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GESTÃO EM RECURSOS HUMANOS As profundas transformações oriundas do processo de globalização incrementaram a competitividade e a necessidade de sustentação de vantagens no mercado, isto é têm motivado às organizações a realizar uma análise de seus parâmetros de gestão, principalmente em relação a consciência das pessoas e a postura dos seus colaboradores diante da empresa, sua participação, motivação e as competências para a conquista dos objetivos organizacionais, representando, que por sua vez, implica no diferencial competitivo da organização como um todo (FISCHER, 1998). Isso vem acontecendo porque mesmo que as instalações físicas, equipamentos e recursos sejam necessários para o progresso da empresa, são as pessoas que desempenham o papel de maior importância dentro das organizações, pois são elas que planejam, executam, criam, produzem, estabelecem estratégias, enfim, são a fonte de movimentação da organização. Sem os recursos humanos é impossível uma empresa alcançar seus objetivos (MILCOVICH, 2008). De acordo com Bosi (2009, p. 1), “a administração de recursos humanos abrange um conjunto de técnicas e instrumentos que permitem às organizações atrair, manter e desenvolver os talentos humanos”. No entanto, para que essas técnicas possam ser realizadas com eficácia, é necessário que o gestor de recursos humanos tenha características inerentes ao cargo, que possa atuar de forma motivadora, com sensibilidade e liderança, transformando o ambiente de trabalho em um lugar prazeroso e humanizado para o desenvolvimento com tarefas a serem realizadas com mais qualidade, eficiência e eficácia. Observa-se então que o foco da gestão de recursos humanos atual é a preocupação com o talento humano. Esse termo utilizado não diz respeito somente as habilidades profissionais de cada funcionário, como já mencionado anteriormente, ela envolve como um todo, desde os elevados índices de rotatividade e absenteísmo como também causas de acidente de trabalho, qualidade dos produtos, desperdício de materiais, salários incompatíveis como também a qualidade de vida e condições de trabalho. Assim, para que haja uma gestão de recursos humanos eficaz, é necessário também haver planejamento estratégico eficiente, uma estrutura centrada, sólida e permanente em relação aos fatores que envolvem a área. É importante encontrar alternativas e possibilidades, para poder fazer a diferença, criar uma harmonia entre todas as áreas da empresa, proporcionando mais satisfação e consequentemente um progresso, que leve ao alcance de seus objetivos. A evolução do RH Há muito tempo, conforme a literatura sobre o assunto, podemos encontrar indícios e relatos sobre a existência da área de recursos humanos na administração de uma empresa, já no começo do século XX, precisamente nos anos 20, esta área já estava presente guiando trabalhos de grupos, como pesca, agricultura, criação de animais. (CHIAVENATO, 2000). Contudo, sabe-se que a área de recursos humanos não chegou muito facilmente “como é” hoje, muitas mudanças ocorreram a partir do início do século XX, umas das mudanças mais significativas que ocorreu foi a alteração da nomenclatura, descritas como: relações industriais, administração de pessoal, relações humanas e recursos humanos, onde este último termo é usado até os dias atuais e ficou significando um campo da administração dentro das organizações (CHIAVENATO, 2000). Esclarece Marras (2000), que a evolução do RH se deu em quatro fases básicas: a primeira fase conhecida como fase pré-histórica da administração de recursos humanos que se diferencia das outras exatamente pela preocupação que tinha em relação aos custos da organização. O aparecimento da função de chefe de pessoal ocasionou a descentralização da função dos chefes de produção dando início a segunda fase dessa evolução dos Recursos Humanos que ocorreu por volta dos anos de 1930 a 1950. A terceira fase também chamada de fase tecnicista teve início em 1950 e término em 1965 e ficou marcada pela implantação de um novo modelo de gestão de pessoal, sendo copiada dos Estados Unidos levando o nome de gerência de recursos industriais. A quarta fase, igualmente conhecida como a fase administrativa, abrangeu os anos entre 1965 a 1985, mas uma vez mudou o nome passando de gerência das relações industriais para gerência dos recursos humanos, e por último, temos a quinta e última fase, que iniciou em 1985 e é existente até os dias de hoje, no qual é caracterizada pela abertura dos programas de planejamentos estratégicos