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4ºAula Métodos de avaliação de desempenho Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • entender os métodos de avaliação de desempenho tanto na teoria como na prática; • identificar os métodos de avaliação de desempenho e aplicá-los; • decidir qual método de avaliação de desempenho é o mais eficaz. Caros(as) alunos(as), nesta aula 4, estaremos estudando os métodos de Avaliação de Desempenho. A partir do estudo e de reflexões sobre o conteúdo, vocês estarão compreendendo conceitos e identificando casos práticos. Bons estudos! 36Política de Avaliação de Desempenho Seções de estudo 1 - Métodos de avaliação de desempenho 1 - Métodos de Avaliação de Desempenho Fonte: <http://www.livrariaresposta.com.br>. Acesso em: 05 maio 2012, às 8h30. Quais os métodos ou as maneiras de avaliar, isto é, como avaliar e com que avaliar? Você deve estar se perguntando quais os métodos ou as maneiras de avaliar? E está agindo corretamente, pois a avaliação de desempenho não pode ser subjetiva, requer metodologia e sistematização para alcançar com eficácia os resultados esperados no processo. Segundo França (2007, p. 120). Cada sistema de avaliação tem as suas peculiaridades com pontos fortes e fracos. É preciso que se pense que cada sistema adapta- se melhor a um objetivo em particular. Cada método tem a sua qualidade e limitação e nenhum deles é capaz de alcançar por si só, todos os objetivos que levaram a organização a instituir os programas de avaliação de desempenho. O que se pode fazer é combinar cada sistema a um único objetivo na avaliação de desempenho. Para Lucena (1992, p. 88), “os instrumentos incluem não somente exemplos de formulários de avaliação como também outros instrumentos que compõem o sistema, como o documento normativo, que define a filosofia, os conceitos básicos, as normas e os procedimentos operacionais; os critérios para formulação de metas e definição de padrões de desempenho; os critérios para análise de capacitação profissional; e demais informações que possam contribuir para subsídios para o desenvolvimento do processo de AD”. Conforme Carvalho (1993), o método de avaliação de desempenho pode ser caracterizado como procedimentos utilizados pelo avaliador para obter os resultados ou dados esperados. Carvalho (1993, p. 54) ressalta que “[...] avaliação de desempenho, para ser eficaz deve se basear inteiramente nos resultados da atividade do avaliado, e nunca apenas em suas características de personalidade”. Para Carvalho (1993), toda organização deve adotar seu próprio pacote de métodos de avaliação de desempenho, levando em conta suas particularidades, política de RH e atividades exercidas pela força de trabalho. Lucena (1992) diz que uma recomendação relevante a fazer refere-se ao momento em que são criados os instrumentos de avaliação. Geralmente, a área de Recursos Humanos antecipa-se nesta fase, iniciando seu trabalho com o desenvolvimento do formulário de avaliação, sem ter definido o modelo conceitual, os objetivos, o documento normativo e, muito menos a análise do ambiente organizacional. Acredita-se que você já esteja consciente da importância do estabelecimento e da escolha do método de avaliação de desempenho. Pois então, observe a lista abaixo. Não se pretende, nesta aula, fazer um detalhamento de cada método, mas apresentá-lo na visão dos diversos autores, que em sua maioria trabalham em suas obras esses métodos. Dentre os existentes destacam-se: relatórios verbais, relatórios escritos, escalas gráficas, método da escolha forçada, pesquisa de campo, método do incidente crítico, entre outros. Esses métodos aqui apresentados são considerados, em sua maioria, métodos tradicionais. Classificam-se em quantitativos ou qualitativos. Os métodos quantitativos utilizam fatores quantitativos, isto é, numéricos. São considerados métodos seguros. Os métodos qualitativos são subjetivos, dependem mais de comparações e opiniões. Todos os métodos têm as suas vantagens e desvantagens. Cabe ao avaliador, juntamente com a Administração de recursos humanos, identificar o melhor método para a organização. Ao escolher um método para avaliar as pessoas na organização deve-se levar em conta também o tempo, os objetivos da avaliação e os resultados que se pretende alcançar. Vamos detalhar alguns métodos: Relatórios Verbais: considerado um método simples, de fácil aplicação, consiste no relato que o avaliador faz verbalmente sobre determinado avaliado, considerando determinado