Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Organização: Acad. Fonoaudiologia UFCSPA: Esther da Cunha Rodrigues DIAGNÓSTICO VOCAL FONOAUDIOLÓGICO → Análise Perceptivo- Auditiva Valor subjetivo, porém considerado padrão ouro. Obs: apenas a análise das vogais sustentadas, geralmente não representam a situação da comunicação habitual do paciente. ● GRBASI → Escala numérica do grau de desvio vocal: ○ 0 - sem desvio ○ 1 - desvio discreto ○ 2 - desvio moderado ○ 3 - desvio intenso G - grade > impressão global, impacto da voz no ouvinte. R - rugosidade/roughness > rouquidão, crepitação, bitonalidade e aspereza. S - soprosidade/breathiness > escape de ar na voz. A - astenia/asteny > fraqueza vocal, perda de potência. S - tensão/strain > estado hiperfuncional na emissão vocal. I - instabilidade/instability > flutuação na frequência fundamental e/ou na qualidade da voz. ● CAPE-V → Escala Visual Analógica ○ Consensus Auditory-Perceptual Evaluation of Voice ○ Coletadas vogais sustentadas /a/ e /i/ 3x; leitura de seis sentenças em contextos fonéticos diferentes e conversa espontânea em resposta (“Me fale sobre o seu problema de voz?”). 1 - Severidade Global: impressão de desvio da voz. 2 - Rugosidade: irregularidade perceptível da fonte glótica. 3 - Soprosidade: escape de ar audível na voz. 4 - Tensão. 5 - Pitch: correlato perceptual da frequência fundamental. 6 - Loudness: correlato perceptual da intensidade. ● Protocolo propõe uma VAS de 100mm → espaço para o escore de acordo com a proporção. ○ MI (Mildly deviant) - ligeiramente desviada. ○ MO (Moderately Deviant) - moderadamente desviada. ○ SE (Severely Deviant) - severamente desviada. ○ + nível de consistência da alteração: C (consistente) e I (inconsistente). → Videoestroboscopia ● Endoscópio flexível → propicia a avaliação funcional em situação praticamente idêntica à habitual, permitindo análise do comportamento laríngeo em tarefas fonatórias diferentes. ● Endoscópio rígido → visualização mais detalhada da lesão laríngea. ● Videolaringoestroboscopia ○ Acoplamento da estroboscopia permite a análise do padrão vibratorio das PV’s através de equipamentos especiais de iluminação e fotografia que criam uma imagem ilusória do movimento. ○ Parâmetros de avaliação da estrobo: 1. Simetria da movimentação das PV, 2. Periodicidade/regularidade da vibração ciclo a ciclo, 3. Fechamento glótico, 4. Amplitude de vibração, 5. Movimentação da onda de mucosa. → Análise Acústica → avaliação complementar à auditiva. Investigação de medidas temporais de fala, qualidade vocal e controle motor oral e laríngeo. Organização: Acad. Fonoaudiologia UFCSPA: Esther da Cunha Rodrigues - Frequência fundamental (f0) pode ser influenciada por fatores de comprimento, alongamento, massa e tensão das PV, e possui integração com a pressão subglótica. ● Jitter - variabilidade da f0 a curto prazo. ● Shirmmer - variabilidade da amplitude da onda sonora. ● Espectrografia → espectrograma ○ Frequência (ordenada), tempo (abscissa) e intensidade (grau de escurecimento do traçado). ○ Os harmônicos podem ser amplificados ou amortecidos, de acordo com as características de ressonância do trato vocal em determinada posição articulatória. → Cada grupo de harmônicos amplificados é um FORMANTE. → Perfil de Extensão Vocal (Fonetografia) ● Avaliação de máximas e mínimas frequências e intensidades, caracterizando a Área dinâmica da Voz. ● Pode ser realizada utilizando um instrumento musical. → Diadococinesia (DDC) ● DDC Oral: repetição de sílabas ou sequências silábicas. ● DDC Laríngea: repetição de vogais o mais rápido possível. ● Também conhecido como: Velocidade Motora Alternada e Gesto Motor de Fala Alternada. Analisa o desempenho e a habilidade de executar movimentos opostos rápida e repetitivamente . Avaliação do sistema motor da fala e a integridade neurológica, quanto às mudanças fisiológicas e estruturais do SNC e quanto aos componentes periféricos de produção do