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Preparação e Apresentação de Relatórios APRESENTAÇÃO Chegando no final do processo da pesquisa de marketing e após realizar a coleta e análise de dados, o pesquisador irá concluir e fechar a pesquisa. Para isso, é preciso preparar documentos e relatórios essenciais, que permitirão que os tomadores de decisão possam inferir informações assertivas. Nesta Unidade de Aprendizagem você irá estudar sobre como o pesquisador deve proceder nesta etapa final de conclusão do longo trabalho que executou. Verá também a apresentação dos relatórios da pesquisa e detalhes contidos neste processo. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Analisar o processo de preparação e apresentação de relatórios e definir perguntas na etapa de avaliação do projeto de pesquisa e suas possíveis utilizações. • Reconhecer a importância de seguir um processo de preparação de relatórios para que o cliente interprete adequadamente os resultados. • Identificar a abordagem do relatório de pesquisa de marketing a partir do ponto de vista do cliente e as linhas básicas para a leitura desse relatório. • DESAFIO Você é supervisor de uma área de pesquisa de marketing e, após receber a notificação de que uma das empresas atendidas recebeu os relatórios finais da pesquisa, começa a se questionar sobre alguns aspectos. Esse questionamento é normal e deve ser sempre praticado pelas equipes de pesquisa. É uma etapa final chamada de "avaliação do projeto de pesquisa". Escreva quatro possíveis perguntas e explique para que poderiam ser utilizadas. Faça inferências livremente com base nas possíveis perguntas que podem ser utilizadas nesta fase. INFOGRÁFICO O infográfico a seguir demonstra o processo de elaboração para apresentação de relatórios para o cliente. Confira! Maycon Carbone Caixa de texto 1) O projeto poderia ter sido colocado em prática de maneira mais eficaz ou mais eficiente? A equipe poderá discutir sobre a forma como se organizaram para chegar aos resultados. Ou seja, se a abordagem da amostra foi a ideia, se as análises foram as melhores, entre outras reflexões. 2) O problema poderia ter sido definido de maneira diferente, visando a aumentar o valor do projeto perante o cliente, ou a reduzir os custos? Isso vai depender do resultado obtido. Se o problema foi resolvido, talvez o método tenha sido o adequado. Porém, se ficaram algumas brechas, a equipe poderá reformular o problema pensando se os objetivos mudariam. 3) Uma abordagem diferente teria dado melhores resultados? Sempre é possível fazer algo diferente, mas, se os resultados foram bons, não há necessidade de pensar muito sobre este aspecto. 4) Quanto à forma de coleta de dados, deveriam ter sido utilizadas entrevistas pessoais em vez de entrevistas telefônicas? A equipe deve avaliar qual era a amostra ideal e quantas conseguiram, sendo este um indicativo inicial sobre problemas na amostragem. Quanto à pesquisa ser pessoal ou por questionários prontos, é importante repensar o problema de pesquisa. CONTEÚDO DO LIVRO Antes de redigir o relatório, o pesquisador precisa discutir os principais resultados, as conclusões e recomendações com as pessoas que vão tomar as decisões. Essas discussões desempenham um papel relevante para assegurar que o relatório atenda às necessidades do cliente e seja aceito por ele. Acompanhe um trecho do livro Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada, o qual serve de base teórica para esta Unidade de Aprendizagem. Inicie seus estudos no tópico Preparação do relatório, no qual será abordada a divisão entre os elementos: parte preambular, corpo principal e parte suplementar. Finalize sua leitura em Figuras esquemáticas e fluxogramas. PESQUISA de6ª EDIÇÃO UMA ORIENTAÇÃO APLICADA NARESH MALHOTRA AAKER, D. Abaixo os Silos AAKER, D. Construindo Marcas Fortes AAKER, D. Estratégia de Portfólio de Marcas AAKER, D.; JOACHIMSTHALER, E. Como Construir Marcas Líderes FARRIS, P.; BENDLE, N.; PFEIFER, P.; REIBSTEIN, D. Métricas de Marketing FISK, P. O Gênio do Marketing GUMMESSON, E. Marketing de Relacionamento Total: Gerenciamento de Marketing, Estratégia de Relacionamento e Abordagens de CRM para a Economia de Rede, 3.ed. KOTLER, P. O Marketing sem Segredos KOTLER & COLS. Marketing Estratégico para a Área da Saúde KOTLER, P.; LEE, N. Coleção Wharton Marketing no Setor Público: Um Guia para um Desempenho mais