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@annymoreirac Obturação do sistema de canais radiculares - Etapa final: Chamada de "espelho da terapia endodôntica". "Consiste em obturar todo o sistema de canais radiculares, com materiais biologicamente tolerados, com boas propriedades físico-químicas, capazes de impedir a infiltração marginal e criar um ambiente propício para a regeneração tecidual." Princípios da obturação - Chamamos de princípios tridimensionais: * Dentro dos princípios tridimensionais nós temos o selamento apical e lateral, e o selamento coronário. * Esse selamento apical e lateral, ele tem como função evitar o acúmulo de exsudato proveniente da região periapical, assim como, evitar a proliferação de microrganismos que sobreviveram ao PQM. * Selamento coronário: Evitar que os microrganismos da cavidade oral possam reinfectar o sistema de canais radiculares, através de microinfiltrações coronárias. - Princípio biológico: A obturação do sistema de canais radiculares deve favorecer a cicatrização, não interferindo, e se possível, estimulando, o processo de reparação tecidual Limite apical da obturação - Este nível está relacionado com o limite da instrumentação, devendo ser mantido. "O importante é não deixar áreas instrumentadas sem o devido preenchimento." - 1mm aquém do ápice radiográfico, chamando a atenção para as condições anatômicas e patológicas especiais. Momento oportuno da obturação - O que observar? - Ausência de sintomatologia (sinais e sintomas) * Sinais: ausência de mobilidade, edema, odor, fístula e exsudato hemorrágico ou purulento. *Sintomas: Ausência de dor espontânea, à percussão e palpação - Leve sensibilidade à percussão e a palpação pode ser admitida, dependendo do quadro inicial e do trauma da instrumentação. - PQM completo, com o canal suficientemente ampliado, limpo e com a forma cilíndrica-cônica estabelecida. - Não pode ter havido rompimento ou perda do selamento provisório (Se ocorreu perda do selamento vai ter que reinstrumentar o canal - selar com ionômero de vidro, ao invés de cotosol) Quando obturar? - Biopulpectomias: Sessão única * Na ausência de predicados técnicos e nas limitações impostas pela anatomia, em 48h ou até 1 semana. (Dependendo da medicação que foi empregada) - Necropulpectomias: Presença de infecção; Necessidade do emprego de MIC, para potencializar o processo de sanificação. Aguardar o tempo de ação da MIC. Material obturador - Propriedades biológicas e físico-químicas - Propriedades biológicas: *Boa tolerância tecidual * Ser reabsorvido no periápice, caso ocorra algum extravasamento acidental * Estimular ou permitir a deposição de tecido mineralizado no ápice * Ter ação antimicrobiana - Propriedades físico-químicas: * Não deve sofrer contrações * Não deve ser permeável * Possuir bom escoamento * Possuir boa viscosidade e aderência * Não deve ser solubilizado dentro do CR * Facilidade de inserção e remoção quando necessário * Ser radiopaco * Ser estéril ou passível de esterilização/desinfecção Materiais obturadores - Classificação - Materiais em estado sólido: * Guta-percha (Padrão ouro) - Substancia vegetal, extraída sob a forma de látex, das árvores da família sapotácea @annymoreirac Os cones são classificados em: - Principais: 15 a 40; 45 a 80; 90 a 140. - Secundários ou acessórios: XF, FF, MF, F, FM, M, ML, L e XL Vantagens: - Fácil adaptação as paredes do canal - Bem tolerados pelos tecidos perirradiculares - Radiopacos - Facilmente plastificados por meios físicos e químicos - Possuem estabilidade dimensional nas condições de uso - Não alteram a cor da coroa do dente (quando usados no limite coronário adequado) - Podem ser removidos facilmente do CR Desvantagens: - Rigidez - Pouca adesividade - Podem ser deslocados por pressão (sobreobturação) * Cones de prata (em desuso) * Cones de resilon - Composto de polímero sintético a base de poliéster, possui vidro bioativo, oxicloreto de bismuto e sulfato de bário. Pode ser encontrado na forma de cones com diâmetros do sistema ISO (0.02, 0.04 e 0.06) - Cones acessórios e, também, na forma de bastão para uso em técnicas termoinjetáveis de obturação. Ele não consegue substituir a guta-percha porque quando existe a necessidade de um retratamento endodontico