período de tempo. É um método limitado por não adotar critérios padronizados e estabelecidos. O relato depende da subjetividade de cada avaliador. Na atualidade, esse método é muito utilizado pelos gerentes que preferem evitar papeladas e emitir uma opinião mais pessoal e com liberdade de expressão. Considera-se um método qualitativo e muito utilizado na visão de Carvalho (1992). Esse método avalia o desempenho. Esse método apresenta como limitações, o favorecimento ao subjetivismo, ser incompleto, pois o avaliador pode esquecer detalhes importantes, estar preso a circunstâncias, esquecimento e falhas de memória, não há registro dos relatórios e das opiniões e não permite tabulação dos dados. Relatórios Escritos: trata-se de um método com algumas características do método verbal, porém, os relatos são emitidos pelos avaliados, mas são escritos. Tem como pontos fortes a liberdade de expressão do avaliador mediante o relatório e a rapidez em sua emissão. Apresenta algumas limitações, tais 37 como: a subjetividade, não permite tabulação dos dados e não é um método padronizado. O relato de desempenho do funcionário pode sofrer interferência emocional. Escalas Gráficas: segundo Carvalho (1992) e Chiavenato (1997), esse método é também denominado de sistemas gráficos, pois consiste em escalas contínuas e descontínuas. Trata-se de uma sequência de fatores de desempenho que o avaliador (supervisor ou gerente) pretende medir ou avaliar. Segundo França (2007), o método da escala gráfica “é o modelo mais usado nas empresas. Constitui-se em um sistema baseado em um gráfico de dupla entrada, apresentando nas linhas os fatores de avaliação e desempenho e nas colunas os graus desses fatores”. Fatores de Avaliação Fraco Sofrível Regular Bom Quantidade de trabalho executado pelo funcionário Pouca ( ) Alguma ( ) Média ( ) Grande ( ) Qualidade do tra- balho executado Péssima ( ) Sofrível ( ) Regular ( ) Boa ( ) Assiduidade do funcionário Nenhuma ( ) Pouca ( ) Regular ( ) Bastante ( ) Veja bem, você tem um formulário acima com alguns fatores e graus de avaliação. No lado esquerdo do formulário, você estabelece os fatores que deseja avaliar e no lado direito estabelece os graus. Cada organização, geralmente com a ajuda da Administração de recursos Humanos, estabelece os fatores que se deseja avaliar. O importante é saber estabelecer os métodos para algumas categorias de cargos, mesmo avaliando as pessoas. Por exemplo, ao avaliar funcionários em cargos operacionais, os fatores serão diferentes da avaliação de funcionários em níveis gerenciais. Pois nos cargos operacionais, os funcionários são avaliados na quantidade, na qualidade, no tempo e na assiduidade. Já os ocupantes de cargos administrativos e gerenciais devem e podem ser avaliados, na qualidade do atendimento, nas relações interpessoais, na criatividade, na iniciativa, na liderança e assim por diante. Pare um pouco e relembre o que foi dito lá atrás. A AD pode avaliar, comportamento, desempenho, competências, habilidades e resultados. Sendo assim, caro aluno, os fatores variarão em conformidade com o que se deseja avaliar. O método de escala gráfica se divide em dois tipos: contínua e descontínua. Escala gráfica contínua: o avaliador assinala uma escala comparativa entre dois extremos, máximo e mínimo. Qualidade do trabalho de arquivo de documentos !_____________________________________________!Bem abaixo Muito acima dos padrões dos padrões estabelecidos Escala gráfica descontínua: o avaliador utiliza um gráfico analítico descontínuo, em que estão presentes as gruas (escalas) de avaliação para cada fator. Não é um método numérico, mas qualitativo. Quantidade do trabalho de arquivo de documentos 1 2 3 4 5 ______________________________________________________________________________ Abaixo Próximo Dentro Pouco acima Bem acima dos padrões dos padrões dos padrões dos padrões dos padrões Caso você deseje compreender melhor esses métodos, consulte a obra de Chiavenato, Idalberto, “Gestão de pessoas ou Recursos Humanos”, ou a obra de Carvalho, Antonio Vieira, “Administração de Recursos Humanos”, ou outras obras que tratam do assunto. O método da escala gráfica contínua ou descontínua apresenta como limitações: o Efeito Halo, uma expressão utilizada para explicar que quando se avalia as reações alheias, tem-se a tendência de atribuir ao avaliado, ou seja, de avaliar o funcionário em um grau superior ou um grau inferior. Geralmente o avaliador atribui ao funcionário o conceito muito fraco