquer delas, sem necessidade de analisar todos os 
lançamentos do diário. 
 
Actualmente corresponde a um sistema informatizado de registo automático (realizado sem 
intervenção de um operador, ao contrário dos lançamentos no Diário) por contas. 
 
Tal como acontecia no Diário o suporte é diferente mas os objectivos são rigorosamente os 
mesmos. 
 
O modelo de Razão a utilizar nas aulas corresponde ao quadro em forma de “T” que vimos 
anteriormente na representação gráfica das contas. 
 
Em termos metodológicos, podemos dizer que nas aulas os lançamentos contabilísticos serão 
sempre realizados no Diário e nunca serão transpostos para o Razão (pelo menos de forma 
exaustiva). A utilização do Razão far-se-á sempre que se pretenda conhecer o saldo de uma 
conta em concreto. Nesse caso, percorre-se o Diário e, sem realizar os lançamentos no 
Razão, transpomos exclusivamente os movimentos (a débito e a crédito) da conta cujo saldo 
pretendemos conhecer. 
 
1.8.5. Balancete 
 
O balancete é um quadro recapitulativo de todas as contas do Razão, onde consta a soma do 
débito e do crédito de cada conta e os respectivos saldos. 
 
_______________________________________________________________________________ 
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Sebenta de Contabilidade Financeira I 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
Durante o exercício contabilístico, são elaborados balancetes (designados balancetes de 
verificação), geralmente todos os meses, com a finalidade de verificar a situação patrimonial e 
o desempenho da entidade ao longo do ano. 
 
A estrutura típica do balancete (neste exemplo, apenas com contas de 1º grau) é a seguinte: 
 
Contas Total a débito 
Total a 
crédito 
Saldos 
Devedor Credor 
11 Caixa 
12 Depósitos à ordem 
(…) 
81 Resultado líquido do período 
89 Dividendos antecipados 
Totais 
 
Nas aulas utilizamos uma versão ainda mais simplificada que inclui apenas as colunas 
relativas às contas e aos saldos. 
 
1.9. Exercícios propostos 
 
1.9.1. Exercício 1 – Conceitos fundamentais 
 
Para cada uma das seguintes questões escolha a opção mais adequada marcando a mesma 
com um círculo. 
 
1. Os recursos utilizados por uma entidade são sempre iguais aos: 
a) Activos + Passivos 
b) Capitais próprios + Passivos 
c) Activos - Passivos 
d) Capitais próprios 
e) Nenhuma das anteriores 
 
2. Qual dos seguintes factos não altera o valor do património de uma sociedade: 
a) Aumento do capital social (por novas entradas dos sócios) 
b) Venda de mercadorias a crédito com uma margem de 25% sobre o preço de custo 
c) Consumo de combustíveis 
d) Compra a crédito de um veículo pesado para o transporte de mercadorias 
e) Nenhuma das anteriores 
 
3. Os capitais próprios de uma entidade: 
a) Só incluem as contribuições dos seus proprietários e o resultado líquido do período 
b) Têm sempre um valor positivo ou nulo 
c) Só incluem contas da classe 5 do código de contas do SNC 
d) Não podem ser superiores aos activos da entidade 
e) Nenhuma das anteriores 
 
4. Em 15 de Junho a sociedade Z comprou e recebeu um lote de mercadorias com 
pagamento a 60 dias após aquela data. Em 25 de Junho, essas mercadorias foram 
vendidas a pronto (ao preço de custo) e enviadas ao cliente. Nenhuma das operações foi 
ainda registada. O efeito deste erro no Balanço de 30 de Junho consistia em: 
a) O activo e o capital próprio estarem sobreavaliados, mas o passivo não seria afectado 
b) O passivo e o capital próprio estarem subavaliados, mas o activo não seria afectado 
c) O activo e o passivo estarem subavaliados, mas o capital próprio não seria afectado 
d) O activo e o capital próprio estarem subavaliados, mas o passivo não seria afectado 
_______________________________________________________________________________ 
Licenciatura em Gestão - Ano Lectivo 2013/2014 14 
 
