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1 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 Luxação do quadril Situação em que a cabeça do fêmur perde o contato com o acetábulo da pelve, causando uma descontinuação da articulação coxofemoral. Para isso, é necessário que o ligamento redondo e ao menos uma parte da cápsula se rompam. Lesão incomum associada a um trauma de alta energia. O deslocamento pode ocorrer de forma isolada ou em associação com fratura da cabeça e do colo do fêmur ou acetábulo. Também pode ser encontrada lesões nervosas e vasculares. Na apresentação clínica, pode-se presumir a direção da luxação a partir da forma que o membro inferior acometido está se apresentando. A série radiográfica padrão inicial do trauma, incluindo Perfil Cervical, AP do Tórax e AP da Pelve, é suficiente para o diagnóstico desse tipo de lesão. Deve-se ter um alto índice de suspeição em pacientes com bloqueio do movimento articular do quadril e com dor intensa ao mobilizá-lo. ANATOMIA DO QUADRIL OSSOS DA PELVE Cintura pélvica → Sacro e cóccix (ossos pélvicos; ilíacos) Osso pélvico é formado pela união de três ossos: ílio, ísquio e púbis − Tem uma concavidade – CONCAVIDADE ACETABULAR → Se articula com a CABEÇA DO FÊMUR Obs: quando comparado com o ombro, o ombro tem maior mobilidade e menor estabilidade; e o quadril é menos móvel do que o ombro, mas ainda assim muito móvel, e mais estável Os ossos da cintura pélvica se articulam entre si através da sínfise púbica e com o saco através da articulação sacroilíaca. O cóccix se articula com o sacro através da sacrococcígea. A pelve fornece proteção e passagem para o plexo lombar e sacral, que, juntos, formam o plexo lombossacral. Os ossos são os mesmos em ambos os sexos. Entretanto, a pelve feminina é maior e mais larga – abertura superior mais arredondada e ângulo suprapúbico mais largo. ARTICULAÇÃO COXOFEMORAL Articula os MMII ao esqueleto axial. Articulação sinovial esferoide (em bola e soquete) entre a cabeça do fêmur e o acetábulo da pelve Permite movimento em todos os eixos Suporta a massa corporal e estabiliza o corpo durante o movimento A profundidade do acetábulo é complementada pelo lábio acetabular, que torna a articulação mais profunda e estável A cápsula tem início na borda do acetábulo e segue até a linha intertrocantérica anteriormente, e até o colo do fêmur posteriormente A cápsula é reforçada pelos ligamentos LIGAMENTOS Ligamento iliofemoral − Origina-se da face superior da articulação, no ílio e na espinha ilíaca anteroinferior 2 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 − Insere-se ao longo da linha intertrocantérica, superiormente, e pouco acima do trocanter menor, inferiormente − Possui forma de Y − Ossificada por volta dos 13 a 18 anos de idade Ligamento pubofemoral − Origem no ramo superolateral do púbis − Inserção profunda no ligamento iliofemoral (Y), na linha intertrocantérica Ligamento ísquiofemoral − Origina-se no interior da cápsula, posteriormente, na junção entre a parede ínferoposterior e o ísquio − Insere-se no colo femoral, junto com a cápsula Ligamento anular do quadril Ligamento acetabular transverso MÚSCULOS DO QUADRIL Glúteos → Glúteo máximo, glúteo médio, glúteo mínimo e tensor da fáscia lata Músculos internos do quadril → Ilíaco, psoas maior e menor, obturador externo e interno, gêmeo superior e inferior, piriforme e quadrado femoral MÚSCULOS DA COXA Músculos anteriores da coxa → Sartório, reto femoral, vasto medial, vasto lateral e