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Psicofármacos + drogas

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Amanda Karen - @mundo_fashiion 
 
Psicofármacos 
FARMACOCINÉTICA 
O que o organismo faz com a droga 
Envolve os mecanismos de absorção, distribuição, 
metabolização e excreção do fármaco no organismo. 
Absorção 
Os psicofármacos chegam ao SNC através da corrente 
sanguínea, tendo sua absorção influenciada por diversos 
fatores, tais como: 
a) Via de administração 
Oral; mais utilizada, mais segura, porém mais lenta, pode 
ser influenciada pela motilidade e pela acidez estomacal, 
sofre efeito de primeira passagem. 
Endovenosa; efeito rápido, 100% do fármaco é absorvido, 
maior risco de efeitos adversos. 
Sublingual; absorção mais rápida que a oral, evita o efeito 
de primeira passagem. 
Intramuscular; permite manter a liberação gradativa do 
fármaco. 
b) Circulação sanguínea no local da administração; 
c) Dose do fármaco; 
d) Apresentação do fármaco; 
e) Propriedades físicoquímicas do fármaco (ácidas 
ou básicas); 
f) Tipo de transporte; 
g) Grau de ligação a proteínas transportadoras. 
Distribuição 
Influenciada pelo fluxo sanguíneo encefálico e pela BHE. 
Quanto maior o fluxo sanguíneo encefálico ou maior a 
lipossolubilidade mais rápido será o efeito do fármaco. Os 
principais fatores que interferem na passagem das drogas 
pela BHE são: 
• A lipossolubilidade (quanto maior, mas fácil a 
passagem); 
• O grau de ionização (quanto maior, pior); e 
• A ligação às proteínas plasmáticas (quanto maior 
a ligação, menor a disponibilidade de fármaco 
disponível para a execução do seu efeito). 
 
 
 
 
Como a maioria dos psicofármacos são lipossolúveis, 
estes não encontram dificuldade em atravessar a BHE até 
o seu sítio de ação no encéfalo. 
Metabolização 
Tem como objetivo a conversão dos fármacos, através de 
reações mediadas por enzimas. 
As principais vias metabólicas são: a oxidação, a redução, 
a hidrólise e a conjugação. O principal local de 
metabolização é o fígado. 
O sistema de enzimas do citocromo P450 (CYP) é 
responsável pela inativação e produção de metabólitos 
da maioria dos psicofármacos. 
Seis destas enzimas são responsáveis por cerca de 90% 
de toda a atividade metabólica. São elas: 1A2, 3A4, 2C9, 
2C19, 2D6 e 2E1. 
Há dois processos principais envolvendo sistemas 
enzimáticos hepáticos: a indução e a inibição. A indução 
enzimática resulta na aceleração da metabolização do 
fármaco, reduzindo seus efeitos (ex.: álcool, barbitúricos, 
anticonvulsivantes e tabaco). A inibição enzimática causa 
redução da metabolização, aumentando os efeitos e a 
toxicidade do fármaco (exemplo de drogas inibidoras de 
enzimas hepáticas: cimetidina, dissulfiram, grapefruit e 
inibidores seletivos da receptação de serotonina- ISRS). 
Dessa forma, ocorrem reações de tolerância ou 
sensibilidade, por meio de reação cruzada, ou seja, o 
efeito de um fármaco repercutirá no metabolismo de os 
outros fármacos ou substâncias que se utilizam da 
mesma via metabólica. 
Excreção 
A bile, as fezes e a urina são as principais vias de excreção 
dos fármacos. Diversos fatores podem influenciar na 
excreção dos fármacos tais como: 
a) Alterações na taxa de filtração; 
b) Inibição da secreção tubular; 
c) Diminuição na reabsorção; 
d) Alterações no fluxo urinário, e 
e) Alterações no pH urinário. 
Exemplos destas interações são os efeitos da 
concentração de sódio ou de diuréticos sobre a retenção 
do lítio pelos rins. Além disso, os psicofármacos também 
 Amanda Karen - @mundo_fashiion 
 