ou muito bom, com relação a todos os fatores. Esse é um risco que o avaliado corre ao ser avaliado como muito bom ou fraco em todos os fatores. É preciso muito treinamento e isenção no processo. O termo foi criado pelo psicólogo Edward Lee Thorndike (1874-1949). Você pode se perguntar, e o que isso tem de ruim? Tem muita coisa, pois ninguém é tão bom em tudo que não precise melhorar. E ninguém é tão ruim em tudo que não apresente pontos positivos em alguns aspectos. Lembre-se, é preciso ética, equidade e habilidade interpessoal no processo da avaliação. A tendência central é a atitude do avaliador de avaliar o empregado apenas pela média, isto é, avalia-se pelo meio termo. Essa atitude é manifestada quando o avaliador não deseja prejudicar o avaliado. Essa atitude também não é recomendável, pois poderá prejudicar um empregado com ótimo desempenho ou favorecer um empregado com um desempenho pífio. Destaca-se também como limitações da Escala Gráfica, a ausência de flexibilidade como instrumento de avaliação. E a avaliação pode se tornar extremamente rotineira e limitada, prejudicando resultados finais de análise. Dentre as vantagens do método da Escala Gráfica, destacam-se: a facilidade de elaboração, pois permite ao avaliador uma compreensão imediata do método, assim que recebe o formulário em suas mãos; é um método rápido, pois consiste em assinalar os aspectos; permite uma visão dos vários fatores de avaliação em um mesmo formulário. Método da Escolha forçada: este, segundo Chiavenato (1997), é um método desenvolvido por uma equipe de americanos, durante a Segundo Guerra Mundial, para a escolha de oficiais das Forças Armadas Americanas que deveriam ser promovidos. O método foi criado para evitar 38Política de Avaliação de Desempenho o efeito halo e a tendência central do método da Escala Gráfica, visando a obter um sistema que neutralizasse esses efeitos, o subjetivismo e o protecionismo. É um método praticamente qualitativo. Consiste em avaliar o desempenho dos avaliados por intermédio de frases descritivas de alternativas de tipos de desempenho individual. Em cada bloco ou conjunto composto de duas, quatro ou mais frases, o avaliador deve escolher forçosamente apenas uma ou duas que mais se aplica ao desempenho do empregado avaliado, daí a denominação de escolha forçada (CHIAVENATO, 1997). Em resumo, apresentam-se ao avaliador algumas graduações nos formulários, forçando-o a optar por uma graduação. Apresenta como vantagem a de ser um método de AD bem superior aos demais processos; não há o perigo de ocorrer o efeito halo; apresenta maior facilidade de adaptação às necessidades específicas da organização; permite maior identificação das diferenças individuais no desempenho das funções e do trabalho. Como desvantagens ou limitações destacam-se a elaboração demorada e muita pesquisa. É um método essencialmente discriminatório, classificando os avaliados em bons, ruins, fracos ou excelentes; deixa o avaliador sem noção do resultado da avaliação que fixa a respeito de seus subordinados. Avaliação de desempenho Avaliado: Joaquim da Silva São José Registro: 0230 Cargo: Assistente Vendas Categoria: administrativo Setor: Vendas Gerência: Administrativa e Financeira Abaixo você encontra frases que correspondem ao desempenho combinadas em blocos. Marque um X na coluna ao lado, sob o sinal de “+”, para indicar a frase que melhor defi ne o desempe- nho do empregado e também com o sinal de “-” para a frase que menos defi ne o desempenho. Não deixe de preencher nenhum bloco. N° + - N° + - Faz apenas o que mandam 01 Tem medo de pedir ajuda 04 C o m p o r t a m e n t o irrepreensível 02 Mantém seu arquivo em ordem 05 Aceita críticas construtivas 03 Já apresentou queda de produção 06 N° + - N° + - Cortês com terceiros 07 I n t e r r o m p e constantemente o trabalho 11 Hesita ao tomar decisões 08 Nunca é infl uenciado 12 Merece toda confi ança 09 Tem bom potencial a ser desenvolvido 13 Tem pouca iniciativa 10 Nunca se torna desagradável 14 O exemplo acima apresenta apenas dois blocos, porém, pode- se acrescentar quantos blocos forem necessários, dependendo dos objetivos da avaliação e dos fatores que se pretende avaliar. Método de pesquisa de campo: criado por Guy W. Wadsworth, consiste na avaliação com base em entrevista de um especialista em avaliação com o superior do avaliado, mediante o qual se avalia o desempenho do empregado, identificando-se as causas, as origens e os motivos de tal desempenho, por meio de análise de fatos e