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Unidade II BIOLOGIA (CITOLOGIA) Prof. João Carlos Shimada A comunicação e o transporte celular A membrana plasmática é a estrutura que delimita o meio interno e o meio externo de uma célula, é a interface entre a célula e o meio em que se encontra. Resumidamente podemos relacionar as principais funções a seguir: I. Constitui uma barreira permeável seletiva que controla a passagem de íons e pequenas moléculas. II. Forma o suporte físico para a atividade ordenada das enzimas nela contidas. III. Possibilita o deslocamento de substâncias no citoplasma por meio da formação de pequenas vesículas. IV.Realiza a endocitose e a exocitose. V. Possui receptores que interagem especificamente com moléculas do meio externo. A estrutura da membrana Apesar das suas funções diferenciadas, todas as membranas biológicas têm uma estrutura geral comum: cada uma é um filme muito fino de moléculas lipídicas e proteicas, mantidas unidas principalmente por interações não-covalentes. São estruturas dinâmicas, fluidas, e a maioria das moléculas é capaz de se mover por meio do plano das membranas. As moléculas lipídicas arranjam-se como uma camada dupla contínua de espessura aproximada de 5nm. Estrutura da membrana plasmática Esquema molecular da membrana plasmática, os depósitos de ósmio explicam a estrutura tri laminar da elétron micrografia, pois este íon é usado para corar as laminadas de microscopia eletrônica. A taxa de colesterol é inversamente proporcional a fluidez de membrana. (Histologia Básica., pág 24 - JUNQUEIRA, L.C. & CARNEIRO, J.. Rio de Janeiro. Editora Guanabara Koogan, 10ª. Ed. 2004) Estrutura da membrana plasmática Estrutura da Membrana plasmática, notar a estrutura tri laminar observada no elétron micrografia. (Fundamentos da Biologia Celular, pág. 367 - BRUCE ALBERTS. et al. Artmed: Porto Alegre, 2006 ) Hipótese de mosaico fluido O modelo de mosaico fluido corresponde à disposição das proteínas nesta bicamada lipídica. Essas proteínas são dinâmicas, porém muitas delas estão presas a outras moléculas do citoesqueleto celular, que também é formado por proteínas. Quando há uma comparação entre a membrana plasmática e a membrana das organelas de membrana, como as que formam o Golgi, entre outras, nestas, há uma quantidade maior de enzimas (proteínas simples). Na superfície externa da membrana plasmática há hidratos de carbono (HC) ligados a lipídios e a proteínas, que constituem o glicocálice. Essa estrutura é, na realidade, uma extensão da membrana e na sua constituição porções de açúcar das moléculas de glicolipídeos, glicoproteínas e proteoglicanas. Hipótese de mosaico fluido O Esquema do experimento que demonstra a hipótese do mosaico fluido. No qual se incubaram células de camundongo com anticorpos marcados com rodamina (fluorescência vermelha), os quais reagem com proteínas de membrana de células de camundongo e incubaram-se células humanas com anticorpos marcados com diacetato de fluorceína (fluorescência verde), os quais reagem com proteínas de membrana de células humanas. Promoveu-se a fusão das células de camundongo com as células humanas, ambas já ligadas aos anticorpos. Após a fusão, em quarenta minutos, observaram-se que as proteínas do camundongo e humanas estavam dispersas e misturadas ao longo da membrana plasmática. (Histologia Básica., pág. 27 – JUNQUEIRA, L.C. & CARNEIRO, J.. Rio de Janeiro. Editora Guanabara Koogan, 10ª. Ed. 2004). Interatividade Considere a experiência relatada a seguir: Incubaram-se células de camundongo com anticorpos marcados com rodamina (fluorescência vermelha), os quais reagem com proteínas de membrana de células de camundongo e incubaram-se células humanas com anticorpos marcados com fluoresceína (fluorescência verde), os quais reagem com proteínas de membrana de células humanas. Promoveu-se a fusão das células de camundongo com as células humanas, ambas já ligadas aos anticorpos. Após a fusão, em quarenta minutos, observaram-se que as proteínas do camundongo e humanas estavam dispersas e misturadas ao longo da membrana plasmática. Interatividade Com base nessas informações, conclui-se que a membrana citoplasmática tem características: a) Elásticas. b) Lipoprotéicas. c) Fluidas. d) Rígidas. e) Permeáveis. Comunicação celular As células se comunicam entre si por sinais químicos (moléculas sinalizadoras) e por sinalização elétrica