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MÓDULO PROBLEMAS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO | Luíza Moura e Vitória Neves TRANSTORNOS SOMATOFORMES É caracterizado por múltiplos sintomas somáticos que não podem ser explicados em exames físicos ou laboratoriais. Há queixas variadas e múltiplos sistemas orgânicos são afetados (ex.: sintomas gastrointestinais, cutâneos e cardiovasculares). É um transtorno crônico, de evolução flutuante, iniciado, geralmente, na terceira década de vida. CARACTERÍSTICAS DIAGNÓTICAS Geralmente os sintomas somáticos múltiplos são atuais e provocam sofrimento ou perturbação significativa da vida diária, mas às vezes apenas um sintoma grave pode estar presente (ex.: dor). SINTOMAS ESPECÍFICOS E INESPECÍFICOS Os sintomas podem ser específicos (ex.: dor localizada) ou relativamente inespecíficos (ex.: fadiga). As vezes representam sensações ou desconfortos corporais normais que não significam doença grave. A!! Sintomas somáticos sem uma explicação médica evidente não são suficientes para fazer esse diagnóstico. O sofrimento do indivíduo é autêntico, seja ou não explicado em termos médicos. SINTOMAS ASSOCIADOS A OUTRA CONDIÇÃO MÉDICA Os sintomas podem ou não estar associados a uma outra condição médica. O diagnóstico do transtorno com doença médica concomitante ocorrem em conjunto. → Por exemplo, um indivíduo que teve um infarto do miocárdio, pode se tornar incapacitado por sintomas do transtorno somatoforme após infarto, e não por complicações do infarto em si. Se houver outra condição médica ou alto risco de desenvolver alguma doença (ex.: forte história familiar), os pensamentos, sentimentos e comportamentos associados a essa condição são excessivos. PREOCUPAÇÃO A RESPEITO DA DOENÇA Os indivíduos tendem a manifestar níveis muito elevados de preocupação a respeito de doenças. Eles avaliam seus sintomas corporais como: → Indevidamente ameaçadores, nocivos ou problemáticos; e → Normalmente, pensam o pior a respeito da própria saúde. Mesmo quando não há nada de nocivo, alguns pacientes ainda temem a gravidade médica de seus sintomas. No transtorno somatoforme grave, as preocupações pela saúde podem assumir um papel central na vida do indivíduo, tornando-se um traço da sua identidade e dominando as relações interpessoais. Há também: → Verificações repetidas do corpo à procura de anormalidades. → Medo de que qualquer atividade física possa prejudicar o corpo. ANGÚSTIA A angustia sentida pelos pacientes é focada em sintomas somáticos e em seu significado. Quando questionados sobre seu sofrimento, alguns o associam a outros aspectos de suas vidas, enquanto outros negam qualquer fonte de sofrimento que não os sintomas somáticos. A qualidade de vida relacionada à saúde é prejudicada, tanto física quanto mentalmente. No transtorno somatoforme grave, o prejuízo é marcante e, se persistente, pode levar à invalidez. MÓDULO PROBLEMAS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO | Luíza Moura e Vitória Neves ALTA UTILIZAÇÃO DO SERVIÇO MÉDICO Esses indivíduos costumam frequentar com frequência o serviço médico, mas essas idas raramente aliviam as preocupações do indivíduo. → Consequentemente, ele acaba buscando múltiplos médicos para os mesmos sintomas. Muitas vezes esses pacientes parecem não responder a intervenções médicas, e novas intervenções podem apenas exacerbar os sintomas presentes. Os indivíduos normalmente são: → Incomumente sensíveis aos efeitos colaterais de medicamentos; ou → Sentem que a avaliação e o tratamento médico foram inadequados. A!! A sugestão de encaminhamento a um especialista em saúde mental pode ser recebida com surpresa ou até mesmo recusa por indivíduos com o transtorno. A!! O transtorno somatoforme está associado a transtornos depressivos, por isso existe um risco maior de suicídio, porem não se sabe se ele provoca o risco de suicídio independentemente do transtorno depressivo. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS A. Um ou mais sintomas somáticos que causam aflição ou resultam em perturbação significativa da vida diária. B. Pensamentos, sentimentos ou comportamentos excessivos relacionados aos sintomas somáticos ou associados a preocupações com a saúde manifestados por pelo menos 1 dos seguintes: 1. Pensamentos desproporcionais e persistentes acerca da gravidade dos próprios sintomas. 2. Nível de ansiedade persistentemente elevado acerca da saúde e dos sintomas. 