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Letícia Freitas Resposta Endócrino Metabólica ao Estresse Cirúrgico TRAUMA · Alterações biológicas · Evolução e adaptação · Sobrevivência no processo agressão fuga · Resposta ao trauma -> Mediadores do estresse Cirurgias eletivas: alterações orgânicas mínimas. Estados críticos e cirurgias de maior porte: alterações orgânicas marcantes. Resposta ao estresse cirúrgico Fase catabólica Face anabólica · Inicial · Prolongada · Final TRAUMA -> SNC Medo Dor Hipóxia Agentes anestésicos Ansiedade Imobilização Febre Infecção Jejum Eixo hipotálamo - hipofisário Hipófise anterior - hormônio GH, prolactina, ADH, TSH HACT -> Supra renal HAD -> Rins HORMÔNIOS Resposta ao estresse cirúrgico · Hormônio tireoidiano · Estímulo: níveis baixos de cortisol plasmático · Níveis baixos do hormônio por ação do cortisol · Hormônio do crescimento · Estímulo: redução da volemia, hipoglicemia, redução dos ácidos graxos · Promove hiperglicemia, aumento dos níveis séricos de ácidos graxos e corpos cetônico · Aumento da glutamina intracelular Local da Lesão -> SNC -> HACT -> Adrenal -> Cortisol, Catecolaminas, HAD O HACT atua na supra renal, produz cortisol, catecolaminas. As catecolaminas atuam no fígado, estimulando a síntese de proteínas da fase aguda, essas proteínas de fase aguda IL 1 e IL 6, as quais atuam não somente estimulando ainda mais a secreção do HACT como também estimulando o fígado a transformar todo substrato possível em glicose e liberando uma glicose que vai ser fundamentalmente utilizada pelo cérebro, coração e pelos rins. Nas primeiras horas, que dependendo do grau de estresse cirúrgico, pode ser de 24 a 72 horas, o círculo de estímulo à secreção de hormônio metabólico vai predominar. · CORTISOL Elemento chave na resposta ao trauma "Fase do cortisol” Hormônio que domina fase metabólica e tem ação direta sobre o metabolismo de proteínas, carboidratos e glicose. · Metabolismo hepático Aumento da síntese de proteínas de fase aguda, e estimula glicogênese e a gliconeogênese - a quebra de glicogênio em glicose para ser ofertada para tecidos, formação de glicogênio a partir do carboidrato e formação do glicogênio a partir de outros substratos (ácidos graxos, lípides) O organismo passa a usar todos substratos possíveis para formar glicogênio Aumento da síntese de proteína aguda Aumento glicogênese Redução da glicogenólise Isso tudo para que possam ofertar glicose para cérebro, coração e pulmão. · Músculo Fazendo com que haja redução da síntese proteica, o organismo passa a trabalhar no sistema em que não sintetiza mais proteína. Todo e qualquer aminoácido que entra no organismo não vai para síntese proteica, o organismo começa utilizar próprio músculo para poder formar mais glicogênio. E junto com isso tem situação em que músculo é inibido de utilizar glicose para seu metabolismo. Diminuição da síntese proteica Aumento da secreção de lactato -> Toda glicose ofertada vai para determinados órgãos O cortisol faz com que haja uma resistência periférica à insulina, para que a glicose entre na célula depende de insulina, exceto alguns órgãos cérebro coração, os demais precisam da insulina para captar a glicose. O cortisol impede que haja a utilização da insulina e o uso da glicose, com isso, tecidos periféricos passam a trabalhar no estado/sistema de anaerobiose, já que não tem glicogênio começa a usar outros componentes para fornecer energia necessária. Faz com que haja aumento da secreção do lactato, um ácido fixo -> mecanismo de acidose no organismo. · Tecido adiposo Cortisol estimula lipólise, aumentando glicerol e ácidos graxos, pq tanto aumentando a lipólise e aumento de ácidos graxos, eles são usados como combustível por alguns