mecanismo da fala. Utilizado no diagnóstico de doenças neurológicas e faríngeas em adultos. → Aerodinâmica ● Avaliação do controle de fluxo aéreo durante a fonação. ● TMF é utilizado para avaliar a qualidade do suporte ventilatório e da eficiência glótica → com vogais e fricativas sustentadas. ○ Valores de TMF para falante do PB → 20s (masc) e 14s (fem). ○ Valores menores que 10s são alterados com alta significância. Habilidade de controlar as forças aerodinâmicas da corrente pulmonar e/ou forças mioelásticas da laringe. Recomenda-se três medidas de cada emissão, considerando a média entre elas, ou a medida de maior valor. ● Relação S/Z → distinção entre a deficiência do suporte respiratório e a inadequação da válvula laríngea. ○ Espera-se uma relação s/z = 1 ○ Distúrbio de PV → tempo de /s/ normal e tempo de /z/ alterado. ■ Menor controle laríngeo à passagem de ar expiratório (valor maior ou igual a 1,2). ■ Excesso de constrição laríngea → tempo de /z/ maior que tempo de /s/. ● CPFA - Coordenação Pneumofonoarticulatória: medidas de controle de saída do ar durante a fonação. ○ Ocorrência de uso do ar reserva? Concomitância do início da fonação com o início da expiração? Ocorrência de desvios da intensidade vocal? ○ Descontrole das Forças aerodinâmicas (avaliado durante a conversa espontânea). ● Espirometria - medidas de capacidade vital (volume pulmonar). ○ Expiração máxima por 3 vezes → média calculada em litros. Organização: Acad. Fonoaudiologia UFCSPA: Esther da Cunha Rodrigues → Autopercepção da Qualidade Vocal e Impacto da Voz na Qualidade de Vida Investigação da autopercepção do problema de voz. O impacto da disfonia é avaliado sob a percepção do paciente. ● IDV - Índice de Desvantagem Vocal ○ 3 dimensões: orgânica, funcional e emocional. → cálculo da proporção de desvantagem. ○ sugestão: possibilidade de transformar em porcentagem para devolução ao paciente, para dar clareza a explicação. ● QVV - Qualidade de Vida e Voz → 2 domínios: funcionalidade física e socioemocional. ● PPAV - Perfil de Participação e Atividade Vocal ○ Escala visual analógica. 4 dimensões: efeitos no trabalho, efeito na comunicação diária, efeito na comunicação social e efeito na emoção. Há adaptações para crianças, para os responsáveis pelas crianças responderem. - A autopercepção do disfônico pode diferenciar-se, por vezes, da opinião dos ouvintes da comunidade!! Análise durante as avaliações iniciais e de acompanhamento. Diagnóstico Vocal do paciente Disfágico - Fornece dados sobre a coaptação glótica. - Instabilidade fonatória presente? (análise por vogal sustentada). - Qualidade vocal soprosa → indicativo de ineficiência glótica, coaptação glótica insuficiente. - Desvios e variações constantes da F0 e da intensidade costumam estar relacionados a doenças degenerativas progressivas. - Medidas aerodinâmicas (principalmente TMF) → dados sobre suporte respiratório de VAI e sobre o processo de fonação. - TMF - parâmetro vocal significativo de avaliação na disfagia neurogênica. - Qualidade vocal molhada ou úmida: associada a pacientes disfágicos. - Percepção audível de conteúdo não deglutido na região da laringe. - Pacientes com incoordenação entre a deglutição e proteção de VAI → quantidades variáveis de secreção, saliva e alimentos penetram no vestíbulo laríngeo durante a fase faríngea da deglutição. - Sinal clínico para prevenção da aspiração traqueal. - Descontrole na fase oral → pode gerar escape posterior precoce, favorecendo a aspiração. - A voz molhada também é encontrada em pacientes com sensibilidade laríngea reduzida, que minimiza a ocorrência de manobras naturais de proteção (tosse, pigarro), podendo haver aspiração silente. + Base para estratégias de estabelecimento de prognóstico e de metas terapêuticas seguras e fundamentadas. REFERÊNCIA Rehder MI, Branco AA, organizadores. Disfonia e disfagia - interface, atualização e prática clínica. Rio de Janeiro: Revinter; 2011. 224p.
Compartilhar