3. Tempo e energia excessivos dedicados a esses sintomas ou a preocupações a respeito da saúde. C. Embora algum dos sintomas somáticos possa não estar continuamente presente, a condição de estar sintomático é persistente (em geral mais de seis meses). Especificar-se: Com dor predominante (anteriormente transtorno doloroso): Este especificador é para indivíduos cujos sintomas somáticos envolvem predominantemente dor. Especificar-se: Persistente: Um curso persistente é caracterizado por sintomas graves, prejuízo marcante e longa duração (mais de seis meses). Especificar a gravidade atual: Leve: Apenas 1 dos sintomas especificados no Critério B é satisfeito. Moderada: 2 ou mais sintomas especificados no Critério B são satisfeitos. Grave: 2 ou mais sintomas especificados no Critério B são satisfeitos, além da presença de múltiplas queixas somáticas (ou um sintoma somático muito grave). DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Se tiver critérios para transtorno somatoforme e para outro transtorno mental, então ambos devem ser codificados e tratados TRANSTORNO DE ANSIEDADE DE DOENÇA (HIPOCONDRÍA) Indivíduo com preocupações extensas a respeito da saúde, porém nenhum sintoma somático ou apenas sintomas somáticos mínimos. MÓDULO PROBLEMAS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO | Luíza Moura e Vitória Neves CARACTERÍSTICAS DIAGNÓSTICAS A maioria dos hipocondríacos são classificados como portadores de transtorno somatoforme. O diagnóstico de transtorno de ansiedade de doença inclui: → Preocupação com ter ou contrair uma doença médica grave não diagnosticada. → Não presença de sintomas somáticos ou, se presentes, são de intensidade leve. A avaliação completa não consegue identificar uma condição médica grave que justifique as preocupações (elas podem ser derivadas de um sinal ou de uma sensação física não patológica). → O sofrimento é oriundo da ansiedade do indivíduo a respeito do significado, importância ou causa da queixa (diagnóstico médico suspeitado). Se um sinal ou sintoma físico estiver presente, normalmente é: → Sensação fisiológica (ex.: tontura ortostática); → Disfunção benigna e autolimitada (ex.: zumbido transitório); ou → Desconforto corporal não considerado indicativo de doença (ex.: eructação). Se uma condição médica diagnosticável está presente, a ansiedade e a preocupação do indivíduo são nitidamente excessivas e desproporcionais à gravidade da condição. A preocupação com a ideia de estar doente é acompanhada por uma ansiedade substancial com relação a saúde e doença. Indivíduos com transtorno de ansiedade de doença tornam-se facilmente assustados por doenças, como ao saber que alguém ficou doente ou ao ler uma reportagem relacionada à saúde. Suas preocupações acerca de doenças não diagnosticadas não respondem a: → Medidas de tranquilização médica apropriadas; → Exames diagnósticos negativos; ou4 → Curso benigno. A!! As tentativas do clínico de tranquilizar o indivíduo e aliviar os sintomas geralmente não ajudam a diminuir as preocupações e podem até aumentá-las. As preocupações com a saúde assumem uma posição de destaque na vida da pessoa, afetando atividades cotidianas e até mesmo resultando em invalidez. A doença torna-se um aspecto central na identidade e na autoimagem da pessoa, um assunto frequente em conversas sociais e uma resposta característica aeventos estressantes da vida Indivíduos com o transtorno costumam: → Examinar-se repetidamente (ex.: examinam a própria garganta no espelho). → Pesquisar a doença suspeitada excessivamente e buscam apoio e a tranquilização de familiares, amigos ou médicos. Essa preocupação incessante muitas vezes torna- se frustrante para os outros e pode resultar em tensão considerável na família. Em alguns casos, a ansiedade leva à evitação mal- adaptativa de situações (ex.: visitar familiares doentes) ou atividades (ex.: exercício) que esses indivíduos temem que poderiam comprometer sua saúde. Normalmente esses pacientes: → Recebem assistência médica extensa e insatisfatória (ou são ansiosos demais para buscar atenção médica). → Têm taxas elevadas de utilização de serviços médicos, mas não utilizam serviços de saúde mental mais do que a população em geral. MÓDULO PROBLEMAS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO | Luíza Moura e Vitória Neves Essas pessoas sempre consultam múltiplos médicos pelo mesmo problema e obtêm repetidamente resultados negativos de testes diagnósticos. → Geralmente são insatisfeitos com a assistência médica e a consideram inútil, sentindo que não estão sendo levados a sério pelos médicos. A!! Em alguns casos, essas preocupações podem ser justificadas, já que os médicos podem às vezes desdenhar ou responder com frustração ou hostilidade. Essa resposta pode, ocasionalmente, resultar no não diagnóstico de uma condição médica de fato presente. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS A. Preocupação com ter ou contrair uma doença grave. B. Sintomas somáticos não estão presentes ou, se estiverem, são de intensidade apenas leve. Se uma outra condição médica está presente ou há risco elevado de desenvolver uma condição médica (p. ex., presença de forte história familiar), a preocupação é claramente excessiva ou desproporcional. C. Há alto nível de ansiedade com relação à saúde, e o indivíduo é facilmente alarmado a respeito do estado de saúde pessoal. D. O indivíduo tem comportamentos excessivos relacionados à saúde (ex.: verificações repetidas do corpo procurando sinais de doença) ou exibe evitação mal-adaptativa (ex.: evita consultas médicas e hospitais). E. Preocupação relacionada a doença presente há pelo menos seis meses, mas a doença específica que é temida pode mudar nesse período. F. A preocupação relacionada a doença não é mais bem explicada por outro transtorno mental, como transtorno de sintomas somáticos, transtorno de pânico, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno dismórfico corporal, transtorno obsessivo-compulsivo ou transtorno delirante, tipo somático. Determinar o subtipo: Tipo busca de cuidado: O cuidado médico, incluindo consultas ao médico ou realização de exames e procedimentos, é utilizado com frequência. Tipo evitação de cuidado: O cuidado médico raramente é utilizado. TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA Os indivíduos preocupam-se com múltiplos eventos, situações ou atividades, apenas uma das quais pode envolver a própria saúde. O foco principal geralmente não está em sintomas somáticos ou no medo de doença. CARACTERÍSTICAS DIAGNÓSTICAS As características essenciais são ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva) acerca de diversos eventos ou atividades. → A intensidade, duração ou frequência da ansiedade e preocupação é desproporcional à probabilidade real ou ao impacto do evento antecipado. O indivíduo tem dificuldade de controlar a preocupação e de evitar que pensamentos preocupantes interfiram na atenção às tarefas em questão. Os adultos com transtorno de ansiedade generalizada frequentemente se preocupam com circunstâncias diárias da rotina de vida, como: → Possíveis responsabilidades no trabalho; → Saúde e finanças; → Saúde dos membros da família; → Desgraças com seus filhos; ou → Questões menores (ex.: realizar as tarefas domésticas ou se atrasar para compromissos). As crianças com o transtorno tendem a se preocupar excessivamente com sua competência ou a qualidade de seu desempenho. MÓDULO PROBLEMAS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO | Luíza Moura e Vitória Neves A!! Durante o curso do transtorno, o foco da preocupação pode mudar de uma preocupação para outra. Várias características distinguem o transtorno de ansiedade generalizada da ansiedade não patológica: 1. As preocupações associadas ao transtorno de ansiedade generalizada são excessivas e geralmente interferem de forma significativa no funcionamento psicossocial, enquanto na ansiedade não patológica as preocupações da vida diária não são excessivas e são percebidas como mais manejáveis, podendo ser adiadas quando surgem questões mais prementes. 2. As preocupações associadas ao transtorno de ansiedade generalizada são: → Mais disseminadas, intensas e angustiantes; → Têm maior duração; e → Frequentemente ocorrem sem precipitantes. Quanto mais circunstâncias a pessoa se preocupa (ex.: finanças, segurança dos filhos, desempenho no trabalho), mais provavelmente seus sintomas satisfazem os critérios para transtorno de ansiedade generalizada. 