situações. É um método de avaliação mais amplo que permite, além de um diagnóstico do desempenho do empregado, a possibilidade de planejar com o superior do avaliado seu desenvolvimento no cargo. Conforme dito, esse método é empregado em conjunto com o superior do avaliado e por uma assessoria, que pode ser externa ou interna (analista de RH ou Gerente de RH). Dentre as vantagens apresentadas por esse método, destacam-se, segundo Chiavenato (1997, p. 343): 1 – permite ao supervisor uma visualização do conteúdo dos cargos sob sua responsabilidade, e das habilidades, capacidades e conhecimentos exigidos; 2 – proporciona um relacionamento proveitoso com o especialista (assessor) em avaliação, que presta ao supervisor assessoria e treinamento de alto nível na avaliação de pessoal; 3 – permite um planejamento de ação capaz de remover os obstáculos e agilizar o processo e a comunicação; 4 – proporcionar melhorias no desempenho do avaliado; 5 – acentua a responsabilidade de linha e a função de staff na avaliação de pessoal; 6 – é um método mais completo de avaliação; 7 – permite uma avaliação imparcial e objetiva de cada funcionário, localizando a causa do comportamento e fontes de problemas. Como desvantagens, esse método apresenta as seguintes restrições: 1 – custo operacional elevado, pela atuação de um especialista; 2 – morosidade no processamento provocada pela entrevista um a um a respeito de cada funcionário subordinado a determinado supervisor. Menos satisfatório PERGUNTAS AO SUPERVISOR SOBRE O DESEMPENHO DO FUNCIONÁRIO Mais Satisfatório • Por que o desempenho foi insatisfatório? • Que responsabilidades da descrição de cargos deixou de executar? Por quê? • Foram atribuídas outras responsabilidades? • Por que o desempenho foi satisfatório? • Que motivos o senhor dá para justifi car esse desempenho?• O avaliado atendeu a todos os itens de sua descrição? Por quê? • Que tipo de ajuda o funcionário recebeu? • Quais foram os resultados? • Já recebeu treinamento? • Ele precisa de treinamento? • O senhor já experimentou o funcionário em outras atividades mais complexas? • Quais foram os resultados? • Já recebeu treinamento? • Ele precisa de treinamento? Demonstra potencial para se desenvolver? 39 “O método da pesquisa de Campo é um método de AD especialmente indicado no levantamento do potencial de gerência de equipes de trabalho. Permite um planejamento adequado, aplicado às características específicas da empresa em termos de carreira [...]. Desse modo, a pesquisa de campo pode ter uma enorme gama de aplicação, pois permite avaliar o desempenho e suas causas, planejar com a supervisão imediata os meios para o desenvolvimento e, principalmente, acompanhar o desempenho do empregado de uma forma mais dinâmica do que outros métodos de AD” (CARVALHO; NASCIMENTO (1998, p. 270) PLANEJAMENTO • Que outros aspectos o senhor gostaria de analisar em relação ao desempenho e potencial do funcionário? • Qual o plano de ação que o senhor recomenda para o funcionário? • O senhor está certo de que essa é a melhor recomendação? • Indique, em ordem prioritária, dois prováveis substitutos para esse funcionário. • Houve mudança de substitutos em relação à avaliação anterior? • Após essa análise do desempenho, que avaliação o senhor dará a esse funcionário? Fonte: CARVALHO, Antonio Vieira; NASCIMENTO, Luis Paulo. Recursos humanos. São Paulo: Pioneira, 1998. p. 263. O formulário acima está incompleto, porém, serve de base para que você tenha uma ideia de como se procede a entrevista para a avaliação, mediante o método da pesquisa de campo. Caso desejar, consulte as obras referenciadas nesta disciplina. Método do Incidente Crítico: esse método consiste em avaliar o comportamento do funcionário, registrando o histórico e o “comportamento crítico” do avaliado. Dessa forma, toda vez que o funcionário realiza um trabalho tido como realmente excepcional ou, ao contrário, executa um determinado serviço de forma acentuadamente negativa - a crítica, segundo o método, se aplica a ambas as situações – tal comportamento é registrado em ficha de AD do empregado (CARVALHO; NASCIMENTO, 1993). Ao contrário de outros métodos de avaliação de desempenho, o método de Incidente Crítico não exige qualquer programação antecipada por parte do avaliador. Segundo Carvalho e Nascimento (1998, p. 107) “da mesma maneira como ocorre com o método da pesquisa de campo, o processo dos incidentes críticos pode ser aplicado na análise de dados comportamentais do avaliado com vistas a um plano