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Luxação de quadril

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1 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
Luxação do quadril 
Situação em que a cabeça do fêmur perde o contato com o 
acetábulo da pelve, causando uma descontinuação da 
articulação coxofemoral. Para isso, é necessário que o 
ligamento redondo e ao menos uma parte da cápsula se 
rompam. 
 
Lesão incomum associada a um trauma de alta energia. 
O deslocamento pode ocorrer de forma isolada ou em 
associação com fratura da cabeça e do colo do fêmur ou 
acetábulo. Também pode ser encontrada lesões nervosas e 
vasculares. 
Na apresentação clínica, pode-se presumir a direção da 
luxação a partir da forma que o membro inferior acometido 
está se apresentando. 
A série radiográfica padrão inicial do trauma, incluindo 
Perfil Cervical, AP do Tórax e AP da Pelve, é suficiente para 
o diagnóstico desse tipo de lesão. 
Deve-se ter um alto índice de suspeição em pacientes com 
bloqueio do movimento articular do quadril e com dor 
intensa ao mobilizá-lo. 
ANATOMIA DO QUADRIL 
OSSOS DA PELVE 
 Cintura pélvica → Sacro e cóccix (ossos pélvicos; 
ilíacos) 
 Osso pélvico é formado pela união de três ossos: 
ílio, ísquio e púbis 
− Tem uma concavidade – CONCAVIDADE 
ACETABULAR → Se articula com a CABEÇA DO 
FÊMUR 
Obs: quando comparado com o ombro, o 
ombro tem maior mobilidade e menor 
estabilidade; e o quadril é menos móvel do que 
o ombro, mas ainda assim muito móvel, e mais 
estável 
 Os ossos da cintura pélvica se articulam entre si 
através da sínfise púbica e com o saco através da 
articulação sacroilíaca. 
 O cóccix se articula com o sacro através da 
sacrococcígea. 
 A pelve fornece proteção e passagem para o plexo 
lombar e sacral, que, juntos, formam o plexo 
lombossacral. 
 Os ossos são os mesmos em ambos os sexos. 
Entretanto, a pelve feminina é maior e mais larga – 
abertura superior mais arredondada e ângulo 
suprapúbico mais largo. 
 
ARTICULAÇÃO COXOFEMORAL 
Articula os MMII ao esqueleto axial. 
 Articulação sinovial esferoide (em bola e soquete) 
entre a cabeça do fêmur e o acetábulo da pelve 
 Permite movimento em todos os eixos 
 Suporta a massa corporal e estabiliza o corpo 
durante o movimento 
 A profundidade do acetábulo é complementada 
pelo lábio acetabular, que torna a articulação mais 
profunda e estável 
 A cápsula tem início na borda do acetábulo e segue 
até a linha intertrocantérica anteriormente, e até o 
colo do fêmur posteriormente 
 A cápsula é reforçada pelos ligamentos 
LIGAMENTOS 
 Ligamento iliofemoral 
− Origina-se da face superior da articulação, no 
ílio e na espinha ilíaca anteroinferior 
 
2 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
− Insere-se ao longo da linha intertrocantérica, 
superiormente, e pouco acima do trocanter 
menor, inferiormente 
− Possui forma de Y 
− Ossificada por volta dos 13 a 18 anos de idade 
 Ligamento pubofemoral 
− Origem no ramo superolateral do púbis 
− Inserção profunda no ligamento iliofemoral (Y), 
na linha intertrocantérica 
 Ligamento ísquiofemoral 
− Origina-se no interior da cápsula, 
posteriormente, na junção entre a parede 
ínferoposterior e o ísquio 
− Insere-se no colo femoral, junto com a cápsula 
 Ligamento anular do quadril 
 Ligamento acetabular transverso 
 
