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TeoriasContemporaneasdeRII(caderno)

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Teorias Contemporaneas de RI I 
Professora: Layla Dawood 
 
 
05/08/2010 
Aula 2: Níveis de Análise 
 
Waltz (1959) 
Quais são as causas da guerra? 
 Sistematização das várias respostas : 
 Homem 
 Estado 
 Sistema de dados -> 3 imagens 
 
Primeira imagem 
Causa: egoísmo, agressividade 
Resposta 1: correção da natureza humana, educação dos governantes, troca dos homens pelas mulheres no poder, etc. 
Resposta 2: criação de um autoridade central, equilíbrio de poder. 
Argumento de Waltz: necessárias considerações contextuais/políticas para explicar a guerra. 
 
Segunda imagem 
Causa: restrutura doméstica “equivocada” 
Resposta: correção do estado 
Argumento de Waltz: ... 
 
Terceira imagem 
Spinoza(primeira) X Kant(segunda) X Rousseau(terceira)-jogo do veado 
Causa: naturez das relaçoes sociais, necessidade de cooperação para garantir sobrevivencia. 
 
A imagem é o modo de explicar a causa, os níveis em si. Waltz foi o primeiro da disciplina a pegar para si essa 
tentativa de sistematização dando nome de imagens para o níveis de análise. A primeira imagem é reflexo de Hobbes: 
concepção ruim da natureza humana. A guerra acontece porque o homem é mau. Então tenho dois tipos de resposta para 
essa explicação. A primeira resposta é: já que a causa da guerra é a natureza ruim, podemos corrigir a natureza humana, 
educando os governantes, por exemplo. O livro de Angell é isso, dizendo para os governantes que a guerra é a pior maneira 
de conseguir seus objetivos. Hobbes daria a segunda resposta, onde a criação do leviathan é necessária para controlar. 
Quando se olha para a realidade, já se tem um óculos que é a sua teoria – então a natureza humana é da sua teoria. A 
observaçao é sempre theory-lated (página 28). 
Mas não é suficiente a natureza humana para explicar a guera, preciso de explicaçoes políticas – elas podem estar 
relacionadas a estrutura política doméstica ou internacional. A guerra acontece porque a estrutura doméstica é ruim, ela 
não levaria à paz. Entao a resposta seria consertar a estrutura, inspirada numa perspectiva liberal, a idéia de que o estado é 
perfectível. Então para resolver o problema da guerra, se transformaria todos em democracia – Kant é grande expoente 
dessa resposta. Mas dentre esses que identificam a mudança da estrutura doméstica como necessária, tenho duas 
correntes distintas: a que acha que, se é assim, tenho que ir mudar a estrutura interna dos que estao dando problema, a 
corrente intervencionista, como Bush no Iraque. Mas há outra corrente que diz que nao adianta que eu mude a estrutura 
doméstica, teria que ser algo que o povo decidiria fazer. O argumento do waltz na segunda imagem é que não funcionaria 
essa teoria pois identifica as causas da guerra apenas na segunda imagem. O problema é que as causas da guerra nao estao 
tao somente nem na natureza humana nem no estados, se estivessem, teriamos a paz democrática, mas para waltz, até 
democracias entram em guerra, então precisa-se da terceira imagem. O capítulo seis é o da terceira imagem. Contrasta a 
visao de Spinoza com Kant e Rousseau. Rousseau introduz a idéia da terceira imagem de modo peculiar. O terceiro nível 
pareceria algo de outro mundo, de primeira olhada. Mas a idéia para Rousseau é porque, para ele o homem é bom, mas só 
se fica isolado, emergindo o conflito quando ele entra em sociedade, quando passa a depender do outro para sua própria 
subsistência. O exemplo que ele dá é o do jogo do veado. A estrutura da vida social levaria ao conflito. No cenario 
internacional, poderiamos usar o jogo do veado. O estado precisa confiar no outro estado toda vez que tiver que cooperar. 
Nao adianta olharmos só pra natureza humana, pra estrutura doméstica dos estados pois o que causa a guerra, para eles, é 
a propria relaçao – essa é uma explicação sistemica. 
A conclusao de waltz é que nao dá para explicar a guerra sem fazer uso das 3 imagens. Aqui ele ainda nao é tao 
partidário da teoria sistemica. Pode ser que as cuasas imediatas de uma guerra sejam a primeira ou a segunda imagem. 
Mas nao posso esquecer que a terceira imagem é a variável permissiva de tudo isso, precisando eu fazer recurso às 3 
imagens. Entao para acabar com a guerra no mundo, eu nao posso atuar sobre 1 dessas imagens. 
Esse livro é importante pois é um prenuncio do livro de 79. No capitulo 7, vemos um embrião de sua terceira 
imagem, a sua teoria sistemica está inspirada nessa imagem. Para ele, uma teoria de RI genuina, teria que sair da terceira, 
pois nao estabeleceria as RI como campo autonomo. 
Aqui vem o Singer, em 61. Ele é mais behaviorista mesmo. Ele diz que a disciplina nao prestou atençao a algo 
muito caro às ciencias sociais: dilema agentexestrutura, as teorias micro e macro. Ele chama atenção para nós, de RI. Diz ele 
que nao se prestou atenção no micro/macro. Ele diz que se precisa prestar atenção nessa divisao, se tenho teorias micro ou 
macro. É uma preocupação parecida com a de Waltz, com a de imagens, só que singer a chama de níveis de análise – só que 
Singer trabalha apenas com 2, nao trabalha com o Homem. Modelo teórico para Singer é algo que descreve a realidade, 
como um mapa que retrata o globo – que mostra apenas alguns aspectos, mas ele é indutivo, ao contrário de Waltz. Aqui 
precisa-se refletir a empiria, acha que o modelo teórico precisa descrever a realidade tal qual um mapa representa o globo. 
O modelo precisa explicar, identificar nexo de causalidade entre fenomenos, mas também precisa prever momentos 
futuros. Predição é algo caro a modelos positivistas. Toda vez que consigo estabelecer recorrencia, consigo saber o que vai 
acontecer. Para Singer, essa é sua concepção teorica:L descrever, explicar e prever. O que ele faz? Mostra que é preciso, 
para construir teoria, saber localizar nexos de causalidade, eu nao poderia ter modelo que misture níveis de análise. Ele 
acha que só assim se conseguiria ter progresso. Mas ele acha que se escolher por um nível de análise, se tem implicaçoes 
para a capacidade descritiva, explicativa e preditiva. Temos dois níveis, o estado e o sistema, mas se eu escolho o nível de 
estado, tenho um modelo que tem capacidades x, se escolho sistema, y. Entao o que ele faz em 61 é tentar apontar para 
seu leitor as vantagens e desvantagens de se usar um ou outro nível de análise. Para Singer o segundo nível é o mais 
descritivo, pois se fala muito mais de detalhe, entao seria melhor, ele exalta esse nível. 
A idéia de Singer é que, quando se escolhe nível de análise, o que eu faço é que altera-se a capacidade de meu 
modelo de descrever, prever e explicar. Diz ele que quando estou numa teoria sistemica, minha capacidade de descrição é 
muito pequena, estaria falando de muitos estados, entao nao poderia ter detalhes sobre cada um – é o estado como bolha 
de bilhar, que reagiria da mesma forma independente da sua cor. Ele não acha entao que eu conseguiria explicar a partir do 
sistema, pois nao teria informaçoes suficientes – se nao descrevo bem, nao conseguiria explicar bem. Explicar a tomada de 
decisão é a preocupação para Singer, nao tanto a prediçao, pois no terceiro nível ela existe. 
O perigo de uma teoria sistemica é o determinismo, mas o perigo de teoria de segundo nível é a diferenciação 
demais. Agora, comparando os dois autores, temos Waltz que divide em 3 instancias e o Singer que localiza em dois. 
Implicitamente dentro das duas obras, o Waltz parece defender o terceiro nível e Singer no segundo (mas diz que se precisa 
escolher). 
Mas há individuos que vem depois e falam que o individuo precisa ser analisado também. Nao há nada que 
imponha o estado, o individuo também pode ser o objeto de estudo. A preocupaçao metodológicas, pode ter 
consequencias ontológicas: eu congelo o que existe nas RI. Entao quando trabalho níveis de análise, posso estar dizendo o 
que existe no mundo. É nível muito recente. 
 