de carreira”. Para Carvalho e Nascimento (1993), o método de incidente crítico não é recomendado para se obter do avaliado informações unicamente objetivas. Esse método tem como vantagem a orientação e o aconselhamento ao funcionário face aos aspectos importantes e decisivos de seu desempenho, tais como: bom senso, compreensão, segurança, iniciativa, etc. Autoavaliação: é um método simples e que permite ao avaliado fazer uma análise sincera de seu desempenho, seus pontos fortes e seus pontos fracos. Pode ser usada sistematicamente. Por se tratar de uma avaliação feita pelo próprio avaliado, podem ocorrer viés e falta de sinceridade. França (2007) sugere que esse método seja utilizado com outros métodos. Avaliação por resultados: segundo França (2007), esse método baseia-se numa comparação periódica entre os resultados fixados para cada funcionário e os resultados efetivamente alcançados. As conclusões a respeito dos resultados permitem a identificação dos pontos fortes e fracos do funcionário, bem como as providências necessárias para o próximo período. A avaliação por resultados, como o próprio nome diz, avalia os resultados planejados e almejados pela organização com relação ao empregado. Outros métodos são desenvolvidos, tais como: avaliação por competências, avaliação por objetivos, avaliação de habilidades, entre outros. Conforme já enfatizado nesta aula, a AD mediante esses métodos pode avaliar: desempenho, resultados, competências, comportamentos, habilidades, clima organizacional, entre outros. Avaliação por Objetivos: esse método está profundamente relacionado ao modelo de administração por objetivos. É um método no qual o superior (o chefe) e o subordinado (o operário) identificam, juntos, os objetivos a serem atingidos pelo funcionário em um determinado período de tempo. Esse método permite um acompanhamento periódico dos resultados alcançados e os anteriormente fixados e a identificação das providências necessárias para o próximo período. CASO PRÁTICO Ticket – empresa do grupo francês Edenred que administra cartões de benefícios como os de refeição e alimentação. Do estagiário ao presidente, os 632 funcionários da Ticket Brasil têm suas metas anuais estabelecidas – “contrato de gestão” – em conjunto com o superior imediato. A ferramenta, aliada à avaliação de desempenho, tem peso na definição da participação nos lucros e resultados, que em 2010 correspondeu, em média, a mais de 2,8 salários por trabalhador. A receita líquida da operação brasileira subiu 15%, para R$530 milhões, e o lucro foi de R$ 19 1,9 milhões. Na opinião de 80% dos colaboradores, o processo de avaliação ajuda a melhorar os resultados do trabalho. AVALIAÇÃO 360 GRAUS Na avaliação 360º, conhecida também como Feedback 360 Graus, Feedback com Múltiplas Fontes, e Avaliação Multivisão, o colaborador recebe feedbacks simultâneos de diversas fontes ao seu redor (daí o nome 360º). Ele pode ser avaliado por seus pares de trabalho, superiores, subordinados, clientes internos e externos. Neste tipo de avaliação é considerada também a avaliação que o próprio funcionário faz de si mesmo. Nesse método – conhecido também como Feedback 360 40Política de Avaliação de Desempenho Graus, Feedback com Múltiplas Fontes e Avaliação Multivisão – o colaborador recebe feedbacks simultâneos de diversas fontes ao seu redor (daí o nome 360º). Ele pode ser avaliado por seus pares de trabalho, superiores, subordinados, clientes internos e externos. Neste tipo de avaliação é considerada também a que o próprio funcionário faz de si mesmo. Essa avaliação é feita por meio de um questionário específico, que visa descrever os comportamentos e competências considerados essenciais pela organização, a fim de facilitar o alcance de seus objetivos estratégicos. Esse método de avaliação de desempenho é o mais adequado para situar o colaborador com relação às competências desejadas pela empresa. Objetivos • Estabelecer, de maneira clara, o que é esperado de cada colaborador, com base na descrição e na análise do cargo que o profissional ocupa. • Dotar o colaborador de um esquema de acompanhamento e aconselhamento, onde ele terá a oportunidade de conhecer seus pontos fortes e fracos, reforçando seu bom desempenho e procurando corrigir suas deficiências. • Elaborar planos de ação para os colaboradores que apresentam desempenho insatisfatório. • Estabelecer metas e novas conquistas com base nos objetivos organizacionais. Pré-requisitos • Definição de todas as competências necessárias para