Sebenta de Contabilidade Financeira I 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
e) Nenhuma das anteriores 
 
5. Relativamente ao período contabilístico (exercício económico) de uma entidade: 
a) A sua duração é, regra geral, de 12 meses 
b) Coincide sempre com o ano civil 
c) Coincide sempre com o período de relato 
d) Todas as anteriores 
e) Nenhuma das anteriores 
 
6. De acordo com as regras de movimentação das contas: 
a) Um débito significa um aumento e um crédito uma diminuição 
b) As contas de dívidas a receber e de gastos são debitadas pelos aumentos 
c) As contas de rendimentos nunca são debitadas 
d) As contas de capital próprio têm sempre saldo credor 
e) Nenhuma das anteriores 
 
7. A conta 711 Mercadorias incluída no código de contas do SNC é: 
a) Uma conta subsidiária 
b) Uma conta divisionária 
c) Uma conta de rendimentos 
d) Todas as anteriores 
e) Nenhuma das anteriores 
 
8. A conta 21 Clientes incluída no código de contas do SNC: 
a) É sempre uma conta do activo 
b) Tem sempre saldo devedor ou nulo 
c) É uma conta elementar 
d) Todas as anteriores 
e) Nenhuma das anteriores 
 
9. De acordo com as regras de movimentação das contas: 
a) Um débito significa um aumento e um crédito uma diminuição 
b) As contasde dívidas a receber e de gastos são debitadas pelas diminuições 
c) As contas de rendimentos nunca são debitadas 
d) As contas de capital próprio têm sempre saldo credor 
e) Nenhuma das anteriores 
 
10. A conta 22 Fornecedores incluída no código de contas do SNC: 
a) É sempre uma conta do passivo 
b) Tem sempre saldo credor ou nulo 
c) É uma conta elementar 
d) Todas as anteriores 
e) Nenhuma das anteriores 
 
11. Qual dos seguintes factos não altera o valor do património de uma sociedade: 
a) Aumento do capital social (por novas entradas dos sócios) 
b) Recebimento de um cliente por transferência bancária 
c) Processamento dos salários dos trabalhadores 
d) Consumo de electricidade 
e) Nenhuma das anteriores 
 
12. A factura-recibo é um dos documentos externos utilizados pelas empresas. É um 
documento que substitui: 
a) A guia de remessa ou a guia de transporte 
b) A factura 
_______________________________________________________________________________ 
Licenciatura em Gestão - Ano Lectivo 2013/2014 15 
 
Sebenta de Contabilidade Financeira I 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
c) O recibo 
d) Todas as anteriores 
e) Nenhuma das anteriores 
 
13. Considere as seguintes informações relativas ao mês de Abril de n de uma sociedade: 
 
Recebimentos de clientes referentes a facturas de meses anteriores € 15.000 
Consumo de electricidade e outros bens consumíveis € 1.000 
Facturas referentes a prestações de serviços a clientes € 20.000 
Pagamento da renda do escritório referente ao mês de Abril € 2.000 
Pagamento de lucros aos sócios referentes ao ano anterior € 3.000 
Aquisição a pronto de equipamento administrativo (mobiliário) € 5.000 
Aumento do capital social por parte dos sócios € 10.000 
 
O resultado líquido do mês de Abril foi: 
a) € 17.000 
b) € 34.000 
c) € 27.000 
d) € 24.000 
e) Nenhuma das anteriores 
 
1.9.2. Exercício 2 – Património 
 
A empresa A apresentava os seguintes elementos patrimoniais concretos em 30/06/n: 
 
Descrição Valores (em Euros) 
Dívidas de clientes 625.000 
Equipamentos administrativos 34.500 
Dívidas a fornecedores de mercadorias 445.000 
Empréstimos bancários obtidos 125.000 
Mercadorias em armazém 82.000 
Dívidas ao Estado 38.000 
Equipamento de transporte 62.500 
Dinheiro em caixa 8.450 
Depósitos bancários à ordem 26.500 
 
Determine o valor do activo, do passivo e do capital próprio da empresa A em 30/06/n. 
 