podem ser excretados no suor, na saliva, lágrimas e leite 
materno. 
FARMACODINÂMICA 
Refere-se ao que a droga faz ao organismo 
As principais considerações farmacodinâmicas incluem os 
mecanismos de ação dos receptores, a curva dose-
resposta, o índice terapêutico e o desenvolvimento de 
tolerância, dependência e abstinência. 
O receptor pode ser definido como o componente celular 
ao qual o composto químico do medicamento se liga e a 
partir do qual se iniciam os efeitos sobre o organismo. Os 
psicofármacos podem atuar sobre vários sítios 
moleculares das células encefálicas, muitas vezes 
mimetizando as ações de neurotransmissores, 
bloqueando-as, produzindo efeitos opostos ou 
modulando-as. 
A curva dose-resposta descreve a resposta ao fármaco em 
função da dose administrada. A potência clínica do 
fármaco refere-se à dose necessária para se atingir 
determinado efeito ao se comparar dosagens distintas 
entre diferentes fármacos. O índice terapêutico ou janela 
terapêutica é a medida relativa da toxicidade ou 
segurança de um fármaco, e é definida como a razão da 
dose tóxica mediana pela a dose efetiva mediana. 
Os indivíduos podem ser hiporreativos, normorreativos, 
ou hiperreativos a um fármaco. alguns pacientes podem 
apresentar um efeito incomum e inesperado a 
determinado fármaco. 
Os indivíduos podem tornar-se menos responsivos a um 
fármaco com o passar do tempo, processo este 
denominado de tolerância, adaptação ou dessensi-
bilização. Surgimento de dependência física, que nada 
mais é do que a necessidade de se continuar admi-
nistrando o fármaco para evitar o aparecimento de 
sintomas de abstinência. 
Antidepressivos 
A maioria age aumentando a eficiência da neurotrans-
missão monoaminérgica (neurônios noradrenérgicos 
e/ou serotonérgicos e/ou dopaminérgicos), produzindo 
aumento na concentração de neurotransmissores na 
fenda sináptica, consequente à inibição do metabolismo 
ou ao bloqueio de recaptura neuronal pelos auto-
receptores pré-sinápticos. 
Os efeitos sobre a disponibilidade de monoaminas 
(catecolaminas – dopamina, norepinefrina, epinefrina...) 
são imediatos, porém a resposta clínica apresenta um 
retardo de 3 a 4 semanas. 
TIPOS 
Todos os tipos de antidepressivos levam pelo menos duas 
semanas para produzir efeitos benéficos, embora seus 
efeitos farmacológicos ocorram imediatamente, indican-
do que as alterações adaptativas secundárias são 
importantes. 
Inibidores de captura de monoaminas 
Atuam para inibir a captura de norepinefrina e/ou 5-TH 
pelas terminações nervosas monoaminérgicas. 
• Inibidores seletivos da captura da serotonina (5-
HT) (ISCSs) 
Ex., fluoxetina e fluvoxamina. 
Os ISCSs são mais frequentemente prescritos. 
Além de demonstrar seletividade em relação à captação 
de 5-HT, especialmente à norepinefrina, eles são menos 
propensos, do que os ADTs, em causar efeitos adversos 
anticolinérgicos, sendo menos perigosos na superdose-
gem. 
Também utilizados para tratar distúrbios da ansiedade e 
ejaculação precoce. 
Essa classe de fármacos é bem absorvida quando 
administrados por via oral, e a maioria possui meia-vida 
plasmática de 18-24 horas (a fluoxetina atua por mais 
tempo: 24-96 h). 
Efeitos adversos 
a) Náusea; 
b) Anorexia; 
c) Insônia; 
d) Perda de libido; e 
e) Frigidez. 
Alguns desses efeitos adversos são resultantes do 
aumento da estimulação dos receptores 5-HT pós-
sinápticos, como resultado de os fármacos aumentarem 
os níveis extracelulares de 5-HT. Isso pode ser tanto 
estimulação do tipo de receptor errado de 5- HT, quanto 
estimulação do mesmo receptor que fornece o benefício 
terapêutico, porém na região cerebral errada. 
 Amanda Karen - @mundo_fashiion 
 