os diversos cargos existentes na estrutura organizacional. • Elaboração mais clara da análise e da prática na descrição de competências. • Base de dados informatizada que viabilize o processo e garanta o sigilo das informações. Benefícios • Aperfeiçoa a produtividade. • Orienta o desempenho. • Diagnostica os pontos de melhoria no desempenho dos avaliados. • Proporciona o desenvolvimento pessoal e profissional Dificuldades• Mudança de cultura, porque a avaliação passou de um processo unilateral para outro, onde é necessário avaliar e ser avaliado por outras pessoas. • Em algumas empresas, esse tipo de avaliação já é realizado pela Intranet. Nesse caso, é preciso que os colaboradores que não são acostumados a lidar com computadores sejam previamente treinados e tenham um terminal à disposição. • Mostrar a todos os colaboradores os ganhos com o novo processo de avaliação, sensibilizando e estimulando a participação do processo. Para tanto, o líder deverá atuar como agente facilitador do processo. • Os funcionários de nível hierárquico inferior encontram maior dificuldade em avaliar seu superior, seja por ausência de esclarecimento sobre o propósito da avaliação ou pela falta de uma visão holística da organização. Avaliação 360º: prós • Sistema mais compreensivo / avaliações provêm de múltiplas perspectivas. • A qualidade da informação é melhor. • A qualidade dos avaliadores é mais importante que a quantidade. • Complementa as iniciativas da qualidade total e enfatiza os clientes interno-externos e a equipe. • O feedback proporcionado por colegas e outros pode aumentar o autodesenvolvimento do avaliado. Avaliação 360º: contras • O sistema é complexo demais. • Intimidação do avaliado. • Diferentes pontos de vista: conflito. • Requer muito treinamento e uma cultura permeável. • As pessoas podem fazer avaliações inválidas umas com as outras. A avaliação 360º é um método de avaliação de desempenho que se baseia na ampla participação de todos os integrantes da equipe, as informações sobre o desempenho do avaliado são coletadas de todas as pessoas ao redor do funcionário. É também chamada de “feedback 360”. Segundo Chiavenato (1999), a avaliação de desempenho é feita de modo circular por todos os elementos que mantêm alguma interação com o avaliado. CASO PRÁTICO A Cielo, antiga VISANET, com receita líquida de R$4,2 bilhões, e lucro de R$1,8 bilhões em 2011 . Todos os 1600 funcionários têm seus objetivos definidos no começo do ano e são elegíveis aos bônus. No final do ano, um por um é avaliado pelo seu superior imediato. Da nota que define o tamanho do bônus individual, 70% representa seu desempenho e 30% a maturidade que o profissional demonstra nas competências comportamentais. Isso garante que fins satisfatórios não tenham sido alcançados por meios duvidosos. A gerência sênior e seus superiores também podem contar com um programa de ações da empresa. Depois dessa avaliação 360 graus, cerca de 60% dos funcionários passam por outro processo, o fórum de gestão de talentos, em que um comitê avalia o desempenho dessas pessoas no contexto da performance dos demais colaboradores. A avaliação influi no tamanho do bônus, aponta aqueles que vão fazer um curso de pós-graduação, 41 um MBA ou até receber promoção. Causas do mau desempenho Por que em certos casos os funcionários não cumprem as metas, as expectativas e os padrões de desempenho esperados? Nem sempre é por falha particular do próprio empregado. Podem haver outras razões que justifiquem, ou que pelo menos explique o mau desempenho. Algumas vezes há causas ponderáveis para que o desempenho esperado não seja alcançado. É preciso estar aberto para oferecer sempre ao avaliado a chance da justificativa e da explicação. Existem algumas questões importantes. Houve algum problema operacional na realização dos processos de trabalho exigidos do empregado? O desempenho desejado era ilusório? Houve falha na cadeia de desempenho dos trabalhos por parte dos demais colegas, resultando na perda de eficiência, produtividade ou qualidade do resultado obtido? A busca constante e sistemática do feedback do avaliado o mantém ligado no que faz, ativamente comprometido com o processo de avaliação de desempenho, o que estimula o seu espírito de participação e cooperação, elementos essenciais para a melhoria do resultado no trabalho. Recuperar o nível de esforço, dedicação e compromisso no trabalho de quem já foi um excelente profissional é um dos mais delicados desafios gerenciais. Cedo ou tarde, o