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Luysa Gabrielly de Araujo Morais – Medicina 1 PEDIATRIA CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO PEDIATRIA FASES: Determinantes/ fatores que vão influenciar no crescimento Intrínsecos – fator que está relacionado ÀQUELE organismo; ex. carga genética; Extrínsecos – fator externo; ex. nutrição; FASES DE CRESCIMENTO GERAL (MUSCULO ESQUELÉTICO E MAIOR PARTE DOS ÓRGÃOS); INTRAUTERINA o Grande fator responsável pelo feto é o AMBIENTE INTRAUTERINO o NÃO É O POTENCIAL GENÉTICO o Determinado por fatores extrínsecos → ambiente intrauterino LACTENTE o Primeiros 2 anos de vida; primeira fase pós-natal; o Determinante: fatores extrínsecos principalmente a nutrição o Ainda não é o potencial genético; o Exemplo: filhos de pais baixos terão a mesma estatura que filhos de mães e pais altos caso nutridos de maneira adequada; o Ritmo de crescimento intenso e desacelerado; ▪ “ganha peso todo dia, mas cada mês ganha menos” o Maior crescimento é no primeiro ano de vida (chega a triplicar); o Ganho de crescimento de estatura é de 25cm no primeiro ano, sendo 15 no primeiro semestre e 10 no segundo semestre; INFANTIL o Final do segundo ano de vida até o início da puberdade; o Determinante: potencial genético o Crescimento estável o Único momento na vida da criança em que se pode ter uma desaceleração no crescimento da criança e isso não necessariamente será patológico; PUBERAL o Determinante: esteroides sexuais o Aceleração do crescimento seguida por desaceleração; ▪ Pico do estirão puberal (máximo da aceleração do crescimento); ▪ Depois cresce de maneira desacelerada por um tempo e posteriormente se fecham as cartilagens e o crescimento é interrompido; o Fechamento das cartilagens de crescimento; CRIANÇAS GANHAM EM MÉDIA 12 CM DE PERIMETRO CEFÁLICO 2 – PRIMEIRO TRIMESTRE (2CM/MÊS) 1- SEGUNDO TRIMESTRE (1CM/MÊS) 0.5 – SEGUNDO SEMESTRE (0.5CM/MÊS) Luysa Gabrielly de Araujo Morais – Medicina 2 PEDIATRIA Crescimento neural é máximo até o segundo ano de vida, posteriormente se cresce apenas ao redor da cabeça (toda criança é cabeçuda); Por isso que é importante o perímetro cefálico nos primeiros dois anos de vida, porque é ele que atesta o crescimento cerebral; Criança escolar tem maior maça linfoide que vai ter na fase adulta, por isso que na fase escolar se tem amigdalas hipertrofiadas; Pouco importante nos primeiros dois anos de vida; O crescimento genital se da de maneira lenta inicialmente e se destaca com a proximidade da puberdade; COMO AVALIAR? Parâmetros o Peso o Estatura ▪ Comprimento – indivíduo em posição horizontal <2 ANOS ▪ Altura – Indivíduo em posição vertical > 2 ANOS o Perímetro cefálico – região supra orbital e maior proeminência occipital ▪ Avaliado prioritariamente nas crianças menores de 2 anos ▪ Consegue detectar de forma precoce variações no crescimento cerebral Gráficos de crescimento o Percentil ▪ Definição: A posição que um determinado valor ocupa em uma distribuição centesimal ordenada de valores; ▪ Existem os percentis: 97/85/50/15/3, sendo os valores entre estes considerados “normais”; ▪ O percentil 50 é a curva verde e está representando a mediana ➔ Não é a média das alturas, ela é aquele valor em que metade é “maior” e metade é “menor”; ▪ É importante atentar que, o percentil é selecionar um grupo e dividir em 100 partes, cada parte será representado por um número. O percentil 15 por exemplo, caso seja uma análise de estatura representa que 15% da população seria mais baixa e 85% seria mais alta, ao analisar o gráfico; ▪ É importante analisar a curva quando se trata de percentis, NÃO SE DEVE TER CRIANÇAS APRESENTANDO VARIAÇÃO NAS CURVAS DE PERCENTIL (SALVO SE FOREM CRIANÇAS EM PROCESSO DE EMAGRECIMENTO); na análise das curvas de percentil é importante que a criança se mantenha em uma curva ascendente e constante; • Preocupação → curvas horizontais ou descendentes; • Pode