10/08/2010 – pegar com alguem!!! 
 
12/08/2010 
 
 Vimos o Wlatz de 59, onde convivencia gera conflito, mas ainda nao temos definiçãode teoria sistema nem do que 
é estrutura. Em 79 ele realmente formula a teoria sistema e abandona as duas primeiras imagens, não porque não ache 
interessante essas explicaçoes, mas porque não acha que são teorias de RI. Até entao, para ele o que tinhamos era teoria 
reducionista, de política externa. Ele quer explicar atuação do estado a partir de teoria sistemica, que seria capaz de fincar o 
pé de que RI é disciplina independente das outras. Fazer teoria de política internacional implica em se achar tendencias 
para atuação do estado, não circunstancias de como age um estado, o que seria possível em PolEx. 
 No primeiro capítulo, diz o que é uma teoria em sua concepção – ele não é positivista como a teoria o acusa de ser. 
Entre 2-4, ele mostra que todas as teorias até então eram reducionista, ainda que se remetessem ao sistema, ainda faziam 
referencia a variáveis domésticas. Assim, só a dele seria de fato de RI, o que ele faz no quinto capítulo. 
 Para criar teoria sistema, diz o que é um sistema. Primeiro fala sobre teoria sistemica geral, onde ele define 
sistema como estrutura + unidade em interação. Estrutura é o que nos permite identificar um sistema como um todo. 
Tenho que abstrair as caracteristicas das unidades e tenho que identificar o que é variável no nível da estrutura e nas 
variáveis. A vantagem de se falar em estrutura e não pensar em teoria que fale em termos de unidade é que, ao pensar nas 
unidades, pensando em tendencias comportamentais que partem dos tomadores de decisão, não tenho uma teoria durável 
pois personalidades duram pouco. Estruturas duram mais, sao mais dificeis de serem mudadas do que a personalidade que 
muda de uma hora para outra. Se parto de teoria que tem conceito de estrutura, ela pode ser aplicada em domínios 
diferentes – aqui ele faz a analogia com a economia. O mercado oligopolista seria muito parecido com o sistema 
internacional. Então o que penso que é tendencia da firma no plano doméstico pode ser transferido para o Estado no 
sistema internacional. Assim, conceitos dentro de política estrutural pode ser usado no sistema internacional. 
Ele quer nos mostrar que esturtura pode ser causa da atuação estatal – mas é teoria de política internacional que 
mostra a tendencia comportamental, mas não necessariamente ele vai agir daquela forma, o tomador de decisão tem 
escolha. Acontece que, se o tomador de decisão não seguir aquilo que o sistema considera ótimo, voce nao teria o melhor 
resultado. Entao, a teoria teria que prever os custos de nao agir de maneira ótima. Para refutar a teoria de waltz, não se 
pode falar que o estado não agiu conforme o previsto, mas tem que se provar que, mesmo o estado mantendo essa postura 
heterodoxa, o resultado de sua ação não foi o que a teoria de waltz previu. É muito mais dificil de ser refutada – Waltz criou 
teoria quase que não falsificável. Isso acontece pois a estrutura é uma causa, mas não é a unica causa existente. 
Mas como distinguir o que é causado pela estrutura do que não é? Se duas unidades diferentes agem igual, a 
causa é a estrutura – se agem diferente, a causa é a política doméstica. 
Diz ele então que estrutura é definida por 3 coisas: o principio de ordenação (hierarquia ou anarquia); 
especificação das funções das unidades (se todos fazem tudo – no caso do sistema internacional, não há especialização das 
funçoes, todos tem seu proprio exercito) e a distribuição das capacidades (dizer a posição de um ator com relação a outro 
ator). Este último, ele explica falando que a capacidade é característica da unidade, mas sua distribuição não, é sistêmica. 
Até então estavam falando em linhas gerais, agora passa a pensar no sistema internacional. Diz que a unidade que 
compoem o sistema int’l são os Estados. Todos os outros são atores internacionais, mas eles não compõem o sistema, que 
é composto pelos principais atores de um determinado período histórico. Ele não afirma não existirem ONGs e OIs, mas sim 
que Estados são as principais unidades. O critério que usa para dizer isso é pois o estado, mesmo quando não está 
intervindo, é como se tivesse feito a intervenção no curso de outros atores, pois tem a possibilidade de estabelecer regras 
para o intercurso de outros atores. O estado é o ator principal pois consegue estabelecer as regras das ações dos outros 
atores. Ele está dizendo que o pressuposto da teoria é ainda que o Estado é unitário. Mas como pressuposto ele pensa 
aquilo que não é questionado pela teoria – ele não diz que de fato o estado é unitário, mas usa essa idéia para construir sua 
teoria. Imagina o estado como um ator unitário. Posso ainda pensar o estado como racional, que age de forma a maximizar 
seus objetivos, tendo uma ordem de preferencias e vai mobilizar seus recursos para alcançar sua ordem de preferencias, 
onde no topo está a sobrevivência. 
Falamos das unidades e agora vamos para a estrutura. Já escutamos milhoes de vezes que a estrutura int’l é 
anárquica, pois não há autoridade legítima que ordene o sistema, mas ainda assim existe ordem. Quando ele fala de 
ordem, ele quase que fala da forma como os estados se colocam uns em relação a outros e quase como que falando 
necessariamente do comportamento, como é regulado esse comportamento dos agentes das estruturas. Em outros 
contextos, eu falaria em um conjunto de regras, estabelecido por práticas ou por OI, mas falando de ordem, também fala 
de regulação, mas ela não se dá por regra formalmente estabelecida, mas pela estrutura, que condiciona o comportamento 
das unidades. Posso imaginar então que tenho estrutura criada pelo próprio comportamento das atividades, a “tirania das 
pequenas decisões”. Temos um resultado que não é querido por ninguém, a ordem, sendo alcançado quando cada 
indivíduo segue sua vida, chegando a um resultado coletivo não pretendido por ninguém. Não é um grupo de estados que 
se reuniu para criar vários tratados, a idéia é que cada um buscando ganhar o que quer ganhar, chegam na ordem. 
Sobre a estrutura, também temos que ver a especialização das funçoes: nao dá para deixar na mao de outro 
estado aquilo que se precisa fazer para a manuntençao de seu Estado. Isso é diferente da estrutura doméstica, onde pode 
haver divisão do trabalho. Para Waltz, toda vez que delego algo muito importante a outro estado, fico vulnerável. Agora, a 
principal caracteristica do sistema internacional para ele é a distribuição de capacidades, o que me diria se a estrutura 
mudou de uma hora para outra, pois o sistema é quase sempre anárquico e a especialização das funções costuma nunca 