1.9.3. Exercício 3 – Património 
 
Uma empresa apresenta os seguintes elementos patrimoniais em 31/12/n: 
 
Descrição Valores (em Euros) 
Edifício (terreno e construção) 250.000 
Computadores 15.000 
Programas de computador 5.000 
Dinheiro em caixa 1.000 
Descoberto numa conta de depósito à ordem (Banco A) 2.000 
Dívidas ao estado 8.000 
Dívidas de clientes 62.000 
Adiantamentos aos órgãos sociais 3.000 
_______________________________________________________________________________ 
Licenciatura em Gestão - Ano Lectivo 2013/2014 16 
 
Sebenta de Contabilidade Financeira I 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
Bens adquiridos para venda 160.000 
Empréstimo bancário 80.000 
Mobiliário 20.000 
Dívidas a fornecedores 48.000 
Adiantamentos de clientes 4.000 
Empréstimos de sócios (suprimentos) 120.000 
Depósito à ordem (Banco B) 35.000 
 
Determine o valor do activo, do passivo e do capital próprio da empresa em 31/12/n. 
 
1.9.4. Exercício 4 – Património e factos patrimoniais 
 
A empresa B apresentava o seguinte património em 1/05/n: 
 
Valor do activo € 57 500 
Valor do passivo € 36 000 
 
Durante o mês de Maio de n ocorreram os seguintes factos: 
1. Compra a crédito de mercadorias por € 600 
2. Venda a crédito por 1.200 de mercadorias que foram adquiridas por € 800 
3. Pagamento por cheque a fornecedores no valor de € 500 
4. Nota de débito do banco no valor de € 60, referente aos juros de um empréstimo 
bancário 
5. Compra a crédito de uma viatura ligeira de mercadorias no valor de € 4.000 
6. Pagamento em dinheiro da renda das instalações no valor de € 150 
7. Venda a pronto pagamento de mercadorias por € 900 que haviam sido adquiridas 
por € 550 
8. Pagamento de uma multa de estacionamento no valor de € 5 
 
a) Faça a classificação dos factos patrimoniais. 
b) Determine os valores do Activo, do Passivo e do Capital próprio em 31 de Maio de n. 
 
1.9.5. Exercício 5 – Património e resultado do período 
 
Considere as seguintes informações relativas à empresa C, relativas ao exercício n ou à sua 
situação no final do mesmo: 
 
Descrição Valores 
1. Dívidas de Clientes 62.000 
2. Máquinas Industriais 50.000 
3. Viaturas Ligeiras 12.000 
4. Consumo de electricidade 3.000 
5. Dívidas ao Estado 11.720 
6. Dívidas aos Fornecedores 44.000 
7. Juros suportados e pagos 600 
8. Custo das mercadorias vendidas 160.000 
9. Mercadorias em armazém 19.000 
10. Empréstimos bancários 10.000 
11. Venda de mercadorias 190.000 
12. Equipamento básico 18.000 
13. Depósitos à ordem 15.600 
14. Rendas suportadas 2.600 
_______________________________________________________________________________ 
Licenciatura em Gestão - Ano Lectivo 2013/2014 17 
 
Sebenta de Contabilidade Financeira I 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
15. Dinheiro em caixa 1.740 
16. Combustíveis consumidos 1.580 
17. Acções da sociedade X 10.000 
18. Dívidas ao pessoal 1.800 
19.Ordenados e encargos sociais 37.000 
20. Consumo material de escritório 1.300 
 
a) Determine o valor dos rendimentos, dos gastos e dos resultados relativos ao exercício n. 
b) Determine o valor do activo, do passivo e do capital próprio da empresa C em 31/12/n. 
 