Eficaz KOTLER, P.; LEE, N. Marketing Social, 3.ed. KOTLER, P.; LEE, N. Coleção Wharton Marketing contra a Pobreza KOTLER, P.; PFOERTSCH, W. Gestão de Marca em Mercados B2B LIGHT, L.; KIDDON, J. Seis Regras para a Revitalização da Marca LINDSTROM, M. Brand Sense: Os Segredos Sensoriais por trás das Coisas que Compramos NEUMEIER, M. The Brand Gap: O Abismo da Marca, 2.ed. NEUMEIER, M A Empresa Orientada pelo Design NEUMEIER, M Zag: A Estratégia No. 1 das Marcas Bem- -Sucedidas RANGAN, V.K. Transformando sua Estratégia de Ingresso no Mercado REIN, I.; KOTLER, P.; SHIELDS, B. Marketing Esportivo: A Reinvenção do Esporte na Busca de Torcedores PARENTE, J.; LIMEIRA, T.; BARKI, E. Varejo para a Baixa Renda RUST, R.T.; ZEITHAML, V.; LEMON, K.N. O Valor do Cliente: O Modelo que está Reformulando a Estratégia Corporativa SHETH, J.; SOBEL, A. Clientes para Toda a Vida: Como Grandes Profissionais Desenvolvem Sólidos Relacionamentos SILK, A. O Que é Marketing? SIMON, H.; BILSTEIN, F.; LUBY, F. Gerenciar para o Lucro, não para Participação de Mercado WHEELER, A. Design de Identidade da Marca, 2.ed. CONHEÇA TAMBÉM P ESQ U ISA de N A R ESH M A L H O T R A www.grupoa.com.br | 0800 703 3444 A Bookman Editora é parte do Grupo A, uma empresa que engloba diversos selos editoriais e várias plataformas de distribuição de conteúdo técnico, científico e profissional, disponibilizando-o como, onde e quando você precisar. PESQUISA de NARESH MALHOTRA ADMINISTRAÇÃO/ MARKETING www.grupoa.com.br As empresas utilizam a pesquisa de marketing para garantir competitividade e evitar os altos custos de más decisões baseadas em informações desqualificadas. Se você é um profissional do marketing, entender os consumidores, fornecedores, parceiros de canal, funcionários, concorrentes e o ambiente é fundamental para desenvolver programas de marketing eficientes. Se você não atua na área de marketing, certamente a empresa ou a organização para a qual você trabalha utiliza informações de pesquisa de marketing para tomar decisões. Você precisa saber como gerar tais informações e como avaliar sua relevância, precisão e utilidade. O processo de pesquisa que descrevemos neste livro é muito amplo e aplica-se a qualquer área da administração, não só ao marketing. Portanto, este livro vai auxiliá- -lo a ser mais eficiente no seu trabalho, não importa em que área você atue. Materiais disponíveis no site www.grupoa.com.br Os alunos podem acessar um variado conjunto de dados para auxiliar nos seus estudos. Os professores devem visitar a Área do Professor para acessar material exclusivo deste livro. P ESQ U ISA de N A R ESH M A L H O T R A 024966_Pesquisa de Marketing 1 22/09/11 17:26 M249p Malhotra, Naresh K. Pesquisa de marketing [recurso eletrônico] : uma orientação aplicada / Naresh K. Malhotra ; tradução: Leme Belon Ribeiro, Monica Stefani ; revisão técnica: Janaina de Moura Engracia Giraldi. – 6. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Bookman, 2012. Editado também como livro impresso em 2012. ISBN 978-85-407-0062-8 1. Marketing. 2. Pesquisa de marketing. I. Título. CDU 658.8:005.52 Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052 CAPÍTULO 23 ● PREPARAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE RELATÓRIOS 579 Preparação do relatório Os pesquisadores diferem quanto à forma de preparação de um relatório de pesquisa. A personalidade, a formação, a experiência e a responsabilidade do pesquisador, junto com o responsável pelas decisões a quem o relatórioé endereçado, interagem de modo a conferir a cada relatório um caráter peculiar. Em projetos curtos ou repetitivos, um extenso relatório escrito formal do tipo descrito aqui pode não ser preparado. No entanto, há normas básicas para formatar e redigir relatórios e organizar tabelas e gráficos.3 Formato do relatório O formato dos relatórios tende a variar de acordo com o pesquisa- dor ou com a empresa de pesquisa de marketing que está elaboran- do o projeto, com o cliente a quem se destina o projeto e com a pró- pria natureza do projeto. O que segue, portanto, serve como linhas gerais para orientar o pesquisador a elaborar um formato adequado a cada projeto de pesquisa. A maioria dos relatórios de pesquisa inclui os seguintes elementos: I. Página de título II. Carta de transmissão III. Carta de autorização IV. Sumário V. Lista de tabelas VI. Lista de gráficos VII. Lista de apêndices