Em combinação com IMAOs podem causar a “síndrome 
da serotonina”, caracterizada por tremores, hipertermia e 
colapso cardiovascular, que podem levar à morte. 
Existem relatos de aumento de agressão e, 
ocasionalmente, violência, em pacientes tratados com 
fluoxetina 
• Antidepressivos tricíclicos (ADTs) clássicos 
Ex., imipramina e amitriptilina. 
São quimicamente relacionados com os fenotiazínicos, e 
alguns têm ações não seletivas de bloqueio de 
receptores. 
A maioria tem ação longa, e eles costumam ser 
convertidos em metabólitos ativos. 
Usados também para tratar dor neuropática 
Efeitos adversos 
a) Sedação (bloqueio de H1);b) Hipotensão postural (bloqueio dos receptores α-
adrenérgicos); 
c) Boca seca, visão embaçada, constipação 
(bloqueio muscarínico); 
d) Ocasionalmente, mania e convulsões. 
e) Risco de arritmias ventriculares. 
Perigosos em superdosagem aguda: confusão e mania, 
arritmias cardíacas 
Passíveis de interagir com outros fármacos (p. ex., álcool, 
anestésicos, hipotensores e anti-inflamatórios não 
esteroidais; não devem ser administrados com inibidores 
da monoamino-oxidase). 
• Inibidores de captação de serotonina e 
norepinefrina (ICSNs) 
Ex., venlafaxina e desvenlafaxina. 
São relativamente não seletivos para a captação de 5-HT 
e NE. 
Efeitos adversos 
Principalmente devido ao aumento da ativação de 
receptores adrenérgicos, incluem 
a) Cefaleia; 
b) Insônia; 
c) Disfunção sexual; 
d) Boca seca; 
e) Tontura; 
f) Sudorese; e 
g) Perda de apetite. 
No caso de superdosagem, os sintomas mais comuns são 
depressão do SNC, toxicidade por serotonina, convulsão 
e anormalidades na condução cardíaca. Foi descrito que 
a duloxetina é hepatotóxica e, portanto, é contraindicada 
para pacientes com insuficiência hepática. 
• Inibidores da captura da norepinefrina 
Ex., bupropiona, reboxetina e atomoxetina. 
A bupropiona inibe tanto a captura de norepinefrina 
quanto a de dopamina (mas não de 5-HT); porém, ao 
contrário da cocaína e da anfetamina, não induz euforia 
e, até o momento, não demonstrou nenhum potencial de 
uso abusivo. É metabolizada em metabólitos ativos. 
Em doses mais elevadas pode induzir convulsões. 
A reboxetina e a atomoxetina são inibidores altamente 
seletivos da captura de norepinefrina, mas sua eficácia na 
depressão é menor que a dos ADTs. 
Antagonistas do receptor da monoaminas 
São não seletivos e inibem uma variedade de receptores, 
inclusive os receptores α2 -adrenérgicos e 5-HT2. 
Também apresentam efeito brando sobre a captura de 
monoaminas. 
Ex., a mirtazapina e trazodona. 
Inibidores da monoamino-oxidase (IMAOs) 
São muito menos usados que outros antidepressivos em 
razão de seus efeitos adversos e graves interações. 
Causam um aumento rápido e sustentado do conteúdo 
de 5-HT, norepinefrina e dopamina, sendo a 5-HT mais 
afetada e a dopamina menos. 
O principal efeito dos IMAOs é aumentar a concentração 
citoplasmática das monoaminas nas terminações nervo-
sas, sem afetar grandemente os depósitos vesiculares que 
são liberados por estimulação nervosa. 
Efeitos adversos 
a) Hipotensão postural (bloqueio simpático); 
b) Efeitos atropínicos (como com os ADTs); 
c) Ganho de peso; 
d) Estimulação do SNC, causando agitação, insônia, 
hepatotoxicidade e neurotoxicidade (rara) 
A superdosagem aguda causa estimulação do SNC, 
algumas vezes convulsões. 
 Amanda Karen - @mundo_fashiion 
 
E a “reação ao queijo”, ou seja, resposta hipertensiva 
intensa a alimentos contendo tiramina (p. ex., queijo, 
cerveja, vinho, carne de gamo, extratos de leveduras ou 
de soja). Tais reações podem ocorrer até duas semanas 
após o tratamento ser interrompido. 
• Inibidores irreversíveis não competitivos 
Não são seletivos com respeito aos subtipos MAO-A e B 
Ex., fenelzina, tranilcipromina 
• Inibidores reversíveis seletivos para MAO-A 
Ex., moclobemida 
Agonista do receptor da melatonina 
• Agomelatina 
É um agonista dos receptores MT1 e MT2 da melatonina 
e um antagonista fraco do 5-HT2C. 
Efeitos adversos 
Existem relatos a respeito de hepatotoxicidade. 
MECANISMO DE AÇÃO 
Alterações adaptativas crônicas 
Certos receptores de monoaminas, em particular os 
receptores β1 e α2-adrenérgicos, são consistentemente 
infrarregulados após o tratamento crônico com 
antidepressivos. 
Isso pode ser demonstrado em animais de 
experimentação pela redução no número de pontos de 
ligação, bem como pela redução da resposta funcional 
aos agonistas. Provavelmente, também ocorre 
infrarregulação no homem, visto que as respostas 
endócrinas à clonidina, agonista dos receptores α2 -
adrenérgicos, são reduzidas pelo tratamento em longo 
prazo com antidepressivos. 
A perda de receptores βadrenérgicos, como fator para 
amenizar a depressão, não se encaixa confortávelmente 
na teoria, porque os antagonistas dos receptores β-
adrenérgicos não são antidepressivos. 
Em relação à administração aguda, deveríamos esperar a 
inibição da captura da 5-HT (p. ex., pelo ISCS) para elevar 
o nível de 5-HT na sinapse, através da inibição da captura 
deste para o terminal neural. Entretanto, foi observado 
que o aumento nos níveis de 5-HT sinápticos é menor 
que o esperado. Isso ocorre em razão da ativação 
aumentada de 5- HT1A nos receptores da soma e os 
dendritos dos neurônios da rafe inibem esses neurônios 
e, assim, reduzem a liberação de 5-HT, anulando, em 
certa medida, seu efeito inibitório sobre a captação de 5-
HT para o interior dos terminais nervosos. 
Em um tratamento prolongado com esses fármacos, a 
elevação dos níveis de 5- HT na região somatodendrítica 
dessensibiliza os receptores 5-HT1A, reduzindo seu efeito 
inibitório sobre a liberação de 5-HT pelos terminais 
nervosos. A necessidade de dessensibilizar os receptores 
5-HT1A somatodendríticos poderia assim explicar, em 
parte, o início lento da ação antidepressiva dos inibidores 
da captação de 5-HT. 
 