que provocou a mudança da organização, mudando mais uma vez o nome do cargo para gerente de recursos humanos, onde passou a ter mais valor para diretoria ocupando então, um lugar de destaque na gerência da empresa. Ricci (2007, p.1) também explica a evolução de recursos humanos, mostrando os acontecimentos através das décadas de suas existências: Década de 30 O setor de recursos humanos era composto por donos de empresas que tinham em sua concepção o ditado: “manda quem pode, obedece quem tem juízo". Dessa forma nota-se que era uma gestão baseada na tirania, porém centrada nos resultados. Década de 40 Nessa década o setor de recursos humanos era constituído por advogados especialistas que entendiam as leis para que não fossem cumpridas. O então presidente Getúlio Vargas promulgou a CLT e surgiram também as primeiras juntas trabalhistas e as primeiras reclamações. Foi um momento marcado pelo antagonismo entre as partes. Década de 50 O RH era constituído por engenheiros, era a fase de industrialização do país onde o setor se resumia a estudos de tempo e movimento. Taylor e Fayol, autores da Teoria Geral da Administração e estudiosos da Administração se destacavam nessa época em relação ao tema. Década de 60 Foi a década da descoberta do trabalho em equipe, o que modificou a forma de planejar e agir do setor, pois pararam de pensar só em si, focando mais o sindicato patronal e os funcionários. Década de 70 O RH era constituído por Administradores de empresas onde muitos deles cometiam vários erros. Eles mediam o próprio poder pelo tamanho da estrutura que tinham para gerenciar, então os organogramas das corporações eram imensos e inchados desnecessariamente. Década de 80 O setor de RH foi novamente modificado, desta vez foi constituído por psicólogas, em princípio capazes de gerenciar a crise existencial que abatia os profissionais do setor. A origem dessa crise estava no nascimento de um RH revolucionário, preocupado com os parceiros internos, descobridor das pessoas como os verdadeiros recursos humanos e dos interesses dos acionistas, mas ao mesmo tempo incapaz de lidar com tudo isso e com processos, leis e sindicatos ao mesmo tempo. Já na década de 90, surgiram novas ideias, foi uma década das fusões, aquisições e terceirizações. Os profissionais de RH buscavam, muitas vezes sem sucesso algumas metodologias para integrar as equipes da empresa, acalmar o stress, avaliar os limites e desenvolver em cada ser humano o trabalho em grupo e a motivação. Mas nem sempre a superexposição das pessoas a esses fatores provocaram situações em seus ambientes de trabalho. Com isso, surge uma certa desconfiança com o comprometimento e a credibilidade da área. Na atualidade, o setor de recursos humanos vem sofrendo ainda mais modificações referentes a esses paradigmas, principalmente por entenderem que por mais que uma empresa tenha um profissional qualificado tecnicamente e com habilidades específicas, a empresa necessita ainda de pessoas com comportamentos e atitudes adequadas e que façam jus, através de seu profissionalismo e que acompanhem a missão, a visão e aos objetivos da organização. Houve, assim, em todo processo inúmeras transformações, modificações no âmbito empresarial, pois em relação ao perfil dos profissionais foi sofrendo alterações, no qualpara que fosse possível vencer os desafios fazendo com que este adquira-se mais responsabilidades que até então não existiam, devido suas potencialidades peculiares para o desenvolvimento dos processos organizacionais. O funcionário que até então, ainda não era beneficiado com um tratamento justo e qualificado que era de direito, passou a ser valorizado e respeitado como profissional. Conforme Meira e Oliveira (2004, p.85), algumas outras transformações foram acontecendo e com isso ocasionaram-se grandes diferenças nos recursos humanos dentro da Teoria Administrativa, áreas de conhecimento como marketing, medicina, sociologia, pedagogia, arquitetura entre outras passaram a valorizar esses recursos humanos e com isso eles passaram a receber significativa influência de tais áreas e foram assim enriquecendo e se tornando importantes cada vez mais. Percebe-se que a gestão organizacional começou a repensar suas ações e modificar a maneira de criar e organizar seu planejamento devido a essas influências dessa área. A diferença entre a gestão antiga em relação a gestão hoje utilizada, se deve principalmente ao tratamento dos empresários perante seus funcionários, onde estes com o passar dos tempos começaram a serem vistos como aliados na luta contra