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GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS Autoria: Tulio Kléber Vicenzi CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Ivan Tesck Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz Prof.ª: Tathyane Lucas Simão Prof. Ivan Tesck Revisão de Conteúdo: Jorge Hilário Bertoldi Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Revisão Pedagógica: Bárbara Pricila Franz Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2018 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 658 V632g Vicenzi, Tulio Kléber Gestão de recursos humanos / Tulio Kléber Vicenzi. Indaial: UNIASSELVI, 2018. 136 p. : il. ISBN 978-85-69910-90-9 1. Administração. I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. Tulio Kléber Vicenzi Graduado em Administração de Empresas pelo Centro Universitário de Jaraguá do Sul (2002) e mestrado em Administração de Negócios pela Universidade Regional de Blumenau (2007). Atualmente professor presencial da disciplina Sistemas Financeiros. Professor do Ensino a Distância do Centro Universitário Leonardo da Vinci e do Centro Universitário - Católica de Santa Catarina. Tem experiências na Gestão da Tecnologia da Informação, nas disciplinas de Logística, Administração da Produção, Marketing e Teoria Geral da Administração. Na EAD publicou capítulos das disciplinas de Fundamentos da Teoria Organizacional, Prospecção de Novos Negócios e Fomentos, Marketing e Comportamento do Consumidor. Sumário APRESENTAÇÃO ....................................................................01 CAPÍTULO 1 Origem e Evolução da Administração de Recursos Humanos ..........................................................09 CAPÍTULO 2 Gestão de Recursos Humanos ............................................31 CAPÍTULO 3 CAPÍTULO 4 CAPÍTULO 5 CAPÍTULO 6 Planejamento Estratégico de Recursos Humanos ...............................................................59 Plano de Desenvolvimento de Carreira, Relações ...............................................................77 Técnicas de Negociação e Gestão de Conflitos...............95 O Novo Papel dos Recursos Humanos nas Organizações ................................................................115 APRESENTAÇÃO Caro acadêmico! Bem-vindo ao Livro de Estudos da disciplina Gestão de Recursos Humanos. O setor de Recursos Humanos lida diretamente com os ativos mais importantes de uma empresa: as pessoas. Os líderes e gestores precisam compreender que os colaboradores são peças-chave para o desenvolvimento da empresa e atingimento dos objetivos organizacionais. Assim, para dar às pessoas a atenção que merecem, é preciso que o departamento de Recursos Humanos tenha muita competência. Existem pontos fundamentais para que a Gestão de Recursos Humanos de uma empresa seja eficaz. Além de atrair, conquistar e contratar os melhores profissionais, é importante capacitá-los e motivá-los, conhecer suas reais necessidades e aspirações profissionais. É preciso avaliar o desempenho e recompensar os colaboradores que se destacam. A Gestão de Recursos Humanos envolve pensar em políticas para motivar e engajar funcionários, preparar lideranças para assumir cargos mais altos e desenvolver programas para tornar o ambiente acolhedor e inspirador. Todos esses pontos são fundamentais para a produtividade de uma empresa e devem estar sob a responsabilidade de gestores competentes. Para isso é preciso que uma linha de relacionamento seja estabelecida com abertura suficiente para que, mesmo em momentos como o desligamento de um funcionário, seja encarado como algo estratégico. Nesse sentido, a intenção deste livro é apresentar, no Capítulo 1, a história da evolução da gestão de pessoas, refletindo sobre a complexidade do ser humano, e compreender quais são as teorias que melhor se aplicam à realidade de cada organização, pensando em formas de melhorar o relacionamento entre gestor e colaborador. Na sequência, o Capítulo 2 pretende que o acadêmico identifique os principais desafios do gestor de recursos humanos. Para enfrentar tais desafios, o gestor precisa compreender e analisar os principais processos da gestão do setor, apresentando métodos para melhoria dos procedimentos utilizados. Nesse sentido, o Capítulo 3 visa identificar e desenvolver as melhores estratégias de planejamento da gestão dos recursos humanos, buscando superar as mudanças no mercado de trabalho e da própria organização, sempre pensando em atingir os objetivos e resultados organizacionais planejados. Ainda com o objetivo de engajar os colaboradores a atingirem os objetivos organizacionais, é preciso elaborar um plano de carreira. Para demonstrar às pessoas aonde elas podem chegar, é preciso identificar suas competências inter e intrapessoais. Nesse contexto, também é preciso trabalhar com os colaboradores a questão da ética e moral no ambiente de trabalho. Isso é o que você verá no Capítulo 4. Por fim, no Capítulo 5, trataremos da negociação no ambiente de trabalho para a resolução de conflitos, afinal, lidar com pessoas não é fácil, são personalidades e valores distintos que não raramente entram em choque, e você, como gestor de recursos humanos, terá que retomar a harmonia e bem-estar neste ambiente. Para isso, apresentaremos algumas técnicas de negociação. Você percebeu como a Gestão de Recursos Humanos é importante em uma organização!?! Esse livro não visa esgotar os assuntos relacionados à gestão de recursos humanos, pois esta é uma área em constante movimento. Contudo, ele trará ferramentas para que você faça com que a sua Gestão de Recursos Humanos seja um diferencial dentro da empresa. Bons estudos! CAPÍTULO 1 Origem e Evolução da Administração de Recursos Humanos A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Compreender as origens dos Recursos Humanos, bem como sua evolução a partir da Revolução Industrial. � Refletir a complexidade da natureza humana. � Comparar a teoria com a prática devido à evolução dos Recursos Humanos nas organizações. � Desenvolver novos procedimentos nas relações entre gestor e funcionário observando os efeitos acontecidos no passado 10 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS 11 Origem e Evolução da Administração de Recursos Humanos Capítulo 1 Contextualização A partir da Revolução Industrial foi necessário desenvolver novos métodos de trabalho para melhorar a motivação das pessoas no ambiente de trabalho. Enquanto Taylor tinha foco na produção em massa, sem dar muita importância para as pes- soas, Fayol por sua vez, além de observar a metodologia de produção em massa, iniciou estudos para identificar qual a melhor forma para trabalhar nas indústrias. Assim que seus estudos foram evoluindo, Fayol percebeu que era necessário motivar as pessoas no seu local de trabalho, assim nasceu a Escola das Relações Humanas, em 1930. Nas mais diversas empresas, nos dias atuais muitas utilizam diferentes nomenclaturas para identificar as relações humanas, como por exem- plo: Setor de Recursos Humanos, Setor de Recrutamento e Seleção, Gente e Gestão, Departamento de Recursos Humanos, Setor de Pessoal e atualmente a maioria das empresas utiliza a nomenclatura Gestão de Recursos Humanos. Independentemente do nome que a empresa usa para definir esse setor ou departa- mento, o objetivo final é único, ou seja, organizar a documentação dos funcionários, desen- volver treinamento e capacitá-los eprincipalmente, mantê-los motivados através de planos de cargos e salários, bem como outros benefícios que possam agregar valores aos fun- cionários. Outra nomenclatura muito usada nas organizações é “colaborador”, por se tratar de pessoas que realizam seus trabalhos em qualquer setor ou área fabril da empresa. Para entender melhor como funciona a área de Recursos Humanos é necessário entender o passado, dessa forma será percebida, conforme os estudos forem evolu- indo a mudança nas pessoas e na relação entre empresa e colaborador, pois as pes- soas têm suas necessidades básicas, que seguem a famosa pirâmide de Maslow. As pessoas possuem características próprias e para entendê-las é necessário identificar quais são suas necessidades. A complexidade da natureza humana tem situações extremas, quando a pessoa está em tensão em decorrência de alguma situação, seja em casa, por problemas particulares, ou no trabalho, com situações constrangedoras, seja com um colega de trabalho ou com a direção (supervisor, ge- rente, líder). Isso pode afetar e muito a motivação, bem como a personalidade, tor- nando o indivíduo muitas vezes agressivo nas atitudes, podendo ocorrer acidentes. Assim, a Gestão de Recursos Humanos tem o papel de desenvolver melhorias no ambiente de trabalho, bem como manter as pessoas motivadas, para garantir o menor índice de acidentes de trabalho, os quais geram enormes custos, sejam eles direta ou indiretamente, portanto é necessário observar e “cuidar” do colaborador. Por fim, o ambiente organizacional deve ser também levado em consideração na Gestão de Recursos Humanos, pois é um fator essencial para manter as pessoas mo- tivadas e proporcionar condições de trabalho desejado, em um ambiente harmonioso, organizado, limpo e principalmente, em que haja uma boa relação entre os colaboradores. 