[A] A liberação de 5-HT é controlada pela ação inibitória 
de 5-HT sobre os receptores somato-dendríticos 5-HT1A. 
A inibição aguda da captação de 5-HT resulta no 
aumento nos níveis extracelulares de 5-HT, porém isso 
aumenta a inibição somatodendrítica mediada pelos 
receptores 5-HT1A e, portanto, os níveis sinápticos de 5-
HT não aumentam tanto quanto o esperado. Os 
receptores 5-HT1A eventualmente dessensibilizam-se, 
resultando na redução da inibição e consequente 
aumento da liberação de 5-HT. 
 Amanda Karen - @mundo_fashiion 
 
[B] A liberação de 5-HT é controlada tanto pela ação 
excitatória da norepinefrina (NE) nos receptores somato-
dendríticos α1-drenérgicos quanto pela ação inibitória 
sobre os receptores α2-adrenérgicos nas terminações 
nervosas serotonérgicas. O bloqueio dos receptores α2-
adrenérgicos nos neurônios noradrenérgicos (não 
mostrado) aumenta a liberação de norepinefrina, resul-
tando em posterior excitação dos neurônios serotonér-
gicos, enquanto o bloqueio dos receptores α2-adrenér-
gicos nos neurônios serotonérgicos remove a inibição 
pré-sináptica, resultando, portanto, no aumento da 
liberação de 5-HT. 
Controle noradrenérgico da liberação de 5-HT 
O bloqueio dos autorreceptores pré-sinápticos α2 nas 
terminações nervosas noradrenérgicas, ao longo do 
sistema nervoso central (SNC), reduzirá o mecanismo de 
retroalimentação negativa da liberação de norepinefrina 
e, portanto, aumentará a liberação futura de 
norepinefrina. Além disso, os antagonistas dos receptores 
α2-adrenérgicos podem, indiretamente, aumentar a 
liberação de 5-HT. 
O efeito de um antagonista de receptor α2 -adrenérgico 
sobre a norepinefrina sináptica e sobre os níveis de 5-HT 
seria rápido no início e, portanto, essas mudanças, de 
alguma forma, devem induzir outras respostas 
adaptativas mais lentas que dariam origem ao demorado 
desenvolvimento do efeito dos antidepressivos. 
Expressão gênica e neurogênese 
O principal interesse encontra-se nas vias de sinalização 
intracelular, alterações na expressão gênica e sobre a 
neurogênese. Tem sido dada muita atenção sobre como 
os antidepressivos poderiam ativar o fator de transcrição 
CREB, uma proteína de ligação ao elemento de resposta 
relacionado com o AMPc. 
Muitos fármacos antidepressivos parecem promover a 
neurogênese no hipocampo, um mecanismo que poderia 
ser responsável pelo lento desenvolvimento do efeito 
terapêutico. 
INDICAÇÕES E USO CLÍNICO 
Principalmente para o tratamento de transtornos 
depressivos; também apresentam eficáciapara o 
tratamento de: 
• Transtorno de pânico; 
• Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG); 
• Fobia social; 
• Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC); 
• Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). 
Antipsicóticos 
MECANISMO DE AÇÃO 
O principal mecanismo de ação terapêutica deve-se ao 
bloqueio dos receptores de dopamina, tanto das vias 
mesolímbicas quanto mesocorticais, podendo haver forte 
bloqueio de todos os subtipos de receptores 
dopaminérgicos (D1, D2, D3 e D4). 
TIPOS 
São classificados em típicos ou de primeira geração, e 
atípicos ou de segunda geração. Essa divisão está 
relacionada com o mecanismo de ação. 
• Típicos 
Agem predominantemente através do bloqueio dos 
receptores de dopamina (principalmente D2) 
ex., clorpromazina, haloperidol 
• Atípicos 
Apresentam diversos mecanismos, como o bloqueio dos 
receptores dopaminérgicos como agonistas parciais e o 
bloqueio dos receptores de serotonina (principalmente 5-
HT2). 
Ex., clozapina, risperidona 
INDICAÇÕES E USO CLÍNICO 
São indicados: 
 Amanda Karen - @mundo_fashiion 
 