MÚSCULOS DO QUADRIL 
 Glúteos → Glúteo máximo, glúteo médio, glúteo 
mínimo e tensor da fáscia lata 
 Músculos internos do quadril → Ilíaco, psoas maior 
e menor, obturador externo e interno, gêmeo 
superior e inferior, piriforme e quadrado femoral 
MÚSCULOS DA COXA 
 Músculos anteriores da coxa → Sartório, reto 
femoral, vasto medial, vasto lateral e vasto 
intermédio 
 Músculos posteriores da coxa → Bíceps femoral, 
semimembranoso, semitendinoso 
 Músculos mediais da coxa → Grácil, pectíneo, 
adutor longo, adutor curto, adutor magno, 
obturador externo 
INERVAÇÃO 
 Nervo ciático 
− Corre posteriormente á articulação, emergindo 
na incisura isquiática maior, passando sob o 
piriforme e chegando superficialmente aos 
músculos gêmeos e ao obturador interno 
− Cerca de 16% dos indivíduos possuem uma 
parte do nervo ciático passando através do 
piriforme ou posterior ao mesmo, tendo, 
consequentemente, maior risco de lesão. 
 Nervo obturário 
− Passa através do forame obturador 
superolateral ao músculo, junto com a artéria 
obturaria 
 Nervo femoral 
− Medialmente em relação ao psoas, na mesma 
bainha 
− Pode ser lesionado em casos de luxação 
anterior 
VASCULARIZAÇÃO 
Nos adultos, o suprimento primário sanguíneo deriva das 
ARTÉRIAS CERVICAIS. 
 Artérias cervicais 
− Originam-se do anel extracapsular na base do 
colo femoral 
− O anel é formado, posteriormente, por ramos 
da artéria circunflexa femoral medial e, 
anteriormente, da artéria circunflexa femoral 
lateral 
− Os ramos superior e posterior, que derivam 
principalmente da artéria circunflexa medial, 
são maiores e superam em números os ramos 
anteriores 
 Artéria da fóvea 
− Ramo da artéria obturatória localizada no 
interior do ligamento redondo 
BIOMECÂNICA DO QUADRIL 
Articulação sinovial, tipo esferoide. 
Todas as características do quadril estão condicionadas à 
realização das suas funções primordiais: 
 SUPORTE DO PESO CORPORAL 
 LOCOMOÇÃO 
QUADRIL = FÊMUR + ACETÁBULO 
 Estável 
 Alto grau de mobilidade 
 Suporte do peso corporal e locomoção 
 Amplitudes funcionais 
Três graus de liberdade: 
 Plano sagital → Movimento de flexão/extensão 
 
3 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
 Plano frontal → Movimento de abdução/adução 
 Plano transverso → Rotação medial/lateral 
 
FLEXÃO DE QUADRIL: depende também do joelho (restrição 
realizada pelos tecidos moles para a flexão do quadril) 
 Com o joelho estendido → Amplitude de 90 graus 
 Com o joelho fletido → Amplitude de 120 graus 
EXTENSÃO DE QUADRIL: também depende do joelho e da 
influência dos músculos biarticulares, que perpassam o 
quadril e o joelho 
 Com joelho estendido → 20 graus 
 Joelho fletido → 10 graus 
ABDUÇÃO DE QUADRIL: amplitude máxima de 30 graus de 
abdução com a pelve NEUTRA. Mas, pode chegar até 90 
graus (ginastas, bailarinas etc.). o trocanter realiza uma 
restrição óssea no movimento de abdução. 
ADUÇÃO DE QUADRIL: sempre precisa associar a uma flexão 
ou extensão do quadril para que a perna passe pela frente 
ou por trás da perna de apoio. Pode ser feita em caderna 
aberta ou fechada (com ambos os pés no chão. Também com 
uma amplitude máxima de 30 graus. A coxa se aproxima da 
linha média para a adução. 
ROTAÇÃO LATERAL E MEDIAL: é a rotação da coxa. A rotação 
lateral pode ser de até 30 graus; já a medial, até 60 graus. 
 
O quadril precisa ter uma maior preservação das estruturas 
de flexão e extensão para a realização das atividades de vida 
diária. 
ESTABILIZADORES DO QUADRIL 
 Cápsula articular 
− Mais reforçada anteriormente 
− A porção anterior tem menor volume muscular 
para protege-lo 
− Não é estabilizadora de fato, mas ajuda a 
manter as estruturas que fazem parte da 
estabilização do quadril 
Lábio acetabular 
− Anel fibrocartilaginoso 
− Função → Aumento da congruência articular 
(aumenta a área de contato entre o acetábulo 
e a cabeça do fêmur) 
− Formato triangular 
− Inserção na borda do acetábulo 
− Fixa-se com a cápsula articular para o lado de 
fora 
FATORES DE COAPTAÇÃO ARTICULAR 
 Peso (postura ereta) → Empurra a pelve para baixo 
e contribui para a congruência da articulação 
 Lábio acetabular 
 Ligamentos 
 Músculos → Garante a estabilidade ativa 
 Pressão atmosférica 
Os ligamentos RESTRINGEM os movimentos do quadril. 
Movimento Limitantes 
Flexão IQT e grácil (joelho em 
extensão) 
Fibras inferiores do ligamento 
isquiofemoral e cápsula 
inferior (joelho em flexão) 
Extensão Predominantemente 
ligamento iliofemoral e 
cápsula inferior + alguns 
componentes dos ligamentos 
pubofemoral e isquiofemoral 
(com joelho emextensão) → 
Estabilizadores passivos 
Reto femoral (com joelho 
flexionado) 
Abdução Ligamento pubofemoral, 
cápsula inferior, adutores e 
IQT 
Adução Fibras superiores do 
ligamento isquiofemoral, trato 
iliotibial e abdutores 
Rotação medial Ligamento isquiofemoral, 
trato iliotibial e abdutores 
 
