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Pseudomonas Aeruginosa Bacilos gram-negativos, móveis e aeróbicos. Encontrada em solo, água, plantas, animais e ambiente úmido hospitalar Frequentemente presente na microbiota intestinal normal e na pele humana. Provoca doença em indivíduos com defesas anormais. MORFOLOGIA E IDENTIFICAÇÃO P. aeroginosa é um microrganismo móvel, em forma de bastonete. Geralmente encontrada isolada, em pares ou cadeias curtas. É um aneróbio obrigatório e cresce em muitos tipos de cultura (algumas hemolisam o sangue). Exala um odor adocicado (de uva ou milho). Com frequência produz piocianina, pioverdina, piorrubina ou piomelanina. Dependendo da colônia, pode exibir atividade bioquímica e enzimática diferente, bem como diferentes padrões de sensibilidade aos antimicrobianos. É uma bactéria que consegue aderir facilmente. Envolve 3 etapas: 1. As células aderem a uma superfície sólida por meio de adesinas e fímbrias 2. Alterações nos seus fenótipos: formação da matriz exopolissacárida. 3. Estado maduro, a massa bacteriana é liberada e os microrganismos desprendidos poderão colonizar novos ambientes. As porinas presentes na bactéria permitem a passagem de íons e algumas proteínas, mas conseguem impedir a passagem de antibióticos. *Em pacientes com fibrose cística, geralmente são formadas colônias mucoides de P.aeruginosa como consequência à superprodução de alginato (fornece uma matriz para que os organismos permaneçam em um biofilme). ESTRUTURA ANTIGÊNICA E TOXINAS A bactéria possui pili em sua superfície celular – promovem fixação da bactéria a células epiteliais do hospedeiro. Exopolissacarídeo: colônias mucoides. Lipopolissacarídeo presente em vários imunotipos é responsável por propriedades endotóxicas. A tipagem da bactéria pode ser feita com o imunotipo de polissacarídeo e a suscetibilidade à piocina. Enzimas comumente produzidas pela bactéria: elastases, proteases e hemolisinas. • Muitas cepas produzem exotoxina A, que provoca necrose tecidual e é letal p/os animais – ela bloqueia a síntese de proteínas. PATOGÊNESE A bactéria é patogênica quando introduzida em áreas de mucosa ou lesão tecidual direta (ex: queimaduras). • Introdução de cateter intravenoso ou urinário, neutropenia e quimioterapia facilitam a entrada. Fixação da bactéria na pele -> colonização das mucosas -> invasão local -> invasão sistêmica. O lipopolissacarídeo é o componente que leva a: febre, choque, oligúria, leucocitose e leucopenia, coagulação intravascular disseminada (CID) e síndrome de angústia respiratória. • Exotocina A/exotoxina E/elastase/leucocidinas – fatores necrosantes e de inibicação. Supressão da microbiota normal -> facilita a dominação por pseudomonas. Piocianina atrapalha a função ciliar. Ela catalisa a formação de superóxidos e peróxidos. Estende-se à brônquio, traqueia, outras áreas. Induz muito a resposta por neutrófilos – a destruição dos tecidos • Amarelo com azul – pus verde MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Infecções em queimaduras e infecções. Gera um pus azul-esverdeado Pode gerar meningite e infecção das vias urinárias. Nos pulmões pode haver inflamação benigna dos brônquios (traqueobronquite) e broncopneumonia necrotizante. Pneumonia necrosante: consequente do comprometimento das vias respiratórias por respiradores contaminados. Otite externa leve: comum em nadadores. Otite externa invasiva (maligna): comum em pacientes diabéticos. A infecção ocular: pode levar a rápida destruição do olho -> + comum após lesão ou procedimento cirúrgico. Bacteremia: indistinguível da causada por outras gram-negativas. • As taxas de mortalidade são maiores • Predileção por imunocomprometidos • Costuma ocorrer em pacientes com neutropenia, diabetes melito, queimaduras extensas e malignidades hematológicas. • A maioria das bacteremias tem início no trato resp. inferior, infecções urinárias, da pele e de tecidos moles. Endocardite: incomum. Observada principalmente em usuários de drogas intravenosas. • Frequente o envolvimento da valva tricúspide • Frequentemente associada c/ infecção crônica. Lactentes ou indv. debilitados (leucemia e linfoma, pac. com queimaduras graves): pode ocorrer invasão da corrente sanguínea e provocar sepse fatal Geralmente os sinais e sintomas são inespecíficos e relacionados com o órgão acometido. *As vezes é possível detectar verdoglobina ou pigmento fluorescente em feridas, queimaduras ou urina. Necrose hemorrágica: frequente na sepse por P.aeruginosa -> ectima ganfrenoso: circundado por eritema e frequentemente não contém pus. Foliculite: pode ocorrer quando associada à não higienização e controle do cloro em