vasto intermédio Músculos posteriores da coxa → Bíceps femoral, semimembranoso, semitendinoso Músculos mediais da coxa → Grácil, pectíneo, adutor longo, adutor curto, adutor magno, obturador externo INERVAÇÃO Nervo ciático − Corre posteriormente á articulação, emergindo na incisura isquiática maior, passando sob o piriforme e chegando superficialmente aos músculos gêmeos e ao obturador interno − Cerca de 16% dos indivíduos possuem uma parte do nervo ciático passando através do piriforme ou posterior ao mesmo, tendo, consequentemente, maior risco de lesão. Nervo obturário − Passa através do forame obturador superolateral ao músculo, junto com a artéria obturaria Nervo femoral − Medialmente em relação ao psoas, na mesma bainha − Pode ser lesionado em casos de luxação anterior VASCULARIZAÇÃO Nos adultos, o suprimento primário sanguíneo deriva das ARTÉRIAS CERVICAIS. Artérias cervicais − Originam-se do anel extracapsular na base do colo femoral − O anel é formado, posteriormente, por ramos da artéria circunflexa femoral medial e, anteriormente, da artéria circunflexa femoral lateral − Os ramos superior e posterior, que derivam principalmente da artéria circunflexa medial, são maiores e superam em números os ramos anteriores Artéria da fóvea − Ramo da artéria obturatória localizada no interior do ligamento redondo BIOMECÂNICA DO QUADRIL Articulação sinovial, tipo esferoide. Todas as características do quadril estão condicionadas à realização das suas funções primordiais: SUPORTE DO PESO CORPORAL LOCOMOÇÃO QUADRIL = FÊMUR + ACETÁBULO Estável Alto grau de mobilidade Suporte do peso corporal e locomoção Amplitudes funcionais Três graus de liberdade: Plano sagital → Movimento de flexão/extensão 3 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 Plano frontal → Movimento de abdução/adução Plano transverso → Rotação medial/lateral FLEXÃO DE QUADRIL: depende também do joelho (restrição realizada pelos tecidos moles para a flexão do quadril) Com o joelho estendido → Amplitude de 90 graus Com o joelho fletido → Amplitude de 120 graus EXTENSÃO DE QUADRIL: também depende do joelho e da influência dos músculos biarticulares, que perpassam o quadril e o joelho Com joelho estendido → 20 graus Joelho fletido → 10 graus ABDUÇÃO DE QUADRIL: amplitude máxima de 30 graus de abdução com a pelve NEUTRA. Mas, pode chegar até 90 graus (ginastas, bailarinas etc.). o trocanter realiza uma restrição óssea no movimento de abdução. ADUÇÃO DE QUADRIL: sempre precisa associar a uma flexão ou extensão do quadril para que a perna passe pela frente ou por trás da perna de apoio. Pode ser feita em caderna aberta ou fechada (com ambos os pés no chão. Também com uma amplitude máxima de 30 graus. A coxa se aproxima da linha média para a adução. ROTAÇÃO LATERAL E MEDIAL: é a rotação da coxa. A rotação lateral pode ser de até 30 graus; já a medial, até 60 graus. O quadril precisa ter uma maior preservação das estruturas de flexão e extensão para a realização das atividades de vida diária. ESTABILIZADORES DO QUADRIL Cápsula articular − Mais reforçada anteriormente − A porção anterior tem menor volume muscular para protege-lo − Não é estabilizadora de fato, mas ajuda a manter as estruturas que fazem parte da estabilização do quadril Lábio acetabular − Anel fibrocartilaginoso − Função → Aumento da congruência articular (aumenta a área de contato entre o acetábulo e a cabeça do fêmur) − Formato triangular − Inserção na borda do acetábulo − Fixa-se com a cápsula articular para o lado de