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7ºAula Avaliação e os processos organizacionais Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • apresentar definições e conceitos sobre gestão de informação e gestão de conhecimento; • compreender a diferença entre informação e conhecimento; • compreender a avaliação de desempenho com foco em competências. Caros(as) alunos(as), nesta aula, estudaremos a gestão de informação e gestão do conhecimento, tema de grande relevância, principalmente para que podemos diferenciar informação de conhecimento, por isso foquem no estudo, pesquisem e reflitam sobre os conceitos e discussões que estudaremos nesta aula. Bons estudos! 56Política de Avaliação de Desempenho 1 - Mapeamento das competências organizacionais 2 - Diferença entre gestão da informação e gestão do conhecimento 1 - Mapeamento das competências organizacionais O mapeamento das competências de cada função e de cada colaborador não deve ser apenas das competências comportamentais, ou somente das competências técnicas, mas sim ambas. Competência é o conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e comportamentos manifestados no desempenho em determinadas atividades por meio de ações observáveis pelos outros; pode-se dizer que é o conjunto de três variáveis: • saber fazer: são os conhecimentos, habilidades e atitudes necessários para realizar um determinado trabalho. • querer fazer: envolve as motivações, as iniciativas pessoais e a vontade de realizar um determinado trabalho. O Conhecimento é o saber, o que aprendemos nas escolas, universidades, nos livros, no trabalho e na escola da vida. A Habilidade é o saber, tudo o que utilizamos dos nossos conhecimentos no dia a dia. A Atitude é o que nos leva a exercitar nossa habilidade de um determinado conhecimento, pois ela é o querer fazer. Análise das variáveis Para a análise dessas três variáveis, os avaliadores deverão levar em consideração o desempenho das equipes e dos indivíduos no que se refere ao comprometimento de ambos, quanto à atuação e à contribuição, para atingir os resultados esperados. O desempenho será analisado a partir das seguintes competências e habilidades: • Competências Técnicas: dizem respeito à aplicabilidade dos conhecimentos e experiências “específicas” no que se refere ao uso das ferramentas, materiais, normas, procedimentos e metodologias necessárias para o desenvolvimento das atividades/serviços. É tudo o que o profissional precisa ter para desempenhar seu papel, e são expressas pelo C e pelo H do CHA, o “ Saber Fazer”. • Habilidades Comportamentais: são atitudes relativas a estímulos que refletem na ação e reação comportamental e no desenvolvimento das atividades do indivíduo. São do diferencial competitivo de cada profissional e têm impacto em seus resultados. Expressas pelo A do CHA, o “Querer Fazer”. Aprimorar as Competências Técnicas, aumentando a habilidade de um conhecimento adquirido, como arremessar ou bater na bola (CH). Porém, isso acontece somente pelo diferencial competitivo de cada um que, ao término do treino, ao invés de ir para casa, persistam no treinamento, e que, durante o jogo, tem coragem de arremessar de três pontos ou bater a falta ou pênalti. Esse diferencial competitivo é a Competência Comportamental (A). No mundo corporativo a evolução que precisamos fazer no conceito de Gestão por Competências (comparando com o upgrade - atualização - do computador quando compramos o micro e já sentimos que precisa evoluir), não mais podemos utilizar os mesmos recursos dos sistemas tradicionais de Gestão Seções de estudo Difi culdades Necessidades Histórico Sentimentos Pessoa Vontades 57 de Pessoas: precisamos de Novos Recursos e Ferramentas. Por exemplo, de nada adianta promover o mapeamento e a avaliação das competências na organização se não for implantada a Seleção por Competências. Afinal, a Seleção é a porta de entrada dos colaboradores. Também é preciso mudar a antiga forma de fazer Treinamento nas empresas, substituindo o tradicional Levantamento das Necessidades de Treinamento por um baseado em Competências, com características precisas. Tudo isso é Gestão por Competências e, assim, conseguimos visualizar que os antigos procedimentos da Gestão devem ser substituídos pelos novos, sempre com foco em competência. Remuneração e Carreira, a nova forma de mencionar Cargos e Salários em Gestão por Competências, não poderia ficar de fora. Aliás, implantar a Remuneração por Competências é a grande necessidade que encontramos hoje nas empresas. Por outro lado, existe uma falta de literatura que trate esse tema de forma clara, objetiva e com praticidade. Avaliação de desempenho com foco em competências Justamente na identificação do novo conceito sobre a tão utilizada Avaliação de Desempenho, que deve chamar-se Avaliação de Desempenho com Foco em Competências, identificamos nos colaboradores o que eles efetivamente “entregam” para a Organização. Em