advir. Então o princípio e a não-especialização costuma serem permanentes. Então, o que diferencia uma estrutura de 
outra ao longo da história é a distribuição de capacidades, em pólos. Para ser pólo, ser um ator que define a estrutura, 
preciso que o Estado se dê bem em todas as características de poder – não posso ter pólo bom em guerra e ruim em 
economia. Mas, não posso contar aliança como pólo – o pólo era só URSS, não URSS + todos os países ao redor, pois 
aliança é casamento de conveniencia, não é perene o suficiente para ser contada como pólo. A diferenciação da estrutura 
de um momento pra outro é o número de pólos. 
No capítulo 6, nos mostra o que é uma teoria sistemica de verdade, trazendo para nós a balança de poder como 
exemplo. O que diferencia a estrutura doméstica da internacional? Uma primeira resposta seria violencia, mas Waltz 
desmente: fala que o que se diferencia é o que se pode fazer com relação à violencia. Diz ele que se for fazer um piquinique 
na fronteira da frança com a alemanha poderia correr menos risco do que fazer um piquinique em detroit. O que diferencia 
não é a presença de violencia mas o que o cidadão pode fazer com aquilo. Domesticamente, eu nao precisaria me 
preocupar com minha segurança, mas no plano internacional, não tenho ninguém para me ajudar, é um sistema de self-
help, o estado tem que prover sua própria sobrevivencia. 
Continuando na diferenciação das duas estruturas,pensa na existencia de interdependencia e integração. Por 
integração, ele pensa no plano doméstico, de solidariedade mecanica, na divisão do trabalho interno dentro da sociedade. 
Entre estados, não tenho integração nesse sentido mas a interdependencia – a delegação de algo vital, uma dependencia 
mútua. No caso do sistema internacioanl, porque não tenho integração? Pois para ele existe a preocupação com ganhos 
relativos. Esse é o grande problema no debate neo-neo, para waltz e os neo-realistas, nao tenho cooperação para um bem 
comum pois os estados não se preocupam só com o que eles ganham, mas com que o vizinho ganha – ganho relativo. Isso é 
porque a coisa é muito dramática no plano internacional: se alguém ganha mais do que voce na cooperação, voce pode ser 
subjugado. Até a cooperação no campo da economia é dificil, pois até aquele ganho economico pode ser transmutado em 
mais material bélico. Eles tendem então a entrar em menos jogos coletivos para provisão de suas subsistencias – é 
autarquia. Ou eu tento garantir minha auto-suficiencia, ou tento conquistar o outro. Depender do outro para chegar ao 
bem comum é sinal de vulnerabilidade. Isso é exatamente o contrário do que os liberais dizem. Desde Angell, todos dizem 
que o contato gerará paz – Waltz diz que contato gera animosidade/conflito. 
Questão: quando consigo mudar qual a estrutura? Se a estrutura te impõem determinado comportamento – 
maximizar sobrevivencia – mas tem como mudar o efeito da estrutura sobre mim mudando a minha conduta? Consigo me 
comportar de forma Y e não chegar no resultado Z. O problema é que a estrutura é a ação de vários estados e não de um 
só. Um só não consegue mudar – o exemplo que nos dá é de um supermercado pequeno que está na vizinha, mas ele 
precisa vender caro. Mas acontece que a maioria das pessoas vai no supermercado maior, um pouco mais longe. Se todos 
forem no supermercado mais barato, o mais perto fechará. Mas, se perguntado individualmente, todos podem responder 
que preferem a padaria do lado. Mas se só um comprar na padaria, ela acabará sendo fechada ainda por falta de 
consumidor – um individuo sozinho nao consegue mudar essa situação. A despeito da mudança cultural dentro de um país, 
não mudando a distribuição de capacidades, não tenho como perceber mudanças na estrutura. É mais uma forma dele 
mostrar como a terceira imagem é superior para explicar as grandes tendencias do sistema. 
Mas, se o estado for um pólo do sistema (que por definição atingem muito mais o sistema do que são atingidos por 
eles) e resolver mudar, temos resultados diferentes pois as estruturas incidem sobre eles de modo diferente. Se tenho 
grande mudança dentro de um pólo, posso ter mudnaça – não necessariamente no sistema, mas afeta-se o resultado que a 
estrutura tem sobre ele. Para mudar a estrutura sem ser pólo, tenho que me transformar em pólo, fazendo um 
balanceamento interno, com aquisição de capacidades. 
A mudança pode acontecer pelo balanceamento interno, onde alguém é alçado a pólo, ou um balaenceamento 
externo, formação de alianças, que consegue destruir um pólo. 
A anarquia que estamos narrando, como estrutura perversa, não o pior dos mundos. A hierarquia seria muito ruim 
para Waltz. Pensar um super governo é pensar que ele tem que ter recursos para se sobrepor a todos os estados do sistema 
– a briga pelo controle destes recursos seria um convite à guerra civil, pois os povos do mundo sao muito heterogeneos. 
Esse é o pior dos mundos para ele, o da hierarquia. Aqui temos a anarquia se sobrepondo aqui de forma homogenea – 
Wendt discorda, diz que há culturas de anarquia, que terao efeitos diferentes de anarquia em diversas unidades, para 
Wendt a relação e interação entre as unidades contribui. 
Uma teoria para Waltz deve ser elegante, com economia conceitual – poucos conceitos que expliquem tudo. 
Muitos conceitos ajudam apenas na descrição de contexto – uma teoria tem que explicar. Ele acha que o conceito de 
anarquia serve bem, não necessitando de conceito híbrido para se lidar com focos de hierarquia no sistema. 
Sobre a teoria da balança de poder, precisamos ver os pressupostos. Teoria para eles sempre tem pressupostos – 
estado unitario, racional, tendo sobrevivencia como seu principal interese. Teoria tem que explicar o resultado do 
comportamento X e as teorias explicam tendencias genericas e não particularidades. Pensando nos estados, fala que 
podem haver reações internas e externas. A balança de poder funciona com dois ou mais estados no sistema e que ele seja 
de auto-ajuda, sem autoridade superior. Toda vez que tenho a concentração de poder num pólo, tenho a junçao de estados 
num outro lado para contrabalançar esse pólo, não precisando essa busca ser consciente, não importando o porque dele 
ter agido de tal forma, mas que sua ação resultou na balança de poder. Se entende a dinamica de alianças numa 
determinada região pois temos os mais fracos se unindo contra um mais forte, pois a concentração de poder ameaça. O 
bandwagon não é o comportamento previsto pelo Waltz. 
A ressalva é que uma teoria de política internacional preve o equilibrio de poder, mas não é de polex, então não 
pode me garantir que esse vai ser a postura tomada, mas que se essa postura nao for tomada, o estado pode morrer no 
sistema 
 
