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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA ... DO TABALHO DA COMARCA DE CURITIBA/MS. BRUNO DA SILVA, brasileiro, solteiro, portador da cédula de identidade n° 0011, CPF n° 0012, CTPS 0010, PIS 0013, residente e domiciliado na Rua Oliveiras, 150 – Cuiabá, CEP: 20000-000, por intermédio de sua advogada, devidamente qualificada em mandado incluso, estabelecida profissionalmente ..., endereço eletrônico, onde recebe intimações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, nos termos do art.: 840, § 1° da CLT, propor a presente: RECLAMATÓRIA TRABALHISTA em face: CENTRAL DE LEGUMES Ltda., pessoa jurídica de direito privado, devidamente inscrito no CNPJ n° ..., situada na Rua Acácias, 58 – Cuiabá, CEP: 20000-010, pelos fatos e fundamentos expostos a seguir: I - DOS FATOS: O Reclamante foi contratado, para efetuar serviços para a Reclamada em 05 de julho de 2011 e dispensado sem justa causa em 27 de outubro de 2013, ocasião em que recebeu corretamente sua rescisão contratual. A remuneração avençada na época fora de R$ 1.300,00 (MIL E TREZENTOS REAIS) mensal. Sua tarefa consistia em empacotar congelados de legumes em uma máquina adquirida para tal fim. Em 30 de novembro de 2016 o Reclamante sofreu um acidente de trabalho na referida máquina, tendo sua mão presa no interior do equipamento, ficando afastado pelo INSS e recebendo auxílio-doença acidentário até 20 de maio de 2017. Quando retornou ao trabalho Bruno precisou ser readaptado a outra função, uma que por decorrência do acidente sofreu amputação traumática de um dedo da mão esquerda, perdendo 20% da sua função laborativa, conforme comprovação pericial realizada pelo INSS. O mesmo precisou ser submetido a tratamento médico e psicológico, gastando R$ 2.500,00 (DOIS MIL E QUINHENTOS REIAS) entre honorários profissionais e medicamentos., comprovados através de notas fiscais. Convocada da ocorrência do acidente, a CIPA da empresa constatou que a máquina havia sido adulterada pela empresa, que retirou um dos componentes de segurança para que ela trabalhasse com maior rapidez e, assim, aumentasse a produtividade. Este documento, acostado nos autos, constata a total responsabilidade da empresa pelo acidente. Ademais Bruno em suas horas vagas costumava fazer digitação de trabalhos de conclusão de curso para universitários, ganhando em média R$200,00 (DUZENTOS REAIS) por mês, mas no período em que esteve afastado pelo INSS não teve condição física de realizar essa atividade, que voltou a fazer tão logo retornou ao emprego, caracterizando lucros cessantes. II - DO DIREITO: DANO MATERIAL O Reclamante sofreu, em 30 de novembro de 2011 um acidente de trabalho na mencionada máquina em que sua mão esquerda ficou presa no interior do equipamento, com amputação de um dedo, permanecendo afastado pelo INSS e recebendo auxílio-doença acidentário até maio de 2012, quando retornou ao serviço. Convocada, quando da ocorrência do acidente, a Convenção Interna para Prevenção de Acidentes (CIPA) da empresa verificou que a máquina havia sido alterada, em que um dos equipamentos de segurança foi retirado para que esta trabalhasse mais rapidamente e, assim, aumentasse a produtividade. O empregado se submeteu a tratamento médico e psicológico, gastando ao todo o valor de R$ 2.500,00 (DOIS MIL E QUINHENTOS REAIS), conforme notas fiscais em anexo. Ocorre que a Constituição Federal, na expressão do art. 5º, V, assegura indenização por danos materiais, morais ou à imagem, o que é corroborado pelo art. 950 do Código Civil. Tal indenização é resultante da responsabilidade civil, que tem como requisitos os preconizados nos arts.: 186 e 927, caput, do CC, quais sejam: culpa, dano e nexo causal. A culpa verifica-se pela conduta imprudente do empregador, ao alterar o maquinário com o fim de fazê-lo produzir mais. O dano emergente experimentado pelo empregado é comprovado pelas notas fiscais no valor de R$ 2.500,00 (DOIS MIL E QUINHENTOS REAIS), gasto no tratamento médico e psicológico. Sendo assim, o Reclamante requer a reparação pelo dano material (emergente) experimentado no valor de R$ 2.500,00 (DOIS MIL E QUINHENTOS REAIS). LUCROS CESSANTES O empregado costumava fazer digitação de trabalhos de conclusão de curso para universitários, o que lhe rendia em média R$ 200,00 (DUSZENTOS REAIS) por mês, segundo recibos anexados. Porém, devido à falta de condição física, no período em que esteve afastado, não realizou esta atividade, que