tecidos e são utilizados no fornecimento de substrato para formação de o Glicogênio O glicerol usado como substrato para energia quanto para também formação de glicogênio Lipólise - gera ácidos -> segundo mecanismo para formação de ácidos · Cardiovascular Aumento tono vascular, vai fazer que haja isquemia relativa nos tecidos, que vai ser interpretado pelo corpo como choque e com isso vão ter alterações na síntese de catecolaminas · Sistema imunitário Provoca aumento da imunossupressão -> o organismo vê como situacao vida ou morte, então tende a preservar para manter funcionando cérebro coração pulmão e rins de início, entao nao gasta energia com sistema imune Alterações redistribuição de leucócitos -> sofrem marginação, leucócitos caem circulação e dependendo do grau da resposta fazem marginação, ficam na margem dos vasos prontos para serem requisitos onde houver necessidade Diminuição atividade histamina -> associada a resposta imune, e tem tendência a acalmar nessa fase Diminuição atividade cininas Movimentação de leucócitos diminuem Atividade de prostaglandinas anti inflamatórias caem Processamento de antígenos Paciente operado com condição de infecção, está mais susceptível que infecção se agrave · CATECOLAMINAS · Vasodilatação - favorece entrada de o2 e permite que organismo responda mais rápido ao estresse · Aumenta irrigação para músculo, pulmões, coração (prepara os órgãos para receber o2, suprir sangue ) · Diminui irrigação para pele, TGI, rim, baço · Fluxo esplênico diminui, e fluxo redistribuido para onde precisa mais Retroalimentação positiva: estímulo da medula adrenal em secretar epinefrina. · TGI: diminuem peristalse e a secreção pancreática (não há necessidade da secreção pois digestão está parada) · Pele: piloereção e diaforese · Coração: aumenta contratilidade p poder fornecer grande quantidade sangue para tecidos que precisam naquele momento, q tem demanda · Simpático: Débito cardíaco, contração do leito vascular (pele, TGI, rim, baco) Consequências: Perda de volume - SNC - Catecolaminas - SCV Na fase catabólica, o SCV -> taquicardia, aumento da pressão sanguínea (preocupação em levar paciente com níveis pressóricos mais normais possíveis, se já entra com níveis altos pode ter AVC ou infarto), vasoconstrição periférica, palidez cutânea · Metabolismo lipídico Catecolaminas: aumenta síntese de gliconeogênese, liberação de aa dos músculo, glicogenólise · Pâncreas Catecolaminas agem no pâncreas fazendo com que haja liberação insulina e glucagon ——- Anabolismo - insulina Atua sobre fígado, liberação ácidos graxos do tecido adiposo, liberação de aa dos músculo e no trauma vai ter baixa de insulina o que leva ao estado de hiperglicemia Catabolismo - glucagon Estimula formação do glicogênio e aumenta deposito de glicogênio no fígado Não tem utilização dos tecidos periféricos - tem hiperglicemia relativa para que possa ter maior aproveitamento dessa glicose por essas tecidos que não demandam Hiperglicemia - faz parte da resposta ao trauma Se paciente já diabético - tende a ter aumento mais significativo Não opera pacientes com glicose >250 E na resposta ao trauma já tem hiperglicemia, então pode levar o paciente ao quadro de Cetoacidose diabética Paciente diabético: levar o paciente com glicemia 125, esse nível vai interferir na resposta ao trauma Na urgência/emergência não olha isso, a necessidade é tirar o paciente do risco eminente de morte · Pulmão Catecolaminas atuando no tecido periférico levando a vasoconstrição Metabolismo anaeróbico dos tecidos periféricos Redução do pH sanguíneo (acidose) Em conjunto leva a acidose metabólica Para compensar essa acidose, o organismo hiperventila e aumenta a combinação do bicarbonato e oxigênio, formando co2 -> vai ter acidose metabólica, alcalose respiratória compensatória que vem por causa da taquidispneia Paciente Hiperventilando no pos operatorio imediato = resposta ao trauma · Músculo Catabolismo, é degradado Sarcopenia em resposta ao cortisol Pela resistência periférica à insulina, trabalha em anaerobiose Alterações da sarcopenia (destruição de músculo) Função plástica de reparo das feridas Síntese de proteínas de fase aguda Aumento da excreção de nitrogênio urinário Cai prova*Balanço nitrogenado negativo -não há oferta de nitrogênio, e ele está sendo excretado, ele vem da quebra de proteínas do próprio organismo Músculo degradado e não é reposto Proteínas de fase aguda São sintetizadas em respostas a uma série de estímulo -secreção citocinas - lesão vascular - formação coágulo - Vasodilatação - Agentes tóxicos Essas proteínas vão atuar em várias situações Vão gerar: Febre - paciente no pós operatório imediato apresenta febre baixa 37,8 37,9 e isso não significa que tenha infecção! Ativação eixo HHA Estimulam a secreção proteínas de fase aguda (retroalimentação +) Ativam sistema imunitário Leucocitose -maior número de leucócitos (estímulo da medula óssea) e desaparece basófilo/eosinófilo Eleva HACT Ativa cascata da coagulação Redução do Zn e Fe séricos Aumento da VHS Elevação dos glicocorticóides -para tentar organismo voltar homeostase HAD Estimula a presença de aldosterona que vai atuar Potássio elevado - íon intracelular, atua sobre supra-renal · RIM Retenção de água Baixa diurese Retenção de Na e excreção K - forma do organismo de entrar em homeostase, visto que o potássio está elevado Sistema renina angio Vasoconstrição Débito cardíaco e contratilidade ***Hipotensão - pode ser mais sério Manutenção do volume sanguínea Concentração urina (1 a 2 ml/ mOsm) Oligúria Ganho ponderal (retenção água) Edema Fase anabólica Cortisol começa a cair, hipotálamo para de estimular hipófise e inicia atenuação 1- Fase anabólica inicial Diminuição cortisol plasmático - varia -Medio grande porte, estímulos aferentes: 3 a 6 dias apos a cirurgia Início da realimentação oral Diurese espontânea de sódio e água Balanço de potássio positivo Balanço nitrogenado zerado Dura de 1 a 2 dias Fase coincide com o início de realimentação oral, nessa fase começa a excretar água, sódio (4 litros de urina em um 1 dia) O balanço de potássio começa ficar positivo , organismo para de excretar potássio. O balanço nitrogenado começa a ficar zerado, começa a ter reconstrução músculo 2 - Fase anabólica prolongada Balanço nitrogenado positivo - para de gastar, começa a usar aa para reconstruir musculatura que foi perdida, reconstrói todo organismo e para o metabolismo, começa a restaurar Ganho ponderal Retorno da força e massa muscular Videolaparoscopia- acontece quase que de imediato, se maior porte tende a demorar mais um pouco para acontecer 3 - Fase anabólica final Dura até 6 meses Ganho ponderal mais lento Balanço nitrogenado equilibrado Balanço de carbono positivo · Fatores interferentes · Benéficos Quanto mais cedo oferece Oferta enteral ou parenteral de aminoácidos Bloqueio peridural - para diminuir a dor · Deletérios Infecção Cirurgias subsequentes Uso de esteroides Paralisia durante ventilação mecânica Uso de pressão expiratório final positiva Administração de drogas depressoras Hidratação Pós Operatória · Hidratação perioperatória Ofertar líquidos intravenosos a fim de manter a hidratação. Oferecer íons e glicose. Sódio - íon predominantemente extracelular Potássio - predominantemente intracelular Albumina e globulinas - intravascular · SGI 5% - equivalente a água, glicose rapidamente metabolizada, volume que permanece no intravascular cerca de 7% do volume infundido · SF 0,9% e Ringer lactato