 
17/08/2010 
Waltz – Caps 7 e 8 
 
 Nova noção de interdependencia. Temos nesses capítulos uma busca por um sistema internacional mais estável, 
vendo critérios de comparação entre os dois sistemas. No capítulo 7, a comparação vai mais pelo viés economico e o 8 no 
militar. Um sistema com menos pólos teria menos buracos que um com mais pólos. Mas usando argumentos economicos, 
não consegue provar isso, só no capítulo 8, com argumentaçõa militar é que consegue provar isto. Estável para ele é no 
sentido de durabilidade. 
 
Capítulo 7 
 
Mas com comparo entre sistema internacionais? De acordo com ele, se olho para o número de pólos entre 
sistemas. Preciso saber quais são as diferenças de um sistema para outro – qual tipo de sistema leva a um tipo de 
comportamento. Mas o que é um pólo? É o que vimos na aula passada: aquele que é pólo é aquele que tem prerrogativa de 
atingir o sistema – a tirania das pequenas decisoes, a unidade nao consegue mudar os conceitos estruturais sozinha. O pólo 
consegue atingir a estrutura, tem impacto no sistema. Há alguns atores que conseguem agir a despeito das imposiçoes 
estruturais colocadas sobre esse pólo. Quando vou tentar comparar um sistema com outro, como consigo caracterizar dois 
pólos e não tres? 
Há coisas que atrapalham o pesquisador, como a separação artificial de “tipos” de poder, o sucesso de um contra 
outro considerado pólo, mas em apenas uma questão e outra pode ser uma motivação política do país em que o país está 
situado, que contamina o pesquisador até que ele crê que seja de fato o outro o pólo. Então o que Waltz chama atenção 
para gente é que, para chamar alguém de pólo, o Estado precisa de tudo o disposto: size of population and territory, 
resource endowment, economic capability, military strenght, political stability and competence. Ele chama atenção para 
que o pesquisador tem que estar atento à questões anteriores e na hora de olhar para o estado, tem que ver se ele tem 
esses recursos de poder. Ele diz que, em geral pode existir dificuldade de contar polo, ele acha que conseguimos dizer se é 
multi ou bipolar com certa facilidade. Mas hoje temos problemas para isso, não sabemos se nosso sistema é unipolar, 
bipolar, multipolar, etc. Ele acha que podemos comparar o sistema de acordo com o número de pólos no sistema. 
Sistemas com poucos pólos, como na concorrencia perfeita, funcionam na economia. Ele traz insights da 
economia. Quando falamos da tirania das pequenas decisoes, quando eu tenho todas as unidades equivalentes, com 
produtores equivalentes, conseguem ter pequeno impacto sobre mercado, mas se a concorrencia nao é perfeita, quando 
tenho oligopolio, essas unidades maiores tem de fato impactosobre o sistema/mercado do que consegue a unidade no 
sistema de concorrencia perfeito. Ele faz a comparação entao do sistema de monopolio e oligopolio. Entao se consigo 
comparar sistemas de acordo com numero de pólos, como dizer que um sistema de dois pólos é mais estavel que um 
multipolar? 
Para Aron, o sistema multipolar é mais durável e estável, diferente do que acha Waltz. Os argumentos do ponto de 
vista economico que podemos mobilizar, que ainda nao conseguem provar que bipolar é mais estável que multipolar (só 
que em menor número é mais estável) são: no sistema menor, tenho maior facilidade de negociação entre as partes, pois 
se tenho menos unidades ou relevancia no sistema, tenho maior facildiade de negociação – o dilema de ação coletiva, é 
mais dificil barganharmos em grupo do que em dupla, então eu teria mais durabilidade num sistema pequeno; além disso, a 
entrada de novos atores será coibida pois não conseguirão competir com grandes “firmas”, que tem maior capacidade de 
se proteger diante de outras, que tem mais P&D (pesquisa e desenvolvimento); segundo argumento é que a dificuldade de 
novatos entraram contribui para maior estabilidade – para outro estado contar como pólo, ele precisa ter tudo aquilo que 
os outros tem, sendo o investimento inicial para se entrar no clube de potencias é muito grande, barreiras à entrada; os 
custos transacionais crescem mais que proporcionalmente ao crescimento do número de atores – para negociar com 
alguém, preciso de toda uma estrutura, então posso reduzir meu custo com isso ao ter menos pessoas; a idéia de que voce 
tem, num grupo pequeno, uma maior chance de que as unidades queiram pagar os custos de transacionar, numa idéia de 
Olson, de dilema de ação coletivo, a idéia é que em grupos grandes, não tem ninguém disposto a arcar com os custos de 
produção de um bem coletivo, já que desconfia que o outro não irá contribuir para a produçào do bem coletivo – um 
exemplo disso é a coleta seletiva de lixo, já que eu sozinho não consigo produzir o bem coletivo, não só porque desconfio 
da ação do outro já que eu sozinho não consigo produzir, mesmo tendo o custo de tentá-lo, em grupos pequenos eu tenho 
a capacidade de monitorar os outros, pois a unidade consegue ter um impacto maior na produção do bem coletivo. 
Mas, apesar disso tudo, há questoes: a estabilidade não é boa para todo mundo. O sistema oligopolista pode ser 
ótimo para as firmas que estão no topo, mas para o consumidor pode não ser nada bom. Então aqui chama atenção é que 
não diz que a estabilidade é boa, mas o que é mais durável. Quando tenho diminuição do numero de pólos, tenho uma 
diminuição da interdependencia entre os pólos, reduz os pontos de conflito (ele chama de interdependencia a relação entre 
os pólos). Do ponto de vista da teoria liberal e economia, interdependencia é sensibilidade. A noção de interdependencia 
como sensibilidade é apolítica para Waltz. O que ele quer é interdependencia como vulnerabilidade – o que importa é o 
que se consegue fazer a respeito de alguma coisa que acontece em algum lugar. Interdependencia sem regulação, há 
maiores oportunidades para guerra. 
Fechando o argumento do cap 7, quando eu tenho sistemas pequenos, tenho menos interdependencia economica 
entre esses pólos, menos pontos de contato e menor possibilidade de guerra, sendo portanto mais estavel. Mas aqui por 
enquanto nao consegue dizer que o sistema bipolar ou tripolar é melhor. 
No capítulo 8, tenta avançar o argumento da estabilidade do sistema bipolar face ao multipolar, do ponto de vista 
da durabilidade. 
O que é estabilidade no SI? É que permanece anárquico mas não há variação significativa no número de partes que 
o constituem. Variação significativa é aquela que gera expectativas diferentes a respeito do efeito da estrutura no 
comportamento das unidades. Isso ocorre pois na multipolaridade tenho balanceamento interno e externo, enquanto na 
bipolaridade tenho apenas balanceamento interno. Isso acontece pois poder para ele nao é resultado, é capacidade. 
Então, o que muda da bipolaridade e da multipolaridade está relacionado ao balanceamento. A figura do 
balanceador, o fiel da balança é muito específico, não pode ser usado na teoria. Não é algo recorrente no mundo, mas 
muito específico. Na multipolaridade, tenho flexibilidade de alinhamento – todos os pólos estão portanto em ambiente de 
muita incerteza, tendo então um efeito mais belicoso sobre os pólos, não gerando cautela como pra Aaron. A incerteza faz 
com que o sistema seja menos durável. Há, por causa dessa flexibilidade, um custo maior na aliança, voce tem que agradar 
mais seu aliado, além de limitar suas decisoes políticas, podendo o mais fraco dar o tom de uma aliança. 
No caso da bipolaridade, sempre se tem certeza de quem é seu inimigo. É mais fácil, quando voce sabe que é seu 
inimigo, entende-lo ao longo do tempo, mesmo com sistemas ideologicos completamente diferentes um do outro. Com o 
passar do tempo, começa então a agir de modo a conter os focos de conflito com ele. Também do ponto de vista da 
interdependencia, a economica e a militar são menores: o que meu aliado pode aportar para a aliança é muito pouco, 
diferente da multipolaridade. Também é mais estável pois a bipolaridade que ele analisa tem armas nucleares, evitam a 
guerra portanto. 
Na multipolaridade, tenho flexibilidade de alinhamento, mas rigidez de estratégia. Isso leva a incerteza, que leva à 
agressividade. Agora, antes estavamos falando da concepção de poder de Waltz: dizer que fulano nào usou efetivamente a 
força não quer dizer que ele não seja poderoso. Poder é recurso, capacidade, não necessariamente resultado. 
 
 
19/08/2010 
Aula 6 – Apontamentos críticos ao Neo-Realismo: “Theory of World Politics: structural realism and beyond”, Keohane 
(1986). 
 
Objetivo: análise do programa de pesquisa realista com base em dois critérios: 1) descoberta de fatos novos (Lakatos) e 2) 
descrição do funcionamento do sistema internacional (Geertz). 
 
Programa de Pesquisa Realista 
 Núcleo Duro: 
1. Unidade – Estado 
2. Estados agem racionalmente 
3. Interesse = poder 
 Três teorias: 
1. Balança de Poder (waltz) 
2. Teoria dos jogos, estrutura e barganha (snyder e Dusing) 
3. Ciclos de hegemonia (Gilpin) 
 Proposta de criação de um novo programa de pesquisa. 
 
