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Asma: Definição, Fatores de Risco e Manifestações

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Maria Seiane - Medicina 
DEFINIÇÃO 
 Doença inflamatória das vias aéreas que cursa com 
hiper-reatividade brônquica em resposta a 
diferentes estímulos. 
 É uma desordem genética complexa em que múltiplos 
genes de suscetibilidade interagem com fatores 
ambientais na iniciação da reação patológica. 
FATORES DE RISCO 
 Genética e história familiar; 
 Idade materna - Dados limitados sugerem que o 
aumento da idade materna no parto (idade> 30 
anos) está associado a um menor risco de asma e 
maior função pulmonar adulta na prole, em 
comparação com a idade materna mais jovem; 
 Exposição pré - natal ao tabagismo materno: 
estando associado à redução da função pulmonar 
do bebê e maior probabilidade de asma infantil; 
 Parto prematuro; 
 Paracetamol - associada a um aumento no risco 
de asma na primeira infância, embora os resultados 
variem entre os estudos; 
 Modo de parto - o parto cesáreo pode aumentar 
o risco de asma na infância em comparação com o 
parto vaginal; 
 Amamentação - a amamentação parece estar 
associada a uma menor incidência de sibilância 
recorrente durante os primeiros dois anos de vida, 
possivelmente refletindo menos infecções por vírus 
respiratórios. 
 Sexo: a asma infantil é mais prevalente nos homens; 
 Atopia e alérgenos; 
 Poluição do ar; 
 Obesidade; 
 Fumaça de tabaco. 
FATORES DESENCADEANTES 
 Os episódios de broncoespasmo podem ser 
desencadeados por diversos mecanismos 
o Alérgenos, exercício físico, infecções virais, 
poluição, fumaça de tabaco, fumo, ar frio, 
estresse. 
CLASSIFICAÇÃO 
Asma atópica 
 Evidência de sensibilização a alérgenos; frequente 
em pacientes com histórico de rinite alérgica, 
eczema; 
 É o tipo mais comum de asma, com início na infância, 
e representa um exemplo clássico de reação de 
hipersensibilidade tipo I mediada por IgE; 
 Frequentemente, as crises asmáticas são precedidas 
por rinite alérgica, urticária ou eczema. 
Asma não atópica 
 Não apresentam evidência de sensibilização a 
alérgenos; 
 Infecções respiratórias associadas à etiologia viral 
(p. ex., rinovírus, parainfluenza) e poluentes aéreos 
inalados (p. ex., dióxido de enxofre, ozônio, dióxido 
de nitrogênio) são estímulos comuns; 
 Acredita-se que a 
PATOGÊNESE 
 Os principais fatores etiológicos da asma estão 
relacionados com a predisposição genética à 
hipersensibilidade do tipo I (atopia), inflamação 
aguda ou crônica das vias aéreas e hiper-
responsividade a uma variedade de estímulos; 
 Os pontos-chave da doença são obstrução 
intermitente e reversível das vias aéreas, 
inflamação crônica dos brônquios com eosinófilos, 
hipertrofia e hiper-reatividade das células 
musculares lisas brônquicas e aumento na 
secreção de muco. 
 A inflamação brônquica da asma é caracterizada 
pela presença de linfócitos T CD4 +, eosinófilos e 
aumento da interleucina (IL) -4 e IL-5; 
 
 
Maria Seiane - Medicina 
 
 Patogênese da asma alérgica: 
1. O antígeno inalado é processado pelas células 
dendríticas e apresentados às células T CD4+ Th0. 
2. As células B são estimuladas pelas células Th0 CD4+ 
e células T naturais Killers (NKT) para a produção de 
IgE. 
3. IgE secretado liga-se aos mastócitos no parênquima 
pulmonar. 
4. O antígeno inalado liga-se ao IgE, estimulando 
desgranulação dos mastócitos, que por sua vez 
conduz à liberação de mediadores da resposta 
imediata e da resposta tardia. 
5. Histaminas e os leucotrienos produzem 
broncoespasmos e edemas das vias aéreas. 
6. A liberação dos fatores quimiotáticos, juntamente 
com fatores das células T CD4+ Th2, facilitam o 
trânsito de eosinófilos da medula óssea para as 
paredes das vias aéreas. 
7. Estas respostas tardias, juntamente com os 
mediadores liberados por células NKT e Th2 CD4+, 
conduzem a uma produção excessiva de muco, 
inflamação das paredes das vias aéreas, lesões e 
hiperresponsividade (fator estimulador de colônias 
granulócitos e macrófagos GM-CSF; IL-interleucina). 
ASPECTOS MORFOLÓGICOS 
Macroscópicos: 
 Pulmões hiperdistendidos devido a hiperinsuflados, 
podendo haver áreas de atelectasia; 
 Com tampões de secreção obstruindo as vias 
respiratórias; 
 