1.9.6. Exercício 6 – Património e resultado do período 
 
Conhecem-se as seguintes informações relativas à situação patrimonial de três empresas 
reportada a 31/12/n: 
 
 Empresa A Empresa B Empresa C 
Valores iniciais em 01-01-n: 
 - Total do activo 125.000 90.000 (c) 
 - Total do passivo 64.000 28.000 43.000 
 
Valores finais em 31-12-n: 
 - Total do activo 160.000 110.000 92.500 
 - Total do passivo 90.000 (b) 57.500 
 
No exercício verificou-se: 
 - Aumento do capital social 0 12.500 15.000 
 - Rendimentos (a) 34.000 25.000 
 - Gastos 42.500 23.000 42.500 
 
Determine o valor das incógnitas (a), (b) e (c). 
 
1.9.7. Exercício 7 – Património e resultado do período 
 
Conhecem-se as seguintes informações relativas à empresa A: 
 
EMPRESA A VALORES 
No início do exercício n verifica-se o seguinte: 
Valor do activo em 01/01/n 450.000 
Valor do passivo em 01/01/n 150.000 
 
No final do exercício n verifica-se o seguinte: 
Valor do activo em 31/12/n 600.000 
Valor do passivo em 31/12/n 200.000 
 
No exercício n verificou-se o seguinte: 
Aumento das contribuições dos proprietários (capital social) 90.000 
Distribuição de capitais próprios aos proprietários (lucros) 10.000 
Valor dos rendimentos 750.000 
Valor dos gastos (X) 
 
Determine o valor da incógnita (X). 
 
 
_______________________________________________________________________________ 
Licenciatura em Gestão - Ano Lectivo 2013/2014 18 
 
Sebenta de Contabilidade Financeira I 
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1.9.8. Exercício 8 – Património e contas 
 
Relativamente à empresa Z, Lda, que se dedica à comercialização de ferragens, conhecem-
se os seguintes elementos patrimoniais concretos, em 31/12/n: 
 
Elemento Patrimonial Valor (em euros) 
Dívida à Soparafusos, Lda. 3.200 
Viaturas comerciais 10.000 
Mobiliário de escritório 5.000 
Parafusos 2.050 
Imóvel de rendimento 12.000 
Trespasse do estabelecimento comercial 500 
Dívida ao fornecedor do mobiliário de escritório 2.000 
Quota na empresa FuraTudo, Lda. (M/L Prazo) 6.000 
Adiantamento efectuado aos trabalhadores sobre os salários do próximo mês 1.200 
Pregos nº 5 250 
Lucros atribuídos aos sócios 8.000 
Dívida ao gerente (remunerações por pagar) 6.000 
Depósito à ordem no banco A 100 
Empréstimo obtido junto do banco X 6.000 
300 acções da P Telecom (C. Prazo) 2.400 
 
a) Classifique cada elemento patrimonial de acordo com a respectiva massa geral, classe e 
conta (contas de primeiro grau, com indicação do respectivo código). 
b) Determine o valor do activo, do passivo e do capital próprio. 
 
1.9.9. Exercício 9 – Património e contas 
 
Identifique, na coluna respectiva, as contas (de 1º grau) associadas aos elementos 
patrimoniais (concretos e abstractos) mencionados: 
 
Elementos patrimoniais Activos Passivos Gastos Rendimentos Outros 
Vendas de mercadorias 
Viaturas comerciais 
Ordenados e encargos Sociais 
Consumo de electricidade 
Dívidas ao Estado 
Dívidas aos Fornecedores 
Capital social 
Juros suportados 
Custo das mercadorias vendidas 
Mercadorias em armazém 
Financiamento bancário (M/L Prazo) 
Mobiliário diverso 
Depósitos bancários à ordem 
Rendas recebidas 
Numerário 
Acções da associada X (M/L Prazo) 
Imóveis de rendimento 
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Licenciatura em Gestão - Ano Lectivo 2013/2014 19 
 
Sebenta de Contabilidade Financeira I 
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Trespasse de estabelecimento 
Rendas suportadas 
Combustíveis consumidos 
Dívida ao fornecedor de mobiliário 
Adiantamentos aos trabalhadores 
Lucros atribuídos aos sócios 
Dívida ao gerente (remunerações) 
Reservas 
Dividendos recebidos 
Subsídios do estado à exploração 
 