VIII. Lista de quadros IX. Resumo executivo a. Resultados principais b. Conclusões c. Recomendações X. Definição do problema a. Histórico do problema b. Enunciado do problema XI. Abordagem ao problema XII. Concepção de pesquisa a. Tipo de pesquisa b. Informação necessária c. Coleta de dados de fonte secundária d. Coleta de dados de fonte primária e. Técnicas de escalonamento f. Elaboração e pré-teste do questionário g. Técnicas de amostragem h. Trabalho de campo XIII. Análise de dados a. Metodologia b. Plano de análise de dados XIV. Resultados XV. Limitações e advertências XVI. Conclusões e recomendações XVII. Quadros a. Questionários e formulários b. Resultado estatístico c. Listas Parte preambular Corpo principal Parte suplementar Malhotra_23.indd 579Malhotra_23.indd 579 15/09/11 09:1715/09/11 09:17 580 PARTE III ● COLETA, PREPARAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS E RELATÓRIO Esse formato segue de perto os primeiros passos do processo de pesquisa de marketing. Os resultados podem ser apresentados em diversos capítulos do relatório. Por exemplo, em uma pesquisa de âmbito nacional, a análise de dados é realizada para a amostra como um todo e, em seguida, os dados para cada uma das quatro regiões geográficas são analisados separadamente. Nesse caso, é viável apresentar os resultados em cinco capítulos, em vez de apenas um. Página de título A página de título tem de incluir o título do relatório, informações (nome, endereço, e-mail e telefone) sobre o pesquisador ou a organi- zação que realiza a pesquisa, nome do cliente para quem o relatório está sendo preparado e data da publicação. O título deve indicar a natureza do projeto, conforme ilustrado a seguir. Pesquisa real Orientações gerais para a página de título Utilize a linguagem do cliente no título – evite o “pesquisês” • “Práticas usadas na seleção de transportadores de longa distância” é melhor do que “Estudo sobre serviço de longa distância”. • “Reações dos consumidores a um relacionamento financeiro am- pliado” é melhor do que “Estudo sobre relacionamento”. © Copyright, TNS Global. Todos os direitos reservados. Utilizado com autorização da TNS Global. ■ Carta de transmissão Um relatório formal geralmente contém uma carta de transmissão que entrega o relatório ao cliente e resume a experiência geral do pesquisador com o projeto, sem mencionar os resultados. A carta também identifica a necessidade de uma ação posterior por parte do cliente, como a implementação dos resultados ou outras pesquisas que devam ser conduzidas. Carta de autorização O cliente escreve ao pesquisador uma carta de autorização antes de iniciar o projeto. Ela autoriza o pesquisador a prosseguir com o projeto e especifica seu escopo e os termos do contrato. Em geral, na carta de transmissão basta uma referência à carta de autorização. Entretanto, muitas vezes é necessário incluir no relatório uma cópia da carta de autorização. Sumário O sumário relaciona os tópicos abordados e os números correspon- dentes das páginas. Na maioria dos relatórios, incluem-se apenas os principais títulos e subtítulos. O sumário deve ser acompanhado por uma lista de tabelas, uma lista de gráficos, uma lista de apêndi- ces e uma lista de quadros. Resumo executivo O resumo executivo é uma parte extremamente importante do relatório porque, muita vezes, é a única parte que os adminis- tradores leem. Ele deve descrever concisamente o problema, a abordagem e a concepção de pesquisa adotados. É necessário dedicar um resumo aos resultados, conclusões e recomendações principais. O resumo executivo é redigido após a conclusão do restante do relatório. Definição do problema Esta seção do relatório apresenta o histórico do problema, ilustra as discussões com os executivos e os especialistas do setor, aborda a análise de dados secundários, a pesquisa qualitativa que foi feita e os fatores analisados. Além disso, deve conter um enunciado claro do problema de decisão gerencial e do problema de pesquisa de marketing (ver Capítulo 2). Abordagem ao problema Esta seção deve discutir a ampla abordagem adotada ao focalizar o problema, bem como conter uma descrição dos fundamentos teóricos que orientaram a pesquisa, quaisquer modelos analíticos formulados, questões de pesquisa, hipóteses e os fatores que influ- íram na concepção de pesquisa. Concepção de pesquisa Esta seção sobre concepção de pesquisa especifica os