concorrência, e com isso passaram a ter o valor merecido. Nota-se, porém, uma mudança expressiva entre as relações dos trabalhadores com a empresa e vice-versa, o que resulta na proteção social aos trabalhadores no país, ocasionando também no setor de recursos humanos também algumas mudanças onde se passou a ter como desafio principal o acompanhamento e o desenvolvimento da administração para a organização das empresas mediante uma economia globalizada em um mundo interligado pela tecnologia da comunicação. Com o passar dos tempos, o setor de recursos humanos, no Brasil, vem se alterando, tornou-se um processo contínuo de transformação de maneira que cada vez mais se busca melhorias deixando de ser visto como algo mais simples e começa a ser entendido como algo mais complexo (TEGON, 2009). Assim pode-se observar que desde o seu surgimento, o setor de RH realizou grandes saltos no que diz respeito a sua visão de trabalho, suas ações e comportamento perante os funcionários da empresa. Devido a essas modificações o RH passou a ter mais atribuições, pois, mesmo ainda sendo responsável pelo comando das atividades operacionais, passou a ser responsável também a ajudar a empresa a atrair, reter e desenvolver as pessoas que compõem o seu negócio, isto é na contratação, atuação e desenvolvimento dos integrantes do seu negócio (SOUZA, 2002). Segundo Tegon (2007, p.1), houve “a necessidade das empresas implementarem e administrarem os departamentos de RH”. Hoje esse setor se tornou responsável pelo direcionamento das organizações e não obstante a isto o responsável para aglutinar esforços e o alinhamento de toda organização foram, para este setor, as consequências, o que também favoreceu este a se tornar cada vez mais valorizado e reconhecido dentro das organizações. Pode-se dizer que, os recursos humanos frente a essas transformações, sofreram grandes modificações no cenário atual e na sua forma de administração, e com isso houveram avanços significativos para o crescimento organizacional, isto é o RH tem modificado a concepção do funcionário em relação ao seu trabalho, o valor dado à empresa em que trabalha tem transformado as ações dentro da empresa e as relações entre funcionários e setores, empresários e seus subalternos fazendo com que todo um perfil organizacional repercutisse de maneira diferente da até então administração de recursos humanos executada nas empresas. Dessa forma, observa-se que as funções desempenhadas pelo setor de RH, em toda sua evolução, mostraram-se imprescindíveis para as organizações, quando passa a atuar como instrumento direcionador e atuante no alcance dos objetivos organizacionais. A função de Recursos Humanos O bom desempenho da organização está ligado à atuação e a função que ocupa o setor de Recursos Humanos dentro da organização e a relação deste setor com objetivos organizacionais para desenvolver e utilizar seus colaboradores para o alcance da visão e missão organizacional. Suas tarefas estão ligadas ao planejamento e implantação das estratégias de pessoas para fazer com que a empresa atinja os seus objetivos. O setor de recursos humanos é a base principal para a criação das políticas de gestão de pessoas e de políticas sociais de uma empresa, pois atua como um ponto de equilíbrio entre os funcionários, setores e serviços prestados pela organização. Dispensa atenção constante e direta às pessoas que integram a empresa, o que torna isto um fator imprescindível para garantir o bom funcionamento de qualquer organização. O setor de recursos humanos deve atuar desempenhando um papel humanizado. Procurando compreender o comportamento humano e solucionando problemas através de ações referentes aos vários sistemas e práticas de recursos humanos (CHIAVENATO, 1996) De acordo com Lacombe (2006, p. 20), o setor de recursos humanos terá que: [...] participar intensamente na formulação e na implementação das estratégias da empresa, pois eles dependem cada vez mais de todas as pessoas em todos os seus níveis. O pessoal dessa área terá que dominar a tecnologia da informação e proporcionar informações por meio da intranet e dos portais da empresa. Observa-se diante da citação que dentre as funções desempenhadas pelo setor, destaca-se uma muito importante que é de construir políticas de RH, elaborar e executar um planejamento estratégico para a realização das tarefas, uma vez que tudo na empresa está em constante modificação por ter sua principal produção dependendo da mão de obra humana. Assim, sendo intrínseco do ser humano sofrer transformações constantes, seja nos