fora FATORES DE COAPTAÇÃO ARTICULAR Peso (postura ereta) → Empurra a pelve para baixo e contribui para a congruência da articulação Lábio acetabular Ligamentos Músculos → Garante a estabilidade ativa Pressão atmosférica Os ligamentos RESTRINGEM os movimentos do quadril. Movimento Limitantes Flexão IQT e grácil (joelho em extensão) Fibras inferiores do ligamento isquiofemoral e cápsula inferior (joelho em flexão) Extensão Predominantemente ligamento iliofemoral e cápsula inferior + alguns componentes dos ligamentos pubofemoral e isquiofemoral (com joelho emextensão) → Estabilizadores passivos Reto femoral (com joelho flexionado) Abdução Ligamento pubofemoral, cápsula inferior, adutores e IQT Adução Fibras superiores do ligamento isquiofemoral, trato iliotibial e abdutores Rotação medial Ligamento isquiofemoral, trato iliotibial e abdutores 4 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 Rotação medial Ligamento isquiofemoral, rotadores laterais (piriformes) Rotação lateral Feixe lateral do ligamento iliofemoral, trato iliotibial e rotadores mediais INCLINAÇÃO DA CABEÇA FEMORAL Alterações podem ser genéticas ou adquiridas (hábito postural). Ao nascimento, habitualmente, existe um ângulo de inclinação de 125° → NORMAL. Entretanto, a criança pode nascer com alterações anatômicas: COXA VARA → 90° de inclinação (< 120) COXA VALGA → 150° de inclinação (> 120) CONSEQUÊNCIAS: Coxa vara → Boa parte da cabeça femoral NÃO está completamente encaixada no acetábulo; precisa de maior aproximação da cabeça do fêmur e do acetábulo (maior coaptação) – MAIOR INSTABILIDADE – MAIOR RISCO DE SUBLUXAÇÃO E LUXAÇÃO ) – tem um ângulo de torção para frente, para cima e para a medial para conseguir se encaixar no acetábulo Coxa valga → Pode provocar encurtamento da musculatura e causar MENOR TÔNUS MUSCULAR e MOBILIDADE POSIÇÃO DE FECHAMENTO ARTICULAR Posição de maior encaixe/contato da cabeça do fêmur no acetábulo → Posição de MAIOR ESTABILIDADE ARTICULAR Abdução + rotação lateral + flexão (“cócoras, mas em 90° de agachamento”) − A posição de menor estabilidade é sentar-se de pernas cruzadas LUXAÇÃO DO QUADRIL É a perda do encaixe entre a cabeça do fêmur e o acetábulo pélvico ⇨ Perda da congruência articular na articulação coxofemoral Para que haja a luxação do quadril, o ligamento redondo e ao menos uma parte da cápsula terão que se romper. A ruptura ou avulsão do lábio acetabular e lesão muscular são comuns. LUXAÇÃO DO QUADRIL POSTERIOR SEM FRATURA DO ACETÁBULO TÍPICA: (1) Separação do fêmur com a cápsula de tecido mole posterior (2) Desconexão da cabeça do fêmur com o lábio acetabular (3) Projeção da cabeça do fêmur através do músculo gêmeo superior ou no intervalo dos tendões internos piriforme e obturador PODE ESTAR ASSOCIADO A: Fraturas – comum Lesão nervosa Lesão vascular – principalmente para a cabeça do fêmur (osteonecrose da cabeça femoral) EPIDEMIOLOGIA Predominante em adultos jovens do sexo masculinos (2/3 dos casos) Presente em 40 a 75% dos pacientes politraumatizados → ATLS 5 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 Mais comum → LUXAÇÃO POSTERIOR (90% dos casos) Causas mais comuns: − Acidentes de trânsito − Atropelamento − Queda de altura ATENÇÃO! A luxação de quadril NÃO traumática é mais comum em idosos e em pessoas que passaram pelo procedimento de prótese de quadril (mal posicionamento, dano muscular durante o procedimento). No pós-operatório da prótese de quadril, o paciente não pode sentar-se com os joelhos em 90°, agachar, cruzar