detalhes da realização da pesquisa (ver Capítulos 3 a 13), e deve incluir a na- tureza da concepção de pesquisa adotada, a informação desejada, a coleta de dados de fontes secundárias e primárias, as técnicas de escalonamento, a elaboração e pré-teste do questionário, as técni- cas de amostragem e o trabalho de campo. Esses tópicos têm de ser apresentados de forma não técnica, de fácil compreensão. Os detalhes técnicos devem constar em um apêndice. Nesta seção do relatório são justificados os métodos específicos escolhidos. Análise de dados Esta seção descreve o plano de análise de dados e justifica a estraté- gia e as técnicas usadas. As técnicas usadas para análise devem ser descritas de maneira simplificada e não técnica. Resultados Esta seção é normalmente a parte mais longa do relatório, podendo abranger vários capítulos. Com frequência, os resultados são apre- sentados não apenas no nível agregado, como também em nível de subgrupo (segmento de mercado, área geográfica, etc.). Os resulta- dos devem ser organizados de forma coerente e lógica. Por exem- plo, em uma pesquisa de marketing de serviços de saúde feita em hospitais, os resultados foram apresentados em quatro capítulos: um explicando os resultados gerais, outro mostrando as diferenças entre regiões geográficas, um terceiro capítulo apresentando as di- ferenças entre hospitais com fins lucrativos e sem fins lucrativos e o quarto capítulo estabelecendo as diferenças de capacidade em número de leitos. A apresentação dos resultados deve visar direta- mente aos componentes do problema de pesquisa de marketing e às necessidades de informação identificadas. Os detalhes devem ser apresentados em tabelas e gráficos, com os principais resultados discutidos no texto. Limitações e advertências Todos os projetos de pesquisa de marketing têm suas limitações mo- tivadas pelo tempo, por restrições orçamentárias, etc. Além disso, o planejamento de pesquisa adotado pode ficar limitado em termos dos diversos tipos de erro (ver Capítulo 3), alguns dos quais podem ser sérios a ponto de justificar uma discussão. Esta seção deve ser escrita com grande cuidado e perspectiva equilibrada. Por um lado, o pesqui- sador tem de certificar-se de que a administração não confia demasia- damente nos resultados, nem os utiliza para propósitos não previstos, como sua projeção para populações que não aquelas analisadas. Por outro lado, esta seção não deve abalar sua confiança na pesquisa, nem minimizar indevidamente sua importância. Malhotra_23.indd 580Malhotra_23.indd 580 15/09/11 09:1715/09/11 09:17 CAPÍTULO 23 ● PREPARAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE RELATÓRIOS 581 Conclusões e recomendaçõesA apresentação de um simples resumo dos resultados estatísticos não é suficiente. O pesquisador precisa interpretar os resultados à luz do problema que está sendo abordado a fim de chegar a con- clusões importantes. Com base nos resultados e conclusões, o pes- quisador pode fazer recomendações aos executivos. Às vezes não se pede aos pesquisadores de marketing que façam recomendações porque eles pesquisam apenas uma área, e não compreendem o contexto mais amplo na empresa do cliente. Quando for necessário fazer recomendações, elas devem ser viáveis, práticas, funcionais e diretamente utilizáveis como subsídios das decisões gerenciais. O exemplo a seguir contém orientações sobre conclusões e reco- mendações. Pesquisa real Orientações sobre conclusões e recomendações Conclusões • Conclusões Conclusões relativas, por exemplo, a: • Comportamento do cliente • Atitudes ou percepções do cliente • Natureza dos mercados estudados Geralmente, em estudos com amostras destinadas a representar o mercado Evite resultados interessantes que não sejam importantes para as conclusões • Podem ser em forma de sentenças ou parágrafos • Utilize subtítulos para identificar conclusões que lidem com dife- rentes assuntos ou segmentos de mercado Recomendações • Recomendações referentes a ações que devem ser tomadas ou su- geridas de acordo com os resultados da pesquisa: Acrescentar/eliminar um produto O que dizer na propaganda – posicionamento da propaganda Segmentos dos mercados a serem escolhidos como alvos pri- mários Como fixar o preço de um produto Pesquisa posterior a ser considerada • Deve relacionar-se com o objetivo da pesquisa • Omitidas eventualmente – por exemplo: Empregados do cliente desejam