ter uma retificação de linha de gráfico após o segundo ano de idade em criança com pais baixos; ▪ ATENTAR QUE EXISTEM GRÁFICOS PARA O SEXO MASCULINO E FEMININO E QUE DEVE SER COMPARADO COM O GENERO ADEQUADO; o Escore Z o Curva de crescimento e a tendencia da curva ▪ Ascendente e paralela as linhas dos gráficos – normal PUBERDADE ADOLESCÊNCIA → Período cronológico na vida do indivíduo em que ele passa por alterações biológicas, psicológicas e sociais; OMS → 10-20 anos (médico); ECA → 12-18 anos Luysa Gabrielly de Araujo Morais – Medicina 3 PEDIATRIA PUBERDADE → modificações corporais que acontecem no indivíduo e podem surgir antes da adolescência; Ocorre desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e aceleração do crescimento e término do crescimento; Resultado de dois eventos hormonais ➔ o GONADARCA – nascimento da gônada ▪ Ativação do eixo hipófise-hipotálamo-gonadal (GnRh → LH/FSH → esteroides gonadais) o ADRENARCA – nascimento da secreção de androgênios pela adrenal; Puberdade fisiológica o Feminino → 8-13 anos o Masculino → 9-14 anos Sequência do desenvolvimento puberal ➔ ESTADIAMENTO DE TANNER o M – Mamas ▪ M1 – infantil - pré puberal; ▪ M2 – ENTRA NA PUBERDADE - desenvolvimento do broto mamário → TELARCA • É o primeiro sinal do início da puberdade; • Tecido glandular mamário subareolar (apenas abaixo da aréola); ▪ M3 – aumento mais intenso da mama e da aréola – disco glandular cresce além dos limites da aréola • É normalmente quando a menina tem o pico do crescimento → 8-9cm/ano • Acontece de M2 para M3, mas normalmente se considera M3 ▪ M4 – duplo contorno – glândula mamária continua aumentando a aréola forma uma protuberância na mama; • É comum a MENARCA nesse período (ocorre normalmente entre 2-2,5 anos após a telarca); • Crescimento desacelerado ▪ M5 – adulto – mama maior/ madura o P – pilificação corporal FEMININA ▪ P1 – infância, pré puberal, ausência de pelos ▪ P2 – PUBARCA – Resultado da adrenarca (androgênios da suprarrenal é que forma os pelos) – pelos apenas nos grandes lábios e são finos, lisos e discretamente pigmentados; ▪ P3 – pelos mais grossos, escuros e encaracolados; Sínfise púbica; ▪ P4 – grande quantidade e com padrão de adulto ▪ P5 – pelo na raiz das coxas; o G – Genital ▪ G1 – pré puberal, infantil ▪ G2 – PUBERDADE – AUMENTO DO VOLUME TESTICULAR é o primeiro sinal da puberdade • Orquidometro de Prader – para avaliar o tamanho testicular se >/= 4 mL é considerado aumentado (também pode ser escrito como >3); • O pênis ainda é infantil ▪ G3 – pênis aumenta em comprimento ▪ G4 – pênis aumenta de diâmetro • Pico de crescimento 9-10cm/ ano ▪ G5 – genitália adulta Luysa Gabrielly de Araujo Morais – Medicina 4 PEDIATRIA o P – pilificação corporal MASCULINA → igual à do sexo feminino ▪ P1 – pré puberal ▪ P2 – pubarca – pilificação na base do pênis/ pode ser pelos androgênios da suprarrenal ou testicular; ▪ P3 – sínfise púbica ▪ P4 – grande quantidade ▪ P5 – raiz das coxas; PUBERDADE PRECOCE o Antes dos 8 anos nas mulheres ou antes dos 9 anos nos homens o Começa a crescer antes da hora e para de crescer antes da hora – resulta em baixa estatura o Causas ▪ Centrais • GnRh dependente – verdadeira (de fato uma ativação precoce do eixo); o Pode ser: Idiopática (principal causa no sexo feminino) ou por lesão do SNC (principal causa no masculino – é importante investigar lesão); o Mais comum no sexo feminino que no masculino ▪ Periférica • GnRh independente (pseudopuberdade) – liberação dos esteroides sexuais de forma independente de um estímulo central; o Pode ser: doença gonadal (tumor) e doença adrenal (tumor de adrenal, hipertrofia adrenal congênita); ▪ Como diferenciar: • Laboratório – aumento das gonadotrofinas na central e na periférica nãoacontece esse aumento (LH e FSH em níveis pré puberais); • Clínica – volume testicular vai estar aumentado na puberdade central, mas não vai estar aumentado (infantil) na periférica; o Sinais de virilização e dois testículos aumentados – central o Sinais de virilização e dois testículos infantis – precoce o Sinais de virilização e um testículo aumentado e outro não – provável tumor testicular; DESENVOLVIMENTO CRESCIMENTO – aumento da massa corporal do indivíduo, ele é realizado de forma quantitativo DESENVOLVIMENTO – avalia a capacidade do indivíduo de realizar funções/ atividades cada vez mais complexas; ela é avaliada de forma qualitativa; Motor – capacidade de locomoção; uso dos grandes grupamentos de músculos; Adaptativo – nossa capacidade de realizar movimentos finos; usar as mãos; capacidade de construir os objetos da nossa cultura (movimento de pinça); Social – nossa capacidade de seguir regras sociais e interagir; Linguagem – capacidade de comunicação, uso de palavras com sentido e significado; Desenvolvimento neuropsicomotor é sequencial e previsível; segue uma mesma sequência em todos os indivíduos porque ele segue a carga genética apesar de ser influenciado por fatores ambientais; O desenvolvimento motor é crânio caudal (primeiro a criança sustenta a cabeça e depois anda) Adaptativo – cubital (medial) para radial (lateral) Criança pega e depois solta – reflexo primitivo de preensão palmar (mão fechada); Correlacionar os marcos do desenvolvimento com a idade média ou com a idade esperada para que esse marco ocorra; a idade esperada é a idade limite e a idade média é a que a maioria das crianças desenvolve; Luysa Gabrielly de Araujo Morais – Medicina 5 PEDIATRIA Recém-nascido 01 mês 02 meses 03 meses 04 meses Motor Postura tônico cervical; cabeça pende; Quando traciona os braços a cabeça cai porque ele não tem sustentação; Postura tônico cervical; levanta queixo em prona (barriga para baixo ele levanta o queixo); Postura tônico cervical; levanta a cabeça em prona; Postura tônico cervical; sustenta a cabeça e o tronco quando em posição prona; Sustentação pendular (quando deitada que se levanta pelos braços a cabeça começa a sacudir) Cabeça centralizada (deixa de ter a postura tônico cervical); Olha as mãos na linha média e sustenta a cabeça. Imagem clássica – criança olhando para as mãos; Quando puxa pelas mãos a criança traz a cabeça sem pender; Adaptação Fixa a visão; olha fixamente para determinado ponto; Acompanha um objeto de maneira limitada (máximo de 90 graus); Acompanha objeto em 180º; Estende a mão em direção aos objetos (ainda não consegue pegar porque está começando a perder agora o reflexo de preensão palmar) Pega cubital – começa a pegar objetos, mas normalmente apenas objetos grandes; Social Preferência pela face humana (principalmente materno) Sorriso espontâneo; Sorriso social; ela passa a sorrir para as pessoas quando provocada; Contato social mais exuberante, começa a sorrir por mais tempo; Começa a rir alto Linguagem Nada Nada Vocalizar – alguns sons vocais; Criança começa a misturar vogais com consoantes; passa a emitir sons mais complexos; Nada 6-7 meses (28 semanas) 9-10 meses 12 meses Motor Sustenta bem a cabeça; Rola; senta-se sem apoio por pouco tempo (tomba e se apoia sobre as próprias mãos); Consegue ficar sentada sem apoio no tronco (diferente da de quatro meses), porém por pouco tempo Senda sem apoio por tempo indeterminado; Pode engatinhar, mas não são todas; Anda com apoio; Levanta-se sozinho Adaptação Pega radial Transfere objeto entre as mãos; Apenas objetos maiores Pinça polegar dedo – mas ainda não é perfeita, ainda se usa a lateral do dedo para pegar o objeto, e é um movimento assistido, precisa apoiar a mão Pega com pinça perfeita; Entrega objetos por solicitação; Luysa Gabrielly de Araujo Morais – Medicina 6 PEDIATRIA Solta objetos se retirados; Social Prefere a mãe, mas ainda não rejeita os desconhecidos; Estranha os desconhecidos, acena (já da tchau) e brinca de cadê (traduz o sentido de permanência do objeto); Interage; Ajuda a vestir e