1.9.10. Exercício 10 – Contas 
 
Considere a seguinte informação de uma empresa: 
 
- Reportada ao final do exercício n 
 
Dinheiro à guarda da empresa 2.000 
Dívidas de clientes 125.000 
Lucros de exercícios anteriores (reservas legais) 10.000 
Lucros de exercícios anteriores (reservas livres) 30.000 
Matérias-primas em armazém 90.000 
Produtos acabados em armazém 150.000 
Máquinas e equipamentos utilizados na produção 275.000 
Dívidas ao estado 82.000 
Dinheiro disponível à guarda de bancos 15.000 
Contribuições dos proprietários 400.000 
Imóveis afectos à actividade 350.000 
Mobiliários e equipamentos utilizados na área administrativa 100.000 
Imóveis de rendimento 200.000 
Dívidas a fornecedores de investimentos (a pagar em n+1) 81.000 
Dívidas a fornecedores de investimentos (a pagar em n+2) 39.000 
Viaturas usadas na actividade 94.000 
Dívidas a fornecedores de matérias-primas 320.000 
Programas de computador 16.000 
Empréstimos bancários (a pagar em n+3) 395.000 
Resultado líquido do exercício n (lucro) (X) 
 
- Relativa ao exercício n 
 
Remunerações do pessoal 150.000 
Rendas obtidas dos imóveis de rendimento 100.000 
Encargos sobre remunerações do pessoal (contribuições para a S. S.) 35.000 
Fornecimentos e serviços prestados por entidades externas 290.000 
Amortizações de activos intangíveis 4.000 
Compras de matérias-primas 360.000 
Depreciações dos activos fixos tangíveis e imóveis de rendimento 60.000 
Juros suportados de financiamentos obtidos 20.000 
Imposto sobre o rendimento do exercício (IRC) 15.000 
Vendas de produtos acabados 906.000 
Juros obtidos de depósitos 1.000 
Descontos de pronto pagamento obtidos 12.000 
_______________________________________________________________________________ 
Licenciatura em Gestão - Ano Lectivo 2013/2014 20 
 
Sebenta de Contabilidade Financeira I 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Perdas resultantes de dívidas consideradas incobráveis 24.000 
Menos-valias na venda de activos fixos tangíveis 6.000 
 
- Reportada ao início do exercício n 
 
Matérias-primas em armazém 75.000 
Produtos acabados em armazém 160.000 
 
a) Determine o valor da incógnita (X). 
b) Identifique a conta (de 1º grau) prevista no SNC associada a cada um dos elementos 
patrimoniais mencionados. 
c) Determine o valor dos Rendimentos, dos Gastos, do Resultado antes de impostos e do 
Resultado líquido do período da empresa relativos ao exercício n. 
d) Determine o valor do Activo, do Passivo e do Capital Próprio da empresa reportados a 
31/12/n. 
 
1.9.11. Exercício 11 – Património, resultado do período e contas 
 
Considere a seguinte informação de uma empresa reportada ao final do exercício n ou 
relativa ao exercício n: 
 
