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Camila Shelly de V. Ramos SÍFILIS • DEFINIÇÃO -IST cutâneo-mucosa sistêmica e crônica ↳Grande simuladora de várias doenças • AGENTE ETIOLÓGICO -Espiroqueta Trepanema pallidum ↳Bactéria gram-negativa *não cultivável • EPIDEMIOLOGIA -12 milhões de casos novos por ano no mundo -Nos últimos anos: ↳aumento casos adquiridos (32,7%) ↳aumento de casos congênitos (170%) -Incidência vem aumentando por: ↳Diminuição do uso de preservativo ↳Comportamento sexual de risco ↳Tratamentos incompletos ou abandono ↳Desabastecimento de penicilina por falta de insumos • VIAS DE TRANSMISSÃO →SEXUAL -Via mais comum -Por meio de lesões ativas →VERTICAL (SÍFILIS CONGÊNITA) -Transplacentária ↳Geralmente durante o 2° trimestre -Canal do parto ↳Lesão genital ativa →TRANSFUSÃO -Transfusão de sangue ou hemoderivados -Raro →INOCULAÇÃO ACIDENTAL -Como? ↳Manuseio de material infectado -Raro • PATOGÊNESE 1)T. pallidum penetra nas membranas mucosas ou na pele escoriada 2)Primeiras lesões -Aonde? Local de inoculação ↳Inflamação local com predomínio de linfócitos, plasmócitos e monócitos 3)Resposta imune do hospedeiro -Mediante a invasão feita pela bactéria -> hospedeiro produz anticorpos -> formação de imunocomplexos em resposta à espiroqueta ↳Reação a produção de imunocomplexos • MARCHA/CRONOLOGIA DA SÍFILIS -Sífilis primária = cancro -Sífilis secundária = 3-6 meses depois da lesão primária -Sífilis latente recente = paciente sem sintomas que ao realizar VDRL positivou ↳Com exposição de risco <1 ano ↳Paciente assintomático, mas com sorologias que confirmam -Sífilis tardia = >1 anos após lesão primária -Sífilis latente tardia = paciente sem sintomas que ao realizar VDRL positivou ↳Com exposição de risco >1 ano ou não se recorda Camila Shelly de V. Ramos OBS:SÍFILIS TARDIA X RECENTE -Exposição <1 ano ↳Sífilis recente -Exposição >1 ano ou se paciente não recordar de exposição sexual de risco ↳Sífilis tardia • CLÍNICA →SÍFILIS PRIMÁRIA -Quando surge? ↳Em média 21 dias após o contato/exposição -Lesão elementar? Cancro duro ↳Lesão ulcerada com borda bem desenhada ↳Fundo limpo ↳Seca *sem sinais de infecção secundária ↳Indolor *não percebida em 15-30% dos pacientes ↳Altamente infectante ↳Local? Glande, pequenos lábios, perianal ↳Desaparece após 4-6 semanas mesmo sem tratamento -Outros sinais/sintomas? ↳Linfonodo reacional indolor ✓ EXAMES -VDRL e FT-abs ↳Podem vir negativos -Microscopia direta por campo escuro ↳Método de escolha para diagnóstico da sífilis primária ↳Pesquisa direta com coloração pela prata →SÍFILIS SECUNDÁRIA Disseminação hematogênica -> pico de treponemas -Quando surge? ↳4-8 semanas após a fase primária -Achados dermatológicos clássicos: ↳Alopecia *em clareira -> lembra alopecia areata ↳Condiloma plano -> lesão vegetante *Local? Mucosas (oral ou genital) ↳Sifílides *Lesões palmo plantares assintomáticas ↳Roséola sifilítica *Rash + mini-pápulas avermelhadas *Local? Tronco Camila Shelly de V. Ramos -Sintomas gerais? ↳Artralgia, febre, cefaleia ↳Poliadenopatia regional -Alterações laboratoriais? ↳Leucocitose ↳VHS elevado →SÍFILIS LATENTE -Paciente assintomático com teste sorológico positivo ✓ SÍFILIS LATENTE RECENTE -Se menos de 1 ano da infecção ✓ SÍFILIS LATENTE TARDIA -Se mais de 1 ano da infecção ou caso não recorde qual o possível momento da infecção →SÍFILIS TERCIÁRIA -Doença inflamatória com progressão lenta em pele e mucosas -Quando surge? Geralmente anos após a infecção primária -Lesões dermatológicas ↳Goma sifilítica -> granulomas destrutivos *lesões infiltradas que lembram hanseníase -Comprometimento sistêmico ↳Sífilis cardiovascular *aortite (manifestação mais comum) *complicações? Insuficiência aórtica, aneurisma, estenose das coronárias ↳Neurológico -> neurosífilis *inicial: meningoencefalite, paralisia facial -> principalmente em pacientes imunossuprimidos (HIV) *tardia: tabes dorsalis (alterações de marcha), demência precoce OBS:PLECTS X DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL X GRANULOMAS Diagnóstico diferencial de doenças que formam granulomas -P = paracoco -L = leishmaniose -E = esporotricose -C = cronomicose -T = tuberculose -S = sífilis terciária OBS:TERMOS X SÍFILIS #pseudocancro redux -> pensar em neoplasia, tb e sífilis →SÍFILIS CONGÊNITA -Transmissão ↳Formas? *Via transplacentária *Via lesões ativas na vagina da mão no parto ↳A maioria ocorre na fase primária e secundária ↳Pico de transmissão? 