ser autores das recomendações Estudo elaborado apenas para familiarizar o cliente com o mercado • Os clientes, em sua maioria, estão interessados em nossas su- gestões, apesar da nossa possível falta de conhecimento sobre problemas financeiros ou outros fatores internos da empresa © Copyright, TNS Global. Todos os direitos reservados. Usado com autorização da TNS Global. ■ Redação do relatório Leitores Um relatório será escrito para leitores específicos: os gerentes de marketing que vão utilizar os resultados. O relatório tem de levar em conta não apenas a sofisticação técnica do leitor e seu interesse no projeto, mas as circunstâncias nas quais ele estará lendo o rela- tório e como irá utilizá-lo. Evite a terminologia técnica, ou jargões. Como disse um espe- cialista, “os leitores de seu relatório são pessoas ocupadas; e poucas delas são capazes de equilibrar simultaneamente um relatório, uma xícara de café e um dicionário”.4 Em vez de termos técnicos, como máxima verossimilhança, heteroscedasticidade e não paramétrico, utilize explicações descritivas. Se não for possível evitar alguns ter- mos técnicos, procure defini-los sucintamente em um apêndice. Em se tratando de pesquisa de marketing, as pessoas preferem conviver com um problema que não podem resolver a aceitar uma solução que não conseguem compreender. Frequentemente, o pesquisador tem de atender as necessidades de diversos tipos de público, com diferentes níveis de sofisticação téc- nica e de interesse pelo projeto. Essas necessidades conflitantes po- dem ser satisfeitas incluindo no relatório seções diferentes destinadas a diferentes leitores, ou preparando relatórios totalmente diferentes. Facilidade de acompanhamento O relatório, além de ser fácil de acompanhar,5 deve ser estruturado de forma lógica e redigido com clareza. O material, particularmente o corpo do relatório, precisa ser estruturado de maneira lógica, de modo que o leitor consiga visualizar sem dificuldade as conexões e ligações inerentes. Para os tópicos principais devem ser utilizados títulos, reservando-se os subtítulos para os subtópicos. Uma organização lógica também conduz a um relatório coe- rente. A clareza é reforçada com o uso de frases bem-construídas, curtas e precisas. As palavras empregadas devem expressar com precisão o que o pesquisador deseja comunicar. Evite o uso de pa- lavras difíceis, gírias e clichês. Uma excelente verificação da cla- reza de um relatório consiste em submetê-lo à leitura de duas ou três pessoas não familiarizadas com o projeto para que façam seus comentários críticos. Podem ser necessárias várias revisões do rela- tório até que se chegue ao documento final. Aparência apresentável e profissional A aparência de um relatório é importante. O relatório deve ser re- produzido profissionalmente com papel, impressão e encadernação de qualidade. O tipo de letra deve variar. A variação no tamanho das letras e o uso adequado de espaços em branco contribuem mui- to para a aparência e legibilidade do relatório. Objetivo A objetividade é uma virtude que deve nortear quem redige um re- latório. Os pesquisadores podem ficar tão fascinados com seu pro- jeto que esquecem seu papel científico. O relatório deve apresentar com precisão a metodologia, os resultados e as conclusões do pro- jeto, sem procurar “adaptar” os resultados para dar conformidade às expectativas da administração. Os responsáveis pelas decisões não se mostram propensos a receber com entusiasmo um relatório que reflita desfavoravelmente sobre seu julgamento ou atitudes. To- davia, o pesquisador deve ter a coragem de apresentar e defender os resultados objetivamente. A regra é: “diga tudo como realmente é”. Reforço do texto com tabelas e gráficos É importante reforçar as informações-chave do texto com tabelas, gráficos, figuras, mapas e outros recursos visuais. Eles facilitam imensamente a comunicação e contribuem para aumentar a clareza e o impacto do relatório. Mais adiante discutimos as diretrizes para a apresentação de tabelas e gráficos. Malhotra_23.indd 581Malhotra_23.indd 581 15/09/11 09:1715/09/11 09:17 582 PARTE III ● COLETA, PREPARAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS E RELATÓRIO Concisão Um relatório tem de ser conciso. Tudo o que for desnecessário deve ser omitido. A inclusão de informações em excesso pode acarretar a perda de tópicos importantes. Evite discussões longas