3. As preocupações diárias são muito menos prováveis de serem acompanhadas por sintomas físicos (ex.: inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele). Os indivíduos com transtorno de ansiedade generalizada relatam sofrimento subjetivo devido à preocupação constante e prejuízo relacionado ao funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes de sua vida. A ansiedade e a preocupação são acompanhadas por pelo menos 3 dos seguintes sintomas adicionais: (Para crianças, apenas 1 sintoma adicional é exigido) → Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele; → Fatigabilidade; → Dificuldade de concentrar-se ou sensações de “branco” na mente → Irritabilidade; → Tensão muscular; → Perturbação do sono; Muitos indivíduos com transtorno de ansiedade generalizada também experimentam sintomas somáticos (ex.: sudorese, náusea, diarreia) e uma resposta de sobressalto exagerada. Sintomas de excitabilidade autonômica aumentada (ex.: batimentos cardíacos acelerados, falta de ar, tonturas) são menos proeminentes no transtorno de ansiedade generalizada do que em outros transtornos de ansiedade, tais como o transtorno de pânico. Outras condições que podem estar associadas ao estresse (ex.: síndrome do intestino irritável, cefaleia) frequentemente acompanham o transtorno. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS A. Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades (tais como desempenho escolar ou profissional). B. O indivíduo considera difícil controlar a preocupação. C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com 3 (ou mais) dos seguintes seis sintomas (com pelo menos alguns deles presentes na maioria dos dias nos últimos seis meses). Nota: Apenas 1 item é exigido para crianças. 1. Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele. 2. Fatigabilidade. MÓDULO PROBLEMAS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO | Luíza Moura e Vitória Neves 3. Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente. 4. Irritabilidade. 5. Tensão muscular. 6. Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto). D. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo). F. A perturbação não é maisbem explicada por outro transtorno mental (p. ex., ansiedade ou preocupação quanto a ter ataques de pânico no transtorno de pânico, avaliação negativa no transtorno de ansiedade social [fobia social], contaminação ou outras obsessões no transtorno obsessivo-compulsivo, separação das figuras de apego no transtorno de ansiedade de separação, lembranças de eventos traumáticos no transtorno de estresse pós-traumático, ganho de peso na anorexia nervosa, queixas físicas no transtorno de sintomas somáticos, percepção de problemas na aparência no transtorno dismórfico corporal, ter uma doença séria no transtorno de ansiedade de doença ou o conteúdo de crenças delirantes na esquizofrenia ou transtorno delirante). TRANSTORNO FACTÍCIO CARACTERÍSTICAS DIAGNÓSTICAS A característica essencial é a falsificação de sinais e sintomas médicos/psicológicos em si mesmo ou em outro associado a fraude. → O indivíduo também pode buscar tratamento para si mesmos ou para outro depois da indução de lesão ou doença. O diagnóstico requer a demonstração de que o indivíduo está agindo de maneira sub-reptícia para falsear, simular ou causar sinais ou sintomas de doença ou lesão na ausência de recompensas externas óbvias. Os métodos de falsificação de doença podem incluir: → Exagero; → Fabricação; → Simulação; e → Indução. Se uma condição médica preexistente estiver presente, o comportamento fraudulento ou a indução de lesão fraudulenta associada à fraude faz outras pessoas verem esses indivíduos (ou outros) como mais doentes ou comprometidos, o que pode levar a intervenções médicas excessivas. Exemplo de indivíduos com transtorno factício: relatar sentimentos de depressão e ideias suicidas como consequência da morte de um cônjuge a despeito de essa morte não ser verdadeira ou de o indivíduo não ter um cônjuge; → Relatar falsamente episódios de sintomas neurológicos (ex.: convulsões, tonturas ou desmaios); → Manipular um exame laboratorial (ex.: acrescentando sangue à urina) para indicar anormalidade; → Falsificar prontuários médicos para indicar uma doença; → Ingerir uma substância (ex.: insulina ou varfarina) para induzir resultado laboratorial anormal ou doença; ou → Se automutilar ou induzir doença em si mesmos ou em outra pessoa (ex.: injetando material fecal para produzir um abscesso ou induzir sepse). Indivíduos com transtorno factício autoimposto ou transtorno factício imposto a outro correm o risco de sofrer grande sofrimento psicológico ou prejuízo funcional ao causar danos a si mesmos e a outros. MÓDULO