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Eczema Atópico

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Fonte: Manual De Dermatologia Clínica De Sampaio E Rivitti - 1ª Ed. (2014) 
1 ECZEMA OU DERMATITE ECZEMATOSA ATÓPICA 
Gizelle Felinto 
ECZEMAS (DERMATITES ECZEMATOSAS) 
INTRODUÇÃO 
➢ Eczemas são dermatites caracterizadas pela presença de: 
• Eritema 
• Edema 
• Vesiculação 
• Secreção 
• Formação de crostas 
• Escamas 
• Liquenificação 
➢ Essas lesões se sucedem ou se associam, formando os aspectos 
multiformes dos eczemas, sendo acompanhadas de prurido, que 
é um sintoma constante que pode ser mínimo, moderado ou 
intenso 
➢ Classificação da Síndrome Eczematosa (de acordo com o 
aspecto que apresenta): 
• Aguda → eritema, edema, vesiculação e secreção 
• Subaguda → eritema e edema menos intensos e 
predomínio de manifestações de secreção com formação de 
crostas 
• Crônica → eczema de evolução prolongada com 
liquenificação 
➢ Síndrome Eczematosa → é uma das mais frequentes afecções 
cutâneas, sendo causadas por agentes exógenos (contactantes) 
ou endógenos (endotantes), que atuam com mecanismo 
patogenéticos diversos 
➢ Os eczemas são agrupados, segundo critério clínico e 
etiopatogênico, da seguinte forma: 
• Eczema ou dermatite eczematosa de contato 
• Eczema ou dermatite eczematosa atópica 
• Eczema ou dermatite numular 
• Eczema ou dermatite de estase 
• Eczema disdrótico ou disidrose 
• Eczema microbiano ou dermatite eczematoide infecciosa 
 
ECZEMA/DERMATITE ATÓPICA 
INTRODUÇÃO 
➢ Sinônimos: Dermatite Atópica (DA) ou Eczema Constitucional ou 
Neurodermite Disseminada 
➢ Frequentemente associada à asma e/ou rinite alérgica e, 
eventualmente, à urticária 
➢ Curso crônico → com períodos de crises e acalmia, de surtos 
de eczema, manifestando-se isolada ou simultaneamente ou 
intercalando-se com as crises de asma ou rinite 
➢ 30% dos indivíduos → tem asma ou rinite alérgica 
➢ 15% dos indivíduos → tem surtos de urticária 
➢ 70% dos casos tem antecedentes familiares (eczema, asma, 
rinite alérgica...) 
 
PATOGENIA 
➢ A DA é resultado de complexas alterações de ordem imunológica 
e não imunológica, que determinam que o indivíduo geneticamente 
predisposto reaja anormalmente a múltiplos estímulos endógenos 
e/ou ambientais 
➢ Pacientes com eczema atópico reagem anormalmente a inúmeros 
estímulos (contactantes, ingestantes, inalantes e injetantes). Os 
mecanismos responsáveis por essa reatividade alterada ainda 
não são completamente conhecidos, mas sabe-se que participam 
na patogênese da DA: 
• Fatores genéticos 
• Mecanismos imunológicos 
• Mecanismos não imunológicos 
➢ FATORES GENÉTICOS: 
• Ambos os pais atópicos → 79% de chance de as crianças 
desenvolverem manifestações atópicas 
• Um dos pais atópico → 58% de chance 
• Autores admitem que é de herança poligênica 
• 2 a 6% dos doentes com DA tem ictiose vulgar (“Doença da 
escama de peixe” – caracterizada por pele seca, escamosa 
ou espessa), que é uma doença autossômica dominante 
• Mutações dos genes Filagrina e Loricrina: 
▪ A diminuição da Filagrina leva a uma atopia grave 
▪ Levam à: 
✓ Alteração da barreira epidérmica, com diminuição 
do nível de ceramidas 
✓ Aumento de enzimas proteolíticas 
✓ Maior perda de água transepidérmica 
▪ Essas alterações diminuem a função da barreira da 
epiderme, permitindo maior penetração de proteínas 
ambientais e favorecendo os estafilococos 
➢ FATORES NÃO IMUNOLÓGICOS: 
• Compreendem a participação de alterações metabólicas, 
fisiológicas e farmacofisiológicas 
• ALTERAÇÕES METABÓLICAS → alterações nos hidratos de 
carbono 
• ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS: 
▪ São, basicamente: 
✓ Labilidade emocional 
✓ Inteligência superior à média 
✓ Alteração na sudorese 
✓ Alteração do manto lipídico 
✓ Vasoconstrição de pequenos vasos 
▪ Fenômenos Psicofisiológicos → existem relatos de 
associação da DA com conflitos emocionais, porém não 
existem estudos suficientes para essa comprovação. 
Por impressão clínica, o perfil de personalidade atópica 
envolve: 
✓ Labilidade emocional 
✓ Inteligência superior à média 
✓ Hiperatividade 
✓ Agressividade reprimida 
 