de proce- dimentos comuns. Todavia, a concisão não deve ser conseguida em detrimento da completude. Normas para tabelas As tabelas estatísticas constituem parte vital do relatório e, por isso, merecem atenção especial. Ilustramos as diretrizes para tabelas uti- lizando os dados de vendas de automóveis nos EUA que constam na Tabela 23.1. Os números entre parênteses nas seções a seguir se referem às seções numeradas da tabela. Título e número Toda tabela deve ter um número (1a) e um título (1b). O título pre- cisa ser curto, mas sem prejuízo da clareza da informação forneci- da. Empregam-se números arábicos para identificar as tabelas para que elas possam ser referenciadas no texto.6 Disposição dos dados A disposição dos dados em uma tabela deve enfatizar o aspecto mais significativo dos dados. Assim, quando os dados se referem ao tempo, os itens serão dispostos por períodos de tempo apropriados. Quando a ordem de grandeza é mais importante, os dados serão dis- postos naquela ordem (2a). Se a facilidade de localização dos itens for crítica, o mais apropriado é uma disposição em ordem alfabética. Base de medida A base ou unidade de medida deve ser indicada com clareza (3a). Guias, réguas, espaços Guias, pontos ou hífens para guiar a vista horizontalmente conferem uniformidade e melhoram a legibilidade (4a). Em vez de acompanhar a tabela com uma régua horizontal ou verticalmente, utilizam-se es- paços em branco (4b) para realçar os dados. O salto de linhas após di- ferentes seções também contribui para melhorar a visualização. Após os títulos, costumam ser usadas linhas retas horizontais (4c). Explicações e comentários: títulos, seções e notas de rodapé As explicações e os comentários que ajudam a esclarecer a tabela são feitos em forma de parágrafos, seções e notas de rodapé. As designações colocadas sobre as colunas verticais sãochamadas de títulos (5a). As designações colocadas na coluna da esquerda são chamadas de seções (5b). As informações que não podem ser incor- poradas na tabela devem ser explicadas por notas de rodapé (5c). Para rodapés, usam-se letras ou símbolos, mas não números. As notas de rodapé devem vir após o corpo da tabela principal, porém antes da indicação da fonte. Fontes dos dados Se os dados constantes da tabela forem secundários, a fonte de da- dos deve ser mencionada (6a). Normas para gráficos Como regra, devemos recorrer aos gráficos sempre que for prático. A apresentação gráfica de informações complementa eficazmente o texto e as tabelas, reforçando a clareza e o impacto da comuni- cação. Como se costuma dizer, uma imagem vale mil palavras. As diretrizes para o preparo de gráficos são semelhantes às das tabelas. Assim, esta seção focaliza os diferentes tipos de recursos gráficos.7 Ilustramos vários deles utilizando os dados de venda de automóveis nos EUA da Tabela 23.1. Mapas geográficos e outros mapas Os mapas geográficos e outros mapas, como os de posicionamento do produto, fornecem a localização relativa e outras informações comparativas. Os mapas geográficos podem referir-se a países, estados, territórios de venda, municípios e outras divisões. Supo- nhamos, por exemplo, que o pesquisador queira apresentar uma informação sobre o número relativo de engarrafadoras da Coca- -Cola Company comparado com o de engarrafadoras da PepsiCo e de outros concorrentes em cada estado dos EUA. Essa informação poderia ser transmitida eficazmente com um mapa em que cada estado fosse dividido em três áreas, proporcionais ao número de en- garrafadoras da Coca-Cola, da PepsiCo e de outros, com cada área TABELA 23.1 Vendas de automóveis nos EUA de 2003 a 2007 Unidades vendidas MGF 2003 2004 2005 2006 2007 GM . . . . . . . . . . . 4.756.403 4.707.416 4.517.730 4.124.645 3.866.620 Ford . . . . . . . . . . 3.811.000 3.623.000 3.443.000 3.051.000 2.836.000 Chrysler . . . . . . . 2.129.000 2.287.000 2.305.000 2.087.000 2.100.000 Toyota . . . . . . . . . 1.982.000 2.103.000 2.271.000 2.556.000 2.942.000 Honda . . . . . . . . . 1.558.000 1.575.000 1.575.000 1.682.000 1.788.000 Nissan . . . . . . . . . 856.000 1.013.000 1.075.000 1.035.000 1.100.000 Outros* . . . . . . . . 1.907.597 1.991.584 1.800.345 2.016.193 1.467.380 Total . . . . . . . . . . 