fatores físicos, psíquicos ou sociais, havendo, portanto, exigências no que diz respeito ao processo de mudança, como por exemplo, relativas ao domínio de conhecimentos, novas atitudes, habilidades, criatividades, humanização, fatores que alteram o perfil dos talentos dentro das empresas. De acordo com Lacombe e Belloquim (2006, p.8), a administração de recursos humanos é responsável por fatores indispensáveis, tais como: [...] os resultados de sua área e seus subordinados; pela distribuição direta de trabalho, planejamento e controle dos resultados; pela motivação e avaliação dos funcionários retornando a cada um observações sobre seu desempenho; pela admissão, promoção e demissão na empresa; pela orientação, educação e treinamento dos empregados; e, principalmente pela segurança no trabalho de todos que estão envolvidos no interior da empresa. Complementa Sousa (2008, p. 1), dizendo que: a função do “DPTO de RH das empresas”, é desenvolver as seguintes atividades: “Recrutar, Avaliar, Escolher, Manter o conjunto de funcionários ou colaboradores de uma empresa ou organização”, além de “[...] avaliar, desenvolver, manter os profissionais existentes nas empresas, estipulando junto a diretoria desta, políticas de carreira e salário”. Diante disso, observa-se que o setor atribui para si uma das mais importantes funções dentro da empresa, pois trabalha diretamente com os profissionais da mesma, agindo diretamente na vida profissional e no desempenho de seus colaboradores a partir de avaliações constantes. É possível observar que as atribuições do setor de RH não estão ligadas apenas a delegação e execução de tarefas, mas a todo um processo formativo que envolve planejamento, ação e desempenho, e neste sentido, a gestão de pessoas fundamenta-se no fato de que o desempenho de uma empresa está fortemente ligado à contribuição das pessoas que a integram, como também na maneira como elas são organizadas, estimuladas e capacitadas. Segundo Chiavenato (1996, p.121),é necessário dar atenção também a fatores como o modo com que os funcionários são cultivados no ambiente de trabalho. É necessário que estejam: [..] dentro de um clima organizacional adequado e como estão estruturados e dispostos os membros da força de trabalho, de modo a habilitá-los a exercer maior poder e liberdade de decisão, levando à maior flexibilidade e à reação mais rápida aos requisitos mutáveis do mercado. Fazendo então um resumo sobre as atribuições do setor de recursos humanos, Romão, Guerreiro e Batista (2007), nos direciona para quatro pontos: organizar, dirigir, planejar e controlar, onde o primeiro trata do planejamento de toda estrutura interna servindo de ligação entre os níveis interno e externo, o segundo caracteriza-se pela maneira de determinar e influenciar o comportamento do próximo, o terceiro representa a capacidade de realizar as tarefas inerentes ao cargo, e o último, é a linha traçada para que os objetivos sejam realizados, onde cada uma dessas funções atua como uma peça importante que se encaixa harmonicamente e que depende uma da outra, estando intimamente interligadas, não possuindo nenhuma como principal ou integrante, mas, igualmente importantes para que haja um bom desempenho das funções. No entanto para que o setor de recursos humanos tenha eficiência em suas funções é necessário existir um planejamento estratégico. Para a elaboração desse plano é preciso estruturar um conjunto de referências para sua execução que serão definidos pela função de controlar. Mas é importante observar que o controle só se faz aplicável dependendo de como a organização do setor está constituído dentro da empresa, pois repercute diretamente na realização das tarefas de gestão e no eficiente alcance dos objetivos (ROMÃO; GUERREIRO; BATISTA, 2007). Conhecendo as funções do setor de recursos humanos se faz necessário conhecer também a maneira que é executada essas ações para que haja o eficiente alcance dos objetivos. Então, como o setor de recursos humanos pode fazer para executar seu planejamento estratégico e desempenhar seu papel de maneira dinâmica sem que o ambiente competitivo existente em toda empresa possa ter influencia negativa? O ponto de partida se faz presente desde a contratação de um novo profissional. É importante que seja realizada com muito cuidado, com a devida atenção e pré-requisitos uma seleção para poder indicar qual o profissional se adéqua para composição dos cargos disponíveis, tanto no que diz respeito a competência quanto as habilidades profissionais, a pré-disposição para se engajar