 
Fonte: Manual De Dermatologia Clínica De Sampaio E Rivitti - 1ª Ed. (2014) 
2 ECZEMA OU DERMATITE ECZEMATOSA ATÓPICA 
Gizelle Felinto 
▪ Prurido → o limiar do prurido é mais baixo e 
estímulos prurigênicos causam um prurido mais 
intenso e duradouro e em áreas mais extensas 
▪ Sudorese → é acompanhada de prurido 
▪ Xerose Cutânea → é constatação clínica habitual a 
sequidão da pele dos atópicos. Há alterações sudorais 
e do manto lipídico cutâneo 
▪ Reatividade Vascular Cutânea Anômala: 
✓ A temperatura basal, especialmente nas 
extremidades, é mais baixa nos atópicos. Assim, 
com os aumentos de temperatura, a 
vasodilatação é bastante lenta 
✓ Nos atópicos pode ocorrer o Dermogafismo 
branco → o atrito sobre a pele produz 
branqueamento, ao invés da vasodilatação (esse é 
um fenômeno não específico que decorre da 
vasoconstrição) 
✓ Histamina → tem participação importante nos 
fenômenos inflamatórios da DA. A administração 
intramuscular produz eritema, principalmente na 
face, no pescoço e nas dobras antecubitais e 
poplíteas 
▪ Bloqueio Beta-Adrenérgico Parcial: 
✓ Com isso, há a exacerbação dos receptores 
alfa-adrenérgicos, o que explica um(a): 
• Tendência maior à vasoconstrição 
• Maior favorecimento à liberação de 
mediadores pelas células efetoras, por 
diminuição dos níveis intracelulares de AMP 
cíclico e aumento dos níveis intracelulares 
de GMP cíclico 
• Diminuição da resposta sudoral 
• Branqueamento tardio por agentes 
colinérgicos 
✓ Elevação da fosfodiesterase em leucócitos de 
atópicos → causa a elevação do PGE2, que inibe 
a produção de interferon-gama pelas células T e 
estimula a produção de IL4, que atua sobre as 
células B, estimulando a produção de IgE 
o Níveis baixos de interferon-gama → 
ocorrem na fase aguda da DA 
o Expressão normal de interferon-gama → na 
fase crônica 
➢ FATORES IMUNOLÓGICOS*: 
• Imunidade Humoral: 
▪ Pacientes com DA, geralmente, tem níveis séricos de 
IgE elevados 
▪ De acordo com o número de manifestações de atopia: 
✓ Somente Dermatite → geralmente o IgE é 
normal 
✓ Dermatite + Manifestações alérgicas 
respiratórias → níveis de IgE tendem a se elevar 
e correlacionam-se com a gravidade da dermatite 
• Imunidade Celular: 
▪ Os infiltrados cutâneos na DA são compostos, 
predominantemente, de células T do tipo helper 
(CD4), com poucos linfócitos supressores (CD8) 
▪ Ativação das Células T → predominância do padrão 
Th2 
✓ Th2 → secretam linfocinas relacionadas à 
imunidade humoral (IL-4 e IL-5) 
✓ Lesões agudas da DA → há desvio intendo para 
a função Th2, com predominância da IL-4 sobre o 
interferon-gama 
✓ Lesões crônicas da DA → não há o desvio para 
a função TH2, justamente quando a expressão de 
interferon-gama é importante 
✓ As células T ativadas produzem grandes 
quantidades de interferon, que: 
o Ativam macrófagos 
o Provocam a expressão de moléculas de 
adesão nas células endoteliais e epiteliais 
o Por meio dos fatores estimuladores da 
formação de colônias: 
❖ Ativam eosinófilos 
❖ Induzem a produção de leucotrieno-4, 
que é eritemogênico 
✓ As células T ativadas produzem, por meio do 
padrão Th2: 
o Citoquinas → é a mais importante nos 
mecanismos patogênicos da DA 
❖ São liberadas pelos mastócitos, 
queratinócitos ativados, monócitos e 
células T 
❖ Colaboram para o recrutamento de 
leucócitos nas lesões da dermatite 
atópica, contribuindo para os 
fenômenos inflamatórios 
o IL-4 → atua sobre os linfócitos B, 
aumentando a produção de IgE pela 
conversão de linfócitos B em células 
produtoras de IgE 
▪ Há desgranulação contínua ou intermitente dos 
mastócitos e basófilos: 
✓ Mastócitos: 
o Liberam vários mediadores (histamina, 
PGD2, leucotrienos C4, d4 e E4), que 
provocam: 
❖ Eritema 
❖ Edema 
❖ Vasopermeabilidade 
❖ Quimiotaxia de leucócitos, havendoliberação de enzimas proteolíticas e 
lisossômicas promotores de 
destruições tissulares 
o Liberam IL-4 e INF-α 
▪ IgE aumentada: 
 
