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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE ANGRA DOS REIS
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA E POLÍTICAS PÚBLICAS
CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
Caio Damasceno Parnahyba
RELATÓRIO DA DISCIPLINA: Pesquisa e Prática de ensino de
Geografia II
Relatório de estágio apresentado junto ao
curso de licenciatura de Geografia na
disciplina Pesquisa e Prática de ensino de
Geografia - II ministrada pela docente
Iomara como requisito parcial para
aprovação na disciplina
Angra dos Reis – RJ
2021
Lista de ilustrações
Imagem 1: Localização do IEAR……………………….….. 3
Imagem 2: Plano de aula página 1…………………….…..10
Imagem 3: Plano de aula página 2…………………….…..10
Imagem 4: Plano de aula página 3…………………….…..11
Imagem 5: Plano de aula página 4…………………….…..11
Imagem 6: Material didático página 1……………………..12
Imagem 7: Material didático página 2……………………..12
Imagem 8: Material didático página 3………...……….…..12
Imagem 9: Material didático página 4…………...…….…..12
Imagem 10: Material didático página 5…………..………..13
Imagem 11: Material didático página 6…………….….…..13
Imagem 12: Material didático página 7……………...…….13
Imagem 13: Análise da prova bimestral página 1.……….14
Imagem 14: Análise da prova bimestral página 2.……….14
Imagem 15: Análise da prova bimestral página 3.……….14
2
Introdução 4
Percurso do Estágio 5 Unidade 1 5 Unidade 2 6 Unidade 3 7 Unidade 4 8
A experiência de regência e a Covid-19 9 Plano de aula 9 Construção do material
didático 11 Análise de prova 13
Entrevista 15 Conclusão 17 Referências 18
3
Introdução
Formado por aulas síncronas e assíncronas, a disciplina de Pesquisa e Prática de
Ensino de Geografia II (PPEG II), oferecida pela Universidade Federal Fluminense,
no Instituto de Educação de Angra dos Reis (UFF/IEAR) (imagem no fim do
capítulo) foi ministrada pela professora Iomara Barros, com foco na etapa da
educação básica correspondente ao Ensino Médio.
Os encontros síncronos, sempre às quintas-feiras, baseavam-se na apresentação
das ideias dos textos por parte da Professora e com constantes debates entre nós,
discentes.
Nos dois primeiros encontros tidos nos dias 24 de junho e 01 de julho,
respectivamente síncrono e assíncrono, sendo esta última a inauguração da
Unidade 1 do curso, consistiram na apresentação dos alunos, da professora e da
disciplina e na entrega do modelo do relatório de estágio e, no encontro seguinte, a
leitura e reflexão sobre o tema A pesquisa na formação e para a atuação do
professor de geografia, com o textos guia: O desafio de educar pela pesquisa na
educação básica, de Pedro Demo e Ensinar pela pesquisa: A educação geográfica
e o papel do professor-pesquisador, de André Klug, Adriana Molin e Cristiane Dias e
nos convidou a refletir sobre a importância da não acomodação em seu estado de
Professor e sim sempre buscar novas formas e novos conhecimentos de modo que
seja transmitido aos alunos
A Unidade 2, sob o tema Pensar sobre a ação docente na disciplina de Geografia no
Ensino Médio, o texto base foram As Ciências Humanas e a disciplina Geografia no
contexto das políticas públicas educacionais atuais no Ensino Fundamental e Médio
no Brasil, de Ana Cláudia Sacramento e A Geografia no ensino médio Guilherme
Reichwald Jr, Neiva Schaffer e André Kaercher e nos fez refletir sobre as condições
do ensino médio no Brasil nos dias de hoje, com tanta influência de órgãos
internacionais e focando na pedagogia de competências e habilidades. Aqui, foi
proposto a construção ou apropriação de um material didático para o ensino médio.
