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Cinemática É a parte da Física que estuda os movimentos sem considerar as suas causas. Na Cinemática estudamos o movimento do corpo em si, sem considerar o que está causando este movimento. Na Física este conceito é de fundamental importância, pois a partir dele podemos definir o movimento ou o repouso de um determinado corpo ou partícula, por exemplo. O referencial pode ser inercial ou não inercial. Em nossas abordagens vamos admitir referenciais que é encontram em repouso ou que se movimentam com velocidade constante, isto é, são referenciais denominados referenciais inerciais. Repouso: Podemos dizer que um corpo se encontra em repouso quando sua distância não varia com o passar do tempo em relação a um dado referencial. Movimento: Podemos dizer que um corpo se encontra em movimento quando sua distância varia com o passar do tempo em relação a um dado. Podemos definir trajetória como a linha que liga as posições de um móvel em um certo intervalo de tempo. A trajetória não é absoluta, ela depende do observador. Movimento em uma dimensão Considere um inseto saindo do ponto A, indo até o ponto B e posteriormente indo e parando no ponto C conforme a figura. A B Podemos dizer que o inseto percorreu um espaço de 7 m, isto é, neste caso podemos dizer que o espaço percorrido pelo móvel foi de 7 m. ∆s = 3 m + 4 m = 7 m No entanto, o deslocamento neste caso é o módulo do vetor que une o ponto inicial e final, conforme a figura B. Neste caso o valor (módulo) do deslocamento é dado por: A velocidade média é a razão entre o espaço percorrido (distância) por um móvel e o tempo gasto por este móvel para percorrer esta distância. Podemos representar a velocidade média através da seguinte relação matemática. Onde: ∆s: é o espaço percorrido ∆t: é o intervalo de tempo Unidade de Medida de Velocidade Média: A unidade de medida de velocidade média no SI (Sistema Internacional de Unidades) é o m/s, porém, outra unidade de velocidade muito utilizada em nosso cotidiano é o km/h. A transformação entre estas duas unidades pode ser realizada utilizando o esquema que segue. Exemplos: A distância, por estrada de rodagem, entre Cuiabá e Salvador é de 3400,8 km. Um ônibus demora dois dias e quatro horas desde sua saída de Cuiabá e chegada a Salvador, incluindo dez horas de paradas para refeições, abastecimentos etc. Qual a velocidade escalar média desse ônibus, durante os dois dias e quatro horas de viagem? A velocidade vetorial média considera o deslocamento ao invés do espaço percorrido. Neste caso podemos obter o valor da velocidade vetorial média através da equação: Referencial Movimento e Repouso Trajetória Espaço percorrido (∆s) e deslocamento (𝑑 ⃗ ) Velocidade Escalar Média (Vm) Velocidade Vetorial Média (Vm) Exemplo 1. Considere que o inseto da figura gasta 10 s para sair do ponto A e chegar no ponto Determine: A velocidade escalar média neste intervalo de tempo. A velocidade vetorial média neste intervalo de tempo. A velocidade escalar instantânea representa a velocidade de um corpo ou partícula em um instante t. Neste caso o intervalo de tempo deve ser o menor intervalo de tempo, isto é, o intervalo de tempo deve tender à zero. Utilizamos a notação de taxa de variação (derivada) para representar esta velocidade Vamos considerar uma partícula se movimentando em uma trajetória retilínea com velocidade constante. Neste caso a posição da partícula varia com o passar do tempo e em cada instante teremos uma posição diferente. s: é a posição final que o móvel ocupará. s0: é a posição inicial do móvel, representa a posição de partida. v: é a velocidade, que neste