brincar; Linguagem Linguagem mais organizada; Emitir polissílabos vogais (LALAÇÃO); Mamama/papapa/ Polissílabos (mama, papa); Fala algumas palavras com significado; Sentido de permanência – a criança acredita que so existe o que ela vê, quando ela tem 9 meses ela passa a ter sentido de permanência, ou seja, mesmo que não esteja vendo a criança sabe que objeto existe; anteriormente caso o objeto sumisse a criança passa a acreditar que aquele objeto deixou de existir. DISTÚRBIOS DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DESNUTRIÇÃO COMO IDENTIFICAR? Peso comparado com o peso para idade ideal; Avaliar de acordo com o percentil 50; Como calcular adequação: o Avaliar o peso ideal de acordo com o gráfico tendo como base o percentil 50. Depois deve-se usar esse valor como 100%; o Esse valor sendo 100% deve-se calcular qual seria a porcentagem do valor real de peso que a criança tem; o Esse será o valor de adequação daquela criança; Análise (Gomes); o >90% → eutrófico o 90-76% → desnutrido leve (1º grau); o 75-61% → desnutrido moderado (2º grau); o <60% → desnutrido grave (3ºgrau); Quando o paciente tem edema de origem nutricional é considerado desnutrição grave; A diferença entre os dois é que Gomes usa o peso em relação a idade e o Waterlow usa o peso em relação a estatura; Análise (Waterlow) o Peso x peso/ estatura ▪ Avaliar o gráfico de peso por estatura analisando de acordo com o percentil 50; ▪ Faz regra de 3 para ver a porcentagem, sendo o peso ideal 100%; ▪ </= 90% →Magro o Estatura x estatura/ idade ▪ Mesmo cálculo; ▪ </= 95% → baixo o Análise ▪ Nem magro e nem baixo → eutrófico ▪ Magro (estatura Normal) → desnutrido agudo (primeiro parâmetro que se altera é o peso); ▪ Magro e baixo → desnutrido crônico; Luysa Gabrielly de Araujo Morais – Medicina 7 PEDIATRIA ▪ Baixa (peso Normal para sua estatura) → caso seja considerada uma criança desnutrida ela tem uma desnutrição pregressa; • Ou seja, a criança anteriormente teve um quadro de desnutrição que alterou seu crescimento, mas que foi superado e atualmente ela não é desnutrida, é apenas baixa; MINISTÉRIO DA SAÚDE – PRINCIPAL! o Tem como base as curvas de crescimento da OMS; ▪ Percentil – posição que um valor ocupa em uma distribuição ordenada de valores centesimais; ▪ Escore Z – distância em desvio padrão que o indivíduo está da média; • 3/2/1/0/-1/-2/-3 • Escore Z 3 – 3 desvios padrões acima da média → corresponde ao percentil 99,9 • Escore Z 2 – 2 desvios padrões acima da média → percentil 97 • Escore Z 1 – 1 desvio padrão acima da média → percentil 85 • Escore Z 0 – é a média → percentil 50 (não necessariamente é igual); • Escore Z – 1 - 1 desvio padrão abaixo da média → percentil 15 • Escore Z -2 → percentil 3 • Escore Z -3 → percentil 0,1 o Tipos de gráfico: ▪ Peso por idade – até 10 anos ▪ Estatura por idade – zero – 19 anos ▪ Peso por estatura – pode ser usado apenas até 5 anos ▪ IMC – zero a 19 anos ▪ Até 5 anos – todos os gráficos/ entre 5 e 10 anos – não usa peso por estatura/ maior de 10 anos – apenas estatura por idade e IMC; o Ministério da saúde indica o gráfico de escore Z; ▪ Abaixo de -2 (percentil 3) → baixo (peso/ estatura/ pouco peso para sua estatura – magreza) • Peso/ estatura e IMC -pouco peso para estatura → magreza → desnutrição moderada; ▪ Se estiver na linha entre -2 e -3 ela é considerada -3; ▪ Abaixo de -3 (percentil 0,1) → muito baixo (peso/ estatura/ magreza acentuada) • Peso/ estaturae IMC – magreza acentuada → desnutrição grave; o Para saber se é agudo ou crônico usar o gráfico da estatura, se estiver alterada fala a favor de algo crônico e se estiver normal fala a favor de algo agudo; o Edema fala a favor de desnutrição grave; não se pode usar o peso porque o edema aumenta esse valor; DESNUTRIÇÃO GRAVE Desequilíbrio nutricional negativo; falta de nutrientes ou incapacidade de usar aqueles nutrientes; Tipos o Primária – pobreza; miséria e fome → falta