17.000.000 17.300.000 16.987.075 16.551.838 16.100.000 * Inclui todos os outros fabricantes Fonte: sites das empresas Malhotra_23.indd 582Malhotra_23.indd 582 15/09/11 09:1715/09/11 09:17 CAPÍTULO 23 ● PREPARAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE RELATÓRIOS 583 representada em uma cor diferente. No Capítulo 21, apresentamos exemplos de mapas de posicionamento de um produto utilizando procedimentos de EMD (p. ex., Figura 21.4). Gráfico de torta ou pizza Em um gráfico de torta, a área de cada setor, como porcentagem da área total do círculo, reflete a porcentagem associada ao valor de uma variável específica. O gráfico de torta não é uma representação adequada de relações ao longo do tempo, ou relações entre várias variáveis. Como regra, um gráfico de torta não deve exigir mais do que sete seções.8 A Figura 23.2 ilustra um gráfico de torta para as vendas de automóveis nos EUA. gráfico de torta Gráfico circular dividido em seções (setores). Gráfico de linha Um gráfico de linha liga uma série de pontos de dados por meio de segmentos retilíneos contínuos, e é uma forma atraente de ilustrar tendências e modificações ao longo do tempo. Podemos comparar várias séries no mesmo gráfico e exibir previsões, interpolações e extrapolações. No caso de várias séries serem apresentadas simul- taneamente, cada segmento retilíneo deve ter uma cor ou forma diferente (ver Figura 23.3).9 gráfico de linha Gráfico que liga uma série de pontos utilizando segmentos retilíneos contínuos. Um gráfico de área é um conjunto de gráficos de linha em que os dados são sucessivamente agregados sobre as séries. As áreas entre os gráficos em segmentos mostram as magnitudes das variá- veis importantes (ver Figura 23.4). gráfico de área Conjunto de gráficos de linha em que os dados são sucessivamente agregados sobre as séries. As áreas entre os gráficos em segmentos representam as magnitudes das variáveis de interesse. GM Ford Chrysler Toyota Honda Nissan Outros 24,0% 17,7% 13,0% 18,3% 11,1% 6,8% 9,1% FIGURA 23.2 Gráfico de torta para as vendas de automóveis por fabricante nos Estados Unidos (2007). 0 500000 1000000 1500000 2000000 2500000 3000000 3500000 4000000 4500000 5000000 U ni da de s ve nd id as GM Ford Chrysler Honda Toyota Nissan Outros 2001 2002 2005 2006 2007 Ano FIGURA 23.3 Gráfico de linhas das vendas de automóveis por fabricante nos Estados Unidos (2003-2007). Malhotra_23.indd 583Malhotra_23.indd 583 15/09/11 09:1715/09/11 09:17 584 PARTE III ● COLETA, PREPARAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS E RELATÓRIO Pictogramas Um pictograma utiliza pequenas figuras ou símbolos para exibir os dados. Como se pode ver pela Figura 23.5, os pictogramas não retratam os resultados com precisão, portanto, recomenda-se cau- tela na sua utilização.10 pictograma Representação gráfica que utiliza pequenas figuras ou símbolos para exibir os dados. Histogramas e gráficos de barras Um gráfico de barras mostra os dados como barras que po- dem ser dispostas horizontal ou verticalmente. Os gráficos de barras servem para apresentar magnitudes absolutas e relativas, diferenças e variações. O histograma é um gráfico em barras verticais em que a altura das barras representa a frequência rela- tiva ou acumulada de ocorrência de uma variável específica (ver Figura 23.6). gráfico de barras Gráfico que exibe os dados em forma de barras posicionadas horizon- tal ou verticalmente. histograma Gráfico em barras verticais em que a altura das barras representa a frequência relativa ou acumulada da ocorrência. 20.000.000 18.000.000 16.000.000 14.000.000 12.000.000 10.000.000 Outros Nissan Honda Toyota Chrysler Ford GM 8.000.000 6.000.000 4.000.000 2.000.000 0 2000 2004 2005 2006 2007 U ni da de s ve nd id as Ano FIGURA 23.4 Gráfico de área das vendas de automóveis por fabricante nos Estados Unidos (2003-2007). Ford Chrysler Toyota Honda Nissan Outros GM Cada símbolo é igual a 1 milhão de unidades FIGURA 23.5 Pictograma das vendas de automóveis nos Estados Unidos (2007). Malhotra_23.indd 584Malhotra_23.indd 584 15/09/11 09:1715/09/11 09:17 CAPÍTULO 23 ● PREPARAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE RELATÓRIOS 585 Figuras esquemáticas e fluxogramas As figuras esquemáticas e os fluxogramas admitem várias formas, e são usados para ilustrar as etapas ou os componentes de um pro- cesso, como na Figura 23.1. Outra forma útil dessas ilustrações é a dos diagramas de classificação. No Capítulo 4 (Figuras 4.1 a 4.4), demos exemplos de quadros para classificar dados secundários. No Capítulo 10 (Figura 