Já na unidade 3 os encontros síncronos consistiram em uma reunião para auxílio na
elaboração de um plano de aula e em uma palestra com o tema Materiais didáticos
sobre a Covid-19 para o Ensino de Geografia, pela professora Ana Cláudia
Sacramento, enquanto na unidade 4 o que foi visto foram as formas de avaliação e
como avaliação dos alunos foi proposta a análise de provas bimestrais de diferentes
instituições.
4
Percurso do Estágio
Antes de mais nada é extremamente necessário falar, nem que seja num
curto espaço sobre o período vivido hoje. O contexto do ensino remoto atrofiou
grande parte das relações sociais e humanas às quais éramos expostos
diariamente. Logicamente essa atrofia se reproduziria na escola. O déficit na relação
ensino-aprendizagem é gritante, as condições de trabalho do professor são cada vez
mais precarizadas e o interesse do aluno diminui, conforme entrevistas feitas para as
disciplinas de PPEG I, feita no período passado e PPEG III, feita em concomitância,
além do relato de amigos professores e dois tios que trabalham na sala de aula.
É necessário também avaliar o uso das novas tecnologias que fomos
forçados a adotar com a pandemia e finalmente romper com o tradicionalismo
antiquado de que a tecnologia é inimiga da produtividade em sala de aula. Isso já
não existe mais e é incabível. A sala de aula precisa se conteporaneizar e,
principalmente, ser atrativa para alunos e professores.
Tendo em vista a impossibilidade de se estar em uma sala de aula, nos
restou, por meio de levantamento bibliográfico e entrevistas com professores ativos,
estudar e refletir sobre as condições atuais de trabalho, de ensino e aprendizagem
nas escolas.
Em tempo: nas entrevistas realizadas com dois professores, um deles estava
mais aberto às perguntas e discorreu melhor sobre as questões, enquanto o outro
pouco deu abertura e inclusive somente respondeu as perguntas um ou dois dias
depois.
Unidade 1
Nessa unidade muito foi discutido sobre a importância do professor como um
pesquisador e sobre os alunos serem sujeitos ativos na pesquisa, na prática e na
construção do conhecimento e não só na sua mera assimilação e reprodução, assim
como falou Lopes (2015, p. 24). Conforme disseram Klug, Molin e Dias (2015, p. 69),
que atestaram que esse afastamento do aluno da pesquisa e da curiosidade só torna
o que se é passado menos atrativo e menos prazeroso quando feita a descoberta.
Essa conclusão também foi praticamente unânime entre os discentes
5
que cursavam a disciplina e também pelo professor Waltinho, lotado nas Escolas
Municipais Darcy Ribeiro, Nicomendes Teotônio e Paulo Freire, no município de
Búzios, que utiliza da construção de maquetes, músicas e usa uma metodologia
variável, tentando sempre se afastar da tradicional em suas aulas, variando sempre
entre as escolas onde trabalha, ao ser perguntado da seguinte forma: “Levando em
consideração que o processo de construção de conceitos acontece de maneira mais
eficaz quando o professor consegue vincular os conceitos/conhecimentos
geográficos com a realidade vivida dos alunos, qual metodologia você tem utilizado
para aproximar os alunos e incentivá-los a participar ativamente nas aulas?”. Ao
passo que o professor Ulysses, este lotado no Colégio Estadual Leopoldo Fróes, em
Niterói, respondeu que não utiliza uma metodologia que torna o aluno o sujeito ativo
da produção do conhecimento, mas que é sempre o mais descontraído possível na
aula para chamar atenção dos alunos. Ele disse também que não busca um novo
método devido à desmotivação para seguir na profissão, entrando em contraponto
com o que disse Demo quando falou do ecletismo, ao ver que ele se obriga a adotar
materiais prontos e/ou não mudar a postura em sala (2015, p.49).
Cabe ressaltar que a pandemia nos escancarou a individualidade de cada
aluno, de certa forma, ao sermos postos diante de condições diferentes de acesso à
internet (dos professores igualmente), o que complica a adoção de uma uma
metodologia ativa mesmo com a redução das interações sociais e por conseguinte à
deficiência no ensino aprendizagem.