adequadamente ao clima e a cultura organizacional e ter um bom relacionamento inter-pessoal. A escolha de profissionais não se caracteriza apenas por aqueles que vestem a camisa da empresa, mas principalmente pelos que se comprometem com o seu trabalho com fidelidade, lealdade, disciplina e dinâmica, que além de saber tomar decisões e possuir habilidades profissionais, tenha boa relação interpessoal, e seja livre de preconceitos (DANKER, 2007). Assim, para melhor incentivar a realização das tarefas pelos funcionários da empresa, o setor de recursos humanos deve observar que: [...] os funcionários devem ser vistos além do seu papel na vida produtiva nas organizações; eles devem ser encarados como protagonistas, visto que são a essência da dinâmica organizacional; a criatividade é uma qualidade humana insubstituível (DAVEL; VERGARA, 2001, p.31). Nesse contexto, observa-se que qualquer atividade que lida diretamente com pessoas precisa ser executada com competência e muita sensibilidade, pois qualquer falha ou sucesso pode ser considerado como ponto negativo ou positivo para a sobrevivência e o sucesso das organizações. Diante do exposto observa-se que as empresas buscam cada vez mais alcançar produtos de qualidade, com boa penetração de mercado e com clientes satisfeitos e fiéis. E é nessa procura pela qualidade que alguns elementos devem ser vislumbrados para proporcionar a motivação das pessoas a se envolverem mais com a organização, fazendo- os se identificarem e serem conhecidos pela liderança (JURAN, 1990). Gestão de pessoas em um ambiente dinâmico e competitivo A área de recursos humanos é uma das que sofreram mais transformações no mundo moderno. As empresas estão percebendo que a gestão de pessoas representa o coração do empreendimento, visto que é ela a responsável em produzir inteligência ao negócio e ao mesmo tempo racionalidade nas decisões. Sendo assim, estão resolvendo investir mais no desenvolvimento da capacidade e das relações humanas, procedendo assim, algumas modificações que só vieram acrescentar aos Recursos Humanos, isto é às pessoas e consequentemente às organizações. A gestão de pessoas hoje é totalmente diferente da antiga administração de Recursos Humanos de antes, onde as pessoas eram consideradas como recursos. Hoje essa gestão considera seus colaboradores como parceiros que possuem conjuntos de qualidades importantes para o crescimento e estabilidade da empresa como, por exemplo: a inteligência, a individualidade, os conhecimentos, a capacidade, a destreza, a vontade e as percepções particulares peculiares a cada um (REIS, 2009). Assim, considera-se que a finalidade da mudança de nomenclatura vai bem mais além da grafia dos termos, ela serve para esclarecer aos funcionários que eles fazem parte da essência da organização, do seu desenvolvimento e da sua manutenção no mercado, que ao invés de serem considerados como “mão-de-obra” são considerados como cooperadores, colaboradores, como pessoas que possuem características próprias e podem através da motivação contribuir significadamente para a empresa da qual faz parte. Para Chiavenato (1998, p. 35), “na era da informação, lidar com pessoas deixou de ser um problema e passou a ser uma solução para as organizações”. Para as organizações sim, mas a gestão de pessoas com pessoas ainda possui algumas resistências tendo em vista que há indivíduos que ainda se classificam como um reprodutor de ideias e não como um ser criativo e autônomo. No entanto, para que essa transformação aconteça de forma ampla. Faz-se necessária a organização assumir uma nova estrutura, além de desenvolver novas posturas que possam dinamizar intensamente as suas potencialidades e contribuir positivamente para o sucesso. Toda essa estrutura está ligada às pessoas, ou seja, aos recursos humanos da empresa e os meios possíveis para administrá-los. Para tanto, surgem necessidades para uma mais complexa transformação, onde possam ser reorientados nos aspectos sociais e culturais para adequar-se às novas exigências do perfil das organizações atuais. Diante disso, Chiavenato (2004, p. 49), expõe algumas dessas necessidades: Uma nova visão do homem, do trabalho e da empresa; Estrutura plana, horizontalizada, enxuta, de poucos níveis hierárquicos; Organização voltada para processos e não para funções especializadas e isoladas; Necessidade de atender ao usuário interno ou externo – e, se possível, encantá-lo Sintonia com o ritmo e a natureza das mudanças ambientais; Visão voltada para o futuro e para o destino da empresa e das pessoas; Necessidade de criar