12 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS Origem e Conceitos A origem se deu no início do século XX, logo após a Revolução Industrial, quando se buscou um equilíbrio entre o trabalho e o capital (pessoas e organização), sendo seu maior objetivo minimizar os conflitos individuais pessoais que fazem parte da organização. Os indivíduos possuem interesses próprios e isso é muito difícil e às vezes até impossível de conciliar pelas partes, ou seja, empresa e funcionário (RIBEIRO, 2010). A partir de 1950 a nomenclatura usada para estabelecer o funcionamento da organização em relação às pessoas foi denominada Administração de Pessoal. Considerada muito burocrática, além de administrar conflitos e interesses individuais e da organização, passou a administrar os colaboradores de acordo com a legislação trabalhista, aqui no Brasil conhecida como (CLT) Consolidação das Leis Trabalhistas (RIBEIRO, 2010). A partir da década de 60, as empresas começaram a considerar as pessoas como recursos fundamentais para a empresa obter sucesso, assim surgiu a nomenclatura Gestão de Recursos Humanos. No entanto, com as mesmas premissas de que o indivíduo é apenas um recurso produtivo, onde as atividades devem ser organizadas, planejadas e controladas apenas tendo em vista o interesse da organização (RIBEIRO, 2010). No século XXI, as empresas não mais administram os recursos humanos nem as pessoas, mas administram em conjunto, ou seja, empresa e pessoas, conhecida como administração participativa, que leva em consideração as pessoas, sua criatividade, inteligência, habilidades mentais, que fazem a diferença dentro da organização. Muitas organizações deixaram de tratar as pessoas como um custo, e sim reconhecidas como lucros, pois os recursos humanos são pessoas que fazem parte da empresa, independentemente da hierarquia em que elas estão distribuídas, ou seja, no nível institucional (diretoria e presidência), no nível intermediário (gerenciamento e supervisão) e por fim, no nível operacional (técnicos, colaboradores) (RIBEIRO, 2010). Antigamente, a AP se limitava apenas às funções burocráticas e operacionais, e o departamento de pessoal era visto como o lugar da empresa no qual se admitia e se demitia pessoas. O trabalho principal era focado na elaboração mensal da folha de pagamento por meio dos dados dos cartões de ponto. A referência básica era a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), no sentido de obedecer à legislação trabalhista vigente. Fonte: Chiavenato (2010a, p. 6). 13 Origem e Evolução da Administração de Recursos Humanos Capítulo 1 No entanto, com o passar do tempo a AP passou a mudar seus conceitos e outra visão se iniciou, partindo para uma nova nomenclatura, chamada de Administração de Recursos Humanos (no entanto, será usada a nomenclatura Gestão de Recursos Humanos para os estudos). Portanto, além da continuação dos trabalhos como admissão e demissão, passou-se a realizar outros serviços, como o cuidado do suprimento, da manutenção e do desenvolvimento de todos os Recursos Humanos, aproximando e envolvendo as pessoas em um ambiente motivador e harmonioso para trabalhar (CHIAVENATO, 2010a). A responsabilidade da Gestão de Recursos Humanos está relacionada à aproximação das pessoas (colaboradores) à empresa que na melhor das hipóteses, é a criação de um ambiente em que todos se sintam bem e que ao mesmo tempo, além de agregar valores para si próprio, permita que a empresa tenha um desenvolvimento nos resultados pretendidos pela gestão administrativa da organização. A função da Gestão de Recursos Humanos é manter uma interação entre o ambiente organizacional (empresa) com as pessoas (colaboradores). (CHIAVENATO, 2010a). A função da Gestão de Recursos Humanos é manter uma interação entre o ambiente organizacional (empresa) com as pessoas (colaboradores). (CHIAVENATO, 2010a). Além da realização dos trabalhos administrativos, a Gestão de Recursos Humanos tem alguns objetivos que devem ser levados muito em consideração, pois é importante manter um ambiente de trabalho saudável em relação à organização e ao colaborador. Segundo Chiavenato (2010a), a Gestão de Recursos Humanos possui alguns objetivos, que são apresentados a seguir: • Identificar para a organização os talentos e competências mais apropria- dos para o seu desempenho, desenvolvê-los e mantê-los a longo prazo. • Possibilitar aos colaboradores um ambiente de trabalho apropriado, para que se sintam bem, para que estejam motivados a permanecer na empresa com dedicação. • Assegurar condições para o alinhamento entre os objetivos individuais dos colaboradores e os objetivos da organização. Os objetivos apresentados são necessários para que a empresa progrida e mantenha-se no mercado, portanto, é importante o alinhamento dos objetivos individuais e os empresariais, pois tanto o colaborador precisa da empresa como a empresa precisa do colaborador, e ambos precisam harmonizar seus interesses e objetivos. Para alcançar esses objetivos, a dedicação da Gestão de Recursos Humanos tem a necessidade de observar as seguintes funções, segundo Chiavenato (2010a): I - Por meio da seleção e recrutamento, garantir que a organização mante- nha os atuais talentos e busque novos talentos quando necessário. 14 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS II - Através dos benefícios sociais, remuneração adequada, higiene e segu- rança no ambiente de trabalho, manter na organização as pessoas que fazem a diferença, tanto para promover melhorias como para o cresci- mento próprio e da empresa. III - Desenvolver os colaboradores que possuem um potencial para a organi- zação, através do desenvolvimento pessoal e dos treinamentos. IV - Criar uma relação entre as pessoas desde o nível mais baixo seguindo a hierarquia da empresa, atitudes no relacionamento interpessoal e o entrosamento social. V - Aprimorar novos conceitos de administração de pessoas realizadas pe- los supervisores aos seus subordinados através de critérios e normas, política interna desenvolvida pela organização. A função da Gestão de Recursos Humanos é estar constantemente trabalhandopara tornar o ambiente organizacional da empresa um local de trabalho harmonioso, com qualidade de vida, para todos que fazem parte desde o colaborador do “chão de fábrica” até os diretores e presidente da organização, pois os resultados no grau de satisfação das pessoas estão relacionados às condições do trabalho ao seu redor. O setor de Recursos Humanos é organizado conforme a nomenclatura da empresa, no entanto, é interessante ter conhecimento de que muitas dessas empresas estão terceirizando uma parte do Recursos Humanos, visando com isso a diminuição de custos. Empresas de pequeno porte, geralmente não têm uma departamentalização do setor de Recursos Humanos, geralmente os trabalhos são divididos no máximo até três colaboradores, ou são terceirizados. No entanto, empresas de grande porte tendem a departamentalizar o setor de Recursos Humanos. No quadro a seguir, Chiavenato (2010a) apresenta um modelo de como muitas empresas de grande porte dividem o setor de Recursos Humanos. Quadro 1 – Funções do setor de Recursos Humanos Departamento Funções e atividades básicas Recrutamento e seleção Tem como prioridade fazer a seleção e recrutamento de no- vos colaboradores. Administração de pessoal Rotinas administrativas, como: admissão, desligamentos, folha de pagamento, comunicação com o sindicato. Treinamento Integração e treinamento dos colaboradores. Administração de salários Análise e descrição de cargos e remuneração, avaliação de desempenho individual, avaliação de cargos. Higiene e segurança Qualidade de vida e segurança no ambiente de trabalho. Fonte: Chiavenato (2010a). Obs.: Faça uma análise da sua empresa e observe como estão divididas as funções do setor de Recursos Humanos. 15 Origem e Evolução da Administração de Recursos Humanos Capítulo 1 Com a nova lei (2017) em andamento da CLT, a tendência da terceirização do setor de Recursos Humanos estará cada vez maior. Necessidades Básicas Humanas Para que o gestor de Recursos Humanos tenha uma relação satisfatória e motivacional, é importante que tenha conhecimento referente às necessidades humanas, pois cada indivíduo tem suas prioridades básicas, portanto é necessário conhecê-las. Em seu estudo, Maslow descreveu o que é necessário para as pessoas estarem motivadas, assim, nasce a teoria motivacional, com suas necessidades básicas para os trabalhadores, a chamada pirâmide de Maslow, onde no topo estão as necessidades mais elevadas (autorrealização) e, na base da pirâmide, as necessidades mais baixas (necessidades fisiológicas). Na figura a seguir é apresentado o modelo da pirâmide de Maslow, destacando as necessidades humanas no que se refere à motivação individual e consequentemente, nas relações humanas entre as pessoas. O modelo considera as necessidades de Autorrealização, Estima e Sociais como sendo as necessidades mais altas que as pessoas buscam, e as necessidades de Segurança e Fisiológicas na base da pirâmide, por se tratar de necessidades secundárias, porém importantes para o bem- estar das pessoas, tanto no ambiente de trabalho como na própria residência. Figura 1 – Necessidades Humanas de Maslow Necessidade de Estima Necessidades Sociais Necessidades de Segurança Necessidades Fisiológicas Necessidades de Autorrealização Fonte: Adaptado de Chiavenato (2011). A gestão de um setor de Recursos Humanos possui uma variedade de serviços que são necessários para que a empresa possa manter-se em funcionamento. No entanto, como comentado anteriormente, muitas empresas estão terceirizando esse serviço para a diminuição dos custos. Com a nova lei (2017) em andamento da CLT, a tendência da terceirização do setor de Recursos Humanos estará cada vez maior. 