Unidade 2
Nesta unidade debatemos sobre os rumos que a educação brasileira, em
geral, mas principalmente da geografia está tomando. Sob um contexto de
neoliberalismo como política institucional, a educação brasileira toma rumos para
agradar a instituições e a empresas focando em habilidades e competências e,
posteriormente, na reforma do ensino médio, precarizando as ciênciashumanas em
geral, ao admitir que professores sem formações específicas possam ministrar
aulas, pouco ou nada se importando com a adoção de uma educação que garanta
uma soberania nacional e torne o aluno capaz de formar um pensamento crítico e
banalizando especificidades sociais, políticas ou mesmo territoriais. como atestou
6
Sacramento (2012, p. 86). Aqui também foi consensual entre discentes que
cursaram a disciplina do prejuízo social que tais compactações das especificades e
dicotomias brasileiras em um único documento e colocando um País continental
como o Brasil em uma espécie de redoma intelectual. Não por um acaso, na UFABC
(Universidade Federal do ABC) a graduação já é dividida entre grandes grupos,
entre eles o BC&H, ou Bacharelado em Ciências e Humanidades, que, uma vez
completo, pode-se escolher entre licenciaturas ou bacharelados em Ciências
Naturais, Formais, Sociais e Filosofia.
Tal padronização entre especificidades podem ser interpretadas nas
entrevistas de Ulysses e Waltinho, mas principalmente nesta última, que disseram
ao serem questionados sobre pontos e negativos e positivos da docência,
respectivamente, “A maior satisfação que eu tenho em dar aula é a possibilidade de
trocar conhecimentos e interagir com os alunos.” e “A maior satisfação que tenho,
sendo profissional da educação, é de falar para muitos daqueles com quem me
identifico [...]. Satisfação de poder retribuir para fazer com que outros dos meu
possam galgar espaços de poder e espaço que, na história, não nos pertenciam.”.
Nesta unidade foi proposta como atividade a construção ou apropriação de
um material didático referente ao ensino médio, em qualquer série, a fim de avaliar a
regência dos estagiários e a qualidade de seus materiais didáticos.
Unidade 3
Nesta unidade trabalhamos diretamente com a professora e nos foi dada a
liberdade criativa a fim de elaborar um plano de aula focado nas séries do ensino
médio. Aqui construí, junto com os colegas Victor e Bruna um plano de aula para
uma aula direcionada à primeira série do Ensino Médio, por meio de uma música
(P.C.J. - Clara Nunes e Clementina de Jesus) e propusemos um estudo referente
aos problemas ambientais, sociais e políticos contidos nos versos da música após
encontro de orientação para elaboração de forma síncrona pela plataforma Google
Meet. Foi um dos momentos de maiores autonomias do curso, momento o qual nos
pôs diante de uma situação de regência de sala de aula.
O uso dos documentos que norteiam a educação brasileira foi necessário
nesse momento para a adequação do conteúdo trabalhado com a legislação vigente
no momento. Além disso, o fomento a essa leitura nos permitiu sermos mais críticos
7
(ou menos) em relação à questão dos conteúdos mínimos e sobre como aplicá-los
na sala de aula. Sobre isso, debatemos por um bom tempo sobre o quão positivo e o
quão negativo é colocar sob um documento esse conteúdo mínimo para toda a
educação brasileira e com discussões foram chegadas algumas conclusões:
analisando em um contexto de perfeição social e econômica, ter um conteúdo único
em todos os cantos do Brasil seria ótimo, mas o Brasil passa longe de ter seus
problemas sanados ou minimamente sendo pensados. Tomar uma padronização
educacional no Brasil, hoje, é passar por cima de toda e qualquer especificidade de
uma sala de aula, de uma região e das classes.