caso é sempre constante. t: é o tempo ou instante. Exemplo: 1. Considere os móveis A e B conforme a figura. Admita que eles iniciem os seus movimentos de forma simultânea e descrevam movimentos retilíneos com velocidades constantes. Calcule: a) o instante do encontro dos móveis. b) a posição de encontro dos móveis. Para a resolução deste problema devemos inicialmente construir a função horária para cada um dos móveis. Carro A: Podemos admitir que o ponto de partida do carro A é 0, desta forma como a distância entre os móveis é de 300 km, podemos admitir automaticamente que a posição inicial do caminhão B será de 300 km. Assim: Caminhão B: 𝐒𝐁 = 𝐒𝟎 + 𝐯 . 𝐭 Como descrito anteriormente, a posição inicial do caminhão B, será admitida como 300 km. Um aspecto importante a ser considerado para o caminhão é o fato de o sentido do seu movimento ser contrário ao carro A. Esta situação deve ser expressa na função horária do caminhão através da inserção de um sinal (-) negativo na velocidade do caminhão. Assim: 𝐒𝐁 = 𝟑𝟎𝟎 – 𝟗𝟎. t Podemos então considerar que no momento do encontro as posições dos móveis serão iguais, ou seja, sempre que dos móveis se encontrarem, teremos: 𝐒𝐀 = 𝐒𝐁. Considerando as funções anteriormente construídas a igualdade apresentada fica representada como: b) Para calcularmos a posição do encontro dos móveis em relação ao ponto 0 km, podemos utilizar qualquer uma das duas funções horárias, pois como admitimos que elas serão iguais no encontro, o resultado será o mesmo para cada uma delas. No exemplo vamos escolher a função horária do carro A. 𝐒𝐀 = 𝟎 + 𝟔𝟎. 𝐭. Devemos inserir o instante do encontro anteriormente na equação: 2. Um caminhão com velocidade constante de 72 km/h possui 16 m de comprimento. Determine quanto tempo um carro de 4 m de comprimento e com velocidade de 144 km/h levará para ultrapassar por completo o caminhão, considerando a figura como momento inicial da ultrapassagem. SA =0 + 40.t SC = 20 + 20.t No momento da ultrapassagem, teremos: SA = Sc 0 + 40.t = 20 + 20.t 40.t – 20.t = 20 20. t = 20 t = 20 20 ∴ t = 1 s Velocidade Escalar Instantânea (v) Movimento com Velocidade Constante Movimento com velocidade variável É o movimento em que o móvel possui uma velocidade variável no decorrer do tempo, isto é, ela não é constante, pois existe aceleração que não varia com o decorrer do tempo. Aceleração ou aceleração escalar média é uma grandeza física que considera a variação de velocidade de um móvel em um certo intervalo de tempo. am: aceleração ∆v: variação de velocidade ∆t: variação do tempo É o valor da aceleração quando o limite do intervalo de tempo em questão tende à zero. Velocidade em função do tempo v: é a velocidade final no instante t. v0: é a velocidade inicial no instante t = 0. a: é a aceleração. t: é o tempo (instante). Exemplo 1. Um carro inicialmente em repouso parte com uma aceleração de 2 m/s2 . Determine a sua velocidade após 6 s. Posição em função do tempo s: é a posição do móvel no instante s0: é a posição inicial do móvel. v0: é a velocidade inicial do móvel. a: aceleração. t: é o tempo. Exemplo 1. Um carro parte do repouso, da origem das posições com uma aceleração de 4 m/s 2 . Determine a posição do móvel no instante 5 s. Velocidade em função do espaço percorrido v: é a velocidade final. v0: é a velocidade inicial. a: é a aceleração. ∆s = espaço percorrido entre a variação da velocidade. Exemplo 1. Um carro inicialmente em repouso parte com uma aceleração de 4 m/s 2. Determine a sua velocidade após ele percorrer 50 m. Na ausência da resistência do ar, um corpo em movimento vertical para cima ou para baixa está sujeito exclusivamente às forças de