avaliador defronta-se com um avaliado que já há algum tempo não desempenha bem seu trabalho, vai na onda da aceitabilidade, executa apenas o necessário para continuar integrando a folha de pagamentos. Muitas vezes, pode ter sido até um empregado com um desempenho excelente, mas que, por diferentes motivos, perdeu o interesse no que faz. Esses funcionários não são apenas um peso morto inserido na força de trabalho, mas também significam um desperdício inútil de recursos. Com o potencial, a competência e a experiência de que dispõem, são pessoas que deveriam estar oferecendo importantes reforços à organização a qual fazem parte, mas tornam-se verdadeiros sanguessugas de seus colegas, dissipadores da energia e dos recursos organizacionais. Muitas são as origens de tais desvios no desempenho funcional. Por certo, você pode considerar que aquilo que eles agora fazem não mais lhes adiciona significado e desafio, não enseja autonomia, perspectivas de crescimento e progresso, nem sentimento de autorrealização no trabalho. Pode ser também, que o empregado esteja apenas em busca de um pouco mais de atenção de seu supervisor, que ignora por completo os que realizam um bom trabalho. Talvez o empregado não apresente mais o desempenho de antigamente, porque não vê perspectivas à sua frente, não há possibilidades de promoções ou aumentos por mérito, ressentindo-se da falta de incentivos materiais concretos ou simbólicos, psicológicos, que motivem o seu comportamento. E até pode ser que a perda do interesse no trabalho decorra da falta de sentido e de responsabilidade do próprio trabalho, que não possibilita a quem o executa satisfação e orgulho. Podemos melhorar o desempenho dos funcionários que inadvertidamente perderam o interesse no que fazem, considere as ações que se seguem, mas sem deixar de utilizar as consideradas eficazes. O funcionário que não quer ser promovido É preciso que reconheçamos que o mundo percebido não é necessariamente o mesmo mundo real. A nossa percepção depende do que ouvimos, não do que se diz, efetivamente. Sentirmos frio ou calor depende de nós, e não do termômetro. A mesma função, numa relação de emprego, pode parecer magnífica a alguns e péssima a outros. Os avaliadores têm como certo que, em geral, os avaliados desejam ser promovidos. No entanto, mais de um avaliado entrou em pânico e desapontamento, porque se sentiu compelido ao aceitar uma promoção que, ninguém talvez, nem ele mesmo havia se dado conta de que não queria. Muitas vezes, a apreciação das percepções de outrem é equivocada por ser incompleta. O avaliador pode julgar corretamente que os avaliados querem mais dinheiro, porém dificilmente compreendem que ganhar mais só é adequado em conformidade com maior iniciativa, autonomia e desafio no trabalho. Outras vezes, o problema surge por falta de sensibilidade a respeito dos outros, pela falta de adequação no tratamento do dia a dia, que acarreta melindres, decepções, frustrações ou preconceitos. As mais bem-sucedidas organizações diferenciam o pagamento, as oportunidades e os investimentos que fazem nos seus quadros profissionais, recompensando os de melhor desempenho e desenvolvendo os de desempenho satisfatório. No entanto, essas diferenças não podem ser igualmente tratadas como se todos os que fazem um bom trabalho devam por isso ser promovidos. É preciso respeitar as diferenças individuais e tratá-los de forma desigual, pois nada mais desigual do que igualar os desiguais. Há pessoas que querem continuar responsáveis pelo que já fazem bem, não se encantando por novas tarefas, desafios e responsabilidades. Devemser compreendidas e respeitadas por sua decisão. E mais bem aproveitadas naquilo que realmente gostam de fazer. Feedback Geralmente, o mais simples e poderoso remédio para recuperar o desempenho, consiste em fazer o empregado compreender o quanto você e a organização o estimam, respeitam e apreciam o bom trabalho que ele sempre realizou. As vezes, uma mera massagem no ego, desde que sincera e genuína, pode ser tão importante quanto um aumento de salário ou uma promoção. Dê um pouco mais de atenção aos que reduzem a qualidade ou a quantidade do que fazem. Faça- os saber da importância que têm para a organização. Esteja especialmente atento para reconhecer e elogiar um trabalho bem-feito. Muitas vezes esses problemas de desempenho originam-se depois de o empregado não ter sido sequer notado pela execução de algo especial. Perspectivas de progresso O empregado pode ter estagnado no exercício de