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Nayara Brandão – 6º semestre – MEDICINA UNIME. Transtorno esquizofreniforme Transtornos da personalidade esquizotípica. Transtorno esquizofreniforme: • É uma condição com um início súbito e curso benigno associados com sintomas de humor e obnubilação da consciência. • Os sintomas da doença são semelhantes aos da esquizofrenia; contudo, com o transtorno esquizofreniforme, os sintomas duram pelo menos um mês, mas menos de seis meses. Em contraste, para um paciente satisfazer os critérios diagnósticos para esquizofrenia, os sintomas devem estar presentes por pelo menos seis meses. Indivíduos com transtorno esquizofreniforme retornam a seu nível basal de funcionamento após a resolução do transtorno. Epidemiologia: • Pouco se sabe a respeito da incidência, da prevalência e da proporção entre os sexos do transtorno esquizofreniforme. • Ele é mais comum em adolescentes e adultos jovens, e sua incidência é menos da metade da esquizofrenia. • Uma taxa cinco vezes maior do transtorno foi encontrada em homens em comparação a mulheres. • Vários estudos mostraram que parentes de indivíduos com transtorno esquizofreniforme têm alto risco de ter outros transtornos psiquiátricos, mas a distribuição destes difere daquela vista nos parentes de pessoas com esquizofrenia e transtornos bipolares. Especificamente, os parentes de pacientes com transtorno esquizofreniforme são mais propensos a apresentar transtornos do humor do que os parentes de daqueles com esquizofrenia, e mais propensos a ter diagnóstico de transtorno do humor psicótico do que os parentes daqueles com transtornos bipolares. Características clínicas: • Este é um transtorno psicótico agudo com um início rápido e com ausência de uma fase prodrômica longa. • Embora muitos indivíduos com o transtorno possam vivenciar comprometimento funcional na época de um episódio, é improvável que relatem um declínio progressivo no funcionamento social e ocupacional. • O perfil de sintoma inicial é o mesmo da esquizofrenia, uma vez que dois ou mais sintomas psicóticos (alucinações, delírios, discurso e comportamento desorganizados ou sintomas negativos) devem estar presentes. • Sintomas schneiderianos de primeira linha são observados com frequência. • Além disso, uma maior probabilidade de turbilhão e confusão emocional é encontrada, cuja presença pode indicar um prognóstico positivo. • Mesmo que sintomas negativos possam estar presentes, eles são um tanto raros no transtorno esquizofreniforme e são considerados aspectos prognósticos ruins. → Em uma pequena série de pacientes de primeira internação com esse transtorno, um quarto tinha sintomas negativos moderados a graves. Nayara Brandão – 6º semestre – MEDICINA UNIME. • Por definição, pacientes com transtorno esquizofreniforme retornam a seu estado basal em seis meses.→ Em alguns casos, a doença é episódica, com mais de um episódio ocorrendo após longos períodos de remissão total. Se a duração combinada da sintomatologia exceder a seis meses, o diagnóstico de esquizofrenia deve ser considerado. Critérios diagnósticos (DSM-5): A. Dois (ou mais) dos itens a seguir, cada um presente por uma quantidade significativa de tempo durante um período de um mês (ou menos, se tratados com sucesso). Pelo menos um deles deve ser (1), (2) ou (3): 1. Delírios. 2. Alucinações. 3. Discurso desorganizado (p. ex., descarrilamento ou incoerência frequentes). 4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico. 5. Sintomas negativos (i.e., expressão emocional diminuída ou avolia). B. Um episódio do transtorno que dura pelo menos um mês, mas menos do que seis meses. Quando deve ser feito um diagnóstico sem aguardar a recuperação, ele deve ser qualificado como “provisório”. C. Transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar com características psicóticas foram descartados porque 1. nenhum episódio depressivo maior ou maníaco ocorreu concomitantemente com os sintomas da fase ativa ou 2. se os episódios de humor ocorreram durante os sintomas da fase ativa, estiveram presentes pela menor parte da duração total dos períodos ativo e residual da doença. D. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica. Especificar se: → Com características de bom prognóstico: Esse especificador exige a presença de pelo menos duas das seguintes características: ✓ Início de sintomas psicóticos proeminentes em quatro semanas da primeira mudança percebida no comportamento ou funcionamento habitual; ✓ Confusão ou perplexidade; ✓ Bom funcionamento social e ✓ Profissional pré-mórbido; ✓ Ausência de afeto embotado ou plano. → Sem características de bom prognóstico: Esse especificador é aplicado se duas ou mais entre as características anteriores não estiveram presentes. Especificar se é com catatonia Especificar a gravidade atual: → A gravidade é classificada por uma avaliação quantitativa dos sintomas primários de psicose, o que inclui delírios, alucinações, desorganização do discurso, comportamento psicomotor anormal e sintomas negativos. → Cada um desses sintomas pode ser classificado quanto à gravidade atual (mais grave nos últimos sete dias) em uma escala com 5 pontos, variando de 0 (não presente) a 4 (presente e grave). Nota: O diagnóstico de transtorno esquizofreniforme pode ser feito sem a utilização desse especificador de gravidade. Nayara Brandão – 6º semestre – MEDICINA UNIME. Diagnóstico diferencial: • É importante, primeiro, diferenciar transtorno esquizofreniforme de psicoses que podem se originar de condições clínicas. Isso é feito por meio de uma história e um exame físico detalhados e, quando indicado, exames laboratoriais ou estudos de imagem. → Uma história detalhada de uso de medicamentos, incluindo medicamentos sem receita e produtos fitoterápicos, é fundamental, porque muitos agentes terapêuticos também podem produzir uma psicose aguda. • A duração dos sintomas psicóticos é um fator que diferencia transtorno esquizofreniforme de outras síndromes. • A esquizofrenia é diagnosticada se a duração das fases prodrômica, ativa e residual for maior que seis meses; sintomas que ocorrem por menos de um mês indicam um transtorno psicótico breve. • Em geral, um diagnóstico desse transtorno não requer que um estressor maior esteja presente. • Às vezes, é difícil diferenciar transtornos do humor com aspectos psicóticos de transtorno esquizofreniforme. • Além disso, transtorno esquizofreniforme e esquizofrenia podem ser altamente comórbidos com transtornos do humor e de ansiedade. • Outros fatores de confusão são o fato de sintomas de humor, como perda de interesse e prazer, serem difíceis de diferenciar de sintomas negativos, de avolição e de anedonia. → Alguns sintomas de humor também podem estar presentes durante o curso inicial da esquizofrenia. Tratamento: • A hospitalização, frequentemente necessária para tratar indivíduos com transtorno esquizofreniforme, permite a avaliação, o tratamento e a supervisão efetiva do comportamento do paciente. • Os sintomas psicóticos em geral podem ser tratados com um curso de 3 a 6 meses de medicamentos antipsicóticos (p. ex., risperidona). • Vários estudos mostraram que pacientes com esse transtorno respondem ao tratamento com antipsicóticos com muito mais rapidez do que os que apresentam esquizofrenia. • O uso de lítio, carbamazepina ou valproato pode ser indicado para tratamento e profilaxia se o paciente tiver um episódio recorrente. • Psicoterapia costuma ser necessária para ajudar os pacientes a integrar a experiência psicótica em sua compreensão de suas próprias mentes e vidas. • A ECT (eletroconvulsoterapia) pode ser indicada para alguns pacientes, especialmente para aqueles com aspectos catatônicos oudepressivos acentuados. • Por fim, a maioria dos pacientes com transtorno esquizofreniforme progride para esquizofrenia apesar do tratamento. Nesses casos, deve ser formulado um plano de tratamento consistente com uma doença crônica. Nayara Brandão – 6º semestre – MEDICINA UNIME.
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