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microbio 3 staphylococcus e enterococcus Staphylococcus • Os cocos Gram-positivos compõem um grupo heterogêneo de bactérias • Forma esférica, reação à coloração de Gram e ausência de endósporos • Catalases presentes ⇾ converte H2O2 à H2O + O2 • Staphylococcus ⇾ cocos Gram-positivos que crescem em um padrão de cacho de uva • Imóveis e capazes de crescerem em uma variedade de condições • Presentes na pele e nas mucosas dos seres humanos • Patógenos importantes ⇾ doenças sistêmicas, de gravidade considerável ⇾ infecções da pele, tecidos moles, ossos e trato urinário e infecções oportunistas • Espécies mais associadas ⇾ S. aureus, S. epidermidis, S. haemolyticus, S. lugdumensis e S. saprophyticus • Colônias de S. aureus podem apresentar cor amarelo-ouro ⇾ expressão de pigmentos carotenoides • Produz a coagulase ⇾ converte fibrinogênio em fibrina, formando um coágulo • Camada mais externa da parede celular recoberta por uma cápsula polissacarídica • Sorótipos capsulares 5 e 8 ⇾ associados à maioria das infecções humanas • Cápsula tem ação protetora por inibir a fagocitose pelos leucócitos polimorfonucleares (PMN) • Produz um biofilme que possibilita a ligação da bactéria aos tecidos, dispositivos médicos ou corpos estranhos • Parede celular com peptidoglicano ⇾ característica comum aos Gram-positivos • Consiste em muitas camadas unidas por ligações cruzadas, o que torna a parede mais rígida • Proteínas de superfície são importantes para a adesão às proteínas dos tecidos do hospedeiro • Componentes da superfície microbiana que reconhecem moléculas adesivas da matriz ⇾ MSCRAMM • Proteínas fator clumping ⇾ ligam ao fibrinogênio o convertendo em fibrina insolúvel ⇾ leva os estafilococos a se agruparem • A patologia das infecções depende da habilidade da bactéria em evadir da fagocitose, expressar proteínas de adesão, e produzir dano tecidual através das toxinas específicas e enzimas hidrolíticas • Expressão dos fatores de virulência ⇾ sistema regulador de genes acessórios (AGR) ⇾ determina a expressão de proteínas de adesão TOXINAS ESTAFILOCÓCICAS • S. aureus produz muitas toxinas que danificam membranas ⇾ hemolisinas ⇾ mas 4 não são restritas às hemácias e a PVL é incapaz de causar lise em eritrócitos • Lise em neutrófilos ⇾ liberação de enzimas lisossômicas ⇾ danificam os tecidos circunjacentes • PVL ⇾ relacionada a infecções pulmonares e cutâneas graves • Citotoxinas o Toxina alfa ⇾ rompe a musculatura lisa dos vasos sanguíneos e é tóxica para eritrócitos, leucócitos, hepatócitos e plaquetas ⇾ formação de poros (desequilíbrio osmótico – lise celular) o Toxina beta ⇾ especificidade para esfingomielina, sendo tóxica para eritrócitos, fibroblastos, leucócitos e macrófagos ⇾ catalisa a hidrólise dos fosfolipídios de membrana o Toxina delta ⇾ espectro amplo de atividade citolítica, afentando eritrócitos, céls de mamíferos e membranas intracelulares ⇾ como surfactante, rompendo membranas como um “detergente” o Toxina gama e leucocidina Panton-Valentine (PVL) ⇾ lisa neutrófilos e macrófagos, é leucotóxica mas não exibe atividade hemolítica ⇾ bactérias MRSA (importante marcador dessas cepas) ⇾ formação de poros • Toxinas esfoliativas o São serina proteases ⇾ quebram a desmogleína-1 (estrutura dos desmossomos) o Não são associadas à citólise ou inflamação o Síndrome da pele escaldada estafilocócica • Toxina da síndrome de choque tóxico (TSST 1) o Causa da síndrome do choque tóxico o Protótipo de um superantígeno o Leva à estimulação de células T, que promove as inúmeras