 
Fonte: Manual De Dermatologia Clínica De Sampaio E Rivitti - 1ª Ed. (2014) 
3 ECZEMA OU DERMATITE ECZEMATOSA ATÓPICA 
Gizelle Felinto 
✓ Leva à formação de imunocomplexos que podem 
interagir com receptores de macrófagos, células 
de Langerhans e células T, levando à liberação de 
leucotrienos, prostaglandina E e linfocinas 
▪ Indivíduos com DA apresentam depressão da 
imunidade celular: 
✓ Grande suscetibilidade a: 
o Infecções virais, bacterianas e fúngicas 
o Erupções variceliformes de Kaposi por 
herpes simples 
o Molusco contagiosos → comumente sob 
forma de lesões extensas 
o Verrugas 
o Coxsackiose A-16 
o S. aureus → coloniza 75 -100% dos 
pacientes com DA, atuando como 
superantígeno ativando diretamente células 
T, sem participar de qualquer mecanismo 
imune subjacente 
✓ Diminuição da imunidade celular T → maior 
suscetibilidade dos atópicos às infecções, 
inclusive eczema herpético 
• Resumindo: 
▪ Fase aguda da DA → ativação do padrão Th2. Ação da 
IL-4 
✓ Há aumento do IgE 
✓ Espongiose → edema da camada espinhosa de 
Malpighi da pele, que pode levar à formação de 
vesículas 
▪ Fase crônica da DA → ativação do padrão Th1. Ação 
da IL-2 
SÍNDROME ECZEMATOSA 
➢ FASE AGUDA: 
• Eritema 
• Edema 
• Vesiculação 
• Secreção 
• Prurido 
➢ FASE SUBAGUDA: 
• Secreção 
• Crostas 
• Prurido 
➢ FASE CRÔNICA: 
• Liquenificação 
• Prurido 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS CLÁSSICAS DA DERMATITE ATÓPICA 
➢ Há três períodos evolutivos da DA: 
• Na infância 
• No período pré-puberal 
• Na idade adulta 
➢ Em qualquer um desses períodos, ocorrem manifestações 
consideradas como critérios absolutos para o diagnóstico da 
DA. Além disso, tem-se os chamados critérios menores, que 
compreendem várias manifestações cutâneas que costumam 
ocorrer com frequência nos atópicos 
➢ Esses critérios maiores/absolutos e menores são utilizados para 
o diagnóstico, que é puramente clínico, levando-se em 
consideração a história do paciente, o local acometido pela lesão 
e o prurido. Não é necessário haver uma quantidade específica de 
cada um desses critérios para fechar o diagnóstico 
➢ CRITÉRIOS ABSOLUTOS/MAIORES: 
• Prurido → é uma manifestação constante e presente em 
todas as fases 
• Morfotopografia → localizações típicas da dermatite 
atópica: 
▪ Na criança → acometimento facial com lesões 
eczematosas agudas e subagudas na fronte e regiões 
malares (“maçã do rosto”), poupando o maciço centro-
facial 
▪ No adulto → liquenificação nas áreas flexurais, 
dobras antecubitais, poplíteas e região do pescoço 
• Tendência à Cronicidade e/ou Recidivas Frequentes: 
▪ Além dessas manifestações, praticamente constantes, 
podem estar presentes alterações que constituem os 
critérios menores do diagnóstico da DA 
➢ CRITÉRIOS MENORES: 
• História pessoal ou familiar de manifestações atópicas 
• Positividade aos testes cutâneos imediatos 
• Dermografismo branco ou vasoconstrição prolongada 
induzida por agentes colinérgicos 
• Xerose 
 