4° mês da gestação (2° trimestre) -Consequências? Camila Shelly de V. Ramos ↳Abortamento, óbito fetal, morte neonatal ✓ INFECÇÃO DA MÃE NO 2° TRIMESTRE Sinais de sífilis congênita -Nariz em sela, fronte olímpica -Dentes em serra -Icterícia -Ceratite -Surdez -Hidrocefalia -Hepatoesplenomegalia ✓ INFECÇÃO DA MÃE IDENTIFICADA NA HORA DO PARTO + BEBÊ SEM ALTERAÇÕES FÍSICAS -Necessita de investigação no bebê: ↳Rx dos ossos longos ↳Punção do líquor *identificar neurosífilis -Se exames do líquor positivos -> penicilina cristalina EV -Se exames de investigação normais (IgM negativo) -> benzetacil OBS:SÍFILIS X HIV HIV muda o curso natural da sífilis -Múltiplas úlceras, cancros ↳Mais profundos -Lesões de diferentes situações ao mesmo tempo -Progressão rápida para sífilis terciária -Resultados falso-negativos da sorologia da sífilis -Sífilis maligna surge de forma precoce ↳Lesões ulceradas (pápulas e nódulos) #sempre que mediante de um caso de sífilis, lembrar de pedir teste rápidos para outras ISTs OBS:SÍFILIS MALIGNA -Não é exclusiva de pacientes com HIV -Investigar algum fator indutor de imunodeficiência -Quadro clínico geral mais exuberante ↳Apresentação atípica de sífilis OBS:QUANDO PENSAR EM SÍFILIS? • DIAGNÓSTICO/TRIAGEM →SOROLOGIAS ✓ NÃO TREPONÊMICOS Não visualizam a bactéria VDRL Teste de triagem e seguimento -Titulação -> avalia seguimento ↳Proporcional a atividade da doença *quanto mais treponema -> maior a titulação *<1/8 = cicatriz ↳Elevação de 4x na titulação é indicativa de tratamento ineficaz ou reinfecção Camila Shelly de V. Ramos -Costuma positivar em até 6 semanas ↳Cancro já pode ter sumido RPR ✓ TESTES TROPONÊMICOS Visualiza bactéria -1 vez positivo -> sempre será positivo ↳Mesmo após o tratamento FTA-ABS (IMUNOFLUORESCÊNCIA) TP-PA (TESTE DE AGLUTINAÇÃO) OBS:EXAMES SOROLÓGICOS SÍFILIS X INTERPRETAÇÃO OBS:EXAMES SORÓLOGICOS X FORMA CONGÊNITA -Infecção congênita confirmada ↳FTA-ABS-IgM + no bebê ↳VDRL do recém-nascido 4x ou mais elevado do que o título materno →MICROSCOPIA DIRETA POR CAMPO ESCURO Exame de escolha na sífilis 1° -Pesquisa direta com coloração pela prata →BIÓPSIA -Infiltrado inflamatório rico em plasmócitos • TRATAMENTO →PARA SÍFILIS RECENTE <1 ano de doença Secundária ou latente precoce -Dose única de penicilina benzatina (2,4 mi UI) ↳1 ampola em cada nádega = 2 ampolas →PARA SÍFILIS TARDIA >1 ano de doença Terciária ou latente tardia -3 doses de penicilina benzatina (7,2 mi UI) ↳3 semanas de tratamento *1 ampola em cada nádega 1x por semana durante 3 semanas = 6 ampolas OBS:GESTANTE ALÉRGICA A BENZETACIL -Dessensibilização para benzetacil ↳A penicilina é a única droga considerada eficaz no tratamento de mulheres grávidas #acompanhar a queda do VDRL com exames trimestrais no primeiro ano -> espera diminuição do título OBS:REAÇÃO DE JARISH- HERXHEIMER -Reação exacerbada aos fragmentos da bactéria e a morte da bactéria -Não se trata de alergia! ↳Tratar com sintomáticos -Pode se iniciar entre 2-4h apósiniciar o tratamento ↳Podendo durar 24-48h Camila Shelly de V. Ramos OBS:ESQUEMA TERAPÊUTICO PARA SÍFILIS E CONTROLE DE CURA • SEGUIMENTO PÓS TRATAMENTO -VDLR quantitativo: trimestral ↳Geralmente no primeiro ano pós tratamento OBS:NÃO ESQUECER! -Investigar de outras ISTs -Tratar parceiros -Notificação compulsória OBS:TEMPO DE DOENÇA X CURSO CLÍNICO X SÍFILIS
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