• Tratamento da Esquizofrenia (episódios agudos, 
tratamento de manutenção, prevenção de 
recaídas); 
• Transtornos delirantes; 
• Psicoses agudas; 
• Transtornos esquizoafetivos; 
• Episódios agudos de mania com sintomas 
psicóticos ou agitação; 
• Transtorno bipolar; 
• Depressão psicótica; 
• Psicoses induzidas por drogas; 
• Psicoses cerebrais orgânicas; 
• Controle da agitação e da agressividade em 
pacientes com retardo mental ou demência; 
• Transtorno de Tourette; 
• Transtorno de personalidade Borderline. 
A maior diferença entre eles é o perfil de efeito colateral 
e é com base nisso que, a escolha do antipsicótico 
costuma ser determinada. Na maioria das circunstâncias, 
os antipsicóticos atípicos, com exceção da clozapina, são 
melhores tolerados e causam menos efeitos colaterais. 
Além disso, os antipsicóticos típicos são relativamente 
menos efetivos no controle dos sintomas negativos da 
esquizofrenia, enquanto que os antipsicóticos atípicos 
agem na melhora dos sintomas positivos. 
Os antipsicóticos típicos, embora costumem provocar 
mais efeitos colaterais, podem constituir-se como 
primeira escolha para o tratamento de quadros psicóticos 
da fase aguda da esquizofrenia, como coadjuvantes nos 
episódios maníacos do transtorno bipolar, por serem 
reconhecidamente eficazes e seguros, e principalmente 
pelo seu custo mais acessível. 
EFEITOS ADVERSOS 
São ocasionados pela ligação e bloqueio dos receptores 
dopaminérgicos nos núcleos da base e na hipófise. Os 
efeitos colaterais mais comuns são: 
a) Distúrbios motores extrapiramidais 
Sendo os principais acatisia, parkinsonismo, distonias e 
discinesias tardias 
b) Distúrbios endócrinos 
Sendo os principais hiperprolactinemia, galactorréia, 
amenorreia, ginecomastia e diminuição da libido. 
Os antipsicóticos podem causar também: 
• Boca seca; 
• Visão turva; 
• Constipação intestinal; 
• Hipotensão ortostática; 
• Tontura; 
• Taquicardia; 
• Sedação e sonolência; 
• Diminuição do limiar convulsivo; 
• Ganho de peso – sendo o principal efeito dos 
atípicos, ocasionando síndrome plurimetabólica. 
Estabilizadores do humor 
MECANISMO DE AÇÃO 
*Carbonato de lítio – primeiro estabilizador do humor 
utilizado, considerado padrão-ouro no tratamento dos 
episódios depressivos e maníacos agudos e na prevenção 
de recaídas. Estudos sugerem que o lítio aja no controle 
da oscilação do humor através de efeitos neurotróficos e 
citoprotetores 
Os anticonvulsivantes também têm sido utilizados como 
estabilizadores do humor e apresentam excelentes 
resultados na abordagem do paciente bipolar. 
TIPOS 
1. Lítio 
2. Ácido Valpróico / Valproato 
3. Carbamazepina 
4. Oxcarbazepina 
5. Lamotrigina 
6. Topiramato 
INDICAÇÕES E USO CLÍNICO 
O Lítio, o ácido valpróico e a carbamazepina são os 
principais estabilizadores do humor utilizados na prática 
clínica. 
O lítio é utilizado como fármaco de primeira linha tanto 
no tratamento agudo quanto na profilaxia de episódios 
maníacos e depressivos do transtorno bipolar. 
O ácido valpróico é tão eficaz quanto o lítio no 
tratamento da mania e mais eficaz que lítio nos pacientes 
com ciclagem rápida e com episódios mistos. 
A carbamazepina é utilizada em pacientes não-
responsivos ao lítio, ou que não o toleram bem, no 
tratamento agudo da mania, na potencialização do efeito 
do lítio quando a resposta é parcial, e em quadros de 
agressividade ou de descontrole do impulso. 
EFEITOS ADVERSOS 
 Amanda Karen - @mundo_fashiion 
 