as pernas etc., por causa do risco de luxação posterior até que ocorra a cicatrização das partes moles. MECANISMO DA LESÃO A maioria das luxações do quadril é causada por traumatismos de alta energia. A posição do quadril, o vetor da força e a anatomia do indivíduo determinam o tipo de luxação e as lesões associadas. LUXAÇÃO POSTERIOR Mais comuns Geralmente são causadas por traumatismos conhecidos como “trauma do painel” − Desacelaração brusca com colisão do joelho do passageiro contra o painel do veículo, estando o joelho e o quadril fletidos nesse momento. − Uma menor adução ou rotação interna do quadril no momento do impacto favorecem uma fratura luxação em detrimento de uma simples luxação. − Outra variável importante é a anatomia óssea da articulação: uma anteversão femoral menor coloca a cabeça do fêmur em uma posição mais posterior e tendem a acarretar uma simples luxação, segundo estudos de Upadhyaya e colaboradores Luxação posterior do quadril ⇨ MII em posição FLEXÃO, ADUÇÃO e ROTAÇÃO INTERNA Qualquer tentativa de mobilizá-lo resultarão em grande dor e bloqueio do tipo mecânico. LUXAÇÃO ANTERIOR 8 a 11% dos casos Resultam de HIPERABDUÇÃO + EXTENSÃO O tipo de luxação anterior é determinado pelo grau de flexão do quadril − Extensão causando luxação púbica superior − Flexão resultando em luxação inferior obturatória 6 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 LUXAÇÃO CENTRAL Causada por forte trauma lateral no quadril Força a cabeça do fêmur a romper a fossa do acetábulo (fratura-luxação), deslocando-se para dentro da pelve → A cabeça bate como se fosse um martelo no acetábulo, o quebrando e invadindo a pelve Classificação Mecanismo Causa LUXAÇÃO POSTERIOR Força axial sobre MMII do indivíduo com os joelhos fletidos, coxa aduzida e em rotação interna Batida de carro – “Trauma do painel” LUXAÇÃO ANTERIOR = à posterior, mas indivíduo com coxa aBduzida “Trauma do painel” LUXAÇÃO CENTRAL Cabeça do fêmur rompe o acetábulo e se desloca em direção à pelve *Fratura + luxação* Forte trauma lateral no quadril CLASSIFICAÇÃO Podem ser classificadas em: Posterior Anterossuperior Anteroinferior Infracotiloide Se fraturas associadas, utilizar a classificação de Stewart- Milford: → Grau I – Luxação pura ou avulsão do rebordo acetabular → Grau II – Luxação com fratura posterior do acetábulo → QUADRIL ESTÁVEL PARA REDUÇÃO → Grau III → Semelhante ao II, mas com QUADRIL INSTÁVEL → Grau IV → Luxação + fratura do colo ou cabeça femoral Provocado por um acidente de carro → O joelho bate no painel do carro; se indivíduo com joelhos fletidos, e pernas em adução e rotação interna, a cabeça do fêmur é deslocada para lateral (fora) e posterior [LUXAÇÃO POSTERIOR]; se perna abduzida e em rotação externa, a cabeça do e a cabeça do fêmur será jogada para a medial e para a anterior [LUXAÇÃO ANTERIOR]. A posição de uma luxação é contrária à da outra. Nas duas situações o membro afetado está aparentemente encurtado e o outro está aparentemente alongado. Também existe a classificação de Thompson e Epstein. DIAGNÓSTICO É uma URGÊNCIA ORTOPÉDICA. ATLS → ABCDE Busca ativa de escoriações, equimoses e/ou feridas Abaulamentos, aumento de volume ou deformidades → TRAUMA GRAVE COM INSTABILIDADE PÉLVICA Avaliar presença de lesão neurológica e vascular − Déficit neurológico – geralmente lesão de L4 e L5 APRESENTAÇÃO CLÍNICA Paciente com importante DOR e IMPOTÊNCIA FUNCIONAL DO QUADRIL. → MEMBRO AFETADO aparentemente ENCURTADO em relação ao saudável NA LUXAÇÃO POSTERIOR: postura de rotação interna, adução e flexão da coxa; cabeça femoral faz saliência na região glútea. Paciente com o membro encurtado, em posição aduzida e em rotação medial. 