16 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS • Necessidades Fisiológicas: apesar de estarem na base da pirâmide, não deixam de ser importantes para as necessidades humanas, pois é nesse nível que estão as necessidades de alimentação (fome e sede), de sono e repouso (cansaço), de moradia (frio e calor) e do desejo sexual. Essas necessidades já nascem como sendo instintivas, por conta da necessidade de sobrevivência. Quando uma pessoa está com o estômago vazio, a motivação se destaca em alimentar-se, dessa forma é importante salientar que o homem tem a neces- sidade de sobrevivência. Quando isso deixa de ser preocupação, parte para a segunda necessidade da base da pirâmide (CHIAVENATO, 2011). • Necessidades de Segurança: trata da necessidade de segurança do indivíduo, da sua proteção, tanto na privacidade de sua casa, como no emprego, na busca da estabilidade das suas funções. Quando essa ne- cessidade domina o indivíduo, seu comportamento muda completamente, pois dependendo das algumas situações em relação ao emprego, a toma- da de decisões pode provocar incertezas no ambiente de trabalho quanto à sua permanência na organização e assim, deixá-lo apreensivo. Outras situações que podem levar ao desequilíbrio da segurança são alguns fato- res, como favoritismo e até políticas descontruídas que fazem com que o indivíduo perca essa motivação (CHIAVENATO, 2011). • Necessidades Sociais: essa necessidade surge em dependência das duas necessidades básicas anteriores (fisiológica e segurança), quando estas já estão satisfeitas. As pessoas, na maioria das vezes, possuem a necessi- dade de socialização, ou seja, estar junto das pessoas, a troca de amizade e o afeto permitem melhorar o bem-estar. Quando a pessoa tem essa ne- cessidade social, pode ficar frustrada. Isso pode causar isolamento e, con- sequentemente, uma desmotivação acentuada, podendo criar condições indesejadas, levando-a até a adoecer. Afeto, amor, compaixão, amizade são grandes forças motivacionais para as pessoas (CHIAVENATO, 2011). • Necessidades de Estima: essa necessidade é referente à imagem do indivíduo, sua autoestima e como a pessoa se avalia, envolvendo sua au- toconfiança, ser aceita na sociedade, obter respeito, status, consideração e prestígio. Essa necessidade busca a satisfação do indivíduo como pes- soa de valor, de força, e tenta não levar uma condição de desânimo para o ambiente de trabalho (CHIAVENATO, 2011). • Necessidades de Autorrealização: por fim, a necessidade da autorreali- zação é o crescimento individual, envolve prosperidade, realizações pró- prias relacionadas ao desenvolvimento pessoal e profissional, ser aquilo que se pode ser, fazer o que a pessoa gosta e realizar-se pessoal 17 Origem e Evolução da Administração de Recursos Humanos Capítulo 1 Por muitos motivos, nem sempre as pessoas conseguem exercer ou alcançar todos os níveis hierárquicos da pirâmide de Maslow, é uma sequência em que cada nível das necessidades apenas é alcançado quando a inferior está satisfeita. Dessa forma, inicia-se com a necessidade fisiológica sendo a base da pirâmide, até a autorrealização, que fica no topo da pirâmide. A pirâmide de Maslow, apesar de muitas pesquisas não comprovarem cientificamente a relação entre as necessidades, é aceita na visão do administrador como orientação na administração da organização. Algumas situações em que o comportamento humano pode se destacar estão relacionadas a estar ou não satisfeito no ambiente de trabalho ou doméstico, e até mesmo no âmbito pessoal. Utilizando da hierarquia de Maslow como base dos princípios básicos das necessidades humanas, a influência de satisfação do ser humano tem muito significado no comportamento. No quadro a seguir são apresentados esses comportamentos. A pirâmide de Maslow, apesar de muitas pesquisas não comprovarem cientificamente a relação entre as necessidades, é aceita na visão do administrador como orientação na administração da organização. Quadro 2 – A satisfação e a não satisfação no comportamento humano Não satisfação Necessidades Satisfação - Insucesso na profissão. - Desprazer no trabalho. Autorrealização. (Autoatualização). - Sucesso na profissão - Prazer notrabalho. - Baixo status - Baixo salário. - Sensação de inutilidade. Estima. (Ego). - Interação facilitada pelo ar- ranjo físico - Prestígio na profissão. - Baixa interação e relaciona- mento com os colegas, chefia e subordinados. Sociais. (Amor). - Elevada interação e rela- cionamento com os colegas, chefia e subordinados. - Tipo de trabalho e ambiente de trabalho mal estruturados. - Políticas da empresa impre- visíveis. Segurança. - Tipo de trabalho e ambiente de trabalho bem-estruturados - Políticas estáveis e pre- visíveis da empresa. - Confinamento do local de trabalho. - Remuneração. Fisiológicas. - Remuneração adequada para a satisfação das necessi- dades básicas. Fonte: Chiavenato (2011). As pessoas são motivadas pelas suas necessidades é importante que o gestor de Recursos Humanos tenha consciência disso. No entanto, é fato que aumentar apenas o salário não garante a satisfação dos colaboradores, que podem até ficar motivados por um tempo, mas logo estarão novamente insatisfeitos com a organização. As pessoas são motivadas pelas suas necessidades é importante que o gestor de Recursos Humanos tenha consciência disso. 18 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS As Características da Gestão de Recursos Humanos É importante salientar que o gestor de Recursos Humanos tem a necessidade de conhecer as pessoas, principalmente suas características, para assim ter conhecimento de como agir em determinadas situações, principalmente em relação aos conflitos entre colaboradores e empresa, buscando constantemente um equilíbrio para ambas as partes. Portanto, cabe ao gestor de Recursos Humanos desenvolver estratégias para buscar um equilíbrio entre a empresa e o indivíduo que nela está inserido, através de seis processos básicos, apresentados por Chiavenato (2010b): I - Agregar pessoas: geralmente é um processo para incluir novas pesso- as no ambiente da organização, tendo como denominação a contratação de pessoas, ou para provisão. Agregar pessoas inclui a seleção e o re- crutamento de pessoas. II - Aplicar pessoas: a empresa desenvolve o processo das atividades que os indivíduos irão realizar dentro da organização, orientar e acompanhar seu desempenho. No desenvolvimento está incluído o desenho de car- gos, descrição dos cargos, orientação e avaliação do desempenho. III - Recompensar as pessoas: incluir recompensas, benefícios, remune- ração e serviços sociais auxilia a incentivar as pessoas no ambiente de trabalho e satisfazer as necessidades de cada indivíduo. IV - Desenvolver pessoas: geralmente são utilizados para capacitar e incremen- tar o conhecimento dos profissionais. É através do treinamento, e desenvolvi- mento, gestão do conhecimento e competências, aprendizagem, programas de mudanças, desenvolvimento das carreiras e programas de comunicação. V - Manter pessoas: através de programas que criam condições psicoló- gicas satisfatórias no ambiente de trabalho. Dessa forma, os indivíduos devem ser incluídos no ambiente da organização, bem como no clima e cultura organizacional, na disciplina, higiene, segurança, qualidade de vida e relações sindicais. VI - Monitorar pessoas: acompanhar e controlar as atividades dos indivíduos para a visualização dos resultados em relação aos objetivos da organização. Na figura a seguir pode-se observar mais detalhadamente os processos da Gestão de Recursos Humanos em relação aos indivíduos. 19 Origem e Evolução da Administração de Recursos Humanos Capítulo 1 Figura 2 – Os processos da Gestão de Recursos Humanos Desenvolver indivíduos Como desenvolver as pessoas: •Treinamento e desenvolvimento •Programa de mudanças •Programa de comunicação Agregando indivíduos Quem deve trabalhar na organização: •Recrutamento de pessoal •Seleção de pessoas Aplicando indivíduos O que as pessoas deverão fazer: •Desenhos dos cargos •Avaliação do desempenho Recompensando indivíduos Como recompensar as pessoas: •Recompensas e remuneração •Benefícios e serviços Mantendo indivíduos Como manter as pessoas no trabalho: •Benefícios •Descrição e análise de cargos Monitorando indivíduos Como saber o que fazem o que são: •Sistemas de informação gerencial •Banco de Dados Gestão de Rercursos Humanos Fonte: Adaptado de Chiavenato (2010b). Os processos apresentados visam auxiliar o gestor de Recursos Humanos a conhecer os colaboradores e, assim, desenvolver novos processos para garantir o bem-estar dos indivíduos, bem como da organização. A Gestão de Recursos Humanos ainda possui algumas outras práticas e políticas que devem ser efetuadas para administrar o trabalho das pessoas. Chiavenato (2010b, p. 15) apresenta essas práticas: I - Agregar novos talentos. II - Integrar e orientar talentos em uma cultura participativa, acolhedora e empreendedora. III - Modelar o trabalho, seja individual ou em equipe, de maneira a torná-lo significativo, agradável e motivador. IV - Recompensar os talentos pelo excelente desempenho e pelo alcance dos resultados como esforços positivos. V - Avaliar o desempenho humano e melhorá-lo continuamente. VI - Comunicar, transmitir conhecimento e proporcionar retroação intensiva. VII - Treinar e desenvolver talentos para criar uma nova organização de aprendizagem. 