Microscópicos: 
 Os plugs de muco contêm espirais de epitélio 
descamado (espirais de Curschmann); 
 Numerosos eosinófilos e cristais de Charcot-
Leyden (coleções de cristaloides compostos por 
proteínas de eosinófilos) também estão presentes; 
 
 
 
 Espessamento da membrana basal, edema da 
submucosa, hipertrofia da musculatura lisa; 
 Aumento da vascularização na submucosa; 
 Aumento no tamanho das glândulas submucosas e 
metaplasia caliciforme do epitélio das vias aéreas; 
 Fibrose da membrana sub-basal; 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 Apresenta-se com episódios recorrentes de 
dispnéia, chiado e tosse associados a obstrução 
brônquica, manifestações reversíveis; 
 Os ataques de asma são caracterizados por 
dispneia severa com chiado; a principal dificuldade 
é a expiração. 
 Hiperinflação dos pulmões e aprisionamento do ar 
nas regiões distais dos brônquios, ocluídos e 
estreitados por muco e debris. 
 Hipercapnia, acidose e hipóxia severa associadas 
podem ser fatais, embora na maioria dos casos a 
condição seja mais debilitante que fatal; 
Maria Seiane - Medicina 
 Pode ocorrer paroxismo severo que não responde 
à terapia e persiste por dias ou semanas (estado 
asmático); 
COMPLICAÇÕES 
 Capacidade reduzida de se exercitar; 
 Insônia; 
 Tosse persistente; 
 Ataque asmático; 
 Morte; 
DIAGNÓSTICO 
 Se dá mediante a identificação de critérios clínicos 
e funcionais, obtidos pela anamnese, exame físico e 
exames de função pulmonar (espirometria). 
 Em crianças até os cinco anos o diagnóstico é 
eminentemente clínico, pela dificuldade de 
realização de provas funcionais; 
o Anamnese: sintomas podem piorar a noite ou 
pela manhã ao despertar; ocorrerem ou piorarem 
com exercício, infecção respiratória, exposição a 
alérgenos/irritantes inalatórios (verificar o perfil 
ocupacional), mudanças climáticas, riso ou 
choro intensos, estresse, ciclo menstrual. 
o Exame físico: sibilos expiratórios, hiperexpansão 
pulmonar e tiragem intercostal; 
o Avaliação funcional/laboratorial: espirometrial 
deve ser utilizada após 5 anos; demonstrando 
limitação ao fluxo aéreo de tipo obstrutivo, 
variável: VEF1/capacidade vital forçada (CVF) 
menor que 80%, com reversibilidade (resposta 
significativa ao broncodilatador); 
 O teste cutâneo com o alérgeno resulta em reação 
papuloeritematosa imediata; 
 Classificação: 
o Pode ser classificada segundo sua gravidade. 
o Estudos demonstram variações nas gravidades 
da asma, correlacionando à frequência de uso 
de broncodilatador (B2), sintomas noturnos, 
classe de medicação necessária para o 
controle, dose de corticóide inalatório utilizada, 
número de hospitalizações e alterações 
funcionais pulmonares; 
 
TRATAMENTO 
 NÃO MEDICAMENTOSO: Em todos os casos, 
recomenda-se a redução da exposição a fatores 
desencadeantes, incluindo alérgenos/irritantes 
respiratórios (tabagismo) e medicamentos. A cada 
consulta, o paciente deve receber orientações de 
auto-cuidado, plano escrito para exacerbações e 
ser agendado para reconsulta conforme a 
gravidade apresentada; 
 MEDICAMENTOSO: agonistas adrenérgicos (B2), 
antagonistas colinérgicos (M3), metilxantinas, 
glicocorticoides, inibidores de leucotrienos e 
imunoterapia.

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