7 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 NA LUXAÇÃO ANTERIOR: oposto da posterior. Lembrar que no momento do trauma a perna estava em aBdução. IMAGEM RX em AP do quadril e pelve → CONFIRMA LUXAÇÃO Complementada pela INCIDÊNCIA DE JUDET para avaliação do ACETÁBULO − AP em 45° de rotações interna e externa (Alar e Obturatriz) (1) Alar → Paciente em decúbito dorsal e com o lado acometido rodado em 45°; Quadril e joelho em flexão . visualização do ÍLIO. 1 – Ílio; 2 – Cabeça do fêmur; 3 – Trocanter maior; 4 – Trocanter menor; 5 – Teto do acetábulo; 6 – Espinha isquiática (2) Obturatriz ou foraminal ou oblíqua ântero-posterior → MI em extensão sobre o membro oposto; rodar o paciente para o lado oposto a ser examinado de maneira que a região dorsal forme um ângulo de 45° com a mesa (oblíqua posterior). O lado a ser examinado fica mais afastadoda superfície da mesa. O MI do lado oposto do que será examinado deve ficar estendido e o contralateral flexionado. 8 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 1 – Ílio; 2 – Ramo superior do púbis; 3 – Ramo do ísquio; 4 – Forame obturador; 5 – Cabeça do fêmur; 6 – Colo do fêmur; 7 – Trocanter maior; 8 – Teto do acetábulo TRATAMENTO A luxação coxofemoral deve ser considerada urgência ortopédica, indicando-se a redução incruenta imediata sob anestesia. A redução fechada é bem sucedida na maior parte dos casos. Sempre lembrar que o quadril é uma região com musculatura muito forte. O objetivo da redução incruenta é recolocar a cabeça do fêmur encaixada com o acetábulo. Se a redução fechada não for bem sucedida, realizar uma redução aberta. Após a obtenção da redução, deve ser feita uma avaliação cuidadosa de RX de controle, a fim de pesquisar a eventual (1) presença de fragmentos osteocartilaginosos interpostos, (2) instabilidade pós redução e (3) fraturas acetabulares ou da cabeça do fêmur. Em caso de dúvida, confirmar com TC. A presença desses fragmentos provoca dor e limitação articular, com tendência a evolução para artrose coxofemoral. Se qualquer uma dessas condições supracitadas for confirmada, programar cirurgia aberta com drenagem e reparo de tecidos moles. Na ausência de complicações, o paciente é recebe alta após a redução com muletas, devendo usá-las por, em média, 6 semanas. *Se o paciente pisar em rotação interna + adução ou rotação externa + abdução, corre o risco de ter uma luxação novamente. Além disso, o uso da muleta permite que o paciente não coloque peso sobre a articulação durante seis semanas, que é o período de cicatrização das partes moles → Jovens, politraumatizados, na faixa de 40 anos de idade (A) Luxação posterior. (B) Redução com presença de fragmento intra-articular no raio X. (C) Tomografia computadorizada mostrando a presença de fragmento osteocartilaginoso interposto entre a cabeça femoral e o acetábulo. ENTÃO, 1) Estabilização 2) Diagnóstico 3) Redução fechada → PODE SER DEFINITIVO 4) Radiografia de controle − A redução está correta? Existem outros achados? − Precisa solicitar TC? REDUÇÃO DE LUXAÇÃO POSTERIOR FLEXÃO + ROTAÇÃO INTERNA + ADUÇÃO DO QUADRIL MÉTODO DA GRAVIDADE DE STIMSON Paciente colocado na mesa em decúbito ventral, mas com os membros inferiores pendentes, com membro afetado com joelho e quadril flexionados Com a ajuda da gravidade, o médico traciona a coxa