20 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS VIII - Proporcionar excelentes condições de trabalho e melhorar a qualidade de vida no trabalho. IX - Manter excelentes relações com talentos, sindicatos e comunidade em geral. X - Aumentar a competitividade dos talentos para incrementar o capital humano da organização e, consequentemente, o capital intelectual. XI - Incentivar o desenvolvimento organizacional. O gestor de Recursos Humanos deverá estar preparado para colocar em equilíbrio todas essas situações que possam garantir a qualidade no ambiente de trabalho, criando condições favoráveis tanto para a empresa como para o indivíduo. Não é um trabalho muito fácil, mas o gestor terá que usar de muitas estratégias para garantir que os objetivos da organização sejam atingidos, bem como satisfazer o indivíduo no ambiente de trabalho. Cada organização possui seus valores, objetivos e cultura, cabe ao gestor equilibrar esses processos que garantam o bem-estar das pessoas em relação ao que a empresa emprega. Cada organização possui seus valores, objetivos e cultura, cabe ao gestor equilibrar esses processos que garantam o bem-estar das pessoas em relação ao que a empresa emprega. A Complexidade do Capital Humano O talento humano está cada vez mais se tornando indispensável para as organizações, principalmente para obter sucesso. No entanto, existe uma grande diferença entre pessoas e talentos, ou seja, nem sempre uma pessoa tem talento. Para uma pessoa ter talento, ela precisa de algum diferencial que seja competitivo que a valorize. O gestor de Recursos Humanos precisa estar atento a esses talentos, e deve identificar quatro aspectos que despertem o talento das pessoas. • Conhecimento: é a moeda mais preciosa nesse novo milênio, é o saber, onde soma-se o resultado de aprender a aprender continuamente. • Habilidade: é a transformação do conhecimento em resultado, é a habili- dade de saber fazer, criar, inovar e resolver problemas. • Julgamento: saber definir prioridades, ser crítico, saber buscar dados, anali- sar as situações e seu contexto, buscando a relação no equilíbrio das coisas. • Atitude: é o saber fazer acontecer. O indivíduo busca a autorrealização do seu potencial, através da atitude empreendedora que permite alcançar e superar metas, assume riscos, desenvolve mudanças, agrega valores, busca excelência focando sempre nos resultados. Os quatro talentos humanos apresentados por Chiavenato (2010a) devem ser levados muito em consideração pelo gestor de Recursos Humanos, pois são esses indivíduos que fazem a diferença dentro da organização e, assim, geram um crescimento positivo e competitivo. É preciso saber atrair, aplicar, desenvolver,21 Origem e Evolução da Administração de Recursos Humanos Capítulo 1 recompensar, reter e monitorar esse bem tão precioso que são as pessoas talentosas. A figura a seguir demonstra os talentos das pessoas dotadas de competências. Figura 3 – Talentos dos indivíduos Fonte: Adaptado de Chiavenato (2010a). O capital humano diz respeito aos talentos, às pessoas com habilidades e características que contribuem para o desenvolvimento da organização, auxiliando na garantia da competitividade e a sobrevivência no mercado. O capital humano está inserido em dois aspectos: 1 Talentos: são os indivíduos que possuem uma grande qualidade, como: conhecimento, habilidades e competências, que são recompensados constantemente. 2 Contexto: são as condições do ambiente em que possam florescer e cres- cer os talentos. Para que esses talentos não fiquem desmotivados, são necessários: (i) arquitetura organizacional: garantir uma estrutura flexível, integradora, com uma coordenação de pessoas de uma maneira que o fluxo dos processos e atividades seja integrado, ou seja, facilitar o trabalho e a comunicação com os indivíduos, (ii) cultura organizacional: inspirar confiança, participativa, democrática, comprometida, satisfatória e que te- nha espírito de equipe, tudo com solidariedade e camaradagem entre os indivíduos, (iii) estilo de gestão: a liderança equilibrada, renovadora, com a descentralização dos poderes e delegação e empowerment. 22 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS É importante para o gestor de Recursos Humanos identificar esses talentos na organização e mantê-los motivados e recompensados para manter esse capital humano. Muitas empresas acabam perdendo seus talentos por falta de um contexto adequado e até pelos valores e objetivos que não agregam uma filosofia nesse mundo moderno. O Recurso Humano Para a Organização A gestão de recursos humanos é tão importante para a organização como um motor é para um veículo para fazê-lo andar. As empresas precisam estar preparadas para buscar novos talentos que possam fazer a diferença para esse mundo capitalista tão competitivo como nos últimos tempos. O gestor de Recursos Humanos precisa conduzir através de práticas e políticas, aspectos necessários que estão relacionados aos indivíduos que fazem parte da organização, sejam elas internas ou externas, especialmente a contratação, remuneração, treinamento, avaliação e, principalmente, um ambiente organizado e seguro. Assim, é necessário seguir alguns requisitos, como é apresentado por Dessler (2003): • Conduzir análise de cargo (determinar a natureza do trabalho para cada funcionário). • Prever as necessidades de trabalho e recrutar candidatos. • Selecionar candidatos. • Orientar e treinar novos funcionários. • Gerenciar recompensas e salários. • Oferecer incentivos e benefícios. • Avaliar desempenho. • Comunicar-se (entrevistando, aconselhando, disciplinando). • Treinar e desenvolver. • Construir o comprometimento do funcionário. A organização apenas baseada nos talentos dos indivíduos não se sustenta, é necessário que o capital humano seja integrado em um contexto hospitaleiro, e que consequentemente será favorável e incentivador, assim os talentosos podem crescer e se desenvolver (CHIAVENATO, 2010a). 23 Origem e Evolução da Administração de Recursos Humanos Capítulo 1 Muitas vezes, os gestores, por falta de conhecimento, podem levar a erros que possam gerar grandes custos para a organização. Dessa forma, observe a seguir algumas situações que se deve, de todas as formas, evitar (DESSLER, 2003): • Contratar o indivíduo errado. • Alto índice de rotatividade. • Funcionários com capital humano fraco. • Ações discriminatórias em relação aos indivíduos, gerando problemas jurídicos. • Irregular de acordo com as leis. • Falta de treinamento. • Práticas injustas no ambiente de trabalho. Essas situações, muitas vezes, são até comuns nas organizações, mas, se isso se torna um hábito, a empresa tem grandes chances de gerar alguma crise e até mesmo ocasionar sua falência, pois é muito mais fácil resolver essas questões se o gestor de Recursos Humanos estiver preparado para, nessas condições, buscar desenvolver estratégias que apresentam as necessidades básicas de cada indivíduo, como visto na pirâmide de Maslow. O Ambiente Organizacional O ambiente organizacional, cada vez mais, está mudando suas formas de trabalhar e isso está em uma movimentação que muitas vezes o gestor não consegue acompanhar, portanto, é necessário ao menos minimizar as situações e assim, continuamente, criar soluções para que a empresa cresça e se torne um sucesso. É importante salientar que o gestor deve ter em mente que, no futuro, cada vez mais as empresas precisam de pessoas qualificadas, com talento e capital humano, que sejam capazes de desenvolver mudanças de forma rápida e prática para que a empresa não seja ultrapassada por outras organizações. As forças, sejam elas internas ou externas, podem influenciar muito nas tomadas de decisão sobre o desempenho da organização. Essas forças são originadas no ambiente geral, ambiente das tarefas e no ambiente interno das organizações. Silva (2013) apresenta os elementos das influências que são geradas nas organizações, na figura a seguir: 24 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS Figura 4 – Elementos influenciadores na organização Fonte: Adaptado de Silva (2013). a) O ambiente externo Conhecido como macroambiente, o ambiente externo refere-se a todos os órgãos que podem influenciar o negócio. Na figura anterior os elementos influenciadores são representados como: tecnológico, sociocultural, econômico, políticas e internacionais (SILVA, 2013). • Tecnológicos: a tecnologia tem um grande poder de influência no ambiente da organização, causando grande impacto, portanto a empresa deverá es- tar sempre em desenvolvimento no uso do conhecimento e de técnicas para se manter no mercado, para isso é importante que o gestor de Recursos Humanos faça a escolha correta na contratação da mão de obra e, conse- quentemente, o uso das pessoas com talentos pode fazer a diferença dentro da organização em relação ao mercado e os concorrentes. • Econômicos: as forças econômicas estão ligadas geralmente ao estado da economia de um país, ou seja, depende muito da situação inflacionária, desempregos, crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), taxa de juros, entre outros. Muito comum no Brasil, a inflação, apesar de estar muito mais controlada do que nas décadas de 80 e 90, ela afeta a organização, 25 Origem e Evolução da Administração de Recursos Humanos Capítulo 1 pois com taxas elevadas de inflação, na maioria das vezes a demanda despenca, aumenta o desemprego e os lucros ficam menores. • Políticos/legais: muitas vezes são criadas leis para a regularização de mercadorias, mão de obra dentro e fora do país, e é outra força que in- fluencia, mesmo que indiretamente afeta a organização, pois pode afetar os direitos dos trabalhadores, como salários, e às vezes até danos causa- dos aos seus clientes. No entanto, por outro lado, muitas leis podem ser vistas como oportunidades, como é o caso das leis referentes ao meio am- biente, ou quando, por força das leis, impõe-se a diminuição da poluição e o aumento do fator de segurança nos automóveis. • Socioculturais: a cultura pode fazer mudanças nas ações da organiza- ção, pois as pessoas possuem suas crenças, e isso de duas formas pode ser resolvido, ou a empresa é flexível, e/ou o funcionário, muitas vezes ta- lentoso, poderá buscar outra empresa que tenha essa abertura, pois cada cultura tem suas raças, religiões e demais situações significativas. As for- ças culturais devem sempre estar sendo monitoradas pela organização, pois são muito importantes para o seu desempenho. • Internacionais: está relacionada, mesmo que indiretamente, quando a organi- zação se apoia em um fornecedor estrangeiro,ou quando seus produtos têm competidores internacionais. Essa influência é maior quando a empresa resolve se internacionalizar, dessa forma cresce a competitividade, e isso também gera dificuldades quando o fator econômico não está favorável para o país. b) O ambiente das tarefas O ambiente das tarefas compreende elementos como: os clientes, competidores, fornecedores, reguladores e parceiros estratégicos, que estão envolvidos diretamente com a organização. O ambiente externo é o limite onde as empresas atuam e o ambiente das tarefas é aquele considerado mais imediato, pois é onde a organização deverá operar dependendo do ramo de negócio (SILVA, 2013). • Clientes: são os consumidores, aqueles que compram os produtos e/ou ser- viços que a organização oferece. Possuem uma grande diversidade de ca- racterísticas, como a educação, idade, renda, estilo de vida. O cliente é uma das ferramentas mais vitais para a sobrevivência da organização, pois é dele que as organizações dependem para sobreviver no mercado. Portanto, é necessário que a organização esteja sempre atenta às mudanças de merca- dos, e perceber tendências, sempre buscando satisfazer seus clientes. • Competidores: os concorrentes são sempre uma influência muito grande em relação à organização, pois estão competindo pelas mesmas matérias- -primas e seus consumidores e clientes. 