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Fluidoterapia em Grandes Animais

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Julia Silva
Aula Clínica de Grandes Animais 1 
Fluidoterapia em Grandes Animais
A água corpórea é distribuída em compartimentos, o líquido intracelular (LIC ou ICF) que é em torno de 40% do peso corporal e o líquido extracelular (LEC ou ECF) em torno de 20% do peso corporal. 
Função
· Facilitam o transporte de nutrientes, hormônios, proteínas e outras moléculas.
· Ajudam na remoção de produtos de degradação metabólica
· Regulação da temperatura corporal
· Lubrificação das articulações
· Componente em todas as cavidades corporais
Equilíbrio hídrico é quantidade de água mantém-se constante diariamente (homeostasia), são mantidos por meio da ingestão de água, ingestão de alimentos e metabolismo e perdido por meio da respiração + evaporação, pela urina, pelas fezes e pela produção de leite. 
Perdas de água continuas déficit na água corporal ingestão de água
O rim é o órgão responsável pela manutenção diária do balanço líquido, osmolaridade e composição eletrolítica, por meio do aumento da osmolaridade – osmorreceptores – liberação ADH – retenção de água no rim.
Equilíbrio Ácido-Básico
O pH ideal é em torno de 7,4 para uma boa função celular, sendo entre 7,0 a 7,8 considerado o limite vital. O ph altera o estado de ionização de grupos químicos, atividade enzimática e a integridade das membranas celulares. 
Desequilíbrio Hídrico-eletrolítico e ácido-básico
Desidratação: Síndrome resultante de ingestão insuficiente ou perda excessiva e não compensada de água corporal - Diminuição dos níveis de líquido tecidual, redução do conteúdo líquido do sangue levando a uma acidose/alcalose metabólica. 
Sinais 
· Diminuição do turgor da pele
· Pele seca e enrugada
· Preguemento de pele
· Retração globo ocular
· Muflo seco
· Mucosas ressecadas
· TPC
· Oligúria
· Aumento [urina]
OBS: Aumento no hematócrito e na PTN plasmática total sendo que acima de 12% leva a morte do animal. 
Acidose x Alcalose
Acidoses podem ser metabólica e respiratória, verificando na hemogasometria o que esta alterado, H+ ou bircabonato. 
Acidose Metabólica: processo caracterizado por um ganho primário de H+ ou perda de base do LEC. Compensação efeito homeostasia levando o pH para valores normais mas consumindo tampões
Causada por excessiva perda de base como em diarreias e insuficiência renal, por acúmulos de ácidos endógenos ou exógenos como nos casos de choque, endotoxemia e exercício intenso (transitória). 
Os sinais clínicos são depressão mental, fraqueza muscular, depressão, decúbito, coma, aumento da FR e profundidade da respiração. Pode ser compensada quando C02 esta na normalidade e não compensada esta diminuído.
A alcalose Metabolica pode ser causada por um aumento na absorção de bases, excesso de perda de ácido (duodeno - jejunite proximal. refluxo gástrico, dilatação ou torção abomasal) e por déficit de O2. 
Os sinais clínicos não são característicos, mas pode ocorrer respiração lenta e superficial, além de tremores musculares e tetania. 
OBS: Acidose x Alcalose
Quando se fala em METABÓLICA, esta se falando dos valores de BICARBONATO! 
· ACIDOSE METABÓLICA → bicarbonato vai estar DIMINUÍDO 
· ALCALOSE METABÓLICA → bicarbonato vai estar AUMENTADO
Quando eu falo em RESPIRATÓRIA, eu esta se referindo ao GÁS CARBÔNICO (CO2) 
· ACIDOSE RESPIRATÓRIA → vai ter muito CO2, então a PCO2 AUMENTA 
· ALCALOSE RESPIRATÓRIA → vai ter pouco CO2, então a PCO2 DIMINUI
Tipo de fluido: soluções cristaloides (ringer lactato, fisiológica – cristais de sais em sua composição), isotônicas com mesma concentração osmótica ao plasma sendo distribuída igual em todos os compartimentos.
Soluções hipotônicas tem menor concentração osmótica que o plasma, causando uma hiper-hidratação no animal; já as hipertônicas possuem maior concentração de solutos que o plasma e tecidos, assim puxando agua dos tecidos causando expansão plasmática rápida, porem, com efeito, muito curto (usada em choques hipovolêmicos). 
Soluções coloides: contem solutos de maior peso molecular, são hipertônicas. Ex. plasma (mais utilizado), dextrano e hetamido (podem interferir na coagulação sanguínea).
O tipo de fluido a ser utilizado vai depender da condição eletrolítica do sangue e das perdas potenciais prováveis.
O bicarbonato de sódio pode ser utilizado em casos específicos, como quando os déficits de base forem acima de 10mEq/L, em ph menores que 7,2 – repor metade do déficit imediatamente e a outra metade nas próximas 12 a 24 horas, por que? Pois se transformo uma acidose em uma alcalose é muito mais difícil de reverter esse quadro de alcalose.
Calculo do bircabonato:
A fluidoterapia em grandes animais tem como objetivo restaurar e manter a hidratação, utilizado em casos de desidratação, incapacidade de ingestão, doenças gastrointestinais, doenças que resultam em perdas de fluidos/eletrólitos.
OBS: Sempre calculado a quantidade de fluido para ser administrada em 24 horas.
Manutenção: Adultos – 50ml/kg/dia, Neonatos – 60 a 80ml/kg/dia
Perdas patológicas: Peso x desidratação = fluido
 100
Estimativa de perdas continuadas
· Diarreia = 50 ml / kg
· Refluxo = 40 ml / kg
· Diarreia + refluxo = 60 ml / kg
Velocidade de administração 
Reposição: 4horas em media
Manutenção e perdas (somados)
Ex: Bovino 5 anos de idade, Gir, diarreia, 500 kg, t=38,9 °C, FC=85 bpm, FR=32 mpm, tpc = 3 s, prega cutânea = 3s mucosas secas, deprimido, Ht = 45 %, PT 7,5 g/dL.
Manutenção
50 mL x 500 kg = 25 L
Desidratação
0,10 x 500 kg = 50 L ou 0,08 x 500 kg = 40 L
Perdas continuadas
50 mL x 500 Kg = 25 L
Total em 24 horas
25 + 50 (40) + 25 = 100 ou 90 L
Vias de administração: são 3 principais que dependem do volume, do tipo de fluidos, da doença a ser tratada e do valor a ser gasto. 
· Intravenosa (tomar medidas para prevenir infecção por cateter: colocação asséptica, monitoramento, deve ficar no máximo 72 horas);
· Subcutânea (evitar soluções com glicose que podem causar necrose local)
· Oral (cuidado com soluções de bicarbonato que podem interferir na formação do coagulo e nunca administrar junto ao leite em neonatos)
Taxa de Administração: 
· Intravenosa: na 1 hora 20-40l/kg restabelecendo fluxo renal, 10-20l/kg nas demais horas. 
· Subcutânea: Evitar soluções glicosadas
· Oral: bovinos adultos – 20L de 2 a 4horas, em equinos 6 – 8L de 30 a 60min 
OBS: NÃO ESQUECER!
· A fluidoterapia é um tratamento de suporte
· A doença primária que provoca distúrbios de fluidos, eletrólitos e do equilíbrio ácido base deve ser diagnosticada e tratada adequadamente.
· O objetivo da terapia hídrica e eletrolítica é corrigir desidratação ou hidratação excessiva e/ou desequilíbrio eletrolítico.

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