4 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
Rotação medial Ligamento isquiofemoral, 
rotadores laterais (piriformes) 
Rotação lateral Feixe lateral do ligamento 
iliofemoral, trato iliotibial e 
rotadores mediais 
 
INCLINAÇÃO DA CABEÇA FEMORAL 
Alterações podem ser genéticas ou adquiridas (hábito 
postural). 
Ao nascimento, habitualmente, existe um ângulo de 
inclinação de 125° → NORMAL. 
Entretanto, a criança pode nascer com alterações 
anatômicas: 
 COXA VARA → 90° de inclinação (< 120) 
 COXA VALGA → 150° de inclinação (> 120) 
 
CONSEQUÊNCIAS: 
 Coxa vara → Boa parte da cabeça femoral NÃO está 
completamente encaixada no acetábulo; precisa de 
maior aproximação da cabeça do fêmur e do 
acetábulo (maior coaptação) – MAIOR 
INSTABILIDADE – MAIOR RISCO DE SUBLUXAÇÃO E 
LUXAÇÃO ) – tem um ângulo de torção para frente, 
para cima e para a medial para conseguir se 
encaixar no acetábulo 
 Coxa valga → Pode provocar encurtamento da 
musculatura e causar MENOR TÔNUS MUSCULAR e 
MOBILIDADE 
POSIÇÃO DE FECHAMENTO ARTICULAR 
 Posição de maior encaixe/contato da cabeça do 
fêmur no acetábulo → Posição de MAIOR 
ESTABILIDADE ARTICULAR 
 Abdução + rotação lateral + flexão (“cócoras, mas 
em 90° de agachamento”) 
− A posição de menor estabilidade é sentar-se 
de pernas cruzadas 
 
LUXAÇÃO DO 
QUADRIL 
 
É a perda do encaixe entre a cabeça do fêmur e o acetábulo 
pélvico ⇨ Perda da congruência articular na articulação 
coxofemoral 
Para que haja a luxação do quadril, o ligamento redondo e 
ao menos uma parte da cápsula terão que se romper. A 
ruptura ou avulsão do lábio acetabular e lesão muscular são 
comuns. 
LUXAÇÃO DO QUADRIL POSTERIOR SEM FRATURA DO 
ACETÁBULO TÍPICA: 
(1) Separação do fêmur com a cápsula de tecido mole 
posterior 
(2) Desconexão da cabeça do fêmur com o lábio 
acetabular 
(3) Projeção da cabeça do fêmur através do músculo 
gêmeo superior ou no intervalo dos tendões 
internos piriforme e obturador 
PODE ESTAR ASSOCIADO A: 
 Fraturas – comum 
 Lesão nervosa 
 Lesão vascular – principalmente para a cabeça do 
fêmur (osteonecrose da cabeça femoral) 
 
EPIDEMIOLOGIA 
 Predominante em adultos jovens do sexo 
masculinos (2/3 dos casos) 
 Presente em 40 a 75% dos pacientes 
politraumatizados → ATLS 
 
5 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
 Mais comum → LUXAÇÃO POSTERIOR (90% dos 
casos) 
 Causas mais comuns: 
− Acidentes de trânsito 
− Atropelamento 
− Queda de altura 
ATENÇÃO! A luxação de quadril NÃO traumática é mais 
comum em idosos e em pessoas que passaram pelo 
procedimento de prótese de quadril (mal posicionamento, 
dano muscular durante o procedimento). No pós-operatório 
da prótese de quadril, o paciente não pode sentar-se com os 
joelhos em 90°, agachar, cruzar as pernas etc., por causa do 
risco de luxação posterior até que ocorra a cicatrização das 
partes moles. 
MECANISMO DA LESÃO 
A maioria das luxações do quadril é causada por 
traumatismos de alta energia. 
A posição do quadril, o vetor da força e a anatomia do 
indivíduo determinam o tipo de luxação e as lesões 
associadas. 
 