alimento o Secundária – quantidade de alimento normal, mas paciente possui perdas anormais de nutrientes e/ou aumento do gasto energético; MARASMO o Desnutrição grave que resulta de uma deficiência global de energia e proteínas; o Privação nutricional crônica ou doença de base – perda dos principais nutrientes; o Instalação lenta no primeiro ano de vida; ▪ É mais comum porque no primeiro ano de vida o peso triplica – precisa de muito alimento e consequentemente se falta esse alimento gera falta de nutrientes e consumo de tecido adiposo; Luysa Gabrielly de Araujo Morais – Medicina 8 PEDIATRIA o Ausência de tecido adiposo (usado como forma de energia); o Ausência de tecido subcutâneo; o Fácies senil ou simiesca – a última reserva de energia que é consumida são as bolas de Bouchard; o Hipotrofia muscular e hipotonia – não conseguem alcançar os marcos do crescimento; o Irritabilidade e apetite variável; o Não possui edema KAWASHIORKOR o Menos frequente, porém mais grave; o Deficiência proteica com ingesta energética normal; o Criança recebe calorias, mas não recebe proteínas; o Aparentemente existe também um gatilho infeccioso para que se desenvolva essa síndrome → reação inflamatória sistêmica; o Instalação rápida após o desmame; o Mais frequente a partir do segundo ano (criança que já foi previamente bem alimentada): o EDEMA – extremidades ou anasarca; o Hepatomegalia por esteatose o Subcutâneo está preservado – não acontece lipólise e nem degradação de ácidos graxos o ALTERAÇÕES DE CABELO E PELE ▪ Fachas de hipopigmentação alternados com fachas de hiperpigmentação – sinal da bandeira ▪ Lesões hiper crômicas intercaladas (espeças e escurecidas, descamam e surgem as hipocromicas) com lesões hipercromias; • Aspecto de pavimentação; KWASHIORKOR MARASMÁTICO o Criança emagrecida com edema de extremidades o É a forma mais grave de todas o Criança que apresentava quadro de marasmo e por alguma intercorrência aguda desenvolve o quadro de Kwashiorkor; LABORATÓRIO DA DESNUTRIÇÃO GRAVE o Hipoglicemia o HIPONATREMIA SÓDIO SÉRICO DIMINUIDO, MAS SÓDIO CORPORAL NORMAL; ▪ Sódio está no intracelular – pct apresenta distúrbio na bomba de sódio e potássio o Hipocalemia e hipomagnesemia – perdidos através da urina o HIPOALBUMINEMIA Luysa Gabrielly de Araujo Morais – Medicina 9 PEDIATRIA ▪ Kwashiorkor – além da redução da albumina existe uma resposta inflamatória sistêmica com aumento da permeabilidade vascular e, consequentemente aumenta a probabilidade de edema; TRATAMENTO HOSPITALAR o Etapa de estabilização – 1 a 7 dias ▪ Morre • Hipoglicemia • Hipotermia • DHE • Infecção ▪ Hipotermia – aquecer/ manter aquecida ▪ Hipoglicemia • Consciente – via oral • Alterações – via EV • Alimentação frequente – 2/2 horas ▪ DHE • Hidratação preferencialmente via oral • Hidratação venosa apenas caso francos sinais de choque • Não se corrige sódio, ele será corrigido com correção nutricional; ▪ Tratamento de infecção • Não precisa identificar, faz de amplo espectro; • Ampicilina com aminoglicosídeo caso não tenha sinais localizatorios; ▪ Dieta habitual para criança daquela idade; não hiperalimentar; • Considerar diminuição da lactose; • Não hiperalimentar ➔ pode gerar Sd de realimentação → estímulo anabólico muito intenso – grande liberação de insulina – estimula a utilização celular do fosfato gerando hipofosfatemia grave; ▪ Suplemento de Potássio e Magnésio ▪ Suplementar Zinco ▪ NÃO SUPLEMENTAR FERRO – porque pode ser usado por bactérias e aumenta estresse oxidativo ▪ Polivitamínicos → Vitamina A (principal carência de micronutrientes) e ácido fólico • Manifestações da hipovitaminose A ➔ Cegueira noturna, Manchas de Bitot e Ceratomalácia o Etapa de reabilitação 2-6 semanas ▪ Objetivo é reabilitação nutricional ▪ Marco inicial (quando pode ser interrompida a fase de estabilização) – retorno do apetite ▪ Aumento de caloria e proteína → CATCH UP (150-220kcal/peso); 4-6g