inferiormente, segurando a panturrilha proximal do paciente 9 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 MANOBRA DE ALLIS OU WALKER Muito usada Paciente em decúbito dorsal com joelho e quadril flexionados O médico realiza uma tração longitudinalmente à coxa, associado a leves movimentos rotacionais, enquanto o 1º auxiliar realiza uma contração na pelve. TRAÇÃO LATERAL REDUÇÃO DE LUXAÇÃO ANTERIOR INVERTERADA O paciente apresentava abdução máxima da coxa, rotação externa e flexão do quadril direito. O paciente é firmemente restringido pelas cristas ilíacas por um assistente, enquanto outro exercia tração do MID com o joelho do paciente a 90º de flexão e ainda um terceiro assistente tracionando lateralmente a coxa 5) TC 6) Tratamento cirúrgico TRATAMENTO CIRÚRGICO (1) Via de acesso posterior → Kosher-Langenbeck (2) Via de acesso anterior → Smith-Peterson ou Watson-Jones COMPLICAÇÕES Falha da osteossíntese Perda da redução Fraturas associadas em 50% dos casos − Luxação posterior → Borda posterior do acetábulo − Luxação anterior → Cabeça do fêmur Necrose avascular da cabeça do fêmur → PREVENIDA SE TRATAMENTO REALIZADO NAS PRIMEIRAS HORAS APÓS A LUXAÇÃO − Rotura de pequenas artérias nutrícias epifisárias Artrite pós-traumática Lesão do nervo ciático em 15% dos casos − Estrutura neurovascular mais acometida − Parestesia e hipoestesia na região posterolateral da perna (abaixo do joelho), tornozelo e pé − Fraqueza na dorsiflexão e flexão plantar Miosite ossificante TEP (*principalmente se fratura) PROGNÓSTICO A maior parte dos pacientes evoluem sem complicações Idosos podem sofrer luxações recorrentes do quadril 10 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 O prognóstico depende da presença de: − Lesão cartilaginosa − Dano ao suprimento vascular − Tempo decorrido entre a luxação e redução → QUANTO MAIS RÁPIDA FOR A REDUÇÃO, MELHOR O PROGNÓSTICO REFERÊNCIAS 1. Fraturas e luxações do quadril no adulto | dos Sintomas ao Diagnóstico e Tratamento | MedicinaNET 2. https://www.rbo.org.br/detalhes/457/pt- BR/luxacoes-traumaticas-do-quadril-em-pacientes- esqueleticamente-maduros- 3. Revista Brasileira de Ortopedia - Luxação traumática anterior inveterada do quadril (rbo.org.br) 4. Anatomia do Tórax (radioinmama.com.br) 5. RADIOLOGIA RIBEIRO: PELVE (BACIA) - ALAR E OBTURATRIZ https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/6004/fraturas_e_luxacoes_do_quadril_no_adulto.htm https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/6004/fraturas_e_luxacoes_do_quadril_no_adulto.htm https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/6004/fraturas_e_luxacoes_do_quadril_no_adulto.htm https://www.rbo.org.br/detalhes/457/pt-BR/luxacoes-traumaticas-do-quadril-em-pacientes-esqueleticamente-maduros- https://www.rbo.org.br/detalhes/457/pt-BR/luxacoes-traumaticas-do-quadril-em-pacientes-esqueleticamente-maduros- https://www.rbo.org.br/detalhes/457/pt-BR/luxacoes-traumaticas-do-quadril-em-pacientes-esqueleticamente-maduros- http://rbo.org.br/detalhes/2316/pt-BR/luxacao-traumatica-anterior-inveterada-do-quadril http://rbo.org.br/detalhes/2316/pt-BR/luxacao-traumatica-anterior-inveterada-do-quadril http://rbo.org.br/detalhes/2316/pt-BR/luxacao-traumatica-anterior-inveterada-do-quadril http://www.radioinmama.com.br/lombar.html http://radiologiaribeiro.blogspot.com/2013/06/pelve-bacia-alar-e-obturatriz.html http://radiologiaribeiro.blogspot.com/2013/06/pelve-bacia-alar-e-obturatriz.html
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