natureza gravitacional, logo, a sua aceleração nestes casos assume o valor g que para o planeta Terra próximo de sua superfície vale aproximadamente: Como se trata de um movimento com velocidade variável todas as funções vistas anteriormente podem ser aplicadaspara o estudo deste tipo de movimento. Exemplo 1. Um corpo é lançando verticalmente para cima a partir do solo com uma velocidade inicial de 49 m/s. Adote g = 9,8 m/s2 e calcule: a) o tempo gasto pelo corpo para atingir a altura máxima; b) a altura máxima atingida pelo corpo; Aceleração Escalar Média Aceleração Escalar Instantânea Funções do movimento com velocidade variável Corpos em queda livre Movimento em duas dimensões É a parte da cinemática que estuda o movimento das partículas simultaneamente nos eixos x e y. Consiste em transformar um vetor em componentes nas direções x e y 𝐀𝐱 = 𝐀. 𝐜𝐨𝐬 𝛉 𝐀𝐲 = 𝐀. 𝐬𝐞𝐧 𝛉 Exemplo 1. Decomponha o vetor abaixo. Use: cos 60° = 0,5 sen 60° = 0,8 Ax = A. cos θ Ax = 100. cos 60° Ax = 100. 0,5 𝐀𝐱 = 𝟓𝟎 Ay = A. sen θ Ay = 100. sen 60° Ay = 100.0,8 𝐀𝐲 = 𝟖0 São vetores que têm módulo exatamente igual a 1. Eles são utilizados para especificar uma determinada direção e não possuem nenhum outro significado físico. O módulo de cada vetor unitário é igual a 1, isto é, |�̂�| = |�̂�| = |�̂�| = 1 Podemos escrever o vetor A em notação de vetor unitário. Desta forma o vetor ficaria representado por: 𝐀 = 𝟓𝟎𝐢 + 𝟖𝟎𝐣 Qualquer grandeza física vetorial pode ser representada pela notação de vetor unitário. Esta notação facilita a operação de soma de vetores. Exemplo 2. Encontre a soma de dois vetores 𝐴⃗⃗ e 𝐵⃗⃗⃗⃗ que estão no plano xy e dados por: 𝐴⃗⃗ = (2,0�̂�+ 2,0�̂�) 𝐵⃗⃗⃗ = (2,0�̂�− 4,0�̂�) 𝑅⃗⃗= 𝐴⃗⃗ + 𝐵⃗⃗⃗⃗ = (2,0�̂�+ 2,0�̂�) + (2,0�̂�− 4,0�̂�) 𝑅⃗⃗ = (2,0 + 2,0)�̂�+ (2,0 − 4,0)�̂� 𝑅⃗𝑥 = 4 𝑒 𝑅⃗𝑦 = −2 Para encontrarmos o módulo do vetor 𝑅⃗⃗⃗, devemos utilizar: Neste caso o movimento de uma partícula pode ser considerado como dois movimentos independentes, um em cada eixo. Desta forma qualquer influência na direção x não afeta o movimento da direção y e vice-versa. Exemplo 3. Uma partícula se move no plano xy, começando da origem em t = 0 com velocidade inicial tendo uma componente x de 20 m/s e uma componente y de -15 m/s. A partícula experimenta uma aceleração na direção x, dada por ax = 4,0 m/s2 a) Determine o vetor velocidade total a qualquer instante; b) Calcule a velocidade vetorial e a velocidade escalar da partícula em t = 5,0 s e o ângulo que o vetor velocidade forma com o eixo x. Velocidade vetorial para t = 5,0 s 𝑣⃗⃗ = [(20 + 4.5)�̂�− 15�̂�] 𝑣⃗⃗ = [(20 + 20)�̂�− 15�̂�] 𝒗⃗⃗⃗⃗ = (𝟒𝟎�̂�− 𝟏𝟓𝒋) m/s Ângulo com o eixo x tan 𝜃 = −15 40 = − 0,375 𝜽 = −𝟐𝟏° Velocidade escalar para t = 5,0 s Decomposição de Vetores Vetores Unitários Movimento bidimensional com aceleração constante Considere um corpo sendo lançado com velocidade inicial vo e com uma certa inclinação em relação à horizontal. Neste caso teremos um lançamento denominado oblíquo e para sua melhor compreensão, realizamos a análise deste movimento em duas dimensões, isto é, um movimento somente na direção do eixo x e outro movimento somente na direção do eixo vertical y. Como neste tipo de movimento teremos e decomposição nos eixos as equações de movimento anteriormente estudadas passarão a ter a representação modificada para efeito de melhor compreensão. Funções para o lançamento de projéteis Inicialmente devemos considerar que o móvel é lançado com uma velocidade inicial 𝑣⃗⃗0 e esta velocidade deve ser decomposta em x e y. No eixo x No eixo x o móvel realiza um movimento com velocidade constante, logo, podemos utilizar a posição em função do tempo adaptada da seguinte