O texto é importante pois é uma forma de criticar o realismo de dentro, como um programa de pesquisa: os 
pressupostos, no núcleo duro, que não pode ser contestado. Na disciplina de cont II, veremos uma série de autores que 
partem de Waltz criticando-o. Mas no livro de Keohane temos uma parte de reprodução de capitulos de Waltz e depois 
uma série de pessoas analisando a teoria de Waltz – o unico a falar de fato na lingua de Waltz é o Keohane. Muitos 
começam a teorizar a partir da crítica a Waltz, ele é o divisor de águas, quem se precisa derrubar para teorizar e tem como 
derrubar waltz ainda no marco racionalista, que é aquele que não se preocupa com a formação de preferencias. Se imagina 
que é possível inferir preferencias para os atores a partir da configuração de poder. Keohane vai então ver até que ponto a 
teoria rcionalista de Waltz realmente descreve o que ocorre. 
Para isso ele usa dois critérios, o de Lakatos e um mais light, o de Geertz. Ele usa a idéia de Programa de Pesquisa 
para dar a idéia de que o realismo não é uma mas várias teorias. Waltz e Aaron discordam quando a preferencia por multi 
ou bi polaridade, por exemplo. Ele então acha o núcleo duro do realismo, o Estado agindo racionalmente em busca de 
poder. É possível entao analisar um conjunto de teorias com núcleo duro comum e se poderia cotejar qual das teorias é a 
mais adequada. Lembrando Kuhn, podemos ver que uma ciencia normal não tem uma pluralidade de paradigmas, mas um 
paradigma dominante, que informa qual o conhecimento válido, mas não se pode cotejar paradigmas, pois é uma questao 
de fé, não haveria contraposição possível. É diferente de Lakatos, que permite a análisede teorias, para ver qual explicar 
melhor, ao partirem de um núcleo duro. Para Lakatos, a boa teoria é a que produz excedente teórico, que acha fatos novos 
– a sua preocupaçào é com o progresso, ele acha que uma teoria pode ser melhor do que a outra. 
A primeira teoria que ele acha que foi derivada do nucleo duro foi a da balança de poder, de Waltz. Ele pensa 
entao de acordo com os dois critérios, além da explicação de Lakatos, quer ver também a descrição. 
Ao analizar a balança de poder de Waltz, ele acha que é contraditória com o núcleo duro, que deriva de 
Morgenthau, que põe o poder como maximização de poder, além da sobrevivência. Então a teoria de Waltz não cumpriria 
seu papel de hipótese auxiliar, que deveria produzir explicações excedentes. Waltz nao produz excedente empírico, mas vai 
contra o núcleo duro. A teoria não mostra que o extado maximiza poder a todo tempo, mas só até garantir a balança de 
poder, nem se une ao mais forte, mas aos mais fracos contra o mais forte. Eles juntam o poder suficiente para manter sua 
posição no sistema, não sendo maximização. A outra crítica de Keohane é de que a teoria da balança de poder, para 
funcionar, precisa do pressuposto da racionalidade. O realismo clássico pensa que, para fazer teoria, posso pensar como se 
eu fosse o tomador de decisao e racionalmente chegaria a mesma decisao que ele chegou. Mas Waltz diz que a ação de 
balanceamento não precisa ser consciente. 
Waltz não traria então o mecanismo de tradução estrutura -> ação do estado; não pensa como essa transição 
acontece. A idéia é que o pressuposto da racionalidade precisa está inserido. 
O segundo momento deste artigo é quando fala de Snyder e Deesing, que conseguem produzir excedente 
explicativo quando saem do realismo. Eles partem da teoria dos jogos. Pegam uma série de distribuições estratégias, vendo 
qual o comportamento ótimo. Eles chegam a flexibilizar o pressuposto da racionalidade do realismo, admitindo falha no 
conteúdo informacional. 
Já Gilpin é a teoria de mudança do realismo. O realismo explica a estabilidade, o que o estado tem que fazer para 
se manter numa posição, mantendo o sistema igual. Gilpin partilha do nucleo duro e parte da tentativa de explicar como é 
que eu posso ter mudança a partir desse nucleo duro com o adendo do realismo estrutural. Ele diz que a mudança pode ser 
entendida a partir de ciclos de teoria. Ele pensa que as hegemonias sao recorrentes no mundo e duram mais, no que difere 
de Waltz, que prefere a bipolaridade. A cada ciclo, as potencias estabeleceriam regras de relacionamento para as demais. A 
idéia de Gilpin é que a mudança acontece – do sistema, quando muda a unidade do sistema (de estado para cidade-estado, 
por exemplo) ou no sistema (mudanças na configuração do poder e a não consequente mudança de regras – isso levaria 
alguns estados a pleitearem a mudança, que aconteceria pela guerra no caso de Gilpin). Há tentativa de explicar a mudança 
por um desequilíbrio. Ele pensa em tava de crescimento diferenciado que leva a diferente redistribuição de poder. Além 
disso, há o imperial overstrecht, quem está no topo passa a gastar tanto com defesa que perdem seu dinamismo 
economico. Isso levaria a reconfiguração de poder, incitando a mudança do sistema por via bélica. 
Mas keohane não se sente satisfeito com a teoria de mudança de gilpin, pois está na segunda guerra fria nos EUA, 
ele nao quer acabar em guerra, quer pensar a mudança pacífica. Então Keohane acha que para conseguir explicar/prever 
comportamento estatal e explcar mudança, que ele acha que o realismo não faz, precisa-se recorrer a inclusão das 
instituições, conseguindo explicar o comportamento estatal e a mudança – inclui instituiçoes na minha análise, para 
explicar interesses e comportamento. As vezes as unidades nao agem só pela estrutura, mas constrangidas pelas 
instituições. Ele quer um novo programa de pesquisa que faça tudo isso. Além da instituição, outra idéia que vai aparecer é 
que a estrutura que propoe nesse momento é diferente da estrutura que Waltz propoe – traz a idéia de issue area – em 
determinados clusters de relacionamento, teria estruturas diferenciadas – o princípio da Fugibilidade de poder (ao ter 
poder, conseguiria qualquer coisa que quisesse). Keohane acha que a fungibilidade precisa ser abandonada pois posso ter 
configurações diferentes em issue areas diferentes. 
 
 
24/08/2010 
 
Gilpin 
 
É o retorno do realismo à crítica de que ele não explica a mudança – ele tenta explicar tanto a estabilidade quanto 
a mudança. Em seu prefácio, esclaresce estar baseado em duas vertentes da teoria social – tem base sociológica e base da 
micro-economia. Ele tenta mesclar duas coisas que Waltz não tentou fazer. Para explicar a tentativa de mudança 
apreendida por um estado especificamente, é interessante a teoria economica – onde um ator visa macimizar seus 
interesses de acordo com seus objetivos. Eles vao tentar empreender a mudança apenas quando puder macimizar seus 
ganhos. Mas ao mesmo tempo, quando age no cenário internacional, é constrangido por instituições que ele mesmo 
institui. Há atores que tentam evitar mudanças, já que o estabeleceu, mas cria ambiente de constrangimento para seu 
autor – isso é a base mais sociológica de Gilpin. Esse sistema, constituído também por instituições, vem a constrangir 
também o indivíduo – sendo possível então a mudança. 
Ele quer nos dizer que essa teoria não é baseada em hipóteses já testadas. Ele olhou para a história e criou 
categorias que ajudam a explicar a mudança. Assim, fica parecendo que é indução, uma vez que se olha a regularidade do 
mundo – mas não houve teste para saber se é realmente assim. O objetivo dele primeiro é dar ao estudioso uma série de 
categorias. Mas para isso precisamos saber quem são os atores. 
Começamos então com os conceitos básicos da obra. O estado – de novo, muito parecido com o que Waltz fala, 
que não é o unico ator do sistema internacional mas o que define os termos de interação – no limite é ele que decide, 
define os termos do intercurso. Não é que estou olhando e vendo só estado, vejo outros atores, aquele que consegue 
avançar seus interesses no plano internacional, mas o estado é o mais importante pois é o que no limite decida – natureza 
ultima racho. O que diferencia, ao comprarar Waltz e Gilpin é a concepção de interesses e estruturas estatais. Waltz é 
dedutivo, ele nao ve recorrencia, ve que há a anarquia e a partir disso olha o que isso quer dizer, diz que é o objetivo mór a 
sobrevivencia. Gilpin olha para a recorrencia do que é o interesse máximo do estado. Gilpin não diz que tenho uma 
hierarquia de interesses, como posto por Waltz, ele apenas diz que esses interesses e obejtivos são constituídos 
internamente pelas elites. Ele traz a idéia de curva de indiferença, ele não tem teoria de dedução de interesses – é a cesta 
de interesses. 
Em Waltz, o que define a estrutura é o aspecto material, apenas as capacidades. Em gilpin, o sistema internacional 
é o conjunto de estados em interação de acordo com a forma de controle – uma delas é a distribuição de capacidades, mas 
além disso tenho a hierarquia de prestígio e regras e instituições. Essas formas de controle é paralela à autoridade central, 
um governo que dá o contexto da atuação dos atores. O estado nao pode agir como bem entende. É constrangido pela 
distribuição de capacidades – a forma mais garantida de controlar/constranger comportamento de estados. Há sempre um 
ou outros que dão o tom para a relação entre os demais. Posso ter uma balança de poder, uma bipolaridade ou uma 
hegemonia. Para ele o mais recorrente é o imperial ou hegemonico – o unipolar, pensa que é o que mais dura, diferente de 
Waltz que acha o mais estável o sistema bipolar. Mas não é só isso que é o controle, tenho a hierarquia de prestígio, a 
reputação de poder. Uma das formas de mudança é o descolamento da distribuição de capacidades e a reputaçõa de 
poder, quando o que efetivamente tem poder vai tentar mudaro sistema. Para entender sua teoria de mudança, tenho que 
entender seu conceito de sistema internacional. As capacidades materiais dão o tom, mas a hierarquia de prestigio 
também. As regras constrangem só aqueles que nao tem o poder maior, diferente do que ocorre na teoria liberal, aqui a 
mudancá é sempre pela via do estado, a densidade social é ben limitada, sendo subveniente à estrutura, mudanças de 
capacidade. 
A idéia que os que estao no topo são o que conseguem manter o sistema – que ele pensa serem em sua maioria 
sistemas hegemonicos ou imperialistas. Esses atores que estao no topo conseuqem levar a estabilidade para o sistema, 
tanto quanto durabilidade e a no sentido de ausencia de guerra num determinado controle de poder. Para Waltz, a 
durabilidade era o mais importante, não pensava a ausencia de conflito. Ele tem visao circular da história. 
 