 
 
 
 
 
• Ictiose associada → ressecamento intenso da pele 
(excesso de descamação na pele) 
 
• Exagero das linhas palmares 
• Pitiríase alba 
 
 
Fonte: Manual De Dermatologia Clínica De Sampaio E Rivitti - 1ª Ed. (2014) 
4 ECZEMA OU DERMATITE ECZEMATOSA ATÓPICA 
Gizelle Felinto 
• Queratose pilar → pele mais áspera 
 
 
 
 
 
• Palidez centro-facial com escurecimento orbitário 
• Prega de Dannie-Morgan → dupla prega infrapalpebral 
ou, pelo menos, exacerbação da prega orbitária inferior por 
espessamento da pele 
 
 
 
 
 
• Sinal de Hertogue → madarose da cauda das 
sobrancelhas por trauma determinado pelo prurido 
 
• Tendência a dermatoses crônicas recidivantes das 
mãos 
• Tendência a infecções cutâneas repetidas 
• Alterações oculares → catarata subcapsular anterior e 
queratocone 
ECZEMA ATÓPICO INFANTIL 
➢ A partir do terceiro mês de vida 
➢ Manifesta-se como lesões vésico-secretantes-crostosas, em 
regiões malares 
➢ Lesões são mais exsudativas 
➢ 45% dos casos 
ocorrem nos 
primeiros 6 
meses de vida 
➢ É mais comum 
na classe 
média/alta, em 
filhos únicos e 
pessoas que 
moram em 
áreas urbanas 
➢ O eczema pode permanecer 
apenas em região malar ou 
estender-se, atingindo: 
• Toda a face 
• Couro cabeludo 
• Nuca 
• Dobras antecubitais e 
poplíteas 
• Ou se generalizar (nos 
casos mais graves) 
➢ Prurido → é variável 
• Pode ser intenso e 
determinar estado de 
agitação na criança, 
pela coçadura quase 
contínua 
• Complicação mais 
frequente → infecção 
secundária 
• Mesmo com essa intensa coçadura, nunca surge 
liquenificação 
➢ Complicação grave → ERUPÇÃO VARICELIFORME DE KAPOSI 
(eczema herpético – eczema vacinal): 
• Infecção pelo contato com o vírus do herpes simples ou da 
vacina 
• A criança desenvolve um quadro: 
▪ Febril 
▪ Com sinais de toxemia 
▪ Lesões vasiculopustulosas disseminadas, 
particularmente nas áreas eczematosas 
➢ Evolução do eczema infantil: 
• Se dá por surtos, com predomínio nos primeiros anos de 
vida 
• Tende a melhorar com os anos 
• Pode desaparecer completamente ou persistir em forma 
discreta com algumas lesões na face ou nas áreas de dobras 
➢ Pitiríase alba → pode representar, 