voltou a fazer logo que retornou ao emprego, em 20/05/2012. Os requisitos de culpa, dano e nexo causal, inerentes à responsabilidade civil, estipulada nos arts.: 186 e 927, caput, do CC, pela qual tem indenização autorizada a partir do inciso V combinado com o X e o XXII do art.: 5º, da CF e art.: 950 do CC. A culpa comprova-se pela atitude imprudente do agente empregador em alterar o maquinário para que aumentasse a produtividade. O dano constata-se pela cessação do rendimento que obtinha de R$ 200,00 (DUZENTOS REAIS) mensais com a digitação dos trabalhos, no período de dezembro de 2011 a maio de 2012. O nexo causal depreende-se pelo fato de que o dano decorreu da conduta comissiva patronal. Destarte, requer a reparação pelo dano material (lucro cessante) experimentado pelo Reclamante no valor de R$ 200,00 (duzentos reais) mensais, pelo período de 01/12/2011 a 19/05/2012. DANO ESTETICO Os requisitos que caracterizam a responsabilidade civil também aqui estão presentes, quais sejam a culpa, o dano e o nexo de causalidade, enfocados nos arts. 186 e 927, caput, do CC. A culpa verifica-se pela atitude imprudente do empregador, ao alterar o maquinário para fazê-lo produzir mais. O dano estético evidencia-se pela amputação de um dos dedos da mão esquerda do empregado, em que se enquadram as prescrições dos incisos V e X do art. 5º, da CF, notadamente quando se refere à indenização pelo dano à imagem. O nexo causal é inquestionável, dado que a lesão decorreu da conduta comissiva do empregador. Portanto, requer a reparação pelo dano estético gerado ao empregado em valor a ser arbitrado (***) pelo Douto Juízo. DO DANO MORAL Mais uma vez, os requisitos inerentes à responsabilidade civil se apresentam de acordo com os preceitos dos arts.: 186 e 927, caput, do CC: CULPA uma vez que fora constatada a adulteração do maquinário; DANO MORAL tendo em vista o sofrimento físico e emocional causado ao Reclamante, tendo, inclusive de se submeter a tratamento psicológico; e NEXO DE CAUSALIDE que lhe é conferido o dano a partir do acidente com a amputação do dedo, o que decorreu da conduta comissiva do Reclamado. Tendo em vista os fatos narrados o empregado faz jus à indenização por dano moral, - assegurada a partir do disposto no inciso V c/c X do art.: 5°, da CF. Assim, requer o Reclamante o pagamento de indenização por dano moral em valor a ser arbitrado – por este Douto Juízo. DA PENSÃO VITALÍCIA Conforme dispõe o art.: 950 do CC, ao prescrever que a indenização incluirá pensão proporcional à importância do trabalho para qual se inabilitou ou a depreciação da capacidade de trabalho que sofreu. Assim, observando o percentual da redução da capacidade do empregado de 20% (vinte porcento), conforme laudo pericial do INSS, este deve ser o quantum percentual do seu salário anterior a ser restabelecido por meio de pensão vitalícia. Neste sentido, requer o Reclamante o pagamento de pensão mensal vitalícia de 20% (vinte porcento) do salário anterior, por conta da redução de sua capacidade laboral. III – DOS PEDIDOS: Diante dos fatos e fundamentos apresentados o Reclamante requer a procedência da ação, para fim de condenar a reclamada nos seguintes pedidos: a) Condenação ao pagamento de indenizaçãoao dano material, no valor de R$2.500,00 (DOIS MIL E QUINHENTOS REAIS); b) Condenação ao pagamento indenização para reparar o dano material, relacionados aos lucros cessantes, pelo período de 01/12/2011 a 19/05/2012, do valor de R$ 200,00 (IDUZENTOS REAIS) mensais; c) Pagamento de indenização quanto ao dano estético gerado ao empregado em valor a ser arbitrado pelo Douto Juízo; d) O pagamento de indenização a título de dano moral em valor a ser arbitrado por este Douto Juízo; e) Pagamento mensal de pensão vitalícia de 20% (vinte porcento) do salário anterior do empregado, devido a redução de sua capacidade laborativa; f) Condenação ao pagamento de honorários sucumbenciais, no importe de 15% calculados sobre o valor da condenação. Requer a expedição de notificação citatória para que o Reclamado compareça em audiência e lá apresente resposta, sob pena de revelia. Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, especialmente o depoimento pessoal da Reclamada, que fica, desde já, requerido, bem como os de caráter documental, testemunhal, pericial e o que mais for necessário para elucidar os fatos. Dá-se o valor a causa de R$ - (-). Nestes termos, Pede deferimento. Local e data Advogada OAB n°
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