1. Amortizações de activos intangíveis 4.000 
2. Dívidas de clientes 140.000 
3. Remunerações do pessoal 150.000 
4. Juros obtidos de depósitos 1.000 
5. Produtos acabados em armazém 250.000 
6. Máquinas e equipamentos utilizados na produção 475.000 
7. Consumo de matérias-primas 345.000 
8. Dinheiro à guarda de bancos (mobilizável imediatamente) 5.000 
9. Contribuições dos proprietários 750.000 
10. Imóveis afectos à actividade 350.000 
11. Vendas de produtos acabados 680.000 
12. Menos-valias na venda de activos fixos tangíveis 6.000 
13. Imóveis de rendimento 70.000 
14. Dívidas a fornecedores de investimentos (a pagar em n+1) 120.000 
15. Serviços prestados aos clientes 176.000 
16. Viaturas usadas na actividade 94.000 
17. Dívidas a fornecedores de matérias-primas 320.000 
18. Dinheiro à guarda de bancos (mobilizável a prazo) 10.000 
19. Programas de computador 16.000 
20. Descontos de pronto pagamento obtidos 12.000 
21. Dívidas ao estado 82.000 
22. Rendas obtidas dos imóveis de rendimento 50.000 
23. Encargos sobre remunerações do pessoal (contribuições para a S. S.) 35.000 
24. Fornecimentos e serviços prestados por entidades externas 290.000 
25. Mobiliários e equipamentos utilizados na área administrativa 130.000 
26. Depreciações dos activos fixos tangíveis e imóveis de rendimento 60.000 
27. Juros suportados de financiamentos obtidos 20.000 
28. Empréstimos bancários (a pagar em n+3) 395.000 
29. Dinheiro à guarda da empresa 2.000 
30. Lucros de anos anteriores retidos sob a forma de reservas 90.000 
31. Perdas resultantes de dívidas consideradas incobráveis 24.000 
32. Matérias-primas em armazém 200.000 
_______________________________________________________________________________ 
Licenciatura em Gestão - Ano Lectivo 2013/2014 21 
 
Sebenta de Contabilidade Financeira I 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
 
a) Identifique a conta (de 1º grau) prevista no CC do SNC associada a cada um dos 
elementos patrimoniais mencionados. 
b) Determine o valor dos Rendimentos, dos Gastos e do Resultado da empresa relativos ao 
exercício n. 
c) Determine o valor do Activo, do Passivo e do Capital Próprio da empresa reportados a 
31/12/n. 
d) Sabendo que a empresa durante o exercício n recebeu novas contribuições dos 
proprietários no valor de € 200.000 e distribuiu aos proprietários lucros de anos anteriores 
no valor de € 50.000, determine o valor do Capital Próprio da empresa no início do 
exercício n. 
 
1.9.12. Exercício 12 – Processo de contabilização dos factos patrimoniais 
 
Considere os seguintes factos relativos ao 1º exercício económico da empresa A, Lda., cujo 
objecto social é a prestação de serviços de transporte: 
• Depósito à ordem (obrigatório) dos sócios em 02/Jan/n para realização do capital 
social no valor de € 50.000 
 
• Contraiu em 05/Jan/n um empréstimo bancário semestral no valor de € 40.000. Os 
juros relativos ao mês de Janeiro no valor de € 200 foram cobrados antecipadamente, 
tendo sido disponibilizada a diferença na conta à ordem 
 
• Compra de um veículo pesado de mercadorias em 06/Jan/n no valor de € 80.000 nas 
seguintes condições: 
– Entrada inicial em cheque de € 15.000 
– Pagamento de € 30.000 no final do mês 
– Pagamento do restante a 90 dias 
 
• Aquisição a pronto (cheque) em 07/Jan/n de combustível no valor de € 180 
 
• Serviço de transporte a pronto (em cheque) em 08/Jan/n no valor de € 1.500 
 
• Aquisição de um computador a pronto em 10/Jan/n no valor de € 1.750 (inclui software 
no valor de € 750) nos seguintes termos: 
– Endosso do cheque do cliente anterior 
– Pagamento do restante por multibanco 
 
• Serviço de transporte a crédito em 15/Jan/n no valor de € 3.000 
 
• Pequena reparação no veículo pesado de mercadorias a crédito em 18/Jan/n no valor 
de € 400 
 
• Recebimento (em dinheiro) de 25% do valor do crédito sobre o cliente em 28/Jan/n no 
valor de € 735 (a diferença corresponde a um desconto concedido por antecipação de 
recebimento) 
 
• Pagamento (em dinheiro) de 75% do débito à oficina em 28/Jan/n no valor de € 295 (a 
diferença corresponde a um desconto obtido por antecipação de pagamento) 
 
• Processamento de salários em 30/Jan/n relativos ao mês de Janeiro/n no valor de € 
800 
 
• Pagamento parcial (por transferência bancária) ao fornecedor do veículo pesado em 
31/Jan/n 
_______________________________________________________________________________ 
Licenciatura em Gestão - Ano Lectivo 2013/2014 22 
 
Sebenta de Contabilidade Financeira I 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
 
• Pagamento dos salários em 31/Jan/n por transferência bancária. 
 
