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Fibromialgia: Dor Musculoesquelética Crônica

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FIBROMIALGIA 
INTRODUÇÃO 
Uma das condições reumatológicas mais frequentes, tendo um incidência de 2,5% na população 
brasileira. Acomete mais o sexo feminino, na faixa etária de 25 a 65 anos. O quadro clínico é caracterizado 
por uma dor musculoesquelética crônica e generalizada. 
FISIOPATOLOGIA 
 Etiologia multifatorial e a patogenia da dor não são totalmente compreendidas na fibromialgia. A 
possível explicação baseia-se na: 
• Síndrome de sensibilização central: é uma resposta anormal do SNC aos estímulos periféricos em 
decorrência de uma hiperexcitabilidade neuronal, causando dor inadequadamente amplificada. O 
fenômeno de sensibilização do SNC inicia-se na infância e adolescência e apresenta um forte componente 
genético (risco relativo de um parente de 1° grau de um paciente com FM ter o mesmo quadro). 
Amplificação dolorosa: é uma amplificação da transmissão nociceptiva aferente + menor inibição 
descendente ocasionando em HIPERALGESIA e ALODÍNIA. 
Outas condições que cursam com sensibilização que também são herdadas em conjunto com a FM são: 
Síndrome do intestino irritável e cefaléia. 
Existe os aspectos clínicos que colaboram com a manutenção do quadro clínico que são: 
• Sono não reparador (pode levar a menor atividade de sistemas descendentes de controle de dor). 
• Fadiga (ativação constante de uma resposta ao estresse, principalmente do eixo hipotálamo-hipófise-
adrenal). 
• Maior prevalência de depressão, ansiedade, TOC, doença do estresse pós-traumático. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Dor generalizada por mais de 3 meses; 
• Pode haver artralgias, com sensação subjetiva de aumento de volume articular; 
• Sensação de “queimação cutânea”, parestesias não dermatômicas. 
• Fadiga; 
• Sono não reparador; 
• Transtorno do humor (ansiedade e depressão). 
• Manifestações satélites da FM: 
o Síndrome da fadiga crônica (50%); 
o Distúrbios funcionais intestinais (40%); 
o Dor pélvica crônica (5%); 
o Cefaléia (53%); 
o Disfunção de ATM (75%); 
o Síndrome das pernas inquietas (15%). 
ACHADOS LABORATORIAIS 
 Não existe achados laboratoriais característicos da fibromialgia. Alguns autores sugerem: hemograma, 
função renal e hepática, VHS, PCR e TSH (para descartar hipotireoidismo). 
OBS: a fibromialgia não deve ser considerada como diagnóstico de exclusão, mas sugerimos sempre 
considerar os diagnósticos diferenciais com outras síndromes ou doenças com sintomas semelhantes, como 
recomendado pelos critérios da ACR 2010. 
DIAGNÓSTICO 
 
 
 A Sociedade Brasileira de Reumatologia recomendou em 2016 que usasse os critérios pontuados acima 
juntos para aumentar a acurácia do diagnóstico. A presença de dor difusa é fundamental para o diagnóstico de 
pacientes com suspeita de fibromialgia. 
 Os pontos dolorosos podem ser úteis no diagnóstico quando avaliados em conjunto com outros 
distúrbios funcionais contemplados nos critérios de 2010/2011. Os distúrbios do sono, as alterações cognitivas 
e a fadiga devem ser considerados para diagnóstico de fibromialgia. 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS 
• Outras doenças reumatológicas: LES, AR, polimialgia reumática, polimiosite, miopatias, síndrome da 
hipermobilidade. 
• Transtornos neurológicos: síndrome do túnel do carpo, radiculopatias, esclerose múltipla. 
• Infecção crônica: hepatite C e HIV; 
• Distúrbio endócrino: hipotireoidismo e hiperparatireoidismo; 
• Doença neoplásica: mieloma múltiplo e cânceres metastáticos. 
 
TRATAMENTO
• Não farmacológico: 
o Atividade física aeróbica; 
o Terapia cognitivo comportamental; 
o Educação sobre a doença; 
 
• Farmacológico: 
o Antidepressivos; 
o Analgésicos (analgésicos simples, 
opiáceos fracos e tramadol); 
o Neuromoduladores; 
No tratamento farmacológico com antidepressivos, os mais recomendados são os tricíclicos pois 
melhoram a dor, o sono e a fadiga. Prescreve-se amitriptilina e nortriptilina (12,5 – 50mg ao dia). Esses 
fármacos possuem efeitos adversos como o ganho de peso, sonolência excessiva, constipação intestinal e perda 
da libido. 
A ciclobenzaprina é um agente tricíclico, mas não é um antidepressivo. Reduz a atividade do neurônio 
motor eferente e na dor por meio da inibição da recaptação de serotonina. Traz alívio da dor, fadiga, qualidade 
do sono e deve ser prescrito de 5 a 40mg ao dia. 
 Os inibidores da recaptação da serotonina possuem uma eficácia analgésica pobre, mas são úteis para 
os demais sintomas. Podem ser utilizados em associação com os tricíclicos. Um exemplo de medicação é a 
fluoxetina (20 a 60mg ao dia). A fluoxetina é disponibilizada pelo SUS. Em pacientes com condição 
socioeconômica boa, podemos usar os inibidores da serotonina e noradrenalina pois melhoram a dor e a 
capacidade funcional (Duloxetina e Venlafaxina). 
 Já o tratamento com Neuromoduladores, ocorre a melhora da dor (redução na aferência do estímulo 
doloroso por meio da atuação nos canais de cálcio do neurônio pré-sináptico), fadiga e do sono. Prescreve-se 
a pregabalina (75 a 300mg ao dia). 
 Usa-se analgésico simples, se não adiantar, inicia-se com tramadol, que é um opioide fraco e que 
melhora a dor isolado ou em associação com paracetamol. 
 Para tratar os distúrbios do sono, usa-se os indutores do sono. (Zolpidem 5 – 10mg ou Ziplicone 
7,5mg).

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