Em todos os 3 principais: 
a) Ganho de peso; 
b) Náusea e vômitos; 
c) Alterações hematológicas 
Do lítio: 
• Diarréia; 
• Disfunções da tireóide; 
• Alterações cardíacas; 
• Alterações renais; 
• Poliúria e polidipsia; 
• Tremores finos 
• Reações dermatológicas 
Do ácido valpróico: 
• Pirose; 
• Alopecia; 
• Tremores finos 
• Toxicidade hepática 
• Sonolênica e sedação 
• Ataxia 
• Tonturas 
Da carbamazepina: 
• Toxicidade hepática 
• Sonolênica e sedação 
• Ataxia 
• Tonturas 
• Reações dermatológicas 
O lítio tem uma faixa terapêutica bastante estreita, 
podendo facilmente atingir níveis tóxicos. 
Ansiolíticos 
MECANISMO DE AÇÃO 
Os benzodiazepínicos (BDZs) agem nos receptores 
benzodiazepínicos, que são subunidades dos receptores 
GABAA, facilitando a ação do principal neurotransmissor 
inibitório do SNC, o ácido gama-aminobutírico (GABA). 
A ativação destes receptores facilita a ação do GABA, que 
resulta na abertura de canais de cloreto e incremento do 
influxo de cloreto no neurônio, o que leva a uma 
diminuição da excitabilidade neuronal. 
Já a buspirona, diferente dos benzodiazepínicos, age 
como agonista parcial dos receptores de serotonina do 
tipo 1A (5-HT1A), e sobre os receptores de dopamina tipo 
2 (D2), atuando tanto como agonista quanto antagonista 
destes receptores. 
TIPOS 
Destacam-se principalmente os benzodiazepínicos: 
• Diazepam 
• Clonazepam 
• Alprazolam 
• Bromzapam 
• Lorazepam 
• Clobazam 
• Nitrazepam 
INDICAÇÕES E USO CLÍNICO 
São indicados: 
• Transtorno de ansiedade generalizada (BDZ, 
buspirona); 
• Transtorno de pânico; 
• Fobia social; 
• Insônia; 
• Dependência ao álcool; 
• Delirium tremens; 
Como coadjuvantes na mania, na agitação, na epilepsia e 
na acatisia. 
Quase todos os BDZs têm propriedades farmacológicas 
semelhantes, todos possuem efeitos ansiolíticos, 
sedativos e hipnóticos, além de serem relaxantes 
musculares e anticonvulsivantes. 
A escolha dos BDZs baseia-se na: 
• Meia-vida; 
Que pode ser curta (menor que 5 horas), intermediária 
(5-24 horas), ou maior que 24 horas, em função da 
geração ou não de metabólitos ativos produzidos após a 
passagem hepática. 
As vantagens dos BDZs de meia-vida longa incluem a 
necessidade de doses menos frequentes e de sintomas 
de abstinência menos intensos. As desvantagens são o 
maior acúmulo de medicação, maior sedação e risco 
maior de comprometimento psicomotor 
• Rapidez do início de ação; 
• Metabolismo; 
• Potência do fármaco. 
O uso prolongado de BDZs, ultrapassando períodos de 4 
a 6 semanas, pode levar ao desenvolvimento de 
tolerância, abstinência e dependência. Dessa forma, 
 Amanda Karen - @mundo_fashiion 
 
recomenda-se o seu emprego no menor período 
possível, com a dose mínima necessária. Entretanto, 
muitos pacientes necessitarão de um tratamento em 
longo prazo, nestes casos os benefícios dos BDZs, 
quando bem empregados, superam seus potenciais 
prejuízos. 
EFEITOS ADVERSOS 
a) Sedação e sonolência; 
b) Fadiga; 
c) Perda de memória; 
d) Incoordenação motora; 
e) Diminuição da atenção e da concentração; 
f) Desinibição e descontrole; e 
g) Piora da apneia do sono. 
Estes efeitos adversossão potencializados quando outras 
substâncias sedativas e depressoras do SNC, como o 
álcool, são ingeridas concomitantemente. 
Alguns pacientes podem apresentar reações paradoxais, 
como agitação, inquietude, irritabilidade, agressividade e 
psicose, associadas ao uso dos BDZs 
Drogas lícitas e ilícitas 
Essas substâncias produzem, de modo geral, sensações 
de prazer ou excitação (respostas de recompensa), cuja 
correspondência cerebral está vinculada às chamadas 
áreas e circuitos de recompensa do cérebro. As principais 
estruturas desses circuitos são o nucleus accumbens 
(NAc), a área tegmental ventral e a amígdala, e o principal 
neurotransmissor envolvido é a dopamina. 
Pessoas com transtornos mentais graves são mais 
propensas a fazer uso e a desenvolver dependência de 
substâncias, particularmente de maconha e álcool. 
TRANSTORNOS POR USO DE SUBSTÂNCIAS 
Tem-se o uso contínuo e recorrente de uma substância 
mantido apesar de problemas significativos que dele 
decorrem. Vem substituir o termo “depende química”. 
O indivíduo apresenta: 
1. Dificuldade importante ou baixo controle sobre 
tal uso; (sensação de fracasso) 
2. Prejuízos psicossociais e sociais evidentes; 
3. Riscos físicos e psicológicos; 
4. Fenômenos farmacológicos como tolerância e 
abstinência. 
Algumas drogas, como álcool, opioides e 
benzodiazepínicos, revelam com frequência o fenômeno 
da tolerância. 
A abstinência ocorre com frequência em relação a álcool, 
opioides, cafeína, tabaco, estimulantes (como cocaína e 
anfetamínicos) e sedativos (como benzodiazepínicos). 
TRANSTORNOS INDUZIDOS POR SUBSTÂNCIAS 
São considerados transtornos induzidos a intoxicação e a 
síndrome de abstinência da substância, além dos vários 
quadros psicopatológicos que podem ser induzidos pelo 
uso, como psicoses, quadros de humor (mania ou 
depressão), quadros ansiosos, delirium e transtorno 
neurocognitivo. 
São devido aos efeitos fisiológicos da substância no 
cérebro. Há uma relação específica entre o uso e a 
síndroma induzida. Trata-se de quadros geralmente 
reversíveis que podem durar horas ou dias, mas que não 
ultrapassam um mês sem o uso da substância. 
Intoxicação definida como síndrome reversível específica, 
com alterações comportamentais ou mentais, como 
prejuízo do nível de consciência (embriaguez, sedação), 
perturbação da percepção, da atenção, do pensamento, 
além da agressividade ou humor instável, causados por 
uma substância recentemente ingerida. 
Deve-se haver uma diferenciação entre os quadros 
psicopatológicos graves induzidos por substâncias (ou, 
menos frequentemente, por síndrome de abstinência) e 
episódios (de esquizofrenia, mania, depressão) 
independentes do efeito delas. Usam-se dois parâmetros: 
1. Nos quadros induzidos por substâncias (ou pela 
síndrome de abstinência da substância) 
Os sintomas devem regredir em, no máximo, até 30 dias 
após o indivíduo ter cessado o uso. Os quadros induzidos 
dependem diretamente da ação da substância no cérebro 
do paciente. Por ex., aquelas que com mais frequência 
produzem quadros psicóticos induzidos são os 
alucinógenos (como LSD, cocaína, maconha e 
anfetaminas) 
2. Nos quadros independentes 
É comum que o episódio já tenha surgido outra vez na 
vida, independentemente do uso da substância. A 
duração é superior a 30 dias. 
 Amanda Karen - @mundo_fashiion 
 
