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Transtornos somatoformes

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MÓDULO PROBLEMAS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO | Luíza Moura e Vitória Neves 
TRANSTORNOS SOMATOFORMES 
É caracterizado por múltiplos sintomas somáticos 
que não podem ser explicados em exames físicos 
ou laboratoriais. 
Há queixas variadas e múltiplos sistemas 
orgânicos são afetados (ex.: sintomas 
gastrointestinais, cutâneos e cardiovasculares). 
É um transtorno crônico, de evolução flutuante, 
iniciado, geralmente, na terceira década de vida. 
CARACTERÍSTICAS DIAGNÓTICAS 
Geralmente os sintomas somáticos múltiplos são 
atuais e provocam sofrimento ou perturbação 
significativa da vida diária, mas às vezes apenas 
um sintoma grave pode estar presente (ex.: dor). 
SINTOMAS ESPECÍFICOS E INESPECÍFICOS 
Os sintomas podem ser específicos (ex.: dor 
localizada) ou relativamente inespecíficos (ex.: 
fadiga). 
As vezes representam sensações ou desconfortos 
corporais normais que não significam doença 
grave. 
A!! Sintomas somáticos sem uma explicação 
médica evidente não são suficientes para fazer 
esse diagnóstico. O sofrimento do indivíduo é 
autêntico, seja ou não explicado em termos 
médicos. 
SINTOMAS ASSOCIADOS A OUTRA 
CONDIÇÃO MÉDICA 
Os sintomas podem ou não estar associados a 
uma outra condição médica. 
O diagnóstico do transtorno com doença médica 
concomitante ocorrem em conjunto. 
→ Por exemplo, um indivíduo que teve um 
infarto do miocárdio, pode se tornar 
incapacitado por sintomas do transtorno 
somatoforme após infarto, e não por 
complicações do infarto em si. 
Se houver outra condição médica ou alto risco de 
desenvolver alguma doença (ex.: forte história 
familiar), os pensamentos, sentimentos e 
comportamentos associados a essa condição são 
excessivos. 
PREOCUPAÇÃO A RESPEITO DA DOENÇA 
Os indivíduos tendem a manifestar níveis muito 
elevados de preocupação a respeito de doenças. 
Eles avaliam seus sintomas corporais como: 
→ Indevidamente ameaçadores, nocivos ou 
problemáticos; e 
→ Normalmente, pensam o pior a respeito da 
própria saúde. 
Mesmo quando não há nada de nocivo, alguns 
pacientes ainda temem a gravidade médica de 
seus sintomas. 
No transtorno somatoforme grave, as 
preocupações pela saúde podem assumir um 
papel central na vida do indivíduo, tornando-se 
um traço da sua identidade e dominando as 
relações interpessoais. Há também: 
→ Verificações repetidas do corpo à 
procura de anormalidades. 
→ Medo de que qualquer atividade física 
possa prejudicar o corpo. 
ANGÚSTIA 
A angustia sentida pelos pacientes é focada em 
sintomas somáticos e em seu significado. 
Quando questionados sobre seu sofrimento, 
alguns o associam a outros aspectos de suas 
vidas, enquanto outros negam qualquer fonte de 
sofrimento que não os sintomas somáticos. 
A qualidade de vida relacionada à saúde é 
prejudicada, tanto física quanto mentalmente. 
No transtorno somatoforme grave, o prejuízo é 
marcante e, se persistente, pode levar à invalidez. 
 
MÓDULO PROBLEMAS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO | Luíza Moura e Vitória Neves 
ALTA UTILIZAÇÃO DO SERVIÇO MÉDICO 
Esses indivíduos costumam frequentar com 
frequência o serviço médico, mas essas idas 
raramente aliviam as preocupações do 
indivíduo. 
→ Consequentemente, ele acaba buscando 
múltiplos médicos para os mesmos 
sintomas. 
Muitas vezes esses pacientes parecem não 
responder a intervenções médicas, e novas 
intervenções podem apenas exacerbar os 
sintomas presentes. 
Os indivíduos normalmente são: 
→ Incomumente sensíveis aos efeitos 
colaterais de medicamentos; ou 
→ Sentem que a avaliação e o tratamento 
médico foram inadequados. 
 