LUXAÇÃO POSTERIOR 
 Mais comuns 
 Geralmente são causadas por traumatismos 
conhecidos como “trauma do painel” 
− Desacelaração brusca com colisão do joelho do 
passageiro contra o painel do veículo, estando 
o joelho e o quadril fletidos nesse momento. 
− Uma menor adução ou rotação interna do 
quadril no momento do impacto favorecem 
uma fratura luxação em detrimento de uma 
simples luxação. 
− Outra variável importante é a anatomia óssea 
da articulação: uma anteversão femoral menor 
coloca a cabeça do fêmur em uma posição mais 
posterior e tendem a acarretar uma simples 
luxação, segundo estudos de Upadhyaya e 
colaboradores 
Luxação posterior do quadril ⇨ MII em posição FLEXÃO, 
ADUÇÃO e ROTAÇÃO INTERNA 
Qualquer tentativa de mobilizá-lo resultarão em grande dor 
e bloqueio do tipo mecânico. 
 
LUXAÇÃO ANTERIOR 
 8 a 11% dos casos 
 Resultam de HIPERABDUÇÃO + EXTENSÃO 
 O tipo de luxação anterior é determinado pelo grau 
de flexão do quadril 
− Extensão causando luxação púbica superior 
− Flexão resultando em luxação inferior 
obturatória 
 
 
 
6 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
LUXAÇÃO CENTRAL 
 Causada por forte trauma lateral no quadril 
 Força a cabeça do fêmur a romper a fossa do 
acetábulo (fratura-luxação), deslocando-se para 
dentro da pelve → A cabeça bate como se fosse um 
martelo no acetábulo, o quebrando e invadindo a 
pelve 
Classificação Mecanismo Causa 
LUXAÇÃO 
POSTERIOR 
Força axial sobre 
MMII do indivíduo 
com os joelhos 
fletidos, coxa aduzida 
e em rotação interna 
Batida de carro – 
“Trauma do 
painel” 
LUXAÇÃO 
ANTERIOR 
= à posterior, mas 
indivíduo com coxa 
aBduzida 
“Trauma do 
painel” 
LUXAÇÃO 
CENTRAL 
Cabeça do fêmur 
rompe o acetábulo e 
se desloca em 
direção à pelve 
*Fratura + luxação* 
Forte trauma 
lateral no quadril 
 
CLASSIFICAÇÃO 
Podem ser classificadas em: 
 Posterior 
 Anterossuperior 
 Anteroinferior 
 Infracotiloide 
Se fraturas associadas, utilizar a classificação de Stewart-
Milford: 
→ Grau I – Luxação pura ou avulsão do rebordo 
acetabular 
→ Grau II – Luxação com fratura posterior do 
acetábulo → QUADRIL ESTÁVEL PARA REDUÇÃO 
→ Grau III → Semelhante ao II, mas com QUADRIL 
INSTÁVEL 
→ Grau IV → Luxação + fratura do colo ou cabeça 
femoral 
 
 
Provocado por um acidente de carro → O joelho bate no 
painel do carro; se indivíduo com joelhos fletidos, e pernas 
em adução e rotação interna, a cabeça do fêmur é deslocada 
para lateral (fora) e posterior [LUXAÇÃO POSTERIOR]; se 
perna abduzida e em rotação externa, a cabeça do e a cabeça 
do fêmur será jogada para a medial e para a anterior 
[LUXAÇÃO ANTERIOR]. A posição de uma luxação é contrária 
à da outra. Nas duas situações o membro afetado está 
aparentemente encurtado e o outro está aparentemente 
alongado. 
Também existe a classificação de Thompson e Epstein. 
 