outras palavras, a Gestão de Pessoas realizada por competências não pode ficar somente no conceito do CHA - Conhecimentos, Habilidades e Atitudes -, pois ele por si só é fundamental, mas não é suficiente. Precisamos fazer a atualização do processo, o upgrade no método, identificando a complexidade das suas funções, atividades, atribuições e responsabilidades, bem como aquilo que o colaborador efetivamente entrega à organização. Joel Dutra, através de seus livros e artigos, traduz e complementa as visões de diversos autores de outros países, como Dalton e Thompson, Jaques, Towbottoom, Bílis e Stamp, dentre outros, sobre os conceitos de entrega e complexidade. Ele afirma que “o fato de as pessoas possuírem determinado conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes, não é a garantia de que elas irão agregar valor à organização” (DUTRA, 2004). Isso é fácil de se compreender, pois não quer dizer que com apenas uma avaliação técnica (o CH do CHA) e outra comportamental (o A do CHA) poderemos afirmar que um profissional serve para a sua função e que trará resultados. Precisamos de outros fatores. O pior é o conceito errôneo que algumas empresas estão utilizando ao aplicar o mapeamento de competências e implantar a avaliação de Desempenho ou de Performance. O CHA por si só não é Desempenho ou Performance do colaborador. Para que serve então todo o processo de avaliação, inclusive o conceito de Avaliação 360°? Segundo a definição de Scott B. Parry, competências são: “Um agrupamento de conhecimentos, habilidades e atitudes correlacionadas, que afeta parte considerável da atividade de alguém, que se relaciona com seu desempenho, que pode ser medido segundo padrões preestabelecidos, e que pode ser melhorado por meio de treinamento e desenvolvimento”. Note o seguinte fragmento: “... que se relaciona com seu desempenho...”. Isso significa que o CHA se relaciona com o desempenho, mas não que o CHA seja o desempenho. É primordial entendermos que Avaliação de Competência Técnica e Avaliação de Competência Comportamental fazem parte do processo da Avaliação de Desempenho, mas elas somente não são a Avaliação de Desempenho, pois não mensuram a “Entrega” do colaborador e a Complexidade de sua função. Ficar somente no conceito ou na avaliação do CHA e, a partir deles, promover ações de Treinamento e de Desenvolvimento dos colaboradores com foco em competências e levar esses conceitos para a Seleção, realizando Seleção por Competências é, sim, sem sombra de dúvidas, fazer Gestão por Competências. Isso, porém, é muito pouco e superficial para o que deve ser explorado em termos de Gestão por Competências, considerando-se a Estratégia da Empresa, ou seja, é preciso fazer a Gestão por Competências Estratégica. Toda empresa vive de resultados e é feita de seus colaboradores. Daí a afirmação de que o maior capital das empresas é o capital humano. Mas o capital humano precisa trazer resultados, caso contrário a organização não sobreviverá nem paraela mesma, nem para seu capital humano. Precisamos promover e valorizar as pessoas. Claro que isso é fundamental, pois se os colaboradores não se sentirem valorizados e motivados a empresa não atingirá os resultados. Mas a empresa precisa de lucro, mesmo as entidades não governamentais ou filantrópicas precisam pagar suas contas e ter o lucro do resultado de sua atividade-fim, mesmo que não seja monetário. E não apenas “às vezes”, mas, infelizmente, muitas vezes, gestores de pessoas, do RH ou não, canalizam seus esforços apenas nas pessoas, no ambiente, e se esquecem dos resultados. Fazer Gestão por Competências Estratégica é fazer, por meio das pessoas, com que a empresa cumpra na plenitude sua Estratégia, justificando sua Missão e alcançando a Visão determinada. Desempenho com foco em competências Existe atualmente um movimento que quer levar a Avaliação de Competência para a Remuneração, gerando a Remuneração por Competências. Um grande erro, porque um colaborador não é apenas comportamento, a Avaliação de Competências não é Avaliação de Desempenho. Existem três perspectivas importantes. São elas: • Perspectiva Técnica. • Perspectiva Comportamental. • Perspectiva Resultado. Segundo o dicionário Aurélio, perspectiva significa: 1. Aspecto sob o qual uma coisa se apresenta; ponto de vista: Numa perspectiva egoística, tais atos não são condenáveis. 2. Aspecto dos objetos vistos de uma certa distância; panorama: 58Política de Avaliação de Desempenho “Quão tristonhos e acanhados lhe pareceram .... os horizontes e os outeiros de Congonhas do Campo à vista das risonhas campinas e largas perspectivas da fazenda paterna!” (Bernardo Guimarães, O Seminarista, p. 97.) 