26 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS • Fornecedores: são as empresas que fornecem energia, equipamentos, serviços, materiais para a produção e recursos financeiros. É importante para a organização buscar por fornecedores que tenham a prática da ética, para que seus produtos tenham qualidade, custos significativos, prazos de pagamento e entrega de acordo com o ramo de negócio da organização. • Reguladores: têm como função controlar, legislar ou influenciar as políticas e práticas das empresas, influenciando o ambiente interno da organização. • Parceiros estratégicos: muitas vezes, para a sobrevivência da organização, é necessário buscar aliados, ou seja, onde duas empresas trabalham juntas para diminuir custos e aumentar a lucratividade, são as chamadas joint-ventures. c) O ambiente interno O ambiente interno da organização é formado pelos proprietários, funcionários, administradores e o ambiente físico onde são efetuados os trabalhos. Fazem parte também do ambiente interno a cultura e o clima organizacional. • Proprietários: são as pessoas que têm por direitos legais o comando do negócio, podendo ser um único indivíduo que administra toda a empresa, geralmente um pequeno negócio, ou com sócios, investidores, parceiros, com ações ou com outras organizações. • Funcionários: são os indivíduos que fazem acontecer dentro da organiza- ção, sendo considerados o bem mais precioso e valioso para a empresa, pois depende deles para que o negócio funcione. Esses indivíduos de- senvolvem habilidades e dirigem aquilo que criam. Por fatores culturais, etnias, gêneros, idade, raça, entre outros, para o administrador é o que mais representa de desafio para a organização. • Administradores: são os indivíduos, geralmente eleitos pelos proprie- tários e/ou acionistas, que possuem a responsabilidade de administrar o negócio, garantindo o desempenho das funções administrativas para al- cançar os objetivos da organização. • Ambiente físico: é toda a infraestrutura da organização onde são realiza- das as tarefas e trabalhos, desde a parte administrativa até a operacional, podendo ser distribuída em um mesmo plano, ou em vários andares, no mesmo local ou em locais diferentes, longe ou perto. 27 Origem e Evolução da Administração de Recursos Humanos Capítulo 1 Atividades de Estudos: 1) Analise os itens a seguir e assinale a alternativa correta que se refere à Gestão de Recursos Humanos: ( ) Logo após a Revolução Industrial, o setor de Recursos Humanos era apenas considerado uma parte burocrática da empresa, onde eram efetuados a admissão e o desligamento dos funcionários. ( ) A ideia principal do setor de Recursos Humanos é identificar novos indivíduos para os mais diversos trabalhos internos da organização. ( ) A capacidade do Recursos Humanos teve como princípio melhorar o mecanismo produtivo das empresas ( ) A partir dos Recursos Humanos iniciou o desenvolvimento do gerenciamento industrial em relação à força de trabalho relacionado ao ambiente externo da organização. 2) Assinale V para as sentenças verdadeiras e F para as sentenças falsas: ( ) A gestão de Recursos Humanos foi separada em seções, como treinamento e seleção. ( ) O setor de Recursos Humanos tinha como responsabilidade admitir os novos funcionários. ( ) O setor de Recursos Humanos efetuava o desenvolvimento dos demais setores da organização, principalmente o financeiro, pois tratava do pagamento dos funcionários. ( ) O setor de Recursos Humanos tem como função administrar os cargos e salários. 3) Descreva quais são as necessidades básicas dos indivíduos para motivação e satisfação no ambiente de trabalho. _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ É importante para o gestor de Recursos Humanos conhecer o ambiente interno e externo da organização, pois é preciso conhecer principalmente a mão de obra que irá fazer os trabalhos necessários para gerar riquezas e consequentemente, a sobrevivência tanto da organização como dos indivíduos que nela trabalham. 28 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS Algumas Considerações O setor de Recursos Humanos se tornou importante pelo fato de as pessoas não estarem mais satisfeitas com o trabalho após a Revolução Industrial, quando estavam trabalhando em torno de 14 a 16 horas por dia, sem nenhum intervalo de descanso nos finais de semana, consequentemente, o aumento de acidentes de trabalho e a falta de motivação das pessoas ocasionavam grandes prejuízos para as empresas. O filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, retrata muito bem esse tempo. Os conceitos iniciais do capítulo apresentam de forma sucinta como ocorreu a origem dos recursos humanos e mostram que, com o tempo, muitas situações foram melhoradas, até o quadro que conhecemos nos dias atuais. A partir do conhecimento das necessidades básicas estudadas por Maslow, as empresas foram obrigadas a mudar seus conceitos a partir das escolas da administração e colocar em relevo os indivíduos que fazem parte da organização. Com o desenvolvimento da complexidade do capital humano, a busca por pessoas talentosas fez com que as organizações criassem estratégias para que as motivações das pessoas sejam recompensadas, e, percebendo isso, foi necessária a criação de benefícios através de aumentos salariais e ações sociais. Por fim, a organização e seu ambiente também contribuem de forma positiva e negativa para as mudanças necessárias que devem ser feitas para manter a empresa em funcionamento. É necessário que o gestor de Recursos Humanos tenha conhecimento das variáveis internas e externas das organizações, bem como entender o seu funcionário. 4) Associe os itens a seguir: I– Ambiente Interno. II– Ambiente Externo. III– Cargos e Salários. IV– Habilidades. ( ) Saber fazer. ( ) Funcionários, proprietários, ambiente físico e administradores. ( ) Concorrentes, índices econômicos, cultura, político e tecnológicos. ( ) Recursos Humanos. 29 Origem e Evolução da Administração de Recursos Humanos Capítulo 1 Referências CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à administração de recursos humanos. 4. ed. rev. e atual. – Barueri, SP: Manole, 2010. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas – O novo papel dos recursos humanos na organização. 3. ed. São Paulo: Elsevier, 2010. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administraçãodas organizações. 8ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. DESSLER, Gary. Administração de Recursos Humanos. 2ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003. RIBEIRO, Antônio Lima. Teorias da Administração. 2ª ed. São Paulo, Saraiva, 2010. SILVA, Reinaldo Oliveira. Teorias da administração. 3ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013. 30 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS CAPÍTULO 2 Gestão de Recursos Humanos A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Identificar os desafios para o gestor de Recursos Humanos na organização. � Compreender os procedimentos para a Gestão de Recursos Humanos. � Analisar os processos necessários para o desenvolvimento de Recursos Humanos. � Apresentar métodos de melhoramento na administração de Recursos Humanos. 32 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS 33 Gestão de Recursos Humanos Capítulo 2 Contextualização O grande desafio do gestor de Recursos Humanos está no desenvolvimento de algumas necessidades tanto do empregador como do empregado. É importante para o gestor encontrar o equilíbrio entre a motivação dos funcionários e os objetivos da organização. Dessa forma, é necessário que o gestor compreenda quais são os requisitos para a gestão dos recursos humanos de uma organização, ou seja, identificar quais as maneiras de seguir com os valores e objetivos da empresa e com os valores e necessidades básicas dos funcionários. Um item importante é o plano de cargos e salários, pois é onde o colaborador irá verificar quais as oportunidades de crescimento e até onde poderá chegar em algum cargo ou até no valor que irá receber por seus serviços. Para que o plano de cargos e salários seja, de certa forma correto e que além do aumento salarial apresente motivação para que esse funcionário continue na organização, é necessário apresentar quais as funções e os cargos que a empresa possui para o desenvolvimento do crescimento profissional por parte desse colaborador. Um programa de incentivo devidamente organizado poderá trazer grandes benefícios para ambos, tanto para o empregador como para o colaborador, pois trata de auxiliar nas necessidades básicas, como apresentadas por Maslow no capítulo 1 do livro de estudos. A área de recrutamento e seleção também deverá ser organizada para escolher as pessoas certas no lugar certo. Nem sempre é fácil fazer essas escolhas, mas é muito importante para que seja contratada uma pessoa que tenha as habilidades para o cargo que irá desempenhar. Muitas empresas ainda estão engatinhando no processo de avaliação de desempenho, o qual deveria ter muito mais atenção por parte dos gestores de recursos humanos. Claro que isso depende da política interna, mas é necessário que o plano de cargos e salários seja funcional e traga os benefícios para o colaborador. 