Tipos de mudança 
 Ela pode ser do sistema, no sistema e na interação. O primeiro é da natureza dos atores que o compõem, os 
principais atores de um determinado momento histórico. A idéia é que posso ter mudança completa do sistema se tiver 
mudança no tipo de autor. Mudança no sistema é quando tenho mudança na “forma de controle” – então tenho 3 
mudancas: na distribuição de capacidades, da hierarquia de poder e de regras e instituições. A mudança na interação seria 
mais economica, no fluxo do sistema, que não tem impacto tão mais profundo. Mas se tenho sistema composto em 3 
formas de controle, qualquer coisa aqui é mudança. Mudança para waltz é só nas capacidades – para gilpin não. 
 Tenho fatores ambientais, fatores domésticos, que lhe dao capacidades economicas e mudança na propria 
organização social dos estados, os fatores domésticos. Isso leva à idéia de tava de crescimento diferenciado, pois permite 
que haja mudança. Há a super-estensão imperial – operando em vavorao topo, e esses contra o topo. A mudança 
doméstica quer dizer que haverá incentivos a dar corn, por exemplo. 
 Então tenho duas coisas operando ao mesmo tempo: pasta de alho para quem ce nisso importancia. Tenho 
incentivo àqueles que tem taca de crescimento diferentenciado entre eles. A guerra hegemonica entao vem e acordo de 
paz traz novas instituiçoes. A idéia é que o sistema fragmenta, a fdificuldade do império de controlar tudo é que faz com 
que se esfacele o império. 
 Keohane acusou Gilpin de nao explicar mudança pacífica. Gilpin, por seu metodo, reconhece a guerra hegemonica, 
mas abre espaço para se explicar as coisas por uma mudança pacífica. Não necessarimente tem que acontecer com aquele 
esquima, mas em geral acontece assim. 
 
26/08/2010 
 
Aula 8 – Testando a teoria da Estabilidade Hegemonica (Krasner – 1976) 
 
 
 Em Gilpin, há a tentativa de explicar tanto a estabilidade quanto a mudança. O hegemona seria capaz de prover 
bens públicos a outros estados, por exemplo. Ao prover segurança e confiança, na teoria da estabilidade hegemonica, voce 
teria a possibildiade de livre-comércio. O hegemona cria recursos e instituiçoes para prover isso. Quanto ao livre comercio, 
temos a idéia de que terei livre comércio quando existe um hegemona que consegue criar as instituiçoes, como o GATT, e 
mante-las. O hegemona poderia prover incentivos à participaçao no sistema e também capacidade militar para exercer 
coerção sobre dissidentes. Os estados precisam crer que, ao diminuirem suas taxas de importação, outros farão o mesmo. 
 O primeiro problema para a liberalização é o custo de ajuste – o colocar da industria doméstica em risco perante a 
competição internacional. O outro é o custo transacional – a questão da confiança; quando estabeleço um preço de 
comercializaçao de gás, por exemplo, invisto em um gasoduto, o que é um custo transacional – tenho que confiar que o 
preço acertado será mantido, mas se ele for aumentado, terei novos custos com a construção de outro gasoduto ou então 
aceitar o preço mais alto. O que acontece é que a liberalização não é fácil. Na teoria das vantegens comparativas, se todos 
produzirem aquilo no qual consegue produzir muito, voce tem uma economia de escala – custos sao fixos a um nivel de 
Interesses 
Estatais 
Poder 
economico 
potencial 
Estrutura 
Comercial 
Internacional 
produçao x ou 2x, tendo mais lucro no segundo do que no primeiro. Então, em tese, você teria uma vantagem maior se 
todos se liberalizassem, mas há estes dois problemas/custos. 
 Como posso supera-los? De acordo com a teoria da estabilidade hegemonica, o hegemon seria capaz de ajudar 
outros estados a superarem estes dilemas. Entao se o problema era custo de ajuste, o hegemona pode oferecer incentivos, 
além de resolver o problema de confiança com seu poderia militar. 
 O hegemona é condição necessária(só na existencia de um hegemona voce tem liberalizaçao...) e suficiente(ao se 
ter um hegemona, já podemos ter liberalização) para ter a liberalização comercial. Aqui ainda não é o Krasner, ele vai testar 
essa teoria. 
 
(variáveis independentes) 
Interesses estatais 
 Poder político, renda nacional agregada, crescimento economico e estabilidade social 
 
 Para os estados, interessa saber o impacto da liberalização para ver nesse periodo. No caso da renda agregada, 
independente de nivel de desenvolvimento, a abertura traria uma aumento da renda transacional. Se meu estado é muito 
grande, o impacto da liberalização seria muito pequeno. O medo do custo de transação é que seu parceiro comercial venha 
a aumentar as tarifas, gerando excedentes de produção muito grandes. Num país grande, o mercado interno vai ser o 
principal consumidor, entao o impacto vai ser bem menor. O interesse estatal e o poder economico potencial nao podem 
ser disvinculados. Ele nao tera tantos problemas ao abaixar suas tarifas. Os estados tem diferentes incentivos para abrir ou 
nao seu comercio. Cabe ao estado decidir pela abertura, ele que estabelesce o intercurso internacional, o que o move sao 
seus interesses. 
 
Poder economico potencial (2 Estados com poder economico desproporcional: RU 1880-1900 e EUA pós I GM) 
 Tamanho relativo, nível de desenvolvimento 
 Indicadores: proporção do comércio global, tamanhao agregado e renda per capita 
 
Ele fala de dois momentos historicos de hegemonas, onde eu teria liberalizaçao comercial no momento em que se 
consolida o crescimento de tal país. Ele mostra que RU continuou garantindo a liberalização comercial depois que caiu e 
que EUA só começou a garantir a liberalização comercial depois da II GM, apesar de ser hegemona desde a I GM. Então 
demora um tempo depois que o hegemona caiu para que a liberalizaçao caia a um lapso temporal pós-ascenção de outro 
hegemona em que a liberalização ainda nao é garantida por ele. Ele então emenda a teoria, falando de choque externo que 
engendre a mudança. 
A teoria então não se mantém do ponto de vista empírico – é como se o sistema precisasse de um tempo para se 
acomodar, que culmina num choque externo que vai levar a liberalização. Assim ele salva a teoria de estabilidade 
hegemonica. A existencia ou nao de tarifas é dependente de uma situação política, só isso que precisamos entender. Do 
ponto de vista historico isso nao se sustenta muito para Krasner e portanto ele emenda a teoria. 
 
(variável dependente) 
Estrutura comercial internacional (aberta ou fechada) 
 Indicadores institucionais: tarifas, barreiras não-tarifárias, taxa de cambio desvalorizada 
 Indicadores comportamentais: 
o Proporção da renda proveniente do comércio internacional 
o Formação de blocos regionais 
 
A estrutura comercial internacional depende dos interesses estatais e variáveis de poder. Ele admite que um 
hegemona gera um livre comercio ou entao um sistema de estados igualmente desenvolvidos, mas essa ultima 
configuração é muito dificil de ser encontrada. A estrutura seria dependente aqui das decisoes estatais. A economia em 
alguma medida é dependente da politica nesse quadro. 
 