DIAGNÓSTICO 
É uma URGÊNCIA ORTOPÉDICA. 
 ATLS → ABCDE 
 Busca ativa de escoriações, equimoses e/ou feridas 
 Abaulamentos, aumento de volume ou 
deformidades → TRAUMA GRAVE COM 
INSTABILIDADE PÉLVICA 
 Avaliar presença de lesão neurológica e vascular 
− Déficit neurológico – geralmente lesão de L4 e 
L5 
APRESENTAÇÃO CLÍNICA 
Paciente com importante DOR e IMPOTÊNCIA FUNCIONAL 
DO QUADRIL. 
→ MEMBRO AFETADO aparentemente ENCURTADO 
em relação ao saudável 
NA LUXAÇÃO POSTERIOR: postura de rotação interna, 
adução e flexão da coxa; cabeça femoral faz saliência na 
região glútea. Paciente com o membro encurtado, em 
posição aduzida e em rotação medial. 
 
7 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
 
 
NA LUXAÇÃO ANTERIOR: oposto da posterior. Lembrar que 
no momento do trauma a perna estava em aBdução. 
 
 
IMAGEM 
 RX em AP do quadril e pelve → CONFIRMA 
LUXAÇÃO 
 Complementada pela INCIDÊNCIA DE JUDET para 
avaliação do ACETÁBULO 
− AP em 45° de rotações interna e externa (Alar 
e Obturatriz) 
(1) Alar → Paciente em decúbito dorsal e 
com o lado acometido rodado em 45°; 
Quadril e joelho em flexão . 
visualização do ÍLIO. 
 
 
1 – Ílio; 2 – Cabeça do fêmur; 3 – Trocanter maior; 4 – 
Trocanter menor; 5 – Teto do acetábulo; 6 – Espinha 
isquiática 
(2) Obturatriz ou foraminal ou oblíqua 
ântero-posterior → MI em extensão 
sobre o membro oposto; rodar o 
paciente para o lado oposto a ser 
examinado de maneira que a região 
dorsal forme um ângulo de 45° com a 
mesa (oblíqua posterior). O lado a ser 
examinado fica mais afastadoda 
superfície da mesa. O MI do lado 
oposto do que será examinado deve 
ficar estendido e o contralateral 
flexionado. 
 
8 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
 
 
1 – Ílio; 2 – Ramo superior do púbis; 3 – Ramo do ísquio; 4 – 
Forame obturador; 5 – Cabeça do fêmur; 6 – Colo do fêmur; 
7 – Trocanter maior; 8 – Teto do acetábulo 
TRATAMENTO 
A luxação coxofemoral deve ser considerada urgência 
ortopédica, indicando-se a redução incruenta imediata sob 
anestesia. A redução fechada é bem sucedida na maior parte 
dos casos. Sempre lembrar que o quadril é uma região com 
musculatura muito forte. O objetivo da redução incruenta é 
recolocar a cabeça do fêmur encaixada com o acetábulo. 
Se a redução fechada não for bem sucedida, realizar uma 
redução aberta. 
Após a obtenção da redução, deve ser feita uma avaliação 
cuidadosa de RX de controle, a fim de pesquisar a eventual 
(1) presença de fragmentos osteocartilaginosos interpostos, 
(2) instabilidade pós redução e (3) fraturas acetabulares ou 
da cabeça do fêmur. Em caso de dúvida, confirmar com TC. 
A presença desses fragmentos provoca dor e limitação 
articular, com tendência a evolução para artrose 
coxofemoral. Se qualquer uma dessas condições 
supracitadas for confirmada, programar cirurgia aberta com 
drenagem e reparo de tecidos moles. 
Na ausência de complicações, o paciente é recebe alta após 
a redução com muletas, devendo usá-las por, em média, 6 
semanas. 
*Se o paciente pisar em rotação interna + adução ou rotação 
externa + abdução, corre o risco de ter uma luxação 
novamente. Além disso, o uso da muleta permite que o 
paciente não coloque peso sobre a articulação durante seis 
semanas, que é o período de cicatrização das partes moles 
→ Jovens, politraumatizados, na faixa de 40 anos de idade 
 