A!! A sugestão de encaminhamento a um 
especialista em saúde mental pode ser recebida 
com surpresa ou até mesmo recusa por indivíduos 
com o transtorno. 
A!! O transtorno somatoforme está associado a 
transtornos depressivos, por isso existe um risco 
maior de suicídio, porem não se sabe se ele 
provoca o risco de suicídio independentemente do 
transtorno depressivo. 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
A. Um ou mais sintomas somáticos que causam 
aflição ou resultam em perturbação significativa 
da vida diária. 
B. Pensamentos, sentimentos ou 
comportamentos excessivos relacionados aos 
sintomas somáticos ou associados a 
preocupações com a saúde manifestados por 
pelo menos 1 dos seguintes: 
1. Pensamentos desproporcionais e 
persistentes acerca da gravidade dos 
próprios sintomas. 
2. Nível de ansiedade persistentemente 
elevado acerca da saúde e dos sintomas. 
3. Tempo e energia excessivos dedicados 
a esses sintomas ou a preocupações a 
respeito da saúde. 
C. Embora algum dos sintomas somáticos possa 
não estar continuamente presente, a condição de 
estar sintomático é persistente (em geral mais de 
seis meses). 
Especificar-se: 
Com dor predominante (anteriormente 
transtorno doloroso): Este especificador é 
para indivíduos cujos sintomas somáticos 
envolvem predominantemente dor. 
Especificar-se: 
Persistente: Um curso persistente é 
caracterizado por sintomas graves, 
prejuízo marcante e longa duração (mais 
de seis meses). 
Especificar a gravidade atual: 
Leve: Apenas 1 dos sintomas especificados 
no Critério B é satisfeito. 
Moderada: 2 ou mais sintomas 
especificados no Critério B são satisfeitos. 
Grave: 2 ou mais sintomas especificados 
no Critério B são satisfeitos, além da 
presença de múltiplas queixas somáticas 
(ou um sintoma somático muito grave). 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
Se tiver critérios para transtorno somatoforme e 
para outro transtorno mental, então ambos 
devem ser codificados e tratados 
TRANSTORNO DE ANSIEDADE DE 
DOENÇA (HIPOCONDRÍA) 
Indivíduo com preocupações extensas a respeito 
da saúde, porém nenhum sintoma somático ou 
apenas sintomas somáticos mínimos. 
 
MÓDULO PROBLEMAS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO | Luíza Moura e Vitória Neves 
CARACTERÍSTICAS DIAGNÓSTICAS 
A maioria dos hipocondríacos são classificados 
como portadores de transtorno somatoforme. 
O diagnóstico de transtorno de ansiedade de 
doença inclui: 
→ Preocupação com ter ou contrair uma 
doença médica grave não diagnosticada. 
→ Não presença de sintomas somáticos ou, 
se presentes, são de intensidade leve. 
A avaliação completa não consegue identificar 
uma condição médica grave que justifique as 
preocupações (elas podem ser derivadas de um 
sinal ou de uma sensação física não patológica). 
→ O sofrimento é oriundo da ansiedade do 
indivíduo a respeito do significado, 
importância ou causa da queixa 
(diagnóstico médico suspeitado). 
Se um sinal ou sintoma físico estiver presente, 
normalmente é: 
→ Sensação fisiológica (ex.: tontura 
ortostática); 
→ Disfunção benigna e autolimitada (ex.: 
zumbido transitório); ou 
→ Desconforto corporal não considerado 
indicativo de doença (ex.: eructação). 
Se uma condição médica diagnosticável está 
presente, a ansiedade e a preocupação do 
indivíduo são nitidamente excessivas e 
desproporcionais à gravidade da condição. 
A preocupação com a ideia de estar doente é 
acompanhada por uma ansiedade substancial 
com relação a saúde e doença. 
Indivíduos com transtorno de ansiedade de 
doença tornam-se facilmente assustados por 
doenças, como ao saber que alguém ficou doente 
ou ao ler uma reportagem relacionada à saúde. 
Suas preocupações acerca de doenças não 
diagnosticadas não respondem a: 
→ Medidas de tranquilização médica 
apropriadas; 
→ Exames diagnósticos negativos; ou4 
→ Curso benigno. 
A!! As tentativas do clínico de tranquilizar o 
indivíduo e aliviar os sintomas geralmente não 
ajudam a diminuir as preocupações e podem até 
aumentá-las. 
 As preocupações com a saúde assumem uma 
posição de destaque na vida da pessoa, afetando 
atividades cotidianas e até mesmo resultando em 
invalidez. 
A doença torna-se um aspecto central na 
identidade e na autoimagem da pessoa, um 
assunto frequente em conversas sociais e uma 
resposta característica aeventos estressantes da 
vida 
Indivíduos com o transtorno costumam: 
→ Examinar-se repetidamente (ex.: 
examinam a própria garganta no espelho). 
→ Pesquisar a doença suspeitada 
excessivamente e buscam apoio e a 
tranquilização de familiares, amigos ou 
médicos. 
Essa preocupação incessante muitas vezes torna-
se frustrante para os outros e pode resultar em 
tensão considerável na família. 
Em alguns casos, a ansiedade leva à evitação mal-
adaptativa de situações (ex.: visitar familiares 
doentes) ou atividades (ex.: exercício) que esses 
indivíduos temem que poderiam comprometer 
sua saúde. 
Normalmente esses pacientes: 
→ Recebem assistência médica extensa e 
insatisfatória (ou são ansiosos demais para 
buscar atenção médica). 
→ Têm taxas elevadas de utilização de 
serviços médicos, mas não utilizam 
serviços de saúde mental mais do que a 
população em geral. 
 