muitas vezes, uma forma mínima de 
eczema atópico, tendo como fator 
agravante ou desencadeante a luz 
solar 
➢ Locais mais comuns da dermatite 
atópica na infância: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Manual De Dermatologia Clínica De Sampaio E Rivitti - 1ª Ed. (2014) 
5 ECZEMA OU DERMATITE ECZEMATOSA ATÓPICA 
Gizelle Felinto 
ECZEMA ATÓPICO PRÉ-PUBERAL (fase escolar) 
➢ Pode se manifestar como uma continuação do eczema infantil ou 
surgir alguns anos após o desaparecimento 
➢ Locais mais comuns de serem comprometidos: 
 
• Regiões de dobras → poplítea, pré-cubital 
• Face 
• Punhos 
• Dorso das mãos e dos pés 
➢ Quadro clínico: 
• É basicamente uma dermatite crônica → com áreas de 
liquenificação com escoriações 
 
• Podem ocorrer fases de agudização → com eritema, 
vesiculação e secreção, podendo ocorrer generalização do 
quadro 
➢ Prurido: 
• É variável, às vezes intenso e contínuo 
• Em relação à coçadura → raramente há infecção 
secundária 
➢ Evolução do quadro → é por surtos e pode se agravar ou 
desaparecer 
ECZEMA ATÓPICO DO ADULTO (NEURODERMITE DISSEMINADA) 
➢ As lesões são mais crônicas e ocorrem por crises 
➢ Tem pacientes que persistem com a dermatite atópica até mesmo 
na fase adulta, mas se houver tratamento as crises podem 
diminuir 
➢ Atinge preferencialmente: 
• Pescoço 
• Região antecubital 
• Região poplítea 
• Face → particularmente a região periorbital 
➢ Quadro clínico: 
• Liquenificação e escoriações 
• Prurido variável 
• Pele seca e ligeiramente descamativa → dermografismo 
branco 
 
➢ Evolução do quadro: 
• Se dá por surtos, com períodos de melhora e de agudização 
• O quadro pode, eventualmente, se generalizar chegando à 
Síndrome Eritrodérmica 
 
 
 
 
 
 
 
➢ Localizações mais comuns no adulto: 
 
 
 
 
 
 
OUTRAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA DERMATITE ATÓPICA 
➢ São manifestações menos comuns 
➢ DERMATITE CRÔNICA DAS MÃOS → atinge o dorso dessas 
extremidades 
• São lesões: 
▪ Eritematosas 
▪ Descamativas 
▪ Levemente infiltradas 
▪ Com fissuração 
• Pode acompanhar as lesões clássicas da DA ou representar 
a única manifestação do processo 
 