• Recebimento de juros de depósitos à ordem relativos ao mês de Janeiro em 31/Jan/n 
no valor de € 35 
 
• Os valores da depreciação do camião e do computador e da amortização do software 
relativos ao mês de Janeiro de n foram de € 750 e € 25 respectivamente 
 
a) Faça os lançamentos no Diário relativos às operações descritas utilizando as contas de 1º 
grau do CC do SNC. 
b) Determine o valor dos depósitos à ordem no final de Janeiro de n 
c) c) Faça os lançamentos no Razão relativos às operações descritas utilizando as contas de 
1º grau do CC do SNC. 
d) Elabore o balancete reportado ao final do mês de Janeiro de n (com contas de 1º grau do 
CC do SNC) antes do apuramento do resultado. 
e) Faça os lançamentos no Diário e no Razão relativosao apuramento de resultados da 
empresa relativos ao mês de Janeiro de n. 
f) Elabore o balancete reportado ao final do mês de Janeiro de n (com contas de 1º grau do 
CC do SNC) depois do apuramento do resultado. 
g) Calcule o valor dos rendimentos, dos gastos e do resultado da empresa relativos ao mês 
de Janeiro de n. 
h) Determine o valor do Activo, do Passivo e do Capital Próprio da empresa no final do mês 
de Janeiro de n. 
 
1.9.13. Exercício 13 – Processo de contabilização dos factos patrimoniais 
 
Considere os seguintes factos relativos ao 1º exercício económico (que termina em 31/Dez/n) 
da empresa A, Lda., cujo objecto social consiste na comercialização de fotocopiadoras: 
• A empresa foi constituída em 30/Nov/n com um capital social (contribuições dos 
proprietários) de € 300.000, realizado da seguinte forma: 
– Depósito à ordem no valor de € 20.000 
– Transferência de um edifício onde se irão concentrar as instalações da empresa 
no valor € 280.000 
 
• Contraiu em 5/Dez/n um empréstimo bancário anual no valor de € 65.000. O valor foi 
imediatamente disponibilizado na conta à ordem da empresa. 
 
• Aquisição em 7/Dez/n de mobiliário no valor de € 17.000 nas seguintes condições: 
– Pagamento imediato (em cheque) de 40% 
– Restante a 60 dias 
 
• Aquisição em 15/Dez/n a pronto (por transferência bancária) de 31 fotocopiadoras ao 
preço unitário de € 2.500, sendo que uma delas passou a ser utilizada pela empresa. 
 
• Venda em 26/Dez/n de 5 fotocopiadoras ao preço unitário de € 4.000 nas seguintes 
condições: 
– Recebimento imediato (em cheque) de 25% 
– Restante a 30 dias 
 
• Depósito na conta à ordem em 28/Dez/n do cheque anterior 
 
• Processamento de salários em 30/Dez/n no valor de € 3.000, relativos ao mês de 
Dezembro 
 
_______________________________________________________________________________ 
Licenciatura em Gestão - Ano Lectivo 2013/2014 23 
 
Sebenta de Contabilidade Financeira I 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
• Pagamento (em cheque) em 31/Dez/n de despesas relativas a electricidade, água, 
comunicações e gestão do condomínio no valor de € 600 relativas ao mês de 
Dezembro (o edifício faz parte de um condomínio comercial com gestão integrada). 
 
• Pagamento de € 2.000 (por transferência bancária) ao pessoal em 31/Dez/n 
 
• Pagamento (valor retirado da conta à ordem) em 31/Dez/n dos juros do empréstimo 
bancário relativos ao mês de Dezembro no valor de € 250 
 
• O valor total da depreciação relativa ao mês de Dezembro dos activos fixos tangíveis é 
de € 700 
 
a) Faça os lançamentos no Diário relativos às operações descritas utilizando as contas de 1º 
grau do CC do SNC. 
b) Faça os lançamentos no Razão relativos às operações descritas utilizando as contas de 1º 
grau do CC do SNC. 
c) Determine o valor dos depósitos à ordem da empresa no final do exercício n. 
d) Faça os lançamentos no Diário e no Razão relativos ao apuramento de resultados da 
empresa relativos ao exercício n. 
e) Determine o valor do capital próprio da empresa no final do exercício n. 
 