MÓDULO PROBLEMAS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO | Luíza Moura e Vitória Neves 
Essas pessoas sempre consultam múltiplos 
médicos pelo mesmo problema e obtêm 
repetidamente resultados negativos de testes 
diagnósticos. 
→ Geralmente são insatisfeitos com a 
assistência médica e a consideram inútil, 
sentindo que não estão sendo levados a 
sério pelos médicos. 
A!! Em alguns casos, essas preocupações podem 
ser justificadas, já que os médicos podem às vezes 
desdenhar ou responder com frustração ou 
hostilidade. Essa resposta pode, ocasionalmente, 
resultar no não diagnóstico de uma condição 
médica de fato presente. 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
A. Preocupação com ter ou contrair uma doença 
grave. 
B. Sintomas somáticos não estão presentes ou, se 
estiverem, são de intensidade apenas leve. Se uma 
outra condição médica está presente ou há risco 
elevado de desenvolver uma condição médica (p. 
ex., presença de forte história familiar), a 
preocupação é claramente excessiva ou 
desproporcional. 
C. Há alto nível de ansiedade com relação à 
saúde, e o indivíduo é facilmente alarmado a 
respeito do estado de saúde pessoal. 
D. O indivíduo tem comportamentos excessivos 
relacionados à saúde (ex.: verificações repetidas 
do corpo procurando sinais de doença) ou exibe 
evitação mal-adaptativa (ex.: evita consultas 
médicas e hospitais). 
E. Preocupação relacionada a doença presente há 
pelo menos seis meses, mas a doença específica 
que é temida pode mudar nesse período. 
F. A preocupação relacionada a doença não é 
mais bem explicada por outro transtorno 
mental, como transtorno de sintomas somáticos, 
transtorno de pânico, transtorno de ansiedade 
generalizada, transtorno dismórfico corporal, 
transtorno obsessivo-compulsivo ou transtorno 
delirante, tipo somático. 
Determinar o subtipo: 
Tipo busca de cuidado: O cuidado médico, 
incluindo consultas ao médico ou realização 
de exames e procedimentos, é utilizado com 
frequência. 
Tipo evitação de cuidado: O cuidado 
médico raramente é utilizado. 
TRANSTORNO DE ANSIEDADE 
GENERALIZADA 
Os indivíduos preocupam-se com múltiplos 
eventos, situações ou atividades, apenas uma das 
quais pode envolver a própria saúde. O foco 
principal geralmente não está em sintomas 
somáticos ou no medo de doença. 
CARACTERÍSTICAS DIAGNÓSTICAS 
As características essenciais são ansiedade e 
preocupação excessivas (expectativa apreensiva) 
acerca de diversos eventos ou atividades. 
→ A intensidade, duração ou frequência da 
ansiedade e preocupação é 
desproporcional à probabilidade real ou 
ao impacto do evento antecipado. 
O indivíduo tem dificuldade de controlar a 
preocupação e de evitar que pensamentos 
preocupantes interfiram na atenção às tarefas 
em questão. 
Os adultos com transtorno de ansiedade 
generalizada frequentemente se preocupam com 
circunstâncias diárias da rotina de vida, como: 
→ Possíveis responsabilidades no trabalho; 
→ Saúde e finanças; 
→ Saúde dos membros da família; 
→ Desgraças com seus filhos; ou 
→ Questões menores (ex.: realizar as tarefas 
domésticas ou se atrasar para 
compromissos). 
As crianças com o transtorno tendem a se 
preocupar excessivamente com sua competência 
ou a qualidade de seu desempenho. 
 