a remoção desses cones é complicada. - Materiais em estado plástico: * Cimentos endodonticos - Funciona como agente de união (entre a guta-percha e as paredes dentinárias) Propriedades ideais para o cimento: - Não devem ser putrefativos - Qualidade antissépticas permanentes - Fácil introdução e remoção do canal radicular - Biocompatível - Não descolorir estruturas dentais - Não deve ser porosos - Possuir estabilidade dimensional - Promover uma obturação hermética - Radiopacos - Boa adesividade com a parede do canal - Possibilitar uma consistência satisfatória @annymoreirac - Cimentos bioceramicos: São cimentos mais biocompatíveis, apresentam união química a dentina, tem alto PH, são hidrofílicos, são dimensionalmente mais estáveis e não sofrem contração. Técnicas de obturação 1 - Técnica de compactação lateral 2 - Técnica de compactação vertical 3 - Técnica do cone único * A melhor técnica em condições convencionais é a técnicas que vocês dominarem 1 - Técnica de compactação lateral - O cone de guta-percha principal e o cimento obturador são os responsáveis pelo selamento apical, enquanto os cones acessórios ou secundários promovem o selamento em lateralidade. - Simplicidade, baixo custo e ótima qualidade final - Etapas clínicas: prévias * Remoção do selador temporário e da MIC * Remoção da smear-layer - Etapas clínicas: Obturação * Desinfecção dos cones de guta-percha * Prova do cone principal (visual, tátil e radiográfica) * Secagem do canal * Preparo do cimento obturador * Cimentação do cone principal - Etapas clínicas: * Compactação lateral * Radiografia de qualidade de preenchimento * Corte dos cones + compactação vertical * Limpeza da câmara pulpar (álcool absoluto) * Selamento * Radiografia final Remoção da MIC - A remoção da medicação intra-canal deverá ser feita mediante irrigação e aspiração com hipoclorito de sódio, auxiliada pela lima cone calibrado no M2 - O toalete final deverá ser feito com auxílio do EDTA, neutralizado pelo hipoclorito de sódio Desinfecção dos cones de guta-percha - Os cones de guta-percha deverão passar por uma imersão em hipoclorito de sódio a 2,5%, por 5 minutos, neutralização com álcool a 70% e secos em gaze estéril. Calibração do cone - Régua calibradora - Lamina de bisturi nº 11 ou 15 Posição do cone - Se ficar aquém do limite apical de instrumentação: * Erro na odontometria * Presença de corpo estranho, MIC ou raspas de dentina * Desvio do canal * Falta de estandardização do cone - Se ficar além do limite apical de instrumentação: * Erro na odontometria (sobobturação) * Arrombamento do forame * Escolha de cone muito fino Condensação lateral - Com o cone principal dentro do canal eu vou fazer a seleção do espaçador digital - Seleção do espaçador: Vou calibrar o espaçador de 2 a 3 mm aquém do comprimento de trabalho (CT), vou inserir lateralmente ao meu cone principal para poder criar espaço, vou rotacionar no sentido horário, e tirar de dentro do canal no sentido anti-horário. - Com o espaço que foi criado com o espaçador digital eu vou inserir o cone acessório naquele espaço criado, e isso vai se repetir até não ter mais espaço para colocar nenhum outro cone. * O uso do espaçador se inicia pelo mais espesso * Ex. para seleção do espaçador: Se o CT for 20 calibramos o espaçador em 17, começando pelo mais espesso, se o primeiro não entrou até o 17 é porque não é ele, e vai trocando de espaçador até chegar ao certo. @annymoreirac Corte / Condensaçãovertical - Esquenta o calcador na lamparina, depois faz o corte a nível cervical de dentes anteriores e a nível de embocadura do canal em dentes posteriores - A condensação vai ser feito com o calcador de paiva frio, imediatamente após o corte com o de paiva quente. Limpeza / Selamento - Depois, faz a limpeza a nível de câmara pulpar com álcool 70 e faz o selamento duplo ou triplo Radiografia final - E finaliza com a radiografia final Observações finais - O dente deverá ser reabilitado no intervalo mais breve possível a fim de evitar uma recontaminação proveniente da infiltração ou da perda do selador temporário. - A proservação do tratamento (controle clínico - radiográfico) deverá ser feita com 3 meses, 6 meses, 1 ano e 2 anos.
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