valor e agregar valor às pessoas, à empresa e ao cliente; Criação de condições para uma administração participativa e baseada em equipes; Agilidade, flexibilidade, dinamismo e proação; Compromisso com a qualidade e com a excelência de serviços; Busca da inovação e da criatividade. Observa-se, diante do exposto, que o recursos humanos vai atuar administrando talentos, pessoas com capacidades investidas, dinâmicas, criativas e atuantes, e não simples funcionários a trabalhar com atividades prontas e executáveis. È preciso buscar toda a capacidade, habilidade e motivação do intelecto humano. Então se gestão de pessoas é “a função gerencial quevisa à cooperação das pessoas que atuam nas organizações para o alcance dos objetivos tanto organizacionais quanto individuais. [...]”, se faz necessário que todos os membros que compõem a organização estejam abertos para essa cooperação em grupo e crescimento homogêneo de idéias e tarefas, pois a organização não pode caminhar com seus membros em direções opostas onde cada um segue um objetivo diferente (GIL, 2001, p.17). Essa nova concepção de gestão de pessoas é de grande importância para que a empresa possa estar implantada de forma positiva no mundo atual. O novo perfil de comportamento dos funcionários, em contrapartida, implica em maiores responsabilidades, aumentando ainda mais cobrança do funcionário. Diante disso são inevitáveis as transformações que devem ocorrer no setor de Recursos Humanos para que este possa se adequar às novas necessidades. (NOGUEIRA, et al., 1999). Chegado a esse novo contexto estrutural e cultural, a gestão de recursos humanos além de aprender assumir novas responsabilidades, precisa saber cumpri-las, para tanto se faz necessário aprender novas habilidades conceituais e técnicas. Segundo Danker (2007, p.3), o gestor de pessoas deve exercer seu trabalho em um determinado grau de complexidade para que as decisões a serem tomadas sejam corretas, pois “não é absurda a ideia de remunerar o profissional segundo o nível de complexidade em que atua e, nesta medida, faz sentido remunerar por competências, uma vez que competências refletem a complexidade”. A remuneração de acordo com as competências estimula ainda mais o profissional da organização em seu empenho e na motivação de querer sempre ultrapassar barreiras, buscando cada vez mais o profissionalismo e o crescimento da organização. Em concordância com Danker (2007), Dutra (2001, p.2) acrescenta que a remuneração precisa ser baseada no espaço ocupacional, ou seja, baseado no “conjunto de atribuições e responsabilidades do profissional que, em geral, é estabelecido a partir das competências individuais e das necessidades da organização”. Ainda, para Danker (2007, p.5), a gestão de recursos humanos pode vir a diferenciar-se da gestão geral da empresa criando uma incompatibilidade de ideias e diretrizes devido as “novas formas organizacionais e a velocidade da organização do trabalho”. Nesse caso, essa preocupação pode ser sanada com a utilização do “Modelo de Gestão por Competências”, explicado pelo autor como uma forma peculiar da administração, que ocorre quando se considera a participação do funcionário como um elemento essencial para que a empresa planeje sua estratégia de sucesso diante da concorrência. No entanto para que o gestor de recursos humanos possa atribuir atividades segundo as competências e habilidades, este deve observá-los “além do seu desempenho na vida produtiva nas organizações; eles devem ser encarados como protagonistas, visto que são a essência da dinâmica organizacional” (DAVEL; VERGARA, 2001, p.31). Nesse contexto, observa-se que o setor de RH, por lidar diretamente com pessoas, precisa, além de planejar a execução de suas tarefas para que estas venham acrescentar de forma positiva para o sucesso das organizações, valorizar os profissionais que com ela trabalha mantendo um bom relacionamento interpessoal, o incentivo constante e a possibilidade de crescimento junto com a organização. REFERÊNCIAS BOSI, Gelisa de Lara Couto. Administração de recursos humanos em pequenas empresas Disponível em: http://www.sebraepb.com.br:8080/bte/download/ Desenvolvimento%20dos%20Seres%20Humanos/88_1_arquivo_rh.pdf Acesso em: CHIAVENATO, Idalberto, Recursos Humanos, Edição Compacta, São Paulo, Atlas, 1998, p. 577 CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. CHIAVENATO, Adalberto. Administração: teoria, processo e prática. 3 ed. São Paulo: Pearson education do Brasil, 2000. CHIAVENATO, Adalberto. 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