MÓDULO PROBLEMAS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO | Luíza Moura e Vitória Neves 
A!! Durante o curso do transtorno, o foco da 
preocupação pode mudar de uma preocupação 
para outra. 
Várias características distinguem o transtorno 
de ansiedade generalizada da ansiedade não 
patológica: 
1. As preocupações associadas ao transtorno de 
ansiedade generalizada são excessivas e 
geralmente interferem de forma significativa no 
funcionamento psicossocial, enquanto na 
ansiedade não patológica as preocupações da vida 
diária não são excessivas e são percebidas como 
mais manejáveis, podendo ser adiadas quando 
surgem questões mais prementes. 
2. As preocupações associadas ao transtorno de 
ansiedade generalizada são: 
→ Mais disseminadas, intensas e 
angustiantes; 
→ Têm maior duração; e 
→ Frequentemente ocorrem sem 
precipitantes. 
Quanto mais circunstâncias a pessoa se preocupa 
(ex.: finanças, segurança dos filhos, desempenho 
no trabalho), mais provavelmente seus sintomas 
satisfazem os critérios para transtorno de 
ansiedade generalizada. 
3. As preocupações diárias são muito menos 
prováveis de serem acompanhadas por sintomas 
físicos (ex.: inquietação ou sensação de estar com 
os nervos à flor da pele). Os indivíduos com 
transtorno de ansiedade generalizada relatam 
sofrimento subjetivo devido à preocupação 
constante e prejuízo relacionado ao 
funcionamento social, profissional ou em outras 
áreas importantes de sua vida. 
 
A ansiedade e a preocupação são acompanhadas 
por pelo menos 3 dos seguintes sintomas 
adicionais: (Para crianças, apenas 1 sintoma 
adicional é exigido) 
 
→ Inquietação ou sensação de estar com os 
nervos à flor da pele; 
→ Fatigabilidade; 
→ Dificuldade de concentrar-se ou 
sensações de “branco” na mente 
→ Irritabilidade; 
→ Tensão muscular; 
→ Perturbação do sono; 
 
Muitos indivíduos com transtorno de ansiedade 
generalizada também experimentam sintomas 
somáticos (ex.: sudorese, náusea, diarreia) e uma 
resposta de sobressalto exagerada. 
Sintomas de excitabilidade autonômica 
aumentada (ex.: batimentos cardíacos acelerados, 
falta de ar, tonturas) são menos proeminentes no 
transtorno de ansiedade generalizada do que em 
outros transtornos de ansiedade, tais como o 
transtorno de pânico. 
Outras condições que podem estar associadas ao 
estresse (ex.: síndrome do intestino irritável, 
cefaleia) frequentemente acompanham o 
transtorno. 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
A. Ansiedade e preocupação excessivas 
(expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria 
dos dias por pelo menos seis meses, com diversos 
eventos ou atividades (tais como desempenho 
escolar ou profissional). 
B. O indivíduo considera difícil controlar a 
preocupação. 
C. A ansiedade e a preocupação estão associadas 
com 3 (ou mais) dos seguintes seis sintomas (com 
pelo menos alguns deles presentes na maioria dos 
dias nos últimos seis meses). 
Nota: Apenas 1 item é exigido para crianças. 
1. Inquietação ou sensação de estar com os 
nervos à flor da pele. 
2. Fatigabilidade. 
 