1.9.14. Exercício 14 – Processo de contabilização dos factos patrimoniais 
 
A sociedade B apresenta o seguinte balancete de verificação em 25/Dez/n: 
 (em €) 
 CONTAS Saldos devedores 
Saldos 
credores 
11 Caixa 2.100 - 
12 Depósitos à ordem 6.400 - 
21 Clientes 196.300 - 
22 Fornecedores 10.000 166.300 
24 Estado e outros entes públicos - 26.200 
25 Financiamentos obtidos - 282.200 
32 Mercadorias 268.600 - 
42 Propriedades de investimento 42.400 - 
43 Activos fixos tangíveis 395.700 - 
44 Activos intangíveis 15.100 - 
51 Capital - 250.000 
55 Reservas - 60.000 
61 CMVMC 465.600 - 
62 Fornecimentos e serviços externos 70.610 - 
63 Gastos com o pessoal 50.640 - 
64 Gastos de depreciação e de amortização 38.500 - 
68 Outros gastos e perdas 4.730 - 
69 Gastos e perdas de financiamento 18.290 - 
71 Vendas - 650.000 
72 Prestações de serviços - 146.200 
78 Outros rendimentos e ganhos - 3.600 
79 Juros, dividendos e outros rendimentos similares - 470 
 TOTAL 1.584.970 1.584.970 
 
_______________________________________________________________________________ 
Licenciatura em Gestão - Ano Lectivo 2013/2014 24 
 
Sebenta de Contabilidade Financeira I 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
Considere os seguintes factos relativos aos últimos dias do 2º exercício económico anual (que 
termina em 31/Dez/n) da empresa B, cujo objecto social consiste na comercialização de 
automóveis novos e usados, peças e serviços de reparação: 
• A empresa realizou em 26/Dez/n um aumento do capital social (aumento das 
contribuições dos proprietários) de € 150.000, realizado da seguinte forma: 
– Depósito à ordem no valor de € 25.000 
– Transferência de 2 automóveis usados (que se destinam a ser vendidos) no 
valor de € 50.000 
– Transferência de um espaço comercial (que se destina a ser arrendado) no 
valor de € 75.000 
 
• Foi concluída e facturada em 27/Dez/n ao cliente C uma ordem de serviço que incluía 
peças no valor de € 1.850 e mão-de-obra no valor de € 1.350. As peças utilizadas 
foram adquiridas em 25/Nov/n por € 1.420. 
 
• Foi adquirida a pronto em 27/Dez/n uma viatura (que se destina a ser utilizada pelo 
departamento comercial) no valor € 15.000. A empresa beneficiou de um desconto de 
pronto pagamento tendo pago por transferência bancária o valor de € 14.500. 
 
• Foi paga em dinheiro em 28/Dez/n a renda relativa ao mês de Dezembro de um stand 
arrendado à empresa no valor de € 900. 
 
• Foram processadas em 30/Dez/n comissões respeitantes a vendas realizadas no mês 
de Dezembro pelos vendedores da empresa no valor de € 3.750. 
 
• Os valores das depreciações e amortizações respeitantes ao mês de Dezembro são os 
seguintes: 
– Propriedades de investimentos € 600 
– Activos fixos tangíveis € 3.100 
– Activos intangíveis € 150 
 
a) Faça os lançamentos no Diário relativos às operações descritas utilizando as contas de 1º 
grau do CC do SNC. 
 
b) Faça os lançamentos no Razão relativos ao apuramento do resultado líquido do exercício 
n, considerando que o imposto sobre o rendimento do período a pagar em n+1 é de € 39.100. 
 
c) Determine o valor do capital próprio da empresa

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