31/08/2010 – GOWA, folha avulsa 
 
02/09/2010 – Interdependencia Complexa, folha avulsa 
 
09/09/2010– Institucionalismo Neo-liberal, folha avulsa 
 
14/09/2010 Criação e manuntenção de instituições internacionais 
Na última aula vimos os regimes como solução de cooperação - mas não explicavam porque. A literatura passa a usar a 
nomenclatura regime para se desvincular da literatura funcionalista, por não buscarem uma organização formal, mas 
focarem em regimes. Podem existir regras e normas que constrangem o comportamento dos autores para além de 
organizações internacionais. 
 Mostra que não precisa necessariamente de hegemona para se construir regimes, apesar de no capítulo quatro 
dizer que é uma das explicações mais pertinentes. Ele no capítulo 5 mostra que não é preciso abdicar do pressuposto da 
racionalidade para ter cooperação. Então mesmo com os pressupostos realistas é possível haver cooperação. A construção 
de sua teoria não é nada ingenua então. A crítica mais óbvia a uma teoria racionalista é que o homem nem sempre age 
racionalmente. Mas keohane vai além: o uso do pressuposto da racionalidade é nada mais do que um pressuposto útil na 
construção de teorias, na construção de um tipo ideal de comportamento depois contrastado com o comportamento 
empreendido pelo ator. Então não é que a teoria ache que de fato as pessoas a todo momento se comportam de acordo 
com o que a teoria racionalista preve que elas vao se comportar, apenas nos ajuda a construir uma teoria, um tipo ideal. Só 
que o comportamento esperado aqui não é o memso do realismo - ele pensa a racionalidade de modo diferente, um tipo 
ideal de comportamento que leve a cooperação. 
 Como ele sustenta isso? 
Capítulo 5: Escolha racional e explicação funcional 
 o pressuposto da racionalidade e a possivilidade de cooperação 
 Criação de Instituições Internacionais -> grupos pequenos de Olson (monitoramento x grupo privilegiado) 
 e no caso de grupos grandes? 
 explicação funcional: causa explicada pelo efeito 
 criação das Instituições Internacionais explicada por seus efeitos antecipados 
 
 Keohane vai até Olson para explicar que existem pelo menos duas possibilidades de cooperação mesmo com o 
pressuposto da racionalidade. Nos grupos pequenos tenho possibilidade de cooperácão face à face. Um bem coletivo é 
mais fácil de ser provido em um grpo mentr pois há monitoramento do comportamento um dos outros - o melhor seria 
tentar ser um free rider, mas ha'essa possibilidade de construção racional. Olson preve circunstancias onde a cooperação é 
possível: grupos pequenos com cooperação, pois o problema é de confiança. Além disso, posso ter a capacidade de ter 
dentro desse grupo pequeno um ator com interesse e poder desproporcional na provisão do bem. O dilema é que, ao arcar 
com os custos do bem coletivo, um ator sozinho não consegue prover o bem - posso tentar incorrer nesse custo e não 
conseguir fornece-lo. Nos grupos pequenos privilegiados, há um ator que tem como arcar com a provisão desse bem. Então 
tenho excessão à regra de que o comportamento de deserção é o esperado. 
 como então explicar a criaçõa de II a partir disso? Posso pensar um grupo pequeno de estados que resolvem o 
dilema de ação coletiva ou um grpo com um único ator que consiga arcar com os custos - entõa não preciso abandonar o 
pressuposto da racionalidade, dentro de teoria dos jogos. 
 Outra exceção é nos grupos grandes - nromas de monitorament, o próprio Estado. tenho que ter uma instancia 
superior que 1) exerça coerção ou 2) oferece incentivos para além do bem-coletivo. Nos grupos grandes consigo fugir da 
deserçao se tenho a autoridade superior que caoja os individuos ou de algo além do proprio bem coletivo para eles. No 
plano internacional, como faz? Há a privatização de benefícios que o regime confere - os indivíduos ganhariam além do 
bem coletivo no regime internaiconal. Mas ele poe mais fé nos grupos pequenos pois as ri são um grupo pequeno - temos 
192 países. mas essa explicação é baseada na teoria dos jogos, na teoria racional. Mas ele alia esse pensamento à 
explicação funcionalista. 
 O funcionalismo de Mitrany previa que organizações internacionais iriam substituir os Estados pois seriam 
tecnicamente superiores no exercer das funções que os Estados antes exerciam. Depois tenho reação a isso, com Haas, que 
diz não ser bem por aí: no funcionalismo original, só por serem superiores as OIs subsumiriam. Aqui, a Integração - a 
decisão política para que o processo acontecesse - é necessária. Keohane e seu pessoal é funcionalista ainda pois está 
preocupado com instituiçoes e suas funçoes, mas NUNCA vão ser maiores que os estados. 
 Como aliar escolha racional com explicação funcional? Imagino estados racionais e que conseguem antecipar 
efeitos que instituições terão. Temporalmente tenho a causa e depois o efeito. Mas a explicação funcionalista inverte a 
ordem - crio determinada instituição pois antecpo efeitos que ela trará. Mas ele observa na empiria que o hegemona 
acabou bastante, mas que ele tá caindo. Mas Keohane acha que os regimes não cairão. Mas como vãose manter? Por causa 
da função que eles exercem 
 
Capítulo 6: Teoria funcionalista dos regimes internacionais. 
 
 Aqui adiciona outro fator, o da falha de mercado - acordos que seriam benéficos para todo mundo podem não 
acontecer por causa de desconfiança e informação assimétrica - só quem vende tem informação completa e pode 
manipulá-la, restando ao resto a desconfiança. Há ainda a externalidade - nem sempre quem causa um dano é quem arca 
com os custos desse dano, se não houver regulação (o exemplo é da fábrica que polui). 
 Teorema de Coase 
 Estrutura legal 
 Informação Perfeita 
 Custos transacionais zero 
 
A idéia de Coase é que as falhas de mercado podem ser superados mediante negociação. A lavanderia paga a fábrica 
pelo filtro e ambos saem ganhando pois a lavanderia pagaria menos por isso. Ele diz que quando tenho estes 3 
elementos, consigo superar essas falhas, podendo negociar. Acontece que estas condiçoes estabelecidas não estão no 
plano internacional. Mas mesmo assim, Keohane pensa a inversão do teorema para explicar a cooperação 
internacional - o que o regime consegue fazer sobre a inversão destes. 
 
 Os Regimes Internacionais e seus efeitos sobre: 
 Obrigações Legais -> expectativas 
 Custos transacionais -> valor dos acordos & custos burocráticos 
 Incerteza e informação 
 Informação Assimétrica 
 Desvio Moral 
 Irresponsabilidade 
 Obediência 
 O valor dos regimes existentes 
 Rede de Regimes 
 
 Os regimes não conseguem criar uma expectativa 100%, mas ha certa expectativa e ela é legítimas.. Eles ajudam a 
resolver os problemas transacionais: dizem qual acordo ficará mais barato, aquilo que já esteja previsto e ficará mais 
custoso fazer algo não previsto. Além disso, há uma economia de escala - diminui-se o custo marginal a medida em que 
aumenta-se a produção; então o custo marginal burocrático diminui para uma negociação internacioal a mais. Você 
não tem que criar regra a cada negociação. Há também os custos de monitorar os acordos e mantê-los e de sancionar. 
O regime conseguiria agir sobre os ccustos transacionais como um todo. Os regimes também pode te prover certeza ao 
prover informação sobre a atitude de cada um dos estados, acabando com a informação assimétrica a partir da 
uniformização da informação dos estados no regime. Também pode tentar corrigir o desvio moral - podem monitorar e 
fornecer informação sobre o comportamento das partes. O mesmo acontece com a irresponsabilidade. 
 Mas ainda assim, porque os regimes são obedecidos, mesmo se para os estados estes lhe pareçam contra seus 
interesses míopes ( de curto prazo). Pois os estados reconhecem que manter regime é mais fácil que criar regime - esta 
idéia permeia todo seu livro. embora a criação de regimes não é contrária ao pressuposto da racionalidade, mas na empiria 
estes sao mais facilmente criados com hegemonas - ou seja, é muito dificil criá-los. Isso faz com que estados escolham 
obedecer regimes contrários aos seus interesses de curtoprazo. Se não obedecerem ao regime, este pode sumir e depois 
eles vão ficar sem. A última questão que nos ajuda a explicar a obediencia é a rede de regimes. quando um estado quer 
desobedecer em um regime, pensa a repercussão de sua desobediencia em outros regimes do quais faz parte, qual a 
possibilidade de retalizaçào e como fica a sua reputação (dilema do prisioneiro iterado). 
 