34 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS Empresas que investem em treinamento e desenvolvimento possuem grandes possibilidades competitivas em relação às que não o fazem as mudanças no ambiente externo da organização são enormes e a tecnologia é a que mais está em transformação. Portanto, a necessidade de investimento em treinamento e desenvolvimento do funcionário é muito importante e isso poderá garantir uma melhor competitividade e consequentemente, um aumento salarial para esse colaborador. O gestor de recursos humanos deverá estar preparado para esses desafios, pois através de planos de cargos e salários, benefícios, treinamento e desenvolvimento, é possível manter o funcionário motivado, e isso reflete na organização para que tenha um grande potencial competitivo, pois, por mais que a tecnologia esteja presente, em muitos casos excluindo a mão de obra humana, as pessoas ainda serão muito importantes para monitorar as máquinas e equipamentos. Portanto, não é apenas o gestor de recursos humanos que possui desafios, os colaboradores também têm suas responsabilidades, como a busca por conhecimento. Os Desafios Para a Administração de Recursos Humanos Os desafios para o gestor de recursos humanos nesse século estão cada vez maiores, pois o comportamento das pessoas e a convivência dentro da organização, muitas vezes com três gerações, tornam muito complexo e desafiador o convívio e principalmente, o gerenciamento dessas pessoas. Levando em consideração que as gerações estejam trabalhando na mesma empresa e às vezes no mesmo setor, as dificuldades de relacionamento podem levar a organização a possuir sérios problemas, principalmente com eficiência e eficácia. É importante salientar que as diferenças de personalidade são muito maiores, e que essa dificuldade de relacionamento está presente em todas as organizações, não importa o seu porte ou ramo de negócios. Por isso é um grande desafio manter as pessoas cooperando. Na figura a seguir, Bohlander, Snell e Sherman (2005) apresentam a estrutura para a gestão dos recursos humanos em relação aos seus colaboradores e a missão e objetivos da organização. 35 Gestão de Recursos Humanos Capítulo 2 Figura 5 – Estrutura de Recursos Humanos Fonte: Bohlander, Snell e Sherman (2005, p. 4). O gestor de recursos humanos deverá estar preparado para administrar essas novas tendências para questões de competitividade da organização, como manter um relacionamento adequado entre seus colaboradores. Deve-se levar em consideração que essas tendências vão muito além das questões das pessoas, é provável a necessidade de criar forças de trabalho, com qualificação e flexibilidade para competir nesses novos tempos (BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2005). • Desafio 1 - Tornar-se global: para que a empresa cresça é importante que seja globalizada, ou seja, é necessário estar em todos os continentes para que possa crescer, pois cada vez mais existe a concorrência, e para isso, a qualificação dos funcionários e o desenvolvimento deles são um grande desafio para o gestor de recursos humanos. • Desafio 2 - Adotar novas tecnologias: a grande tendência é a utilização da tecnologia e cada vez mais ela vem se tornando uma questão de sobre- vivência, ou seja, a organização precisa estar informada constante e ins- tantaneamente para buscar competitividade. Para isso, seus colaboradores devem estar preparados para usá-la da forma mais eficiente possível. • Desafio 3 - Gerenciar mudanças: a tecnologia e a globalização são duas for- ças que dirigem a mudança dentro de uma organização, seja qual for o ramo de negócio. Mudanças sempre são difíceis de gerenciar, pois o comportamen- to das pessoas é de que mudanças podem gerar mais trabalhos, dificuldades 36 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS ou perda do seu cargo. A empresa tem a obrigação de estar constantemente em transformação, pois quem não faz, perderá mercado. Se você não for rápido ou não se adaptar rapidamente e com facilidade, estará vulnerável. • Desafio 4 - Desenvolver capital humano: é necessário ter conhecimento onde as empresas competem por meio de pessoas, pois, cada vez mais o capital humano deverá ser gerenciado para o sucesso da organização. O conhecimento, as habilidades e a capacidade empresarial referem-se ao capital humano, o desempenho humano é um dos principais itens para que a empresa alcance o sucesso desejado. “As empresas de sucesso no século XXI serão aquelas que conseguirem captar, armazenar e alavancar melhor o que seus funcionários possuem de conhecimento” (BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2005, p. 9). • Desafio 05 - Reagir ao mercado: A necessidade cada vez maior de atender aos consumidores é essencial para qualquer organização. A qualidade e a re- engenharia fazem uma grande diferença na competitividade da empresa, pois a necessidade de atendimento rápido e eficiente ao cliente se torna urgente, através da inovação e a variedade do negócio. São essas diferenças que irão determinar os vencedores e os perdedores nesse mundo tão competitivo. • Desafio 06 - Conter Custos:É importante saber que a reengenharia, o capital humano, a tecnologia, a globalização e outros fatores são importan- tes para que a organização seja competitiva, mas o downsizing e a tercei- rização são levados muito em consideração quando a questão é diminuir custos operacionais da produção e/ou serviços administrativos. O custo da mão de obra é o que mais representa despesas para a organização, principalmente as de serviços. O Downsizing, que em português significa “achatamento”, é uma técnica conhecida em todo o mundo e que visa a eliminação de processos desnecessários que engessam a empresa e atrapalham a tomada de decisão, com o objetivo de criar uma organização mais eficiente e enxuta possível. Fonte: Disponível em: <http://www.sobreadministracao.com/downsizing- o-que-e-e-como-funciona/>. Acesso em: 30 ago. 2017. 37 Gestão de Recursos Humanos Capítulo 2 Os desafios apresentados por Bohlander, Snell e Sherman (2005) são muito comuns em qualquer empresa e ramo de negócio, pois a necessidade de ser competitivo é muito maior para a sobrevivência, e cabe aos gestores buscar nesses desafios um capital humano que tenha um grande diferencial para que a organização alcance o sucesso tão desejado. Requisitos Para a Administração de Recursos Humanos As empresas têm a necessidade de gerenciar os seus recursos humanos de uma forma coerente com os objetivos, missão e valores que ela promove para a sociedade, no entanto, o desenvolvimento do funcionário também mostra diferenciais quando este está motivado na realização do seu trabalho, ou seja, as organizações estão buscando mais reengenharia na busca pela efetividade. As empresas estão subdividindo-se em uma hierarquia mais horizontalizada, em escala menor, com ênfase em uma administração mais descentralizada. Essa remodelação dá mais flexibilidade ao funcionário para atender o cliente. É importante que esse colaborador tenha um envolvimento e desempenho que possa tratar de questões para resolver situações, sejam elas problemas ou a competência de tratar muito bem um cliente que está disposto a comprar da sua empresa. A Gestão de Recursos Humanos tem suas funções já apresentadas no capítulo 1 do livro de estudos. A partir desse capítulo serão apresentadas as questões e responsabilidades quanto à necessidade de organização desse setor. Cada empresa possui uma nomenclatura diferente para usar o nome de Recursos Humanos, no entanto, as funções são as mesmas, mesmo que o RH seja terceirizado. a) Desenho e análises das funções (cargos) Segundo Marras (2012), a análise das funções é o estudo realizado em toda a estrutura organizacional que tem como objetivo buscar as informações que se referem às responsabilidades dos cargos que as pessoas possuem dentro da empresa, pois dependem muito das características que são desempenhadas pelos colaboradores. Marras (2012) e Bohlander, Snell e Sherman (2005) utilizam uma metodologia que possa identificar essas funções de cargos dentro da organização para posteriormente, através de um comitê, todos entram em consenso na questão da remuneração e assim determinam os Planos de Cargos e Salários. Os métodos mais usados são: entrevistas, questionários, observação e registros diários. 38 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS • Entrevistas: geralmente são realizadas perguntas individualmente aos gerentes e funcionários sobre o cargo que está sendo revisado. • Questionário: através de um questionário bem elaborado e estruturado, são realizadas perguntas em que os colaboradores irão responder de acordo com os trabalhos que são desenvolvidos no ambiente a que estão dispostos, fornecendo as tarefas diárias desempenhadas, qual o objetivo do trabalho, ambiente físico, quais os requisitos mínimos necessários para realização do trabalho, desempenho do trabalho (habilidades, nível de ins- trução, experiência, demandas físicas e mentais), quais equipamentos ne- cessários para a realização do serviço, e principalmente preocupação com a saúde, segurança e o bem-estar. • Observação: Muitas vezes são gravados vídeos para posteriormente comparar com os questionários respondidos pelos colaboradores. A ob- servação tem como objetivo anotar quais são os trabalhos, buscando in- formações necessárias para descrever o cargo que está sendo analisado. • Registros diários: muitas vezes, o próprio colaborador faz o papel de registrar o trabalho que está sendo desenvolvido durante o ciclo de traba- lho diário. As análises geralmente ocorrem entre duas ou quatro semanas para registrar as atividades. Marras (2012) ainda apresenta o modelo de análise misto, ou seja, é uma junção entre a entrevista e o questionário, pois tem como objetivo ser um modelo mais eficaz na questão da metodologia para desenhar os cargos. Na figura a seguir, Bohlander, Snell e Sherman (2005) apresentam um diagrama de como é a sequência para análise das funções dos cargos e seus respectivos processos. 