(A) Luxação posterior. 
(B) Redução com presença de fragmento intra-articular no 
raio X. 
(C) Tomografia computadorizada mostrando a presença de 
fragmento osteocartilaginoso interposto entre a cabeça 
femoral e o acetábulo. 
ENTÃO, 
1) Estabilização 
2) Diagnóstico 
3) Redução fechada → PODE SER DEFINITIVO 
4) Radiografia de controle 
− A redução está correta? Existem outros 
achados? 
− Precisa solicitar TC? 
REDUÇÃO DE LUXAÇÃO POSTERIOR 
FLEXÃO + ROTAÇÃO INTERNA + ADUÇÃO DO QUADRIL 
MÉTODO DA GRAVIDADE DE STIMSON 
 Paciente colocado na mesa em decúbito ventral, 
mas com os membros inferiores pendentes, com 
membro afetado com joelho e quadril flexionados 
 Com a ajuda da gravidade, o médico traciona a coxa 
inferiormente, segurando a panturrilha proximal do 
paciente 
 
9 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
 
MANOBRA DE ALLIS OU WALKER 
 Muito usada 
 Paciente em decúbito dorsal com joelho e quadril 
flexionados 
 O médico realiza uma tração longitudinalmente à 
coxa, associado a leves movimentos rotacionais, 
enquanto o 1º auxiliar realiza uma contração na 
pelve. 
 
TRAÇÃO LATERAL 
 
REDUÇÃO DE LUXAÇÃO ANTERIOR INVERTERADA 
O paciente apresentava abdução máxima da coxa, rotação 
externa e flexão do quadril direito. O paciente é firmemente 
restringido pelas cristas ilíacas por um assistente, enquanto 
outro exercia tração do MID com o joelho do paciente a 90º 
de flexão e ainda um terceiro assistente tracionando 
lateralmente a coxa 
 
5) TC 
6) Tratamento cirúrgico 
TRATAMENTO CIRÚRGICO 
(1) Via de acesso posterior → Kosher-Langenbeck 
(2) Via de acesso anterior → Smith-Peterson ou 
Watson-Jones 
 
COMPLICAÇÕES 
 Falha da osteossíntese 
 Perda da redução 
 Fraturas associadas em 50% dos casos 
− Luxação posterior → Borda posterior do 
acetábulo 
− Luxação anterior → Cabeça do fêmur 
 Necrose avascular da cabeça do fêmur → 
PREVENIDA SE TRATAMENTO REALIZADO NAS 
PRIMEIRAS HORAS APÓS A LUXAÇÃO 
− Rotura de pequenas artérias nutrícias 
epifisárias 
 Artrite pós-traumática 
 Lesão do nervo ciático em 15% dos casos 
− Estrutura neurovascular mais acometida 
− Parestesia e hipoestesia na região 
posterolateral da perna (abaixo do joelho), 
tornozelo e pé 
− Fraqueza na dorsiflexão e flexão plantar 
 Miosite ossificante 
 TEP (*principalmente se fratura) 
PROGNÓSTICO 
 A maior parte dos pacientes evoluem sem 
complicações 
 Idosos podem sofrer luxações recorrentes do 
quadril 
 
10 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
 O prognóstico depende da presença de: 
− Lesão cartilaginosa 
− Dano ao suprimento vascular 
− Tempo decorrido entre a luxação e redução → 
QUANTO MAIS RÁPIDA FOR A REDUÇÃO, 
MELHOR O PROGNÓSTICO 
 
 
REFERÊNCIAS 
1. Fraturas e luxações do quadril no adulto | dos 
Sintomas ao Diagnóstico e Tratamento | 
MedicinaNET 
2. https://www.rbo.org.br/detalhes/457/pt-
BR/luxacoes-traumaticas-do-quadril-em-pacientes-
esqueleticamente-maduros- 
3. Revista Brasileira de Ortopedia - Luxação 
traumática anterior inveterada do quadril 
(rbo.org.br) 
4. Anatomia do Tórax (radioinmama.com.br) 
5. RADIOLOGIA RIBEIRO: PELVE (BACIA) - ALAR E 
OBTURATRIZ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/6004/fraturas_e_luxacoes_do_quadril_no_adulto.htm
https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/6004/fraturas_e_luxacoes_do_quadril_no_adulto.htm
https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/6004/fraturas_e_luxacoes_do_quadril_no_adulto.htm
https://www.rbo.org.br/detalhes/457/pt-BR/luxacoes-traumaticas-do-quadril-em-pacientes-esqueleticamente-maduros-
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http://rbo.org.br/detalhes/2316/pt-BR/luxacao-traumatica-anterior-inveterada-do-quadril
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http://www.radioinmama.com.br/lombar.html
http://radiologiaribeiro.blogspot.com/2013/06/pelve-bacia-alar-e-obturatriz.html
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