Unidade 4
Na unidade referida trabalhamos avaliações, suas formas e como tornar uma
avaliação como de fato um construtor de conhecimento, concordando com Hoffmann
(1991, p. 15) que a avaliação é inerente ao processo educativo. Contudo, discutimos
também sobre as formas de avaliação, entre formativas e somativas, sendo a
primeira utilizada como uma avaliação fria, sem compromisso com uma construção e
sim com “o que se sabe” e dar uma nota, muitas vezes utilizada tradicionalizada e
punitivamente, fazendo perceber que uma prova escrita é totalmente limitada e que
só fomenta a noção do decoreba, indo de encontro com Zabala (1998, p. 209) que
por muito tempo a geografia lutou para se desvencilhar enquanto que a somativa ela
busca uma avaliação em que se avalie toda a construção do conhecimento, erros
aparecem e são naturais, mas que podem e vão desaparecer conforme o
conhecimento surja. O aluno torna-se o protagonista do ato de aprender e o
professor apenas lhe apresenta os caminhos para desenvolver o conhecimento ao
longo do ano letivo.
Nesta unidade, como atividade nos foi proposta uma análise de prova
bimestral com 3 opções de provas a serem avaliadas.
8
A experiência de regência e a Covid-19
Assim como na etapa anterior da disciplina de Pesquisa e Prática de Ensino
de Geografia I, as atividades de regência ficaram prejudicadas em virtude da
impossibilidade de se adentrar um ambiente de sala de aula de alguma escola,
tendo que ser feito integralmente por ensino remoto e somente com aulas
expositivas. Apesar de contarmos com professores perfeitamente capazes de nos
trazer uma experiência de sala de aula por relatos de experiência, penso que nada
substitui o ambiente escolar pensando em como lidar com o ambiente e suas
especificidades. Apesar disso, atividades nos foram propostas pensando já nesse
contexto da nossa participação ativa em sala, tais como a construção de um plano
de aula, a elaboração de um material didático e uma análise de prova.
Plano de aula
O plano de aula em questão foi elaborado em trio, juntamente com os colegas
e amigos Bruna Pacanowski e Victor Simão. Nele propusemos aos alunos, a partir
da música P.C.J., de Candeia e interpretada por Clara Nunes e Clementina de
Jesus. Nesta música somos postos diante de alguns problemas sociais, políticos,
ambientais e econômicos e a dicotomia entre progressos. Explico: um progresso de
âmbito nacional e internacional com disputas que pouco importavam ao povo que
ainda passava fome. Mas não somente, é falado também sobre a questão ambiental
no problema da energia nuclear e sobre a degradação do habitat natural da fauna.
No processo de construção desse plano de aula tivemos reuniões de
orientação com a docente, onde tiramos dúvidas, acrescentamos e retiramos itens a
serem trabalhados na aula, de forma que coubessem e fossem eficientes em um
espaço de 50 minutos de tempo de aula, além, claro de termos muitas conversas
sobre o tema em Whatsapp ou pessoalmente, visto a possibilidade de acontecer
com uma segurança sanitária.
9
Acima, imagens 2 e 3 com as partes
um e dois do plano de aula.
10
Acima as imagens 4 e 5 correspondentes a segunda parte do plano de aula
Construção do material didático
Posteriormente a este trabalho nos foi proposta a construção ou apropriação
de um material didático referente a este plano de aula. Após reuniões e discussões
chegamos a um acordo de como seria este material didático e, pensando no uso do
celular e numa avaliação interdisciplinar e em grupo, focamos em aliar a tecnologia
com a sala de aula e colocar um material didático de fácil leitura tanto em meios
eletrônicos, por um arquivo simples em pdf, como em meios físicos. Os resultados
estão nas páginas abaixo
11
12
Imagens de 6 a 12 contendo o material didático em questão.
Análise de prova
Posteriormente, correspondente a análise da última unidade do curso,
foi proposta a análise de uma prova bimestral e entre três opções, dessa vez
eu e o Victor fizemos da forma que aparecerá na página abaixo:
13
Imagens de 13 a 15 contendo a análise da prova bimestral proposta. 14
Entrevista
No período passado pude realizar, juntamente, também com Victor e Bruna e
uma outra colega, a Thirza, uma entrevista semi estruturada com dois professores,
sendo um professor da rede municipal de ensino em Búzios e outro da Rede
Estadual. Lembro bem que enquanto a gente tentava fazer a entrevista tivemos
alguns imprevistos, entre falta de energia, falta de conexão com a internet, e atraso
de um dos professores para conosco.