manifestações da síndrome do choque tóxico ENZIMAS ESTAFILOCÓCICAS • As cepas de S. aureus possuem duas formas de coagulase: ligada e livre • A ligada à parede celular pode converter diretamente fibrinogênio em fibrina insolúvel • A livre reage com um fator globulina do plasma • Formação de camada de fibrina ao redor do abcesso causado por estafilococos, localizando infecção e protegendo o microrganismo da fagocitose • Outras enzimas ⇾ hialuronidase, fibrinolisina, lipases e nuclease termoestável Staphylococcus aureus • Causa doença através da produção de toxinas ou da invasão direta e destruição do tecido • Corpos estranhos (pinos, cateteres, derivações, válvulas, articulações protéticas) ⇾ número menor de estafilococos é necessário para causar doença • Padrões: o MRSA = Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (oxacilina) o MSSA = Staphylococcus aureus sensível à meticilina (oxacilina) o GISA = Staphylococcus aureus com resistência intermediária aos glicopeptídeos o GRSA = Staphylococcus aureus resistente aos glicopeptídeos SÍNDROME DA PELE ESCALDADA • Aparecimento abrupto de um eritema localizado perioral que se espalha por todo o corpo em 2 dias • Surgem grandes vesículas ou bolhas cutâneas logo depois • Causadas pela toxina bacteriana • Atinge principalmente recém-nascidos e crianças pequenas ⇾ em adultos, quando imunocomprometidos ou com doenças renais • Impetigo bolhoso ⇾ forma localizada da SSSS ⇾ cepas específicas produtoras de toxina estão associadas à formação de bolhas ⇾ altamente contagiosa • As bolhas apresentam cultura positiva para o microrganismo • Prevalência em bebês e crianças pequenas INTOXICAÇÃO ALIMENTAR • Causada pela toxina bacteriana presente no alimento e não pela ação direta do microrganismo no paciente • Carnes processadas, bolos recheados com creme, saladas de batata e sorvetes • O alimento contaminado não apresenta aparência nem gosto de alimento deteriorado • Aquecimento do alimento ⇾ mata a bactéria, mas não inativa a toxina termoestável • Vômitos intensos, diarreia, dores abdominais, náuseas, suores e dores de cabeça • Diarreia aquosa e não sanguinolenta ⇾ desidratação (perda de fluidos) • Certas cepas podem causar enterocolite ⇾ diarreia aquosa, espasmos abdominais e febre SÍNDROME DO CHOQUE TÓXICO • Início com crescimento localizado de cepas produtoras de TSST-1 no canal vaginal ou em uma ferida • Se multiplicam rapidamente em tampões hiperabsorventes e liberam toxina • Febre, hipotensão e erupção eritematosa macular difusa ⇾ pele descama (palma das mãos e sola dos pés também) • Púrpura fulminante ⇾ forma virulenta de TSS ⇾ extensas lesões púrpuras na pele, febre, hipotensão e coagulação intravascular disseminada INFECÇÕES CUTÂNEAS • Impetigo ⇾ face e membros ⇾ pequena mácula ⇾ vesícula cheia de pus sobre uma base eritematosa • Foliculite ⇾ infecção dos folículos pilosos ⇾ base do folículo elevada e avermelhada ⇾ coleção de pus sob a superfície epidérmica ⇾ se na pálpebra, chamado de terçol • Furúnculos ⇾ nódulos elevado, grandes e dolorosos, com coleção de tecido morto e necrótico • Carbúnculos ⇾ quando os furúnculos coalescem e se estendem para o tecido subcutâneo mais profundo ⇾ presença de calafrios e febre • Infecções de feridas ⇾ edema, eritema, dor e acúmulo de material purulento ⇾ comum em pacientes pós cirurgia ou trauma BACTEREMIA • Disseminação para o sangue a partir de uma infecção de pele aparentemente inofensiva • Adquiridos no hospital, após procedimento cirúrgico ou de uso continuado de cateter intravascular contaminado • Focos metastáticos de infecção