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AD2 - 2021 2 Educação e trabalho cederj

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JA-
NEIRO
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES FACULDADE DE EDUCAÇÃO
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB
Curso de Licenciatura em Pedagogia – Modalidade EAD Avaliação a Distância (AD2) – 2021.2
Disciplina: Educação e Trabalho
Coordenadora(o): Prof. Dr. Carlos Soares Barbosa
Questão 1: (3 pontos)
Seguindo as orientações do Banco Mundial e demais agências multilaterais, a reforma da educação brasileira, ocorrida no Governo Fernando Henrique Cardoso, teve entre seus objetivos formar o “tra- balhador de novo tipo”, conforme o perfil requerido pela reestruturação produtiva. Indique o novo perfil do trabalhador requerido pelo modelo de acumulação flexível e como a escola pode “atender” a esse objetivo.
De acordo com Barbosa (2017, p.43), o governo brasileiro se alinhou com a teoria do Banco Mundial, e “considerava “improdutivo” assegurar uma sólida formação científico-cultural aos jovens e adultos no mundo “globalizado e competitivo””. De acordo com a teoria do Banco Mundial, uma boa política educacional deveria ser capaz de oferecer aos países a oportunidade de inclusão no mercado 	mundial e de oferecer à popupalação mecanismos de defesa contra o desemprego através do desenvolvimento de competências profissionais flexíveis. Segundo Barbosa (2017, p.47), a Lei n.º 12.415/2017 se alinhou ao perfil do trabalhador requerido pelo modelo de acumulação flexível, descrito pelo autor como “flexíveis, polivalentes e facilmente adaptáveis às flutuações do mercado”. Esta lei reforçou o tom minimalista conferido à educação, nos quais os conhecimentos escolares foram reduzidos para atender às necessidades imediatas da sociedade contemporânea capitalista.
Referência:
Barbosa, C.S.; A política neoliberal e a contrarreforma na educação dos trabalhadores no governo Fernando Henrique Cardoso. Educação em debate, Fortaleza, ano 39, nº 74 – jul/dez. 2017.
Questão 2: (2 pontos)
Os jovens foram um dos segmentos da população brasileira que mais sofreu as consequências sociais decorrentes dos ajustes econômicos efetuados com a adoção da política neoliberal no Brasil, a partir da década de 1990. Cite uma das políticas ou programas de formação profissional criados no Governo Fernando Henrique Cardoso ou no governo Lula da Silva para minimizar as taxas de desemprego juvenil. Quais as principais críticas a esses programas? Demonstre de que modo o referido programa conseguiu/não conseguiu reduzir o alto índice de desemprego juvenil da época.
Dentre os programas criados para tentar minimizar as taxas de desemprego junevil podemos citar o Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego (PNPE), durante o governo Lula da Silva. De acordo com Barbosa e Deluiz (2008, p. 56), este tipo de programa “alimenta a falsa crença de que o problema do desemprego reside na desqualificação dos trabalhadores, isto é, de que trabalho não falta, o que falta são trabalhadores qualificados” e, desta forma, atribui a responsabilidade pelo desemprego ao próprio trabalhador. Existe uma tentativa de se fazer acreditar que quanto mais capacitado o jovem estivesse maiores seriam as chances de estarem empregados. Ainda de acordo com os autores, “as ações educativas se realizam mais na perspectiva de adaptação dos jovens ao modelo econômico vigente e aos trabalhos precarizados que demandam pouca qualificação e baixa escolarização” (Barbosa e Deluiz, 2008, p. 56). Para participar o PNPE o jovem não poderia ter vinculo empregaticio e ser parte de uma familia com renda per capita de meio salário mínimo, além de matrícula no ensino fundamental, médio ou EJA. Outra crítica que se faz ao programa é explicitada por Barbosa e Deluiz (2008, p. 57), que afirmam que a metodologia do programa garante “uma educação mínima necessária para que não se coloque em risco a ordem econômico-social”. Trata-se de uma educação que não é desinteressada, mas que pretende dar utilizada ao indivíduo como mão de obra capacitada para um trabalho técnico. O programa não foi capaz de reduzir os índices de desemprego e acentuou as desigualdades sociais e, de acordo com Barbosa e Luiz (2008, p.60), destinou “aos jovens das camadas populares uma qualificação voltada para o segmento do trabalho repetitivo, de execução e operacionalização, ao passo que o trabalho criativo, de concepção e elaboração fica reservado para um outro grupo social.”
Referência:
Barbosa, C. S.; Deluiz, N.; Qualificação profissional de jovens e adultos trabalhadores: o programa nacional de estímulo ao primeiro emprego em discussão. Boletim Técnico do Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 34, n.1, jan./abr. 2008.
Questão 3: (2 pontos)
Um discurso recorrente neste novo século é de que o empreendedorismo é a forma de se contornar o alto índice de desemprego no país. Com base nos textos das aulas 8 e 9 (Barbosa, Deluiz, 2008; Abílio, 2019), quais as críticas feitas pelos autores ao empreendedorismo e como a configuração do Estado “mínimo” defendida pelos neoliberais, isto é, a não interferência do Estado no mercado, co- labora para o fortalecimento da ideia do empreendedorismo?
De acordo com Abílio (2019, p.4), “o empreendedorismo assume na atualidade usos diversos que se referem de forma obscurecedora aos processos de informalização do trabalho e transferência de riscos para o trabalhador, o qual segue subordinado como trabalhador”. O trabalhador, agora chamado de empreendedor, é o responsável por si mesmo e por gerenciar o seu trabalho, intensificando tanto a jornada de trabalho quanto a extensão da mesma. Existe a flexibilização do trabalho mas tambem dos direitos trabalhistas, a transferência de riscos e custos. O que não está nas mãos do trabalhador continua sendo o controle do capital produtivo. A não interferência do Estado no mercado contribui com a ideia do empreededorismo uma vez que no modelo da uberização não existe uma relação formal do trabalho, regulamentada pela legislação. O salário, inclusive, deixa de ser um custo fixo para as empresas. 
Referência:
Abílio, L. C.; Uberização: Do empreededorismo para o autogerenciamento subordinado. Psicoperspectivas Individuo y Sociedad,v. 18, n.13. 2019.
Questão 4:
De acordo com Abílio (2019), a uberização configura uma nova forma de organização global do trabalho e que envolve, por sua vez, novas formas no controle e gerenciamento do trabalho. Com base no texto mencionado, responda:
a) Como ocorre esta nova forma de controle e gerenciamento do trabalho com o fenômeno da uberi- zação? (2 pontos)
De acordo com Abílio (2019, p.2), a nova forma de controle e gerenciamento do trabalho com o advento da uberização acontece através de mecanismos que objetivam transferir custos e riscos diretamente para o trabalhador. Deve-se ressaltar que a uberização não está atrelada a era digital, uma vez que a sua formação se estende há alguns anos na organização global do trabalho. 
b) A uberização pode ser comprendida como uma forma de trabalho precarizado? Por quê? (1 ponto)
O modelo de trabalhado conferido pela uberização pode ser compreendido com uma forma precarizada do trabalho, uma vez que não existe uma relação de trabalho formal e existe, geralmente, uma intensificaçao e uma extensão da jornada de trabalho, com a transferência de custos e riscos para o trabalhador. 
Referência:
Abílio, L. C.; Uberização: Do empreededorismo para o autogerenciamento subordinado. Psicoperspectivas Individuo y Sociedad,v. 18, n.13. 2019.

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