PROBLEMAS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO | Luíza Moura e Vitória Neves Familiares, amigos e profissionais da saúde também são muitas vezes afetados adversamente por esse comportamento. Transtornos factícios têm semelhanças com transtornos: → Por uso de substância; → Alimentares; → Do controle de impulsos; → Pedofílico; e → Relacionados à persistência do comportamento e aos esforços intencionais de ocultar o comportamento perturbado por meio de fraude. Alguns aspectos dos transtornos factícios representariam comportamento criminoso (e.: transtorno factício imposto a outro, no qual as ações do pai ou da mãe representam abuso e maus- tratos a um filho), esse comportamento criminoso e a doença mental não são mutuamente excludentes. O diagnóstico de transtorno factício enfatiza mais a identificação objetiva da falsificação de sinais e sintomas de doença do que uma inferência acerca da intenção ou da possível motivação subjacente. → Ademais, esses comportamentos, incluindo a indução de lesão ou doença, estão associados a fraude. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS Transtorno Factício Autoimposto A. Falsificação de sinais ou sintomas físicos ou psicológicos, ou indução de lesão ou doença, associada a fraude identificada. B. O indivíduo se apresenta a outros como doente, incapacitado ou lesionado. C. O comportamento fraudulento é evidente mesmo na ausência de recompensas externas óbvias. D. O comportamento não é mais bem explicado por outro transtorno mental, como transtorno delirante ou outra condição psicótica. Especificar: Episódio único; Episódios recorrentes (dois ou mais eventos de falsificação de doença e/ou indução de lesão). Transtorno Factício Imposto a Outro (Antes Transtorno Factício por Procuração) A. Falsificação de sinais ou sintomas físicos ou psicológicos, ou indução de lesão ou doença em outro, associada a fraude identificada. B. O indivíduo apresenta outro (vítima) a terceiros como doente, incapacitado ou lesionado. C. O comportamento fraudulento é evidente até mesmo na ausência de recompensas externas óbvias. D. O comportamento não é mais bem explicado por outro transtorno mental, como transtorno delirante ou outro transtorno psicótico. Nota: O agente, não a vítima, recebe esse diagnóstico. Especificar: Episódio único; Episódios recorrentes (dois ou mais eventos de falsificação de doença e/ou indução de lesão). TRANSTORNO DE PÂNICO No transtorno de pânico, os sintomas somáticos e a ansiedade a respeito da saúde tendem a ocorrer em episódios agudos, enquanto no transtorno de sintomas somáticos sintomas de ansiedade e somáticos são mais persistentes. MÓDULO PROBLEMAS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO | Luíza Moura e Vitória Neves TRANSTORNOS DEPRESSIVOS Transtornos depressivos são comumente acompanhados por sintomas somáticos. Entretanto, são diferenciados do transtorno de sintomas somáticos pela sintomatologia depressiva central de humor deprimido (disfórico) e anedonia. TRANSTORNO CONVERSIVO (TRANSTORNO DE SINTOMAS NEUROLÓGICOS FUNCIONAIS) No transtorno conversivo, o sintoma inicial é a perda de função (ex.: de um membro), enquanto no transtorno de sintomas somáticos o foco é no sofrimento que os sintomas específicos causam. TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO No transtorno de sintomas somáticos, as ideias recorrentes a respeito de sintomas somáticos e doenças são menos intrusivas, e os indivíduos com esse transtorno não exibem os comportamentos repetitivos associados que buscam reduzir a ansiedade que ocorrem no transtorno obsessivo- compulsivo. MÓDULO PROBLEMAS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO | Luíza Moura e Vitória Neves REFERÊNCIAS DILIP, V.J.M.D. et al. Transtornos de Ansiedade. In: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 2014. p. 189-235. DILIP, V.J.M.D. et al. Transtornos de Sintomas Sintomáticos e Transtornos Relacionados. In: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 2014. p. 309-329. SADOCK, B. J., SADOCK, V. A., RUIZ, P. Medicina psicossomática. In: Compêndio de psiquiatria. Ciência do Comportamento e Psiquiatria Clínica. Porto Alegre: Artmed, 2017. p. 465-503. SADOCK, B. J., SADOCK, V. A., RUIZ, P. Transtornos de ansiedade. In: Compêndio de psiquiatria. Ciência do Comportamento e Psiquiatria Clínica. Porto Alegre: Artmed, 2017. p. 387-417.
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