ENDOCARDITE • Taxa de mortalidade de cerca de 50% • Sintomas inespecíficos (tipo gripe) no início ⇾ deteriora rapidamente ⇾ distúrbios do débito cardíaco e embolização séptica • Febre, calafrios e dor pleurítica causada por embolia pulmonar são presentes OSTEOMIELITE E ARTRITE SÉPTICA • Osteomielite resulta da disseminação hametogênica para os ossos • Pode ser uma infecção secundária decorrente de trauma ou da extensão de uma infecção adjacente • Aparecimento repentino de uma dor localizada no osso acometido e febre alta • Artrite séptica comum em crianças pequenas e em adultos recebendo injeções intra-articulares ou com anormalidades mecânicas nas articulações • S. aureus é substituído por Neisseria gonorrhoeae nos casos mais comuns em indivíduos sexualmenteativos • Articulação eritematosa dolorida, com material purulento • Pneumonia não é comum, mas pode ocorrer em pacientes com influenza, imunocomprometidos, ou que tenham doenças broncopulmonares crônicas Staphylococcus coagulase-negativos • Eram considerados bactérias não patogênicas até a sua descoberta como agentes causadores de infecções nosocomiais • S. epidermidis é o agente mais associado com as infecções, especialmente com as bacteremias • São considerados microrganismos oportunistas • Condições de risco ⇾ permanência prolongada no hospital, prematuridade, exposição a procedimentos de alto risco e o uso de dispositivos médicos como cateteres e próteses artificiais • As infecções ocorrem devido a formação de biofilmes ⇾ evita os mecanismos de defesa do hospedeiro, como a fagocitose e a ação de peptídeos antibacterianos • Importante causador de ITU em mulheres jovens e sexualmente ativas • São a principal causa de endocardite de válvulas artificiais Enterococcus • Cocos Gram-positivos, arranjados em pares e cadeias curtas • Presença de antígeno de parede celular D (ácido teicoico glicerol) • Espécies mais importantes ⇾ E. faecalis e E. faecium • Crescem tanto em aerobiose como em anaerobiose ⇾ poucas condições clínicas capazes de inibir seu crescimento • Fermenta glicose, tendo ácido lático como principal produto • Virulência mediada por: 1. capacidade de adesão a tecidos e formar biofilmes 2. resistência a antibióticos • Apresentam resistência intrínseca a muitos antibióticos comumente usados ou adquirem genes de resistência • Clearence ⇾ rápido influxo de neutrófilos e opsonização das bactérias • E. faecalis é encontrado em altas concentrações no intestino grosso e trato genitourinário • E. faecium está em menor quantidade • Risco ⇾ uso de cateter urinário intravascular, hospitalização prolongada e uso de antibióticos de amplo espectro • E. gallinarum e E. casseliflavus ⇾ relativamente entivirulentas, resistentes à vancomicina, podem ser confundidas com as espécies mais importantes • ITU ⇾ disúria e piúria em pacientes hospitalizados com cateteres urinários e usando cefalosporinas de amplo espectro • Peritonite ⇾ distensão e dor abdominal após trauma/cirurgia ⇾ quadro agudo, febre e hemoculturas positivas ⇾ infecções polimicrobianas • Bacteremia ⇾ associada às infecções localizadas e à endocardite • Endocardite ⇾ infecção do endotélio ou das válvulas cardíacas ⇾ bacteremia resistente • Diagnóstico laboratorial ⇾ cocos Gram-positivos arranjados em pares e cadeias curtas, PYR-positivos e catalase-negativos são identificados como enterococos • Tratamento ⇾ combinação de um aminoglicosídeo e um antibiótico ativo contra a parede celular • Controle ⇾ restrição de uso de antibióticos e aplicação de práticas de controle de infecção • Eliminação de infecções é incomum