39 Gestão de Recursos Humanos Capítulo 2 Figura 6 – Processo para análise das funções dos cargos Fonte: Adaptado de Bohlander, Snell e Sherman (2005, p. 32). Cada organização tem sua forma de analisar as funções, o modelo apresentado por Bohlander, Snell e Sherman (2005) é genérico e geralmente é adaptado dependendo do ramo de negócio da organização. Também é muito mais complexa a análise das funções como de empresas públicas, Governo, ou Exército, Aeronáutica e a Marinha, ou seja, cada qual tem seus padrões de análise. b) Plano de remuneração O instrumento que gerencia os valores pagos aos colaboradores permite à organização determinar quais os parâmetros que deseja, fixando condições e normas que devem ser seguidas em longa data em toda a estrutura da organização. Muitas empresas chamam de plano de remuneração, plano de cargos e salários ou política de remuneração (MARRAS, 2012). A partir do momento em que a organização criar a política de remuneração, ela cria diretrizes para a implementação de normas e procedimentos com o objetivo de padronizar e repassar para toda a estrutura a maneira de como agir e proceder em relação às necessidades da administração dos salários. As pessoas geralmente são movidas pela motivação, principalmente quando existe um aumento de salário. No entanto, é importante que a organização tenha um plano de remuneração, sendo ela horizontal e vertical. Cada empresa possui seu próprio modelo de plano, mas o objetivo final é tentar motivar e incentivar o colaborador. (BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2005; MARRAS, 2012). 40 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS O plano geralmente está associado aos pagamentos em dinheiro em favor dos colaboradores, dependendo das funções que são específicas de acordo com o cargo que estes executam no ambiente de trabalho, ou seja, independentemente se o colaborador é um técnico ou um executivo, ambos na organização terão especificados seus cargos e consequentemente, o valor salarial a receber. Chiavenato (2010) apresenta na figura a seguir os três componentes de uma remuneração total que as organizações podem realizar das mais variadas formas. Figura 7 – Os componentes de remuneração total Fonte: Chiavenato (2010a, p. 279). Marras (2012) apresenta algumas questões-chave referentes ao plano de remuneração para a construção da estrutura salarial. • A empresa deverá ter como base a média salarial do mercado? • Como deverá ser considerada a “média de mercado”? • No caso de não considerar a padronização da média de mercado para toda a estrutura, quais os cargos que deverão receber acima ou abaixo da média do mercado? Por quê? • A tendência da organização é manter a média de benefícios concedidos pelo mercado para manter-se competitiva na captação e manutenção dos seus recursos humanos? • Compensar com outros instrumentos mais importantes para o colaborador e assim diminuir os benefícios? • Qual modelo de remuneração a organização deverá oferecer? Fixa (tradi- cional) ouvariável ou uma mistura de ambas? • Quais as técnicas a serem usadas caso utilizar ambos os modelos de re- muneração? Acima ou abaixo do mercado? Quanto? 41 Gestão de Recursos Humanos Capítulo 2 • Qual a quantidade de estruturas que deverão ser criadas para a organiza- ção, tendo como conhecimento os valores, políticas, benefícios e carreiras diferenciais (executivos, mensalistas, horistas, pessoal técnico etc). Segundo Dessler (2003), existem outras formas de pagamento, a primeira é com base no tempo e na produção, considerando salário semanal ou por hora, e a segunda é de acordo com sua produção, ou seja, o colaborador é contratado para efetuar um número de produção ou de vendas, considerando valores variáveis, pois depende da demanda. A organização deverá estar preparada quanto à implementação do plano de remuneração, o planejamento deve definir sua missão, valores e objetivos bem determinados, pois, muitas vezes, é necessário apresentar para alguns cargos um salário muito maior do que o mercado, pois, dependendo da mão de obra que necessita, muitas vezes qualificada e, consequentemente, o valor salarial segue a mesma tendência. Quando se trata de um planejamento de plano de remuneração, a organização busca algumas estratégias, e muitas vezes bem específicas, como alcançar metas preestabelecidas, para depois dar um bônus de pagamento pelo trabalho efetuado. Bohlander, Snell e Sherman (2005) apresentam três aspectos para um planejamento estratégico de remuneração. • Associar a remuneração aos objetivos da empresa: muitas vezes, as empresas têm a necessidade de uma reengenharia, downsizing, restrutura- ção, terceirização, para atender melhor o cliente e, dessa maneira, ser mais flexível e enxugar os custos. Assim, é importante para a organização me- lhorar a remuneração dos funcionários remanescentes, motivar e oferecer contribuições significativas em referência aos colaboradores que assumem uma maior responsabilidade pelos cargos que ocupam. De acordo com os objetivos da organização, são estabelecidas metas muito específicas para o programa de remuneração. As metas mais comuns das organizações são: (1) Recompensar o desempenho passado ao colaborador; (2) Permanecer competitivo no mercado de trabalho; (3) Manter equidade de salários entre os colaboradores; (4) Associar o futuro desempenho dos colaboradores às metas da organização; (5) Controlar o orçamento destinado a remuneração; (6) Atrair novos funcionários; (7) Reduzir a rotatividade desnecessária. • Remuneração por desempenho: para melhorar e aumentar a produtivida- de, as organizações estão implantando a remuneração por desempenho, isso diminui os custos e a organização tende a ser muito mais competitiva. Essa recompensa depende das metas que a organização pretende alcan- çar, mas, geralmente o valor pago é compensador, e o colaborador ficará 42 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS motivado, para tanto tem a necessidade de estar ciente de que o pagamento é realizado assim que a meta for alcançada. A remuneração por desem- penho é considerada uma forma de pagamento bem diversificada, como: pagamento por mérito, bonificações, comissões de salário, entre outros. • Valor motivador da remuneração: os colaboradores levam em considera- ção que o pagamento tem um peso direto, não apenas no seu padrão de vida, mas no status, no reconhecimento dentro e fora da organização. O pagamen- to representa uma recompensa recebida em troca de alguma contribuição efetuada por um funcionário, e é importante que seja na forma de equidade, que seja condizente com o trabalho que está sendo executado. É fundamen- tal que o pagamento do salário seja justo em relação aos outros funcionários que geralmente estejam recebendo por suas contribuições. O pagamento é uma forma motivadora para que o colaborador possa efetuar os seus traba- lhos, tudo depende do grau de especificidade do cargo que esteja desempe- nhando. É importante para o colaborador entender a necessidade de buscar conhecimento para aumentar o grau de especificidade e, consequentemente, aumentar o valor da sua remuneração. Por exemplo: um atendente de tele- marketing provavelmente não alcançará um salário alto pelo tipo de serviço, contudo, um mergulhador que por sua vez é um dos serviços mais perigosos do mundo, consequentemente terá cerca de 10 a 15 vezes um salário maior que o atendente de telemarketing, pois o grau de dificuldade é muito maior. Equidade – “É a percepção de um colaborador de que a remuneração recebida é igual ao valor do trabalho realizado” (BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2005, p. 255). O plano de remuneração é um dos fatores mais motivacionais para um colaborador, e o gestor de Recursos Humanos deverá estar preparado para acompanhar esse processo, bem como implantar um plano de remuneração salarial adequado, levando em consideração os objetivos, missão e valores da organização. Independentemente do ramo de negócio da empresa, esse plano de remuneração deverá estar alinhado com o mercado, principalmente para mão de obra qualificada, ou seja, a maioria das pessoas é motivada pelo salário, e trocar um trabalho por outro é muito mais rápido do que no passado, a geração de hoje não pensa em ficar mais de cinco anos em uma empresa, a renovação e a rotatividade de empregos estão muito maiores do que na década de 90. 