MÓDULO PROBLEMAS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO | Luíza Moura e Vitória Neves 
3. Dificuldade em concentrar-se ou 
sensações de “branco” na mente. 
4. Irritabilidade. 
5. Tensão muscular. 
6. Perturbação do sono (dificuldade em 
conciliar ou manter o sono, ou sono 
insatisfatório e inquieto). 
D. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas 
físicos causam sofrimento clinicamente 
significativo ou prejuízo no funcionamento 
social, profissional ou em outras áreas importantes 
da vida do indivíduo. 
E. A perturbação não se deve aos efeitos 
fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de 
abuso, medicamento) ou a outra condição médica 
(p. ex., hipertireoidismo). 
F. A perturbação não é maisbem explicada por 
outro transtorno mental (p. ex., ansiedade ou 
preocupação quanto a ter ataques de pânico no 
transtorno de pânico, avaliação negativa no 
transtorno de ansiedade social [fobia social], 
contaminação ou outras obsessões no transtorno 
obsessivo-compulsivo, separação das figuras de 
apego no transtorno de ansiedade de separação, 
lembranças de eventos traumáticos no transtorno 
de estresse pós-traumático, ganho de peso na 
anorexia nervosa, queixas físicas no transtorno de 
sintomas somáticos, percepção de problemas na 
aparência no transtorno dismórfico corporal, ter 
uma doença séria no transtorno de ansiedade de 
doença ou o conteúdo de crenças delirantes na 
esquizofrenia ou transtorno delirante). 
TRANSTORNO FACTÍCIO 
CARACTERÍSTICAS DIAGNÓSTICAS 
A característica essencial é a falsificação de 
sinais e sintomas médicos/psicológicos em si 
mesmo ou em outro associado a fraude. 
→ O indivíduo também pode buscar 
tratamento para si mesmos ou para 
outro depois da indução de lesão ou 
doença. 
O diagnóstico requer a demonstração de que o 
indivíduo está agindo de maneira sub-reptícia 
para falsear, simular ou causar sinais ou 
sintomas de doença ou lesão na ausência de 
recompensas externas óbvias. 
Os métodos de falsificação de doença podem 
incluir: 
→ Exagero; 
→ Fabricação; 
→ Simulação; e 
→ Indução. 
Se uma condição médica preexistente estiver 
presente, o comportamento fraudulento ou a 
indução de lesão fraudulenta associada à fraude 
faz outras pessoas verem esses indivíduos (ou 
outros) como mais doentes ou comprometidos, o 
que pode levar a intervenções médicas excessivas. 
Exemplo de indivíduos com transtorno factício: 
relatar sentimentos de depressão e ideias suicidas 
como consequência da morte de um cônjuge a 
despeito de essa morte não ser verdadeira ou de 
o indivíduo não ter um cônjuge; 
→ Relatar falsamente episódios de sintomas 
neurológicos (ex.: convulsões, tonturas ou 
desmaios); 
→ Manipular um exame laboratorial (ex.: 
acrescentando sangue à urina) para indicar 
anormalidade; 
→ Falsificar prontuários médicos para 
indicar uma doença; 
→ Ingerir uma substância (ex.: insulina ou 
varfarina) para induzir resultado 
laboratorial anormal ou doença; ou 
→ Se automutilar ou induzir doença em si 
mesmos ou em outra pessoa (ex.: 
injetando material fecal para produzir um 
abscesso ou induzir sepse). 
Indivíduos com transtorno factício autoimposto ou 
transtorno factício imposto a outro correm o risco 
de sofrer grande sofrimento psicológico ou 
prejuízo funcional ao causar danos a si mesmos e 
a outros. 
 