16/09/2010 
 
O debate Neo-neo 
 
 Alguns autores identificam esse debate, outros chamam de não-debate, pois eles estariam muito próximos e uma 
síntese seria possível - como se houvesse um celeuma dentro de uma mesma teoria. Os realistas talvez não concordassem 
com possibilidade de síntese, mas com certeza os institucionalistas concordariam. 
 
Grieco 
 
 Ele faz retrospectiva sobre o que é realismo e o que é neo-realismo. Nos mostra que independente da corrente de 
realismo à qual você se vincule, você tem um núcleo duro comum ao realismo como um todo. 
 
Realismo e suas 5 proposiçõe 
1) estados = atores + importantes; (não são os únicos, mas estabelecem os termos de intercurso com outros atores, ou 
positivamente ou por omissão). 
2) estados = unitários e racionais (não é que eles sejam unitários e racionais, mas tendem a agir de tal modo pois o sistema 
seleciona os estados que agem dessa forma, premiea-os). 
3) anarquia como principal força a moldar o comportamento estatal (é o que determina esse comportamento com maior 
força. Os estados podem ter preferencias distintas, mas a sua prioridade, a preferencia, seria constante). 
4) busca por poder e segurança (ligado ao terceiro). 
5) Instituições Internacionais como epifenômeno (não tem efeito causal por ela mesmo, nào consegue sozinha mudar 
comportamentos, precisa da distribuição de poder, então esta seria a fonte de mudança, não as II. Não é que não servem 
para nada, mas geralmente servem a quem tem poder). 
 
 O que ele acha ser comum a qualquer realista está exposto acima. Para Grieco, esses pressupostos são algo 
observável pro mundo, diferente do que pensa Waltz, que pensaria isso apenas como pressupostos. Para Waltz, 
pressuposto é teórico, não precisa corresponder a verdade do mundo, precisa apenas que essa estrutura seja útil para 
entender o que está ocorrendo. 
 
Institucionalismo Neo-Liberal 
 Existem vários institucionalismos. O proprio Keohane já discordou de tudo isso, só na década de 80 é que surge o 
Institucionalismo Neo-Liberal e ele puxa isso. Aqui ele dialoga diretamente com o realismo, não negando como a 
interdepencia complexa faz; ele ao contrário aceita esses pressupostos. É o mesmo autor, por isso tem fama de vira-casaca. 
Mas, em sua defesa, ele não disse nunca que o tipo ideal realista abacava, aqui é como se ele estivesse tentando juntar os 
dois tipos liberais. 
 Aceita as seguintes proposições 
 Estados + importantes 
 Estados unitários e racionais 
 Anarquia (principal força que molda ação estatal) 
 mas as Instituições Internacionais podem levar à cooperação 
 Relações Internacionais como um Dilema do Prisioneiro (independente do que o outro faça, você ganha mais com 
deserção) -> se é assim, cooperação (CC) possível com: 
 Iteração 
 visão de longo prazo 
 reciprocidade (tit-for-tat) 
 baixos custos de monitoramento e sanção 
 então, dilema colocado à cooperação = traição e saída do acordo 
 Estados são atomísticos = preocupação = ganhos absolutos 
 Anarquia implica = impossibilidade de enforcement de acordos 
 Realismo(resposta realista: o que está em jogo é a sobrevivencia estatal, o que o outro ganha maior pode ser 
transmutado em riqueza, recurso bélico que pode ser usado contra o estado que ganhou menos na brincadeira. É 
função de utilidade que inclui o que o outro ganha, a maior) - anarquia implica não estrição ao uso da força 
 Então = Estados são posicionais (incerteza) = preocupação com ganhos relativos. 
 
 Mesmo que você garanta pro estado que o acordo vai ser cumprido, o Estado pode não cooperar pois prefere não 
participar se o outro vai ganhar mais do que ele. 
 Por que atores são posicionais? Por causa da incerteza, você não tem como saber quem é seu inimigo amanha. 
Nem entre aliados haverá cooperação. As alianças são casamentos de conveniencia, então não posso perder na 
cooperação nem para meu aliado. 
 No final do texto, sugere uma agenda de teste para aquilo que propoe, de cooperaçõa impedida por preocupação 
com ganhos relativos. Não é que a cooperação não vai acontecer, mas é que é mais dificil do que os 
Neoinstitucionalistas acham. 
 
21/09/2010 
O debate Neo-Neo: a resposta de Keohane 
 
A condicionalidade dos ganhos relativos 
-> o Neo-liberalismo é condicional: só funciona na previsão de que a cooperação ocorrerá quando há interesses comuns 
entre estados. 
-> da mesma forma,a crítica de Grieco é condicional = a busca por ganhos relativos não se dá em todos os casos. 
-> Ganhos Relativos importam quando: ganhos a maior podem alterar as relações de poder e quando há probabilidade de 
que tais ganhos sejam usados contra a parte que ganha menos. 
-> a importância da intenção 
-> quando há + de dois atores = Ganhos Relativos não é um bom guia 
-> coeficiente de sensibilidade com relação ao que o outro ganha não é necessariamente positivo: pode ser - ou = 0 (zero) 
-> discordância entre Keohane e Grieco quando à avaliação de casos empíricos 
 - como diferenciar empiricamente a preocupação com ganhos absolutos da preocupação com ganhos relativos? 
(eles são muito parecidos) 
-> proposta de teste do Neo-liberalismo e do Neo-realismo em face da comunidade Européia - fail para os neo-realista, 
denunciam que UE vai se enfraquecer, mas isso não acontece. Keohane acerta a prever uma "vida independente" para 
instituições. 
-> Proposta de síntese entre as teorias acima - não quer vencer,quer se unir a. 
 
 O texto de Keohane é mais truncado do que o de Grieco. É texto que finaliza a proposta neo-lliberal no livro e é 
tentativa de compilar o que os neo-liberais conseguiram achar, para mostrar que não é tão distante a forma como os neo-
realistas pensam da dele. Ele faz retrospectiva das duas correntes e diz que Grieco teoricamente teoria refutado as 
propostas neo-liberais para cooperação. O fato de que estados se preocupam com ganhos relativos fazem com que a coop. 
não sejam possível, apra G. Keohane quer mostrar que a ideia de ganhos relativos não refuta a cooperação no neo-
liberalismo. Ele incorpora issoa sua teoria - Grieco teria complementado o neo-liberalismo, para Keohane. Para isso, ele dá 
a caracteristica de condicionalidade à preocupação com ganhos relativos. Então a colocação de Keohane depende das 
circunstancias. 
 Ele começa com argumento complicado. Diz que ganhos relativos é condicional pois só prevê cooperação quando 
existe interesse comum entre estados. Essa idéia de existencia de interesses comuns não é questionada por Grieco - para 
Olson, mesmo com esse interesse, pode não se chegar a cooperação. Mas Grieco não fala isso. O início da resposta é 
problematico. Grieco não especificou quais as condições em que os GR importam e em quais não - isso é crítica de 
Keohane. Ele começa a ter alguma razão. 
 Essa preocupação com GR procede apenas quando eles podem ser relevantes para mudanças na distribuição de 
poder (então cooperação seria possível entre uma potencia e um candidato a potencia, onde o pouco ganho a maior pode 
ser usado por um contra o outro). Ele levanta que além da possibilidade efetiva de alterar o sistema, GR seriam importantes 
quando levado em conta a probabilidade de ser usado contra o estado que ganha menos. O estado age então pensando em 
probabilidade efetiva de que algo aconteça (mas para Grieco, tudo é INCERTEZA, a não possibilidade de cálculo para 
amanhã; Keohane diria que instituições trariam certeza ao sistema). 
 Outro grande ponto é a importancia da intençào. Para um institucionalista, importa a intenção de uso dessa ganho 
a maior - então há a possibilidade de que ele altere a relação de poder, a probabilidade e a intenção.23/09/2010 – Debate em sala sobre textos Keohane e Mearsheimer.

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