10.2), demos um exemplo de fluxograma para o planejamento de um questionário.11 4.500.000 4.000.000 3.500.000 3.000.000 2.500.000 2.000.000 1.500.000 1.000.000 500.000 0 GM Ford Chrysler HondaToyota Marca V en da s de a ut om óv ei s Nissan Outros FIGURA 23.6 Histograma das vendas de automóveis por fabricante nos Estados Unidos (2007). Malhotra_23.indd 585Malhotra_23.indd 585 15/09/11 09:1715/09/11 09:17 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. DICA DO PROFESSOR Confira no vídeo a seguir uma dica de como apresentar as informações dos relatórios para os clientes. Saber escolher as informações mais relevantes e tornar a apresentação interessante é um importante passo para o sucesso da pesquisa! Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Um relatório é uma apresentação escrita e/ou oral do processo de pesquisa, dos resultados,das recomendações e/ou conclusões para um público específico. A partir de sua importância para a conclusão da pesquisa, o relatório foi dividido em etapas. Qual alternativa abaixo descreve a ordem adequada das etapas pertencentes ao processo de preparação e apresentação de relatórios? A) Análise dos dados, abordagem do problema, definição do problema, concepção de pesquisa, resultados, limitações, e recomendações. B) Análise dos dados, recomendações, concepção de pesquisa, abordagem do problema, definição do problema, resultados e limitações. C) Definição do problema, abordagem ao problema, concepção de pesquisa, resultados, limitações e recomendações, análise dos dados. D) Definição do problema, abordagem ao problema, concepção de pesquisa, análise dos dados, resultados, limitações e advertências, e conclusões e recomendações. E) Abordagem ao problema, concepção de pesquisa, definição do problema, resultados, limitações e recomendações, análise dos dados. 2) Maycon Carbone Realce Os relatórios de pesquisa procuram seguir uma ordem de coerência para serem mais inteligíveis e bem apresentados. Qual alternativa apresenta a ordem correta e os fatores corretos dados como sugestão para organização de relatórios nesta Unidade de Aprendizagem? A) Parte preambular; corpo principal; parte suplementar. B) Parte suplementar; corpo principal; parte preambular. C) Parte de diagnóstico; corpo principal; parte preambular. D) Parte preambular; parte de diagnóstico; finalização. E) Parte preambular; corpo estrutural; parte suplementar. 3) Carta de transmissão, carta de autorização e sumários são elementos que compõem qual item da apresentação de relatórios? A) Parte preliminar. B) Parte preambular. C) Corpo principal. D) Parte suplementar. E) Parte complementar. No elemento suplementar da preparação do relatório, utilizam-se gráficos e tabelas que facilitam a interpretação dos dados e deixam o relatório mais apresentável. Qual 4) Maycon Carbone Realce Maycon Carbone Realce alternativa NÃO apresenta um gráfico passível de uso no elemento suplementar? A) Gráfico pizza. B) Gráfico de linha. C) Gráfico de escalonamento. D) Pictograma. E) Histograma. 5) O princípio "Diga-lhes" (Tell'Em) é eficaz para estruturar uma apresentação e declara: 1º diga a eles o que você vai lhes dizer; 2º diga a eles e 3º diga a eles o que você lhes disse. Outra diretriz útil é o princípio "Seja simples e direto" (KISS'Em – Keep it simple and straightforward). Os dois princípios supracitados dizem respeito a qual item do processo de organização do relatório? A) Avaliação do projeto de pesquisa. B) Acompanhamento da pesquisa. C) Leitura do relatório de pesquisa. D) Distribuição do relatório. Maycon Carbone Realce E) Apresentação oral. NA PRÁTICA Para apresentar os resultados de sua pesquisa para os diretores da empresa, Antônio sabe que pode criar diferentes gráficos utilizados em pesquisas. Os gráficos tornam a apresentação mais compreensível para aqueles que analisam os resultados. Antônio analisa todas as possibilidades e escolhe algumas. Veja como ele utilizou estes gráficos em sua pesquisa. Maycon Carbone Realce SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: 7 dicas para palestras e apresentações com Power Point. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Falar em Público - Como fazer um roteiro para apresentação. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Você sabe fazer uma apresentação? Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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