por meio da despolarização de membrana associada à alteração de permeabilidade, conferindo uma estabilidade funcional e coordenada entre os diversos tecidos, órgãos e sistemas. Toda a variedade de atividades metabólicas ocorrem de modo integrado, nenhuma é isolada e independente da outra. Entre os diversos tipos de condução de moléculas de sinalização química, os mecanismos mais conhecidos são: sistemas endócrino e a regulação parácrina. Comunicação celular A comunicação entre células é feita por meio de moléculas informacionais. A troca entre sinais químicos é essencial para: formação de tecidos, multiplicação celular, fagocitose, síntese de anticorpos, atração de leucócitos, coordenação metabólica. A molécula que constitui o sinal químico chama-se ligante. A molécula celular que se combina com o ligante e desencadeia a resposta chama-se receptor. Formas de sinalização celular (Biologia Celular e Molecular, página 242, Guanabara Koogan, 7ª. Ed. 2004). Formas de sinalização celular Parácrina – as moléculas sinalizadoras são secretadas e podem ser levadas para longe, agindo em alvos distantes, ou podem agir como mediadores locais. Sináptica – sinal químico chamado neurotransmissor, esses sinais são secretados em junções celulares especializadas. Endócrina – essas células secretam suas moléculas sinalizadoras, chamadas hormônios, na corrente sanguínea, que se encarrega de transportá-los para células-alvo distribuídas por todo o corpo. Autócrina – célula secreta moléculas sinalizadoras que se ligam aos seus receptores na própria célula. Por exemplo, quando uma célula decide seguir uma determinada rota de diferenciação, ela começa a secretar sinais autócrinos, o que reforça a sua decisão. Formas de sinalização celular (Biologia Celular e Molecular, página 241, Guanabara Koogan, 7ª. Ed. 2004). Interatividade A myastenia gravis (fraqueza muscular progressiva) é uma doença autoimune, na qual um anticorpo destrói os receptores que estão situados na membrana plasmática (sarcolema) da fibra muscular estriada esquelética que recebem sinais do neurotransmissor excitatório para estimular a contração muscular. Esse tipo de comunicação celular é o(a): a)Parácrina. b)Sináptica. c)Endócrina. d)Autócrina. e)Écrina. Transporte por meio da membrana Passivo Difusão Difusão facilitada Osmose Co-transporte Ativo Bomba de Na/K Endocitose: 1. Pinocitose 2. Fagocitose Transporte passivo: difusão e difusão facilitada O transporte passivo é a passagem de pequenas moléculas e de íons, feitas a favor de um gradiente e sem gasto de energia, isto é, a passagem destas moléculas e destes íons do lado de maior concentração para o lado de menor concentração, tendendo a produzir um equilíbrio por um processo físico sem gasto energético. Transporte passivo: osmose Desenhos de eritrócitos humanos em diferentes meios de concentração, no meio hipertônico (NaCl 1,5%) a célula se encontra crenada, totalmente desidratada; no meio isotônico (NaCl 0,9%) a sua morfologia é mantida e no meio hipotônico (NaCl 0,6% e 0,4%) ocorre, respectivamente, turgescência e hemólise. (Biologia Celular e Molecular, página 77 - JUNQUEIRA, L.C. & CARNEIRO, J.. Rio de Janeiro. Editora Guanabara Koogan, 7ª. Ed. 2004). Transporte passivo: co-transporte Transporte impulsionado por gradientes iônicos – a célula pode usar energia potencial de gradientes de íons, geralmente Na+,(K+ e H+). Para transportar moléculas e íons por meio da membrana. Íons e moléculas na mesma direção, chama-se simporte e na direção contrária da molécula transportada, chama-se antiporte. Fonte: http://img386.imageshack.us/img386/8962/02011tiposdetransportejy6.jpg Transporte ativo: Bomba de Na e K A bomba de sódio (Na+) e potássio (K+) ocorre por transporte ativo. Na maioria das células, a concentração de sódio (Na+) no meio extracelular é maior que no meio intracelular e a concentração de potássio (K+) no meio intracelular é maior que no meio extracelular. No mecanismo da bomba de (Na+) e (K+), o transporte iônico ocorre por meio do canal iônico presente na proteína transmembrana e se dá contra o gradiente de concentração, o sódio (Na+) sai da célula e o potássio (K+) entra na célula. Transporte ativo: Endocitose Transporte em quantidade Pinocitose – células bebendo – ingestão de fluido e moléculas por pequenas vesículas (<150 nm de diâmetro). Todas as células de eucariontes continuamente praticam. Fagocitose – células comendo – ingestão de partículas grandes como microorganismos, debris celulares por vesículas grandes chamadas de fagossomos (em geral > 250nm). São exclusivos das células fagocíticas. Transporte ativo: pinocitose Formação de vesículas Histologia Básica., pág 29 - JUNQUEIRA, L.C. & CARNEIRO, J.. Rio de Janeiro. Editora Guanabara Koogan, Transporte ativo: fagocitose Formação de vesículas Desde a parte periférica do citoplasma até as proximidades do aparelho de Golgi e do núcleo. É um sistema irregular de túbulos e vesículas com interior ácido (pH entre 5 e 6). Este compartimento dirige as vesículas de pinocitose que se fundem nele para os diferentes compartimentos celulares. É o local para separação e endereçamento das moléculas introduzidas via pinocitose – via endocítica. Endossomos precoces (pH menos ácido) – moléculas dissolvidas ou ligadas a receptores da membrana passam para os endossomos tardios. Proteínas integrais da membrana da vesícula endocítica se concentram em regiões tubulares especializadas dos endossomos precoces que constituem regiões de reciclagem de membrana. Desta região partem vesículas que levam a membrana com suas proteínas de volta para a superfície celular. As moléculas que passam para os endossomos tardios acabam nos lissossomos. Interatividade O esquema abaixo representa a concentração de íons dentro e fora dos eritrócitos (glóbulos vermelhos). A entrada de K+ e a saída de Na+ das células pode ocorrer por: a) Transporte passivo. b) Plasmólise. c) Osmose d) Difusão. e) Transporte ativo. googleusercontent.com/F_WxybhhQ6SOtxmV_olrlz6WuusD 3nhEgmvHEzcpeBznDgBl2bjzXno2_ ZUHo25HsrGF3PVD_5M5iqP4ix1ZoB0TT3ELuXGW1MqX32 Movimentação celular e citoesqueleto Para a manutenção das organelas em locais pré-determinados e da própria célula. O citoesqueleto estabelece, modifica e mantém a forma das células. Responsável pelos movimentos celulares como contração, pseudópodos, filopódios e deslocamentos intracelulares de ribossomos, organelas, cromossomos, vesículas e grânulos e pelo próprio tamanho (grande volume) das células dos eucariontes. O interior celular está em constante movimento intracelular, como o transporte de organelas de um local a outro, a segregação dos cromossomos durante a mitose. É predominante e estruturalmente complexo em eucariontes. O citoesqueleto é constituído de uma estrutura de 3 tipos de proteínas filamentosas: filamentos intermediários, microtúbulos e filamentos de actina. Sendo a tubulina e a actina muito conservados durante a filogênese. Microtúbulos Desenho demonstrando a dinâmica da formação dos microtúbulos. Fonte: Borges, 2016 microtúbulos dispostos longitudinalmente. A ultra estrutura ciliar de nove pares de microtúbulos em disposição circular em torno de um par central é facilmente evidenciado no detalhe à esquerda. Elétron-micrografia da porção apical de uma célula epitelial ciliada. Os cílios aparecem seccionados longitudinalmente e no detalhe seccionados transversalmente. As pontas de setas indicam Microtúbulos (Histologia Básica., pág. 27 - JUNQUEIRA, L.C. & CARNEIRO, J.. Rio de Janeiro. Editora Guanabara Koogan, 10ª. Ed. 2004) Microfilamentos de actina Abundantes no músculo e constituí 5-30% das proteínas totais do citoplasma. Forma o córtex medular, camada imediatamente abaixo da membrana plasmática, que reforça a membrana e participa dos movimentos da célula (ex.: fagocitose). São moléculas muito conservadas filogeneticamente. Dinâmica da conversão da actina G em Actina F, as regiões que ocorrem polimerização (+) e despolimerização (-) permitem o movimento do filamento. Polimerização da Actins G globular em Actina F filamentosa Fonte: Borges, JCS 2016 O citoesqueleto de actina O citoesqueleto de actina pode regular o comprimento, localização, organização e o comportamento dinâmico das células. A atividade dos filamentos de actina pode ser regulada por sinais extracelulares, permitindo a célula a reorganizar seu citoesqueleto em resposta ao ambiente. As citocalasinas combinam com actina e impedem a polimerização e faloidinas combinam externamente com filamentos de actina estabilizando-os, ambas extraídas de fungos e interferem nos movimentos celulares, mais em células não musculares. Os principias miofilamentos são distribuídos da seguinte forma: Actina F (fibrosa) – hélice dupla de actina G polimerizada com sítio de ligação para Miosina. Tropomiosina – molécula cordonal, fina polarizada rígida com 40nm de comprimento com 2 cadeias em forma de α hélice enroladas e se encaixa na hélice de actina (actina F) cobrindo 7 actinas G e impedindo que as cabeças de miosina se associem com o filamento de actina. Troponina – 3 sub unidades – TnT (liga na tropomiosina), TnC (afinidade por Ca++ no final da molécula) e muda sua forma após a ligação Ca2+ e causa o deslocamento da molécula de tropomiosina, expondo o sítio de ligação da actina com a miosina e TnI (cobre o sítio de ligação). Miosina – Meromiosina Leve – filamentosa, Meromiosina Pesada – atividade ATPásica, combina com a actina na banda H p/ fora. Forma um bastão com 2-3 µ m de diâmetro X 20 µ m de comprimento PM – 500.000 enrolados em hélice. Cada filamento de miosina apresenta cerca de 300 cabeças e cada uma pode se ligar a um filamento de actina numa velocidade de 15 µ m/s, é suficiente para um sarcômero passar do estado distendido (3 µ m) para completamente contraído (2 µ m) em menos de 1/10 de segundo. Disco Z – também contém β-actina. Citoesqueleto de uma fibra muscular estriada Desenho esquemático demonstrando a organização de uma fibra muscular e sua unidade funcional, o sarcômero (KARP, G. Biologia Celular e Molecular, página 374, 3a Edição Barueri, SP: Manole, 2005). Citoesqueleto de uma fibra muscular estriada Desenho esquemático demonstrando os principais miofilamentos encontrados no citoesqueleto de uma fibra muscular e do sarcômero (modificado do Sistema Integrado Copyright 1999-2016 - UNIP) Citoesqueleto de uma fibra muscular estriada: sarcômero Desenho e elétron micrografias de transmissão de sarcômeros relaxados e contraídos (modificado de KARP, G. Biologia Celular e Molecular, página 376, 3ª Edição Barueri, SP: Manole, 2005). Citoesqueleto de uma fibra muscular estriada: contração Esquema demonstrando o mecanismo de ligação entre a actina e a miosina e contração do sarcômero (modificado do Sistema Integrado (modificado do Sistema Integrado Copyright 1999-2016 - UNIP) Citoesqueleto de uma fibra muscular estriada: contração Miofilamentos finos de actina e tropomiosina e da troponina. Quando o cálcio se liga na troponina, esta sofre alteração de sua conformação molecular e desloca a tropomiosina, consequentemente o sítio de afinidade daactina pela miosina é exposto, permitindo que o braço de meromiosina pesada se ligue na actina. Modelo esquemático do ciclo contrátil da actino-miosina. O movimento do filamento fino pela energia gerada na cabeça de miosina ocorre como resultado entre a ligação de um ciclo mecânico envolvenvo o ancoramento, movimento e desancoramento da cabeça e um ciclo químico envolvendo a ligação, hidrólise e liberação de ATP, ADP e Pi (fósforo inorgânico). (KARP, G. Biologia Celular e Molecular, página 376, 3a Edição Barueri, SP: Manole, 2005). Citoesqueleto de uma fibra muscular estriada: contração Filamentos intermediários Os filamentos intermediário são apenas estruturais. São exemplos de Filamentos intermediários: 1. queratina – exclusivo das células epiteliais, (mais de 30 tipos), formados da combinação de diferentes subunidades de queratina. Em geral de uma extremidade da célula epitelial a outra e ancorados nos desmossomos. E se associam lateralmente com outro compartimento celular por meio de seus domínios da cabeça e caudas globulares. Estes arranjos distribuíram o estresse entre todas as células. 2. vimetina e filamentos relacionados a vimetina – tecido conjuntivo, células musculares e células de suporte do Sisitema Nervoso (neuroglia). 3. neurofilamentos – nas células nervosas, no corpo celular e dos prolongamentos dos neurônios. 4. lâmina nuclear A, B e C – reforçam a carioteca (intranuclear) das células animais. Interatividade Considere as seguintes representações de um músculo estriado esquelético e as faixas indicadas pelas letras no desenho ao lado. I. A faixa A, denominada de Banda A (anisotrópica), corresponde à justaposição de moléculas de actina e miosina. II. A faixa B corresponde ao sarcômero que vai de uma linha Z a outra. III. A faixa C, denominada Banda I (isotrópica), corresponde a uma região onde são encontradas apenas moléculas de miosina. Está(ão) correta(s): a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) I e III. https://djalmasantos.files.wordpress. com/2010/11/0114.jpg?w=500&h=379 ATÉ A PRÓXIMA!
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