Com frequência episódios independentes de 
esquizofrenia, mania ou depressão podem ser 
desencadeados pelo uso intenso de substâncias ou 
piorados em sua intensidade. 
Desencadeado é o transtorno básico, fundamental, ex. a 
esquizofrenia, e no induzido, o transtorno de base é 
relacionado à substância. 
ÁLCOOL 
Segundo a CID-11, os transtornos devidos ao uso de 
álcool expressam um padrão de consequências 
negativas decorrente do uso da substância, inclusive 
intoxicação alcóolica, uso perigoso, dependência, 
síndrome de abstinência e transtornos mentais 
induzidos pelo álcool. 
Dependência de álcool como a incapacidade de poder 
regular ou controlar o uso de bebida alcóolica que 
pode surgir a partir do uso repetido ou contínuo 
importante. O elemento central é a forte necessidade 
ou compulsão de usar o álcool, associada à incapacidade 
de controlar o consumo, com aumento de sua prioridade 
em relação a outras atividades. Pessoas com dependência 
geralmente desenvolvem sintomas de tolerância e 
abstinência. 
Os transtornos por uso ou devido ao álcool revelam um 
estado psíquico e físico resultante da ingesta repetitiva 
durante um período de pelo menos 12 meses. A 
tolerância está frequentemente presente, mas não é 
obrigatória. 
O indivíduo passa a apresentar o comportamento de 
beber logo pela manhã para aliviar o desconforto de uma 
abstinência incipiente. A relevância da bebida vai 
crescendo e é comum que ele negue ou minimize que o 
álcool é um problema. 
Síndromes associadas aos transtornos devidos ao álcool: 
• Delirium tremens 
• Alucinose alcoolica 
• Delírio de ciúmes 
MACONHA 
A Cannabis (ou substâncias canabinoides) é a droga ilícita 
mais utilizada no mundo. O princípio ativo mais 
importante para os transtornos por uso de maconha é o 
delta-9-tetra-hidrocanabionol (delta-9-THC), que está 
disponível como dronabinol. 
Os receptores do THC, denominados receptores CB1, são 
encontrados em terminais nervosos pré-sinápticos 
inibidores que fazem sinapse com os neurônios piram- 
dais. O CB1 está acoplado à proteína G. É interessante 
que, como ocorreu com os ligantes endógenos dos 
receptores opioides, foram identificados endocanabi-
noides no SNC. Esses compostos, que se ligam ao 
receptor CB1, são derivados da membrana, sintetizados 
sob demanda e podem atuar como neuromoduladores 
locais. 
Produz efeitos de relaxamento, sensação de prazer, risos 
espontâneos sem motivos e fome; pode haver distorções 
da percepção do tempo e espaço, dificuldade na atenção 
e na concentração, sensação de que os sentidos estão 
mais aguçados, hiperemia na mucosa conjuntival e boca 
seca. Nos primeiros usos, podem sentir ansiedade mais 
ou menos intensa e ter crises de pânico, taquicardia, 
perturbação da coordenação motora fina ou pensamento 
confusos. 
Pessoas com transtorno por uso de Cannabis podem usar 
a substância o dia inteiro, ao longo de um período de 
meses ou anos, passando muitas horas do dia sob sua 
influência. Surgem problemas sociais e das funções 
cognitivas, com comprometimento das funções 
executivas frontais. 
Em indivíduos que usam maconha persistentemente, tem 
sido relatada tolerância farmacológica e comportamental 
à maioria de seus efeitos. A interrupção abrupta do uso 
diário ou quase diário da droga resulta em síndrome de 
abstinência da substância, como ansiedade, inquietação, 
irritabilidade, humor deprimido, insônia e redução de 
apetite. Pode produzir sofrimento significativo e 
dificuldade em cessar o uso. 
Uma associação clara entre o uso de Cannabis na 
adolescência e o risco de desenvolver transtorno 
psicótico, em particular esquizofrenia. Nesse sentido, a 
associação entre o uso da droga na adolescência e 
 Amanda Karen - @mundo_fashiion 
 