Nessa entrevista tentamos entender um pouco maissobre o contexto do
ensino de geografia e a pandemia e como essa relação ficou afetada com o
afastamento forçado dos envolvidos no dia a dia da escola para com a mesma, além
das condições da profissão professor. Abaixo, segue a transcrição das perguntas e
as respostas de ambos os professores:
1. Qual ferramenta você utiliza para dar exemplos de conceitos/fenômenos
geográficos, tendo em vista a distância física imposta pela pandemia? Utiliza
algum aplicativo específico, como por exemplo Google Earth?
2. Em que medida o ensino remoto reduziu o processo de ensino-aprendizagem
a uma abordagem tecnicista? Tendo em vista a “facilitação” nos testes e
provas e valorização de conhecimentos “decoreba”?
3. Levando em consideração que o processo de construção de conceitos
acontece de maneira mais eficaz quando o professor consegue vincular os
conceitos/conhecimentos geográficos com a realidade vivida dos alunos, qual
metodologia você tem utilizado para aproximar os alunos e incentivá-los a
participar ativamente nas aulas?
4. Quais atividades práticas podem ser realizadas nas aulas síncronas para
exercitar o raciocínio geográfico?
5. Pretende continuar usando as geotecnologias na sala de aula? 6. Você
considera que as ferramentas utilizadas são eficazes para a aprendizagem de
conhecimentos geográficos por parte dos alunos?
Em seguida, as respostas:
1. Ambos apontam dificuldade para utilizar geotecnologias e outros materiais de
apoio por falta de internet, entre outros. Contudo, Ulysses diz que consegue
15
utilizar, geralmente, o Google Maps para trabalhar projeções por exemplo (já
que é uma plataforma mais leve) e sempre que possível, pede que os alunos
acessem o Google Earth de casa para melhor visualização dos fenômenos.
2. Ambos concordam que o modelo de ensino à distância permitiu maior
enfraquecimento do processo de ensino-aprendizagem, principalmente pelo
distanciamento professor-aluno. Ainda existe o questionamento sobre as
condições dos discentes em acompanhar o modelo e tirar o máximo proveito,
muita das vezes por questões financeiras de fato. Esse afastamento acaba
por implicar dentro do bem-estar do professor em relação ao trabalho, como
bem citou Ulysses. E nessa perspectiva, há, também, o professor exercendo
mais um papel de monitor nesse processo.
a. Waltinho na entrevista afirma: “É preciso enxergar a escola como
reflexo da sociedade composta por imensa desigualdade social. A
escola tem como maioria um corpo discente que não tem condições
materiais de usufruir de maneira correta o ensino remoto.”
b. Ulysses aponta questões sobre o professor em si: “É desestimulante.
As atividades estão muito concentradas em postar conteúdo, passar as
atividades e não tem muita interação. Ambos os lados têm que se
esforçar mas a participação é muito baixa.”
3. De modo geral, Waltinho busca sempre trabalhar seus conteúdos de maneira
interdisciplinar e trabalha com a metodologia de seminários para que os
alunos também falem/participem. Em contrapartida, Ulysses aponta que,
ultimamente, não tem conseguido desenvolver atividades interdisciplinares,
entretanto, busca sempre lidar com às aulas de forma descontraída para que
seja um ambiente mais leve e propício, apesar do fator distância
4. Ao que parece, Waltinho trabalha de forma mais direta, a partir do conteúdo
em si. Ulysses propõe a utilização de geotecnologias como Google Maps e
Earth para que os alunos possam visualizar e experienciar o que tem sido
dito na prática.
5. Waltinho parece bem satisfeito utilizando maquetes e outras maneiras de
lecionar. Ulysses está trabalhando com plataformas diversas e
geotecnologias e pretende levar essa bagagem para o ensino presencial.
6. De todo modo, os professores estão desenvolvendo o melhor trabalho
possível dentro da presente circunstância, entretanto, entendem que o
16
processo de ensino-aprendizagem está sendo defasado pela educação
remota.