forma. No eixo y No eixo y a velocidade do móvel é variável e sujeita à ação da gravidade. Neste caso as equações ficam assim representadas. Alcance horizontal e altura máxima de um projétil realizando as devidas transformações nas funções anteriormente apresentadas podemos definir uma equação para a obtenção da altura máxima alcançada pelo móvel e para o alcance máximo obtido no lançamento. No instante em que o corpo alcança a altura máximo a sua velocidade vertical é nula, logo podemos escrever: Para o alcance máximo teremos: Exemplo 1. Um atleta de salto em distância sai do solo com uma inclinação de 20,0° em relação a horizontal e com uma velocidade de 11,0 m/s. a) Qual a alcance de seu salto? b) Qual a altura máxima que ele atinge durante o salto? Exemplo 2. Um avião voa a uma altura de 320 m, com velocidade constante e horizontal, cujo módulo é de 60,0 m/s. Num determinado instante, uma bomba é solta do avião. a) Quanto tempo a bomba levará para atingir o solo? Neste caso o ângulo de lançamento é igual a 0°. b) Qual o alcance horizontal da bomba? Obs. A fórmula vista anteriormente para alcance máximo é válida somente quando o ângulo de lançamento é diferente de 0°. Movimento de Projéteis Movimento circular uniforme É o movimento em que o móvel descreve uma trajetória circular levando sempre o mesmo intervalo de tempo para realizar uma volta completa. É uma grandeza que considera o número de voltas dadas em certo intervalo de tempo. Se um corpo em MCU realiza 20 voltas em 10 s, podemos utilizar a seguinte ideia matemática: É o tempo gasto por um corpo ou partícula para realizar uma volta completa. O período tem como unidade do sistema internacional o segundo (s), no entanto, outras unidades de tempo podem perfeitamente serem utilizadas. ∆θ = é o ângulo descrito na trajetória. ∆t = é o intervalo de tempo. w = é a velocidade angular. ] A fórmula anteriormente apresentada é a definição clássica utilizada para o cálculo de velocidade angular, porém, ela também pode ser relacionada com os conceitos de frequência e período abordados na semana anterior. A velocidade linear de um corpo em MCU pode ser representada na figura do exemplo abaixo. A relação entre qualquer grandeza angular e qualquer grandeza linear como as velocidades, por exemplo, podem ser obtidas multiplicando a grandeza angular pelo raio da trajetória. No caso das velocidades podemos escrever: Note que neste caso, a fórmula serve para calcular o módulo da velocidade linear e por este motivo não temos a seta de indicação de vetor sobre a letra v. v: é o módulo da velocidade linear w: é a velocidade angular R: é o raio da trajetória A aceleração centrípeta é responsável pela variação da direção e do sentido da velocidade linear no MCU. Para o cálculo da aceleração centrípeta devemos utilizar a seguinte fórmula: A figura abaixo representa a direção e o sentido da aceleração centrípeta em relação à velocidade linear. Considere um copo se movimentando conforme a trajetória dada, a aceleração total do corpo é dada Definimos a aceleração total da partícula como sendo a soma vetorial de duas componentes de aceleração: = Aceleração tangencial Responsável pela variação do módulo do vetor velocidade. = Aceleração Radial Responsável pela variação da direção e sentido do vetor velocidade. Ela é equivalente a aceleração centrípeta. Aceleração tangencial e aceleração radial Frequência (F) Período (T) Relação Entre Período e Frequência Velocidade Angular (w) Relação entre Velocidade Angular Frequência e Período Velocidade linear (v⃗ ) Relação entre w e v⃗ Aceleração Centrípeta 𝒂⃗⃗ 𝒄p p
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