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SAI I – Endocrinologia Módulo 1 – Aula 3 Cecilia Antonieta 82 A 1 NÓDULOS E CÂNCER DE TIREOIDE NÓDULOS TIREOIDIANOS Lesão nodular no interior da glândula, distinta do parênquima, podendo ser palpável ou não. EPIDEMIOLOGIA PREVALÊNCIA aumenta com a idade; INCIDÊNCIA 4-7% em mulheres e 1% em homens. Exposição à radiação População geral – 4% a palpação 20-76% em exames ultrassonográfico 90% dos nódulos são benignos. CAUSAS Cistos (em geral coloides – líquido dentro na USG, sempre benigno), adenomas, carcinomas. ACHADOS CLÍNICOS SUGERINDO DIAGNÓSTICO DE CARCINOMA TIREOIDIANO MODERADA SUSPEITA idade < 20 anos ou > 70 anos, sexo masculino, nódulo > 4 cm ou parcialmente cístico, sintomas compressivos (rouquidão, disfagia). ALTA SUSPEITA história familiar de carcinoma medular, prévia radioterapia de cabeça e pescoço, crescimento rápido, nódulo muito firme, fixação do nódulo, paralisia das cordas vocais, linfoadenopatia, metástase à distância. FUNÇÃO TIREOIDIANA Pede-se TSH e T4l. HIPERTIREOIDISMO TSH suprimido e T4 elevado. Faz-se cintilografia para identificar se a causa é o nódulo. NÓDULO QUENTE hipercaptante, maligno. NÓDULO FRIO hipocaptante, faz-se USG e PAAF, quando necessário, a depender do resultado do USG. Benigno, acompanhar. NORMAL (BÓCIO NODULAR ATÓXICO) TSH e T4l nor- mais. Faz-se USG e PAAF (punção aspirativa por agulha fina), quando necessário, a depender do resultado do USG. Diagnóstico: benigno, folicular ou maligno. EXAMES COMPLEMENTARES CINTILOGRAFIA HIPERCAPTANTE (A) captação maior que o resto do parênquima. HIPOCAPTANTE (B) captação menor que o resto do parênquima, faz-se punção para ver se é benigno ou maligno. USG ESTRUTURA ECOGENICIDADE CALCIFICAÇÕES e CONTORNOS CARACTERÍSTICAS QUE SUGEREM MALIGNIDADE contorno irregulares e altura maior que largura; ecoge- nicidade diminuída (hipoecóico); microcalcificações; in- A B SAI I – Endocrinologia Módulo 1 – Aula 3 Cecilia Antonieta 82 A 2 vasão de estruturas adjacentes, por ex, musculatura an- terior do pescoço; presença de linfonodos suspeitos; vascularização central. TIRADS Classificação feita pelo American Collegion Radiology em 2017 para estagiar nódulos da tireoide. O PAAF só deve ser feito a partir do TIRAD 3, se o nódulo for maior que 1,5 cm. CÂNCER DE TIREOIDE BEM DIFERENCIADO 90%. Papilífero, folicular – variante Hurtle (mais agressivo). POUCO DIFERENCIADO 9%. CARCINOMA MEDULAR associado a doenças endócri- nas múltiplas (feocromocitoma e hiperplasia de parati- reoide). ANAPLÁSICO mais raro, ocorre em pacientes mais velhos, sendo o pior prognóstico (sobrevida de cerca de 1 ano, visto que destrói os tecidos por continuidade e gera muitas metástases). MISCELÂNIA 1%. Linfoma. GENÉTICA – MUTAÇÃO RET proto-oncogene, ligada a cerca de 20% dos carcino- mas medulares (CMT), herança dominante. Indivíduos com carcinoma medular devem fazer a pesquisa genéti- ca e nos familiares. NEOPLASIA ENDÓCRINA MÚLTIPLA (NEM) NEM 1 hiperparatireoidismo + tumor de pâncreas + tumor de hipófise. NEM 2A CMT + feocromocitoma + hiperparatireoidismo. NEM 2B CMT + feocromocitoma + neuromas + marfan. FAMÍLIA RAS oncogenes – carcinomas papilíferos. P53 gene supressor – carcinomas anaplásicos. Papilífero Folicular Frequência Mais comum 2º mais comum Citologia Psamomas (calcificações) Não diferencia do adenoma Disseminação Linfática Hematogênica Risco Radiação Déficit de iodo Crescimento Lento Lento *Folicular é mais agressivo. RISCO DOS TUMORES Baixo risco Alto risco Idade < 40 anos > 40 anos Sexo Feminino Masculino Invasão de capsular/ex- tensão extratireoidiana Não Sim Metástases regionais ou à distância Não Sim Tamanho < 2 cm > 4 cm Grau de diferenciação Alto Baixo TRATAMENTO DOS TUMORES BEM DIFERENCIADOS PAPILÍFERO BAIXO RISCO < 1CM lobectomia + istimectomia. ALTO RISCO OU > 2CM tireodectomia total. LINFONODO PALPÁVEL OU < 15 ANOS tireoidectomia total + esvaziamento cervical. HISTÓRIA DE IRRADIAÇÃO tireoidectomia total independentemente do tamanho do tumor. FOLICULAR ≤ 2 CM lobectomia + istimectomia e encaminha para histopatológico, se positivo – tireoidectomia total. > 2CM tireoidectomia total. SEGUIMENTO DOS CARC. BEM DIFERENCIADOS LOBECTOMIA E ISTIMECTOMIA microtumores, não se faz ablação com iodo radioativo. TIREOIDECTOMIA TOTAL faz-se ablação com iodo radioativo. Paciente fica com hipotireoidismo. Quando o TSH estiver acima de 30, faz-se uma PCI (Pes- quisa de Corpo Inteiro – cintilografia do corpo inteiro) pós dose (verificar captação – detectar metástase). Dose supressiva iniciar, antes da cirurgia (pacientes com tumores de alto risco), com levotiroxina. 2-3 meses após dosar TSH (deixar > 2 – baixo risco e > 0,5 – risco elevado), FT4/ T4L, Tg, TgAb – ac. SAI I – Endocrinologia Módulo 1 – Aula 3 Cecilia Antonieta 82 A 3 9 MESES-1 ANO APÓS CIRURGIA dosar TSH, T4L, Tg, TgAb e USG da região cervical. Tg INDETECTÁVEL E USG NORMAL repetir TSH, T4l, Tg, TgAb e USG cervical anualmente. Tg = 1-2 ng/ml dosar Tg 1-3 anos após rhTSH. Caso Tg aumente, supender levotiroxina (L-T4) e administrar iodo 131 (radioativo) – 100 mCi. Tg > 2 ng/ml suspender L-T4. Administrar iodo 131 (radioativo) – 100 mCi. CARCINOMA MEDULAR DE TIREOIDE 80% dos casos são esporádicos, enquanto 20% é familiar (proto-oncogene RET – ligado a doenças endócrinas múltiplas). MARCADOR calcitonina, deve-se dosar também o CEA (antígeno carcinoembrionário). QUADRO CLÍNICO pode cursar com diarreia, hipercalce- mia e HAS. Doença de difícil cura. TRATAMENTO tireoidectomia total + ressecção de cadeia cervical. Existem algumas drogas, entretanto são altamente tóxicas, tendo que retirar a cada sintomas que aparece (diarreia, etc). Acompanhar calcitonina e USG anualmente. Pesquisar no paciente o gene RET – se positivo, pesquisar na família. CARCINOMA ANAPLÁSICO Pior prognóstico, péssima resposta terapêutica (invade traqueia, esôfago), massa de crescimento rápido, maio- ria morre em 6 meses, mortalidade em 1 ano próxima a 100%. TRATAMENTO tireoidectomia total se possível (não há tempo) ou cirurgia descompressiva/traqueostomia. COMPLICAÇÕES DA TIREOIDECTOMIA HIPOTIREOIDISMO mais comum, deve-se suplementar hormônios continuamente. HIPOPARATIREOIDISMO as vezes tem-se que tirar a paratireoide também – acompanhar o cálcio. Sintomas de hipocalcemia: câimbras, parestesia, formigamento, Sinal de Trousseau e Chevosteck. LESÃO DO LARINGEU RECORRENTE rouquidão (unilate-ral) e