Conclusão
É inegável que o afastamento da vida escolar vem sendo prejudicial à
formação de todos, tanto como discentes quanto docentes escolares e acadêmicos
que vêem seus alunos absorvendo somente teoria, comprometendo a práxis como
um todo. Pensando em alunos da escola, fica mais comprometido ainda as questões
como a análise de espaço e toda a construção de um saber geográfico sem trocar
informações e interações sociais e com o meio ao qual estão pertencidos. É
unânime que a pandemia prejudicou todos os setores populares, também.
Contudo, apesar da falta da prática nessa etapa da formação, a oferta teórica
a qual fomos expostos pode contribuir bastante para a nossa futura profissão. A
autonomia concedida para que pudéssemos finalmente produzir visando a vida
escolar e, quem sabe acadêmica, com a construção do plano de aula, a elaboração
de um material didático que, para muitos foi a primeira oportunidade em um grupo
reduzido (já pude produzir mas em conjunto com um núcleo PIBID) e uma análise de
prova nos colocou no caminho para trabalhar pela autonomia do aluno, para nos dar
a opção entre seguir tradicionalizado ou experimentar ousar e dar aos alunos o
verdadeiro protagonismo dentro da sala de aula, construindo, sendo pesquisadores
e ainda tendo a oportunidade de pensar a geografia não somente a geografia, mas
como um conjunto interdisciplinar dentro e fora da sala de aula.
Neste momento conturbado de instabilidade política, crise econômica e crise
sanitária, tornar os alunos independentes na maioria dos âmbitos é de suma
importância para que consigam, desde uma idade baixa, pensar e analisar os
problemas aos quais estão sendo expostos nas mais diversas escalas, desde dentro
de casa até o País.
17
Referências
DEMO, P. O desafio de educar pela pesquisa na educação básica. III Pesquisa no
professor. In: Pesquisa: princípio científico e educativo. 11 ed. São Paulo:
Cortez, 2005, p. 47-63.
HOFFMANN, J. Avaliação. Mediação. Porto Alegre. 1991. Disponível em
<https://drive.google.com/drive/folders/1QGZ4m1W4uQgmIiG-n7WXMxVM9irCmV3
o> Acesso em 10 set. 2021
KLUG, A. Q; MOLIN, A. D; DIAS, L. C. Ensinar pela pesquisa: A educação
geográfica e o papel do professor-pesquisador. Revista de Ensino de Geografia,
Uberlândia, v. 6, n. 11, p. 65-78, jul./dez. 2015. Disponível em
<https://drive.google.com/drive/folders/1QGZ4m1W4uQgmIiG-n7WXMxVM9irCmV3
o> Acesso em 09 set. 2021
LOPES, C. S. O trabalho pedagógico do professor de Geografia e seus saberes. in
PORTUGAL, J. F; OLIVEIRA, S.S; RIBEIRO, S. L (Org.). Formação e docência em
geografia: narrativas, saberes e práticas. EDUFBA. Salvador. 2015. Disponível em:
<https://drive.google.com/drive/folders/1QGZ4m1W4uQgmIiG-n7WXMxVM9irCmV3
o> Acesso em 09 set. 2021.
SACRAMENTO, A. C. R. As Ciências Humanas e a disciplina Geografia no contexto
das políticas públicas educacionais atuais no Ensino Fundamental e Médio no Brasil.
In: GONÇALVES, M. C. S; JESUS, B. G de. (Org.). Educação Contemporânea.
1ed.Belo Horizonte: Poisson, 2021, v. 22, p. 84-93. Disponível em:
<https://www.poisson.com.br/livros/Educa_Contemporanea/volume22/> Acesso em
09 set. 2021
- ZABALA, Antoni. Avaliação. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre:
Artemed, 1998, p. 195-221. Disponível em:
<https://drive.google.com/drive/folders/1QGZ4m1W4uQgmIiG-n7WXMxVM9irCmV3
o> Acesso em 10 set. 2021
18

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