 
Fonte: Manual De Dermatologia Clínica De Sampaio E Rivitti - 1ª Ed. (2014) 
6 ECZEMA OU DERMATITE ECZEMATOSA ATÓPICA 
Gizelle Felinto 
➢ POLPITE DESCAMATIVA CRÔNICA → é uma manifestação 
característica que, às vezes, ocorre isoladamente 
• É representada por: 
▪ Eritema 
▪ Descamação fina 
▪ Eventual fissuração das polpas digitais das mãos, pés 
ou de ambos 
• Quando as lesõessão muito intensas e atingem as dobras 
periungueais → repercussões inflamatórias na matriz 
ungueal e surgem distrofias ungueais 
➢ PRURIGO ECZEMA → ocorre ocasionalmente, em especial em 
adultos 
• Manifestações → Lesões papulopruriginosas 
• Isolada ou concomitantemente a lesões eczematosas 
DIAGNÓSTICO 
➢ É CLÍNICO! 
➢ Se dá por meio de: 
• Anamnese bem feita → história do paciente 
▪ Ambiente 
▪ História familiar 
▪ Doença atópica → episódios, gravidade, localização e 
frequência 
▪ Fatores ocupacionais 
• Morfotopografia das lesões → local acometido 
• Presença de prurido 
• Cronicidade 
• Aumento do IgE → nos casos de Dermatite atópica + 
Manifestações atópicas respiratórias 
➢ Critérios: 
• Não é preciso uma quantidade específica de cada um para 
fechar o diagnóstico 
• Critérios maiores: 
▪ Prurido 
▪ Morfotopografia 
▪ Tendência à cronicidade e/ou recidivas frequentes 
• Critérios menores: 
▪ História pessoal ou familiar 
▪ Testes cutãneos 
▪ Xerose 
▪ Ictiose 
▪ Pitiríase alba 
▪ Queratose pilar 
▪ Palidez centro-facial 
▪ Sinal de hertogue 
▪ Dupla prega 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
➢ Outras dermatites eczematosas: 
• Infância → dermatite seborreica 
• Adulto → dermatite seborreica, dermatites de contato e 
líquen simples crônico 
➢ Psoríase, Eritrodermia ictiosiforme, Dermatofitoses, Candidoses, 
Pitiríase rósea, Líquen plano, Histiocitose X, Síndrome de 
Netherton, Acrodermatite enteropática 
➢ Síndrome do hiper-IgE → ocorrem manifestações cutâneas 
pruriginosas idênticas à dermatite atópica e há grande produção 
de IgE e deficiência da imunidade celular, determinando infecções 
cutâneas repetidas por estafilococos, infecções pulmonares 
recorrentes e candidose 
TRATAMENTO 
➢ Não existe cura 
➢ Objetivo do tratamento → controle da afecção, enquanto se 
aguarda uma possível involução espontânea da dermatose, que 
pode ocorrer 
➢ O tratamento é voltado para a diminuição da sintomatologia e 
da reação inflamatória 
➢ CUIDADOS GERAIS: 
• Deve-se sempre informar as particularidades da doença 
(causas, fatores desencadeantes, possível “cura” com o 
tempo, possível retorno da doença, importância do 
tratamento...) 
• BANHOS → em água morna, por cerca de 3 a 5min, com 
sabonetes suaves ou neutros 
▪ Nunca friccionar a pele com esponjas ou similares 
▪ Passar emolientes (óleos de banho) após o banho → 
para prevenir a perda de água do estrato córneo 
▪ Corticoides são mais absorvidos após o banho 
▪ Banho de mar é preferível ao banho de piscina para o 
atópico 
• HIDRATAÇÃO E LUBRIFICAÇÃO → como a pele do atópico 
é seca, deve-se sempre utilizar substancias emolientes ou 
lubrificantes que evitem a desidratação 
▪ Tópicos → aplicados após o banho e, quando 
necessário, várias vezes ao dia 
▪ Ureia → é um hidratante clássico, mas precisa ser 
utilizada com cautela, pois pode produzir irritação e 
ardor nos atópicos 
• VESTUÁRIO → de algodão e folgadas 
▪ O suor é um fator desencadeante do prurido 
▪ Evitar lã e fibras sintéticas 
▪ Lavar as roupas com sabão, e não com detergentes 
▪ Não usar amaciantes nem branqueadores (cloro) 
• CORTE DE UNHAS → sempre manter curtas, para evitar 
maiores danos da coçadura 
• AMBIENTE →limpo e isento de poeira, ácaros, pelos de 
animais e fungos 
• ALIMENTOS → a restrição alimentar (ovos, leite de vaca e 
derivados) ainda é um pouco controversa 
MEDICAMENTOS TÓPICOS 
➢ CORTICOSTEROIDES: 
• São os medicamentos mais úteis no tratamento da DA 
• Úteis em todas as formas clínicas da DA e em todas as idades 
 