43 Gestão de Recursos Humanos Capítulo 2 Bohlander, Snell e Sherman (2005) apresentam no quadro a seguir um modelo dos objetivos de remuneração de duas empresas norte-americanas. Quadro 3 – Exemplo de remuneração Longmore Manufacturing Eye-Tech Vision Care Remuneração competitiva em relação ao mercado. Ser líder de pagamento no setor de ótica. Atingir equidade de pagamento interna e externa. Promover práticas de pagamento abertas e inteligíveis. Manter simplicidade nos programas de re- muneração. Assegurar tratamento justo ao funcionário. Contribuir para obter o comprometimento dos funcionários e com um ambiente colab- orativo de trabalho. Oferecer benefícios que promovam as ne- cessidades individuais do funcionário. Promover a justiça no pagamento e nos benefícios a homens e mulheres. Oferecer recompensas pela criatividade e pelas realizações dos funcionários. Cumprir todas as normas de remuneração do governo. Oferecer remuneração para estimular a missão estratégica da empresa. Promover práticas de pagamento pelo de- sempenho. Obter sugestões e opiniões do funcionário ao desenvolver práticas de remuneração. Fonte: Bohlander, Snell e Sherman (2005, p. 255). As empresas podem diferir em relação às políticas de remuneração. Dessa forma ainda são considerados os objetivos e missão da organização para a definição de uma política do plano de remuneração. c) Avaliação de desempenho Em algum momento da vida sempre somos avaliados por algum trabalho ou situação que fizemos. Um bom exemplo é o professor na sala de aula, ele avalia seu aluno através de trabalhos escolares e aplicação de provas escritas ou verbais, para assim avaliar o desempenho desse estudante. Da mesma forma, as empresas também estão preocupadas em avaliar seus colaboradores. O método usado para avaliação depende de cada organização e geralmente é feito para cada indivíduo referente às atividades desenvolvidas, das metas alcançadas, da competência, do potencial de desenvolvimento. Chiavenato (2010) apresenta algumas definições de avaliação de desempenho: • É um processo que tem por objetivo avaliar o desempenho do colaborador. • Um processo de rever as atividades produtivas passadas para avaliar a con- tribuição que foi desenvolvida para alcançar os objetivos da organização. • É a identificação, mensuração e administração do desempenho humano nas empresas. 44 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS Cabe à organização aplicar ou não a avaliação de desempenho ao colaborador, no entanto é necessário, muitas vezes, para resolver problemas de desempenho emelhorar a qualidade de vida no trabalho dentro das organizações. Chiavenato (2010) apresenta seis questões fundamentais para a avaliação do desempenho: 1 Por que avaliar o desempenho? 2 Qual o desempenho que deve ser avaliado? 3 Como avaliar o desempenho? 4 Quem deve fazer a avaliação de desempenho? 5 Quando avaliar o desempenho? 6 Como comunicar a avaliação do desempenho? Essas questões são levadas em consideração para o desenvolvimento da avaliação do colaborador na organização, no entanto, deve-se levar também em consideração que o desempenho humano varia de pessoa para pessoa, pois depende de inúmeros fatores que podem influenciar as pessoas. Na figura a seguir, Chiavenato (2010) apresenta uma relação entre a avaliação do desempenho baseada em cargos versus avaliação do desempenho baseada em competência. Figura 8 – Avaliação de desempenho Fonte: Adaptado de Chiavenato (2010). O modelo de avaliação apresentado por Chiavenato (2010) na figura anterior é genérico, cada empresa por sua vez, cria sua política de avaliação de desempenho, mas tem como base o modelo apresentado. 45 Gestão de Recursos Humanos Capítulo 2 A decisão do modelo a ser adotado para uma avaliação de desempenho leva muito em consideração as necessidades da organização em medir esse desempenho. No entanto, ocorrem algumas falhas muito decepcionantes, ou seja, o que é desejado não é alcançado com a avaliação. A falta de informação e a falta de suporte da gerência são alguns dos motivos que mais afetam e criam falhas de avaliação. Bohlander, Snell e Sherman (2005) apresentam dez razões para as falhas nas avaliações de desempenho: 1 O gerente não possui informações a respeito do desempenho real do co- laborador. 2 Os padrões pelos quais o desempenho de um colaborador é avaliado não estão claros. 3 O gerente não leva a avaliação a sério. 4 O gerente não está preparado para a revisão de avaliação com o funcionário. 5 O gerente não é honesto/sincero durante a avaliação. 6 O gerente não tem a habilidade para fazer a avaliação. 7 O colaborador não recebe o feedback contínuo do desempenho. 8 Os recursos fornecidos são insuficientes para recompensar o desempenho. 9 A discussão é sobre o desenvolvimento do funcionário ineficiente. 10 O gerente usa linguagem obscura/ambígua no processo de avaliação. Como se pode perceber é importante que o gerente, diretor, coordenador ou qualquer cargo de gerência ou chefia deverá estar preparado para praticar uma avaliação de desempenho com seus subordinados. Muitas vezes, a organização perde mão de obra qualificada por falta de um feedback dos trabalhos avaliados, ou mesmo, por falta de vontade de retornar essas avaliações. Geralmente esses colaboradores levam em consideração que a empresa não é honesta e que está apenas levando em conta a busca pela lucratividade. De certo modo, a avaliação de desempenho deverá ser levada em consideração pela organização, pois é uma forma de motivar seus colaboradores e, assim, evitar a fuga de mão de obra qualificada. d) Programa de incentivos Muitas empresas, para motivar seus funcionários, utilizam programas de incentivos para melhorar a produtividade, minimizar os custos e, consequentemente, aumentar os lucros. Mesmo que a remuneração fixa seja a mais comum nas organizações, pois padroniza e homogeneíza os salários, assim busca facilitar o equilíbrio tanto interno como externo, permitindo o controle centralizado. Contudo, apenas esse modelo de pagamento não consegue manter o colaborador motivado, são necessárias outras maneiras de realizar pagamento, como incentivos para auxiliar na motivação das pessoas (CHIAVENATO, 2010). 46 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS É sabido que em qualquer tipo de negócio as pessoas são motivadas por aumento dos salários, mas também é sabido que essa motivação não irá além de alguns meses, pois as pessoas têm a necessidade de estarem sempre sendo motivadas. Chiavenato (2010), em seus estudos apresenta alguns modelos de remuneração para incentivar as pessoas, no entanto, alguns não são aplicados em todas as organizações, depende do ramo de negócio, com ou sem fins lucrativos, ONG, repartições públicas, entre outros. Os prós e contras das empresas que possuem a remuneração fixa se destacam em vários aspectos, pois esse modelo se tornou insuficiente para manter o colaborador motivado. Prós: • Facilidade no equilíbrio interno (consistência) e externo (comparação com mercado externo) da organização. • Padronização e homogeneização. • Facilidade na administração e controle centralizado. • Lógica racional na distribuição. • Melhora a eficiência na rotina das tarefas. • Os custos fixos são afetados diretamente na organização. Contras: • Considerada uma motivação intrínseca, apenas funciona como fator higiênico. • Não permite o espírito empreendedor e aceitar riscos e responsabilidade maiores. • É um elemento de conservação e rotina do status quo. • Remuneração depende do tempo disponibilizado no horário do serviço em função da competência e não através de metas e resultados. Nas últimas décadas, a remuneração variável se tornou um modelo de remuneração eficiente nas empresas americanas e europeias, deixando de lado o modelo fixo, e consequentemente fizeram decolar com o modelo de remuneração variável, que possui como foco o alcance das pessoas pelos resultados. Esse modelo de pagamento pode ser trimestralmente, semestralmente ou anualmente, ou seja, é um modelo de remuneração total creditada periodicamente (CHIAVENATO, 2010). Chiavenato (2010) apresenta os prós e contras desse modelo de remuneração variável. 47 Gestão de Recursos Humanos Capítulo 2 Prós: • O pagamento é realizado através do desempenho individual do colabora- dor conforme as metas e resultados programados pela organização. • Tem como objetivo o fator motivacional, com ênfase na autorrealização. • Incentiva o desempenho individual. • Tem como base os resultados e o alcance de objetivos. • Permite a retroação, ou seja, a autoavaliação dos colaboradores. • Permite uma remuneração adicional. • Minimiza os impactos nos custos fixos. Contras: • Necessita de uma “des-administração” salarial. • A estrutura salarial lógica é modificada e consequentemente se torna con- tingencial em função do desempenho. • Quebra a isonomia dos ganhos. • Minimiza o controle dos salários centralizados. • Mudança de humor nos funcionários que não alcançaram o benefício. Como se pode perceber, ambos os modelos de remuneração de incentivos não são sinônimo de motivação dos colaboradores, cabe à organização realizar procedimentos agregando outros tipos de benefícios, para consequentemente alcançar o objetivo final. A questão da motivação por parte de pagamento salarial varia de pessoa para pessoa, dessa forma, muitas vezes é impossível manter um colaborador motivado. Chiavenato (2010), Bohlander, Snell e Sherman (2005) e Dessler (2003) apresentam outros modelos de remuneração que auxiliam na motivação dos colaboradores. O modelo de remuneração do plano de bônus anual também é um exemplo de remuneração variável. Nesse modelo é realizado um pagamento anual em função do desempenho dos colaboradores. Para alcançar esses bônus a empresa apresenta alguns critérios que devem ser alcançados, como a lucratividade, aumento de participação do mercado, melhoria da produtividade etc. O modelo de distribuição de ações da empresa aos funcionários destaca a distribuição gratuita das ações a determinados colaboradores, como uma forma de bonificação pelas metas alcançadas, pois, dependendo do lucro da empresa, além de ganhar os dividendos, o valor da ação da organização poderá aumentar, e consequentemente, no futuro realizar a venda caso desejar. 48 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS O modelo de remuneração por competência é um sistema que bonifica a remuneração variável do colaborador em função do alcance das metas individuais, no entanto, existem algumas
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