MÓDULO PROBLEMAS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO | Luíza Moura e Vitória Neves 
Familiares, amigos e profissionais da saúde 
também são muitas vezes afetados adversamente 
por esse comportamento. 
Transtornos factícios têm semelhanças com 
transtornos: 
→ Por uso de substância; 
→ Alimentares; 
→ Do controle de impulsos; 
→ Pedofílico; e 
→ Relacionados à persistência do 
comportamento e aos esforços 
intencionais de ocultar o comportamento 
perturbado por meio de fraude. 
Alguns aspectos dos transtornos factícios 
representariam comportamento criminoso (e.: 
transtorno factício imposto a outro, no qual as 
ações do pai ou da mãe representam abuso e maus-
tratos a um filho), esse comportamento criminoso 
e a doença mental não são mutuamente 
excludentes. 
O diagnóstico de transtorno factício enfatiza 
mais a identificação objetiva da falsificação de 
sinais e sintomas de doença do que uma inferência 
acerca da intenção ou da possível motivação 
subjacente. 
→ Ademais, esses comportamentos, incluindo 
a indução de lesão ou doença, estão 
associados a fraude. 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
Transtorno Factício Autoimposto 
A. Falsificação de sinais ou sintomas físicos ou 
psicológicos, ou indução de lesão ou doença, 
associada a fraude identificada. 
B. O indivíduo se apresenta a outros como 
doente, incapacitado ou lesionado. 
C. O comportamento fraudulento é evidente 
mesmo na ausência de recompensas externas 
óbvias. 
D. O comportamento não é mais bem explicado 
por outro transtorno mental, como transtorno 
delirante ou outra condição psicótica. 
Especificar: 
Episódio único; 
Episódios recorrentes (dois ou mais 
eventos de falsificação de doença e/ou 
indução de lesão). 
Transtorno Factício Imposto a Outro (Antes 
Transtorno Factício por Procuração) 
A. Falsificação de sinais ou sintomas físicos ou 
psicológicos, ou indução de lesão ou doença em 
outro, associada a fraude identificada. 
B. O indivíduo apresenta outro (vítima) a 
terceiros como doente, incapacitado ou 
lesionado. 
C. O comportamento fraudulento é evidente até 
mesmo na ausência de recompensas externas 
óbvias. 
D. O comportamento não é mais bem explicado 
por outro transtorno mental, como transtorno 
delirante ou outro transtorno psicótico. 
Nota: O agente, não a vítima, recebe esse 
diagnóstico. 
Especificar: 
Episódio único; 
Episódios recorrentes (dois ou mais 
eventos de falsificação de doença e/ou 
indução de lesão). 
TRANSTORNO DE PÂNICO 
No transtorno de pânico, os sintomas somáticos e 
a ansiedade a respeito da saúde tendem a ocorrer 
em episódios agudos, enquanto no transtorno de 
sintomas somáticos sintomas de ansiedade e 
somáticos são mais persistentes. 
 
MÓDULO PROBLEMAS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO | Luíza Moura e Vitória Neves 
TRANSTORNOS DEPRESSIVOS 
Transtornos depressivos são comumente 
acompanhados por sintomas somáticos. 
Entretanto, são diferenciados do transtorno de 
sintomas somáticos pela sintomatologia 
depressiva central de humor deprimido 
(disfórico) e anedonia. 
TRANSTORNO CONVERSIVO 
(TRANSTORNO DE SINTOMAS 
NEUROLÓGICOS FUNCIONAIS) 
No transtorno conversivo, o sintoma inicial é a 
perda de função (ex.: de um membro), enquanto 
no transtorno de sintomas somáticos o foco é no 
sofrimento que os sintomas específicos causam. 
TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO 
No transtorno de sintomas somáticos, as ideias 
recorrentes a respeito de sintomas somáticos e 
doenças são menos intrusivas, e os indivíduos com 
esse transtorno não exibem os comportamentos 
repetitivos associados que buscam reduzir a 
ansiedade que ocorrem no transtorno obsessivo-
compulsivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO PROBLEMAS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO | Luíza Moura e Vitória Neves 
REFERÊNCIAS 
DILIP, V.J.M.D. et al. Transtornos de Ansiedade. In: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos 
mentais. Porto Alegre: Artmed, 2014. p. 189-235. 
DILIP, V.J.M.D. et al. Transtornos de Sintomas Sintomáticos e Transtornos Relacionados. In: Manual 
diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 2014. p. 309-329. 
SADOCK, B. J., SADOCK, V. A., RUIZ, P. Medicina psicossomática. In: Compêndio de psiquiatria. 
Ciência do Comportamento e Psiquiatria Clínica. Porto Alegre: Artmed, 2017. p. 465-503. 
SADOCK, B. J., SADOCK, V. A., RUIZ, P. Transtornos de ansiedade. In: Compêndio de psiquiatria. 
Ciência do Comportamento e Psiquiatria Clínica. Porto Alegre: Artmed, 2017. p. 387-417.

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