 
Fonte: Manual De Dermatologia Clínica De Sampaio E Rivitti - 1ª Ed. (2014) 
7 ECZEMA OU DERMATITE ECZEMATOSA ATÓPICA 
Gizelle Felinto 
• Não fazer uso indiscriminado! 
• Qual utilizar: 
▪ Crianças de 0 a 2 anos → Corticosteroides de baixa 
potência por períodos curtos (10 a 20 dias) 
 HIDROCORTISONA (0,5 a 1%) 
▪ Crianças > 2 anos: 
 HIDROCORTISONA (1 a 2%) 
▪ Crianças > 2 anos, em casos 
especiais/necessários → Corticosteroides de 
média potência 
 MOMETASONA (0,1%) 
 DESONIDA (0,1%) 
▪ Corticosteroides de potência alta e de potência muito 
alta → só devem ser usados em adolescentes, adultos 
e em lesões crônicas, liquenificadas 
Potência Alta: 
 BETAMETASONA 
 DIFLUOCORTOLONA 
 TRIAMCINOLONA 
Potência Muito Alta: 
 CLOROBETASOL 
• Cuidados especiais: 
▪ Empregar o corticoide de menor potência consoante o 
quadro clínico 
▪ Nunca usar corticoides de alta potência em crianças 
▪ O corticoide pode ser diluído em creme 
▪ Nunca retirar subitamente o corticoide → deve-se 
diminuir gradualmente a potência ou a frequência de 
aplicação 
➢ IMUNOMODULADORES TÓPICOS: 
 PIMECROLIMO (1% em creme) 
 TACROLIMO (0,03 e 1% em pomadas) 
• Vantagem → não produzem os efeitos colaterais dos 
corticoides tópicos (atrofia, telangiectasia e estrias) 
• Desvantagem → alto custo 
• Efeitos colaterais (apenas ocasionalmente) → ardor e 
queimação 
• Indicação → Dermatite atópica menor intensas e 
localizadas em áreas com maior probabilidade de ocorrer 
efeitos diversos com corticoides tópicos, como: 
▪ Face (especialmente região orbitária) 
▪ Dobras 
▪ Genitais 
▪ E qualquer local do corpo que já mostre os efeitos 
colaterais do uso de corticoide tópico prolongado 
• São ótimos como terapia de manutenção após o uso de 
corticosteroides para melhora de áreas de dermatite muito 
inflamadas 
• Em ensaios clínicos realizados, não houve efeitos sistêmicos 
por absorção sistêmica dos imunomoduladores 
• Contraindicação → Síndrome de Netherton, pois, devido a 
deficiência da barreira cutânea, detectaram-se níveis 
sanguíneos comparáveis ao uso sistêmico dessas drogas 
 