expandem os componentes do extravascular e 20% do intravascular · Colóides aumentam o intravascular Objetivo da hidratação · Considerar o estado de hidratação prévia, tipo de anestesia, porte da cirurgia realizada, magnitude da resposta inflamatória, perdas extras · Administrar ⅔ das necessidades diárias de água e sódio no pos operatorio · Melhor manter os pacientes mais “secos” nas primeiras horas do pós operatórias · Volume urinário deve ser mantido entre 0,5 a 1 ml/kg/hora · Evitar sobrecarga de água e sódio. Pacientes idosos, renais e cardiopatas apresentam dificuldade na eliminação do excesso de água e íons · Sinal precoce de sobrecarga hídrica e o aumento do peso · Ideal é pesar o paciente na admissão e realizar novas medidas diárias - muitas vezes inviável · Glicose Resposta ao trauma - hiperglicemia Pos operatorio imediato - 100 g de glicose 1 DPO - 150g de glicose 2 DPO - 200 g de glicose · Potássio Hipercalcemia na resposta ao trauma Não administrar potássio no pos operatorio imediato Retorno a diurese permite reposição de potássio Cirurgias menos e laparoscopia - considerar K Etapas da prescrição da hidratação 1. Cálculo das necessidades diárias de agua, glicose, eletrólitos 2. Cálculo do balanço hídrico do periodo anterior 3. Redefinição da necessidade de agua, glicose e eletrólitos com base no balanço hídrico 4. Prescrição em esquemas de soro para infundir em 24 horas Necessidades diárias Baseadas no peso corporal Se obesos, grávidas, edemaciados - utilizar pelo ajustado Hidratação venosa isolada em pacientes nutridos - não ultrapassar 5 dias, avaliar dieta oral, enteral ou parenteral · Água 30 ml/ kg/ dia - idosos, desnutridos, super obesos, cardiopatas, renais crônicos, hepatopatias 35 a 40 ml/kg/ dia - adultos 35 ml/kg / dia - mulheres 45 a 55 ml/Kg/dia - atletas · Glicose Pós operatório imediato - 100 g/dia 1 DPO - 150 g/dia 2 DPO - 200 g/dia · Sódio 1 a 1,5 mEq/ Kg / dia Idosos - 1 mEq/Kg/dia · Potássio 1 mEq/Kg/dia Diurese adequada - 0,5 a 1 ml/Kg · Cloro Acompanha soluções de reposição de Na e K 1 mEq/kg/dia Balanço hídrico Diferença entre ganhos e perdas Ganhos - hidratação venosa, nutrição, água endógena Perdas - diurese, perdas insensíveis, perdas adicionais · Ganhos Hidratação oral e venosa Água endógena - 400 a 600 ml/dia Febre, hipertireoidismo, alta temperatura ambiente - 600 ml · Perdas Diurese Perdas insensíveis - respiração e transpiração - 800 a 1200 ml/dia Média de 1000 ml/dia Aumento da FR e da temperatura ambiente Outras perdas: Diarreia, vómitos, fístulas, ostomias Balanço hídrico: Variações de + 300 ml ou - 300 ml / 24 horas são consideradas neutras e não necessitam correção Após cálculo do BH, repor a metade das perdas de água e observar o BH após 12 horas Perda de água em cirurgia com cavidades abertas - 7 a 15 ml/kg/hora Prescrever para infusão em 24 horas gotas/min= ml/h dividido por 3 = ml/h / 3 · Cálculo do balanço hídrico no pós operatório (24h depois) Levar em conta ganho endógeno (cerca de 500 - 600ml) e a perda insensível (1000ml) · Prescrição 1. Dieta: O paciente consegue se alimentar? Alimentos sólidos ou não? Dieta pode ser livre ou hipossódica, com pouca gordura? 2. Dados Vitais: Monitorização da FC, PA, saturação e constante em paciente instável 3. Sintomáticos: Via endovenosa, analgesia + anti inflamatório + analgesico mais potente (dipirona 1 g 6/6h; cetoprofeno; tramadol sob demanda). Anti inflamatório evitar em paciente idoso, em jejum. 4. Antieméticos: Via endovenosa ou intramuscular, Plasil - evitar reação de 2o grau 5. Hidratação 6. Antibióticos: cirurgia limpa? 7. Medicamentos usuais: manter ou suspender? 8. Cuidados gerais: Fisioterapia, deambular
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