prot/kg/dia ▪ Suplementação de ferro ▪ Quando estável – alta para tratamento ambulatorial ▪ FOLLOW UP – pesagem semanal – segmento para avaliação por alguns meses; OBESIDADE Ela é avaliada pelas curvas da OMS através do gráfico do IMC que usa o escore Z; Existem dois gráficos, um de 0-5 anos e um de 5-19 anos, sendo que esses casos a classificação muda: 0-5 anos → obesidade (3); sobrepeso (2) e risco de sobrepeso (1); 5-19 anos → obesidade grave (3); obesidade (2) e sobrepeso (1); Relembrar que: (escore z = percentil = gráfico de 0-5 anos = gráfico de 5-19 anos) Escore z 3 = percentil 99,9 = obesidade = obesidade grave Escore Z 2 = percentil 97 = sobrepeso = obesidade Escore z 1 = percentil 85 = risco de sobrepeso = sobrepeso Luysa Gabrielly de Araujo Morais – Medicina 10 PEDIATRIA Classificação do peso: Escore z >2 → peso elevado CDC Classificação apenas em > 2 anos P85 ao p94 – sobrepeso >/=p95 – obesidade BAIXA ESTATURA O QUE AVALIAR? Estatura atual Velocidade de crescimento – quanto ele cresceu em determinado período o Usa como parâmetro 12 meses, mas pode ser avaliado 6 meses e multiplicado por 2; Estatura dos pais o Masc. = pai + mãe + 13/2 o Fem. = pai + mãe – 13/2 o Para que serve? Ao descobrir o alvo, marcar no final do gráfico e contar 8,5cm para cima e para baixo. Essa faixa será considerada a faixa de normalidade para crescimento dessa criança; Quando a criança cresce distante do potencial genético é considerado um crescimento deficitário ainda que por definição você não tenha baixa estatura; Baixa estatura: Homem → 1,63cm Mulher → 1,51cm Idade óssea → Rx de mão e punho esquerdo Informação sobre a maturidade esquelética do indivíduo Cartilagem vai alongando e calcificando Diz o quanto que aquele esqueleto já ossificou Idade óssea alterada é >2 desvios padrão ETIOLOGIA Variante normal do crescimento – criança saudável, porém baixa; o Baixa estatura genética ou familiar → criança baixa por ser filha de pais baixos; o Retardo constitucional/ atraso constitucional → crescimento mais lento, envelhecimento biológico mais lento que o das outras crianças; ▪ Criança que na infância e início da adolescência é mais baixo, entretanto após a puberdade (que é atrasada) acelera o crescimento e se torna um adulto mais alto; Condições mórbidas Luysa Gabrielly de Araujo Morais – Medicina 11 PEDIATRIA o Desnutrição (crônica) ▪ Primária ▪ Secundária – doença celíaca o Doenças endócrinas ▪ Hipotireoidismo ▪ Deficiência de GH ▪ Aumento de cortisol o Doenças genéticas ▪ Displasias esqueléticas – acondroplasias; • Baixa estatura desproporcional, o segmento superior (tórax) é maior que os Membros inferiores • Baixa estatura desproporcional sempre é patológica ▪ Síndrome cromossômicas – turner 45X0 QUEIXA DE BAIXA ESTATURA → DEFINIR SE HÁ BAIXA ESTATURA Estatura/ idade < percentil 3 ou 5 → avaliar a velocidade de crescimento o Escolar ou adolescente pré púbere (ainda não entrou na puberdade) → >/=5cm ano; ▪ Normal → variante normal do crescimento • Retardo constitucional do crescimento o Idade óssea atrasada em relação a idade cronológica (pelo menos 2 anos ou mais) o Pais com altura normal o Idadeestatural é igual a idade óssea e menor que a idade cronológica; • Baixa estatura genética o Idade óssea compatível com idade cronológica o Pais baixos o Idade óssea é igual a cronológica e ambas são maiores que a idade estatural; Idade estatural – é a idade cujo percentil 50 de estatura corresponde a estatura do paciente; é a altura que se espera para uma criança mediana daquela idade; ▪ Anormal → condições mórbidas; • Feminino → solicitar cariótipo (investigar sd de turner); • Se tem Alteração fenotípica o Investigar doença genética • Se não tem alteração fenotípica o Avaliar IMC ▪ Bem nutrido ou obeso – doença endócrina (função tireoidiana); ▪ Emagrecida – desnutrição → investigar doenças crônicas;
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