desenvolvimento de psicose ao longo da vida apresenta 
os índices necessários para a atribuição de causalidade. 
Uma parte, das pessoas com consumo crônico da 
substância desenvolve um quadro apático-depressivo 
semelhante a uma distimia, às vezes denominado 
“síndrome amotivacional da maconha”. 
COCAÍNA/CRACK 
Quando aspirada, a cocaína-pó leva de 1 a 2 minutos para 
iniciar sua ação, que se prolonga por 30 a 45 minutos. Já 
a cocaína-crack fumada é absorvida muito rapidamente, 
agindo no cérebro logo após à inalação da fumaça, cujo 
efeito intenso perdura por volta de 10 minutos (“barato 
imediato e intenso, mas de curta duração”). Em função 
disso, a fissura por voltar a usar o crack émuito intensa, 
e a dependência produzida por ele é uma das mais 
graves. 
 Os efeitos imediatos mais frequentes da cocaína são: 
sensação subjetiva de bem-estar ou euforia, de estar mais 
ativo, mais alerta, autoconfiante, com mais energia e 
pensamento acelerado. 
A cocaína pode produzir um transtorno psicótico induzido 
pela ação da droga que é sintomaticamente parecido 
com um surto esquizofrênico ou um episódio de mania 
psicótica. 
Podem ocorrer desconfiança (noia), ansiedade e crises de 
pânico. 
Na periferia, a cocaína potencializa as ações da 
norepinefrina e produz a resposta "luta ou fuga" 
característica da estimulação adrenérgica. A cocaína está 
associada à taquicardia, hipertensão, dilatação pupilar e 
vasoconstrição periférica. Evidências recentes sugerem 
que a habilidade dos reflexos barorreceptores de 
neutralizar os efeitos hipertensivos pode ser bloqueada. 
A cocaína é a única, entre os fármacos ilícitos, que pode 
causar morte não só pela dose, mas também devido à 
propensão de causar hipertermia. Mesmo pequenas 
doses de cocaína intranasal bloqueiam a sudoração e a 
vasodilatação periférica. A percepção do desconforto 
térmico também diminui. 
Mecanismo de ação 
O mecanismo de ação primário dos efeitos centrais e 
periféricos da cocaína é o bloqueio da captação de 
monoaminas (norepinefrina, serotonina e dopamina) nos 
terminais pré-sinápticos dos quais esses 
neurotransmissores são liberados. 
Esse bloqueio ocorre pela ligação da cocaína aos 
transportadores da captação monoaminérgica e, assim, 
potencializa e prolonga as ações periféricas e no SNC 
dessas monoaminas. Em particular, o prolongamento dos 
efeitos da dopamina no sistema cerebral de prazer 
(sistema límbico) produz a intensa euforia que a cocaína 
causa inicialmente. O consumo crônico de cocaína esgota 
a dopamina. Essa depleção desencadeia o círculo vicioso 
pela compulsão por cocaína, o que temporariamente ali 
via a depressão intensa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BAES, C.; JURUENA, M. Psicofarmacoterapia para o clínico 
geral. Medicina (Ribeirão Preto), v. 50, n. supl.1, p. 22-36, 
4 fev. 2017. 
CLARK, Michelle A. et al. Farmacologia ilustrada. 5. ed. 
Porto Alegre, RS: Artmed, 2013. 611 p. 
Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos 
transtornos mentais. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. 
RANG, H. P. et al. Rang & Dale Farmacologia. 8. ed. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2016.

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