suas funções, tornando-se obsoleto. Estimule-o a se reciclar, a aprender e a incorporar novas competências, a examinar e a identificar novas formas e métodos de fazer melhor o que já faz bem, a enriquecer e ampliar os seus horizontes e a visão do que realiza no cotidiano. Rodízio funcional Mesmo que uma completa mudança de atribuições 42Política de Avaliação de Desempenho e posições nos processos de trabalho de sua equipe não seja factível, geralmente você conseguirá transferir temporariamente alguns funcionários para novas áreas. Quando retornarem às funções anteriores, não só estarão mais arejados pela aquisição de novas vivências, como poderão agregar eventualmente o que vivenciaram no desempenho de antigas atribuições. Autodireção e autocontrole Teoricamente, um bom empregado necessita cada vez menos de orientação e supervisão à medida que amplia a sua maturidade no que faz. Supervisioná-lo por meio de um controle direto certamente esgota a sua iniciativa, autonomia e criatividade. Uma maneira adequada de reacender o seu entusiasmo é deixá-lo constantemente à vontade para fixar os seus próprios objetivos, programar o seu trabalho e acompanhar o seu desempenho. A autodireção e o autocontrole proporcionam inúmeras vantagens, dentre elas, a de despertar o interesse do empregado no trabalho e a de estimulá-lo a buscar melhores formas e processos de desincumbir-se de suas atribuições, além de reduzir o volume de trabalho direto da supervisão. Minhas anotações Retomando a aula Caros(as) alunos(as), retomando os conteúdos estudados vimos que eles podem ser classifi cados em relatórios verbais, relatórios escritos, escalas gráfi cas, método da escolha forçada, pesquisa de campo, método do incidente crítico, entre outros. Esses métodos são considerados como métodos tradicionais, e classifi cam-se em quantitativos ou qualitativos. Todos os métodos apresentam vantagens e desvantagens, cabendo ao avaliador em parceria com o gestor de recursos humanos identifi car o melhor método para a organização. 1 – Métodos de avaliação de desempenho Nessa seção, estudamos oito métodos de avaliação de desempenho, são eles: relatórios verbais, destacado como o método mais simples, de fácil aplicação, consiste no relato que o avaliador faz verbalmente; relatórios escritos, segue os mesmos parâmetros do relatório verbal só que são emitidos por escrito pelos avaliados; escala gráfica descontínua: o avaliador utiliza um gráfico analítico descontínuo, em que estão presentes as gruas (escalas) de avaliação para cada fator; método da escolha forçada: esse método consiste em avaliar o desempenho dos avaliados por intermédio de frases descritivas de alternativas de tipos de desempenho individual. Em cada bloco ou conjunto composto de duas, quatro ou mais frases, o avaliador deve escolher forçosamente apenas uma ou duas que mais se aplica ao desempenho do empregado avaliado; método de pesquisa de campo, avalia o desempenho do empregado, identificando-se as causas, as origens e os motivos de tal desempenho, por meio de análise de fatos e situações. É um método de avaliação mais amplo que permite, além de um diagnóstico do desempenho do empregado, a possibilidade de planejar com o superior do avaliado seu desenvolvimento no cargo; método do incidente crítico, ao contrário de outros métodos de avaliação de desempenho, esse não exige qualquer programação antecipada por parte do avaliador, o processo dos incidentes críticos pode ser aplicado na análise de dados comportamentais do avaliado com vistas a um plano de carreira; autoavaliação, é o método em que permite ao avaliado fazer uma análise sincera de seu desempenho, seus pontos fortes e seus pontos fracos; 360 graus, nesse método que também é conhecido como Feedback 360 Graus, Feedback com Múltiplas Fontes, e Avaliação Multivisão, o colaborador recebe feedbacks simultâneos de diversas fontes ao seu redor (daí o nome 360º). Ainda, vocês estudaram nessa seção os casos práticos. CARVALHO, A. V.; NASCIMENTO, L. P. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Pioneira, 1998. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos: edição compacta. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 1997. ______.Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. LUCENA, Maria Diva da Salete. Avaliação de Desempenho. São Paulo: Atlas, 1992. PONTES, B. R. Avaliação de Desempenho: nova abordagem. 7. ed. São Paulo: Atlas, 1999. Vale a pena Vale a pena ler
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