insuficiência respiratória (bilateral). LESÃO DO LARINGEU SUPERIOR perda da potência da voz e do timbre. QUESTÕES Nos pacientes com nódulos e com níveis hormonais normais: a) A cintilografia deve ser feita de rotina (somente em nódulos com hipertireoidismo). b) A dosagem de calcitonina sérica deve ser realizada. c) A história pessoal nada acrescenta ao diagnóstico. (Histórico de câncer e radiação são importantes). d) O PAAF é o método inicial mais importante para o diagnóstico. e) Os nódulos múltiplos (únicos) estão associados ao maior risco de câncer. Paciente traz para a consulta um USG, solicitada por seu clínico, que mostra um nódulo sólido com 1,6cm, Hipoecoico, sem halo periférico, com microcalcificaç-ões e contorno irregular. Na palpação da tireoide o nódulo não é percebido. Nessa situação deve-se adotar a seguinte conduta: a) Tratar com tiroxina em doses para suprimir o TSH e assim provocar uma involução do nódulo, já que este tem característica de benignidade na USG. b) Indicar tireoidectomia, pois o nódulo tem característica de malignidade ao USG. c) Observar e fazer novo USG de 3 em 3 meses. d) Fazer PAAF e em seguida administrar 30mCi de iodo radioativo. (iodo – diagnóstico) e) Dosar TSH e T4 livre e realizar PAAF.Na investigação dos nódulos da tireoide, a PAAF tem sido realizada em larga escala por ser um exame pouco invasivo e de alta sensibilidade e especificidade. Contudo, esse método Tireoglobulina enzima produzida somente na tireoi- de, marcador de aparecimento de metástase. Deve ficar entre 0,1 e 0,2 ng/mL nos pacientes que realizaram tireoidectomia total, se começar a subir é indicativo de metástase. Dosar também anti- tireoglobulina. SAI I – Endocrinologia Módulo 1 – Aula 3 Cecilia Antonieta 82 A 4 diagnóstico não é capaz de fazer diagnóstico pré-operatório em pacientes portadores de carcinoma do tipo: a) Folicular b) Medular c) Papilífero d) Anaplásico Mulher, 38 anos, com nódulos da tireoide à direita foi submetida à PAAF que revelou lesão com padrão folicular fez hemitireodectomia à direita. O exame da peça cirúrgica revelou tratar-se carcinoma folicular. Nessa situação, a paciente: a) Deverá se submeter a nova cirurgia para a retirada da outra metade da glândula. b) Deverá ser submetida ao hipotireoidismo para elevar o TSH acima de 30 um/ml e fazer ablação com iodo radioativo. c) Deverá se submeter a iodo radioativo imediatamente. d) Deverá evitar fazer novas reintervenções e partir para tratamento com levotiroxina em dose supressiva. Paciente do sexo masuclino apresenta um nódulo tireoidiano de 2,5 cm de diâmetro em lobo esquerdo. Na invetigação diagnóstica o resultado da análise citopatológico da PAAF mostra células com citoplasma pálido e microcalcficações. Esses achados são altamente sugestivos da seguitne afecção: a) Bócio coloide. b) Bócio adenomatoide. c) Tumor folicular. d) Carcinoma papilífero. e) Tireoidite de Hashimoto. A fadiga vocal e a perda de timbre da voz após uma tireoidectomia levam a suposição de: a) Lesão do nervo vago. b) Lesão do nervo Laringeu recorrente. c) Secção da cartilagem cricoide. d) Lesão do nervo Laringeu superior. e) Pólipo de corda vocal.
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