piscinas, banheiras de hidromassagem e ofurôs. EXAMES DIAGNÓSTICOS LABORATORIAIS 1. Amostras: obtenção de amostra de lesão cutânea, urina, pus, sangue, LCR, escarro, etc. 2. Esfregaços: são observados bacilos gram-negativos em esfregaços (não é possível diferenciar entre pseudomonas e outros bacilos gram-negativos) 3. Cultura: amostras semeadas em ágar- sangue e outros meios (busca-se bacilos gram-negativos entéricos) – as pseudomonas não fermentam lactose, podendo ser diferenciadas de bactérias fermentadoras. TRATAMENTO Tratamento por monoterapia é contraindicado - > baixa taxa de sucesso. Utiliza-se penicilina de amplo espectro, como piperacilina em combinação com um aminoglicosídeo, como tobramicina. Aztreonam, carbapenêmicos, fluoroquinolonas e cefalosporinas como ceftazidima, cefoperazona e cefepima também são utilizados. Os padrões de sensibilidade variam geograficamente. Antibiogramas são indicados como medida auxiliar na escolha terapêutica. Fatores de resistência: expressão de β- lactamases, mutações de porinas e bombas de efluxo. EPIDEMIOLOGIA E CONTROLE P. aeruginosa é um patógeno hospitalar. Métodos de controle: igual aos de infecções nosocomiais. Crescem em ambientes úmidos – necessário dar atenção especial a piais, banheiros e chuveiros. As cepas podem ser tipadas por tipagem molecular. RESOLUÇÃO DO CASO Paciente apresenta sintomas muito parecidos com os de tuberculose: • Febre vespertina • Sudorese noturna • Emagrecimento • Cansaço/fadiga *O paciente tem todos os sintomas. Diagnóstico da tuberculose: • Baciloscopia • Teste rápido molecular • Cultura para micobactéria • Radiografia de tórax Sintomas: Adinamia: grande fraqueza muscular. Geralmente a febre intermitente tem pouca ou nenhuma relevância no diagnóstico da origem. Apenas se for terça ou quartã pode sugerir malária em pac. c/ fatores de risco. • Febre – de 11 a 12 horas poderia coincidir como uma destruição de macrófagos ou linfócitos. Sudorese noturna: pode ser um sintoma de uma pneumonia – indica a presença de alguma doença (no caso alterações metabólicas e infecções). Crepitações pulmonares: indicativo de pneumonia, bronquite, tuberculose, doença intersticial ou edema pulmonar. Leucograma com desvio à esquerda indica infecção bacteriana. Granulações tóxicas: indicativo da perturbação da maturação dos neutrófilos ou resultado de agentes tóxicos. Vacuolização: vacúolos citoplasmáticos são formados pela fusão de grânulos c/vacúolos fagocíticos (há liberação do conteúdo lisossomal). Anemia de doença crônica leve – sobrevida dos eritrócitos mais curta (aumento da hemofagocitose pelos macrófagos Eritropoese é insificiente pela diminuição da produção da EPO e falta de resposta da medula à EPO O metabolismo do ferro é alterado pelo aumento da hepcidina, que inibe a absorção e reciclagem do ferro, levando ao sequestro do ferro. Foco de consolidação alveolar: substituição do ar alveolar por líquido prejudicial (identificado como uma áera opaca em raio X. Broncograma aéreo: geralmente os brônquiosnão são visíveis à radiografia ou tomografia. A visualização do ar no interior dos brônquios chama-se sinal do broncograma aéreo – anormalidade. Anemia de doença crônica leve: o ferro fica aprisionado por causa da resposta inflamatória (aumento da concentração de hepsidina). A inflamação diminuindo, o ferro deixa de ser aprisionado há crise reticulocitária (a medula vai liberar muito reticulócito de uma vez). A medida que cessa o quadro inflamatório vai aparecendo reticulócito e até eritroblasto. Por enquanto espera-se q tenha baixa de reticulócitos. • Administrar sulfato ferroso. Após 4 dias fazer hemograma para identificar a resposta medular • Também há crise reticulocitária com falta de B12 e de (mais alguma) A crise reticulocitária não tem consequências clínicas para o paciente. Crepitações: estertores finos (sons escutados no fim da respiração) muito escutados quando há acúmulo de secreções na vias aéreas inferiores. Neonatos podem ter níveis de bastões de até 20%. Metamielócitos não fazem fagocitose (demonstram uma mobilização muito intensa da medula) Granulações tóxicas: no processo maturativo há a formação de grânulos. Neutrófilos segmentados saem com grânulos pequenos. Quando os neutrófilos são hiperestimulados, eles saem da medula muito grandes. Os vacúolos fagocíticos demonstram neutrófilos cheios. Hemocultura em pico febril leva à queda da sensibilidade - pela morte dos microrganismos na correr sanguínea. A chance de ter bactérias livres na corrente sanguínea é menor. Em crianças é preferível fazer um lavado gástrico (a criança engole as secreções advindas do pulmão)
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