➢ ANTIBIÓTICOS TÓPICOS: 
• Quando houver infecção secundária 
 MUPIROCINA (2%) → não deve ser empregada em 
áreas maiores que 20% da superfície corpórea, pelo 
risco de nefrotoxicidade 
 Pode ser substituído por: 
 ÁCIDO FUSÍDICO (2%) 
 GENTAMICINA (0,1%) 
MEDICAMENTOS SISTÊMICOS 
➢ CORTICOIDES: 
 PREDNISONA 1 a 2 mg/Kg/dia → é a droga de escolha! 
Inicia-se com essa dose, procurando reduzir 
gradualmente, de acordo com a melhora do paciente 
• Seu uso deve ser evitado ao máximo, pois há necessidade de 
administração contínua e possibilidade de rebote quando 
retirado 
• Indicação → pacientes que não respondem a outros 
tratamentos, com prurido intenso ou eritrodermia sem 
infecção 
• Deve-se procurar a menor dosagem possível, inclusive com 
a administração em dias alternados 
➢ ANTIBIÓTICOS: 
• Fazer uso de qualquer uma das seguintes medicações por 
cerca de 10 dias: 
 ERITROMICINA 
 CEFALOSPORINA 
 DICLOXACILINA 
• A pele do atópico é colonizada pelo S. aureus, que tem o seu 
desenvolvimento favorecido pela xerose, pelo prurido e pela 
liquenificação 
• A infecção é um fator importante na exacerbação da afecção 
• Sempre cogitar infecção quando ocorre: 
▪ Aumento do eritema e da secreção 
▪ Aparecimento de pústulas 
▪ Quando o quadro estiver resistente ao tratamento 
• Iniciar o tratamento, de preferência, após o resultado do 
antibiograma 
➢ ANTI-HISTAMÍNICOS 
• São indicados de maneira eletiva para o controle do 
prurido 
• Anti-histamínicos Sedativos: 
 HIDROXIZINA 
 CETIRIZINA 
 CLORFENIRAMINA 
▪ Ajudam a conciliar o sono e devem ser, 
preferencialmente, administrados ao deitar, podendo 
ou não ser empregado um não sedativo pela manhã 
• Anti-histamínicos Não Sedativos: 
 LORATADINA 
 FEXOFENADINA 
 EPINASTINA 
• Dermatite Atópica + Asma → CETOTIFENO 
 
 
 
Fonte: Manual De Dermatologia Clínica De Sampaio E Rivitti - 1ª Ed. (2014) 
8 ECZEMA OU DERMATITE ECZEMATOSA ATÓPICA 
Gizelle Felinto 
➢ IMUNOMODULADORES SISTÊMICOS: 
 TALIDOMIDA → é o imunomodulador mais eficiente para o 
controle da DA (não usar quando há possibilidade de 
gravidez) 
 INTERFERON-GAMA (IFN-gama) → diminui a intensidade do 
prurido e a eosinofilia (há efeitos favoráveis em formas 
graves dadoença) 
 INIBIDORES DE FOSFODIESTERASE – TEOFILINA → podem 
aliviar os surtos, fazendo uso de 300mg, via oral, 2x/dia por 
5 dias (o uso por mais tempo leva à taquifilaxia) 
➢ FOTOTERAPIA → todas as formas de fototerapia mostram-se 
úteis na dermatite atópica 
TRATAMENTOS DE ESCOLHA PARA DERMATITE ATÓPICA SEVERA 
➢ IMUNOSSUPRESSORES: 
 CICLOSPORINA (3 a 5 mg/Kg/dia) → em formas graves e 
resistentes de DA 
▪ Com a melhora, deve-se ir reduzindo a dose, sempre 
procurando a menor dose necessária 
▪ Não administrar com ERITROMICINA e quando houver 
suspeita de infecção pelo herpes-vírus e S.aureus 
▪ Evitar o uso em: 
✓ Crianças 
✓ Hipertensão 
✓ Nefropatia 
✓ Hepatopatia 
➢ PSICOTERAPIA → pois há forte associação dos aspectos 
psicológicos dos atópicos com a doença 
➢ HOSPITALIZAÇÃO → é indicada em casos graves e resistentes, 
pois possibilita afastar o doente do seu ambiente, excluindo 
fatores agravantes e permitindo tratamento adequado 
➢ NEWS: 
• AGENTES BIOLÓGICOS → OMALIZUMABE (Xolair) 
• Uso de Probióticos, Simbióticos e Prebióticos

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