3. Expectativa, esperança, probabilidade: A perspectiva de uns dias de folga calmou-lhe os nervos. [Var: perspetiva.] O sentido do terceiro significado, expectativa, foi o que definitivamente selou o motivo de chamá-la de perspectiva, pois, segundo o dicionário, o significado é “esperança fundada em supostos direitos, probabilidades ou promessas” e a palavra promessa recorda o significado da palavra empenho. Parece, então, que essas perspectivas seriam suficientes para montar a Avaliação de Desempenho, agora com o adicional de ser uma Avaliação com Foco em Competências, pois, além do APO temos a análise do CHA. Falta o conceito de entrega e complexidade do colaborador. Conceito de Complexidade Embora eu não seja favorável ao termo “cargo”, para um entendimento mais fácil do conceito de Complexidade vamos recorrer a uma prática comum na montagem de um Plano de Cargos e Salários - PCS - que é uma prática tradicional na administração de RH. Vamos substituir o termo “Cargo” pelo termo “Função”, de forma a ficar coerente com um novo ponto de vista sobre as diferenças entre esses termos . Após ter as funções de uma empresa definidas, é necessário promover um equilíbrio interno dessas funções, de acordo com as atribuições e responsabilidades de cada função, ponderando o impacto de seus resultados financeiros e estratégicos dentro da organização. Em outras palavras, se o colaborador da função ‘A’, por exemplo, comete um erro e isso ocasiona um impacto financeiro de mil reais, é bem menos significativo se comparado a um erro de proporção similar cometido por um colaborador de função ‘B’, e que, devido a sua função, esse erro tenha o impacto de um milhão de reais. Isso ocorre porque a complexidade da função ‘A’ é bem menor que a complexidade da função ‘B’. O exemplo atrelado a um impacto financeiro por ser mais simples de ser visualizado; no entanto, vale ressaltar que a complexidade não está associada apenas à visão financeira, e sim a qualquer fato dentro da organização, como a imagem da empresa, por exemplo. Essa constatação de que outras visões têm impacto na complexidade se justifica pela “simples” introdução apresentada por Robert S. Kaplan e David P. Norton, os autores do conceito do Balanced Scorecard e do livro A Estratégia em Ação - Balanced Scorecard, no qual relatam que “motivado pela crença de que os métodos existentes para avaliação do desempenho empresarial, em geral apoiados nos indicadores contábeis e financeiros, estavam se tornando obsoletos. Os participantes (do estudo) acreditavam que depender de medidas de desempenho consolidadas, baseadas em dados financeiros, estava prejudicando a capacidade das empresas de criar valor econômico para o futuro”. A imagem da empresa, assim como diversos outros indicadores, influenciam no valor econômico da organização e também na estratégia. Guy Lê Boterf, autor francês, em seu livro Desenvolvendo a Competência dos Profissionais, também citado por Dutra, define como profissional “aquele que administra uma situação profissional complexa”, e Dutra complementa o significado de complexidade como “o conjunto de características objetivas de uma situação as quais estão em um processo contínuo de transformação”. É que é possível encontrar essa complexidade na descrição das funções, justamente nas “Atribuições e Responsabilidades”. Mas como tudo requer uma melhoria, o tal do upgrade, é preciso preparar as descrições de função, visando à extração dessas informações de forma concreta e alinhada ao Plano Estratégico da empresa. Complexidade é uma responsabilidade dentro da organização. Mais uma vez recorrendo ao dicionário, responsabilidade significa: “obrigação de responder pelos seus atos ou pelos de outrem”. E, levando para o contexto organizacional, o colaborador deve responder pelos seus atos e decisões; e não somente os seus, mas os de sua equipe. E realmente é assim que ocorre, até o nível mais alto da organização. Olhando o exemplo que James Hunter, autor do livro “O Monge e o Executivo”, relata em seu recente livro “Como se Tornar um Líder Servidor” ao trazer o exemplo de um feedback de Jack Welch, ex-presidente da GE, para Jeffrey lmmelt, um dos três colaboradores que estavam sendo preparados para sua sucessão. Quando Jeffrey Immelt dirigia uma subsidiária da GE, Plastic Américas, que estava com péssimo resultado, apesar de toda a admiração de Welch por lmmelt, aquele disse-lhe: “Eu amo você, sou seu maior fã! Mas você é responsável pelo pior ano da empresa. Terei de afastá-lo, se não puder dar um jeito”. Mesmo Jeffrey Immelt sendo quem era, e atual presidente da GE, o que indica que ele reverteu a situação, teve de responder pelos seus atos. Assim como o presidente de uma empresa tem de responder por um problema que tenha ocorrido com um produto ou serviço quanto maior o nível hierárquico, maior a complexidade, maior a responsabilidade. A tomada de decisão deve ser realizada em todos os níveis da organização, mas cada uma tem um impacto diferente de acordo com a complexidade da função. Tomar uma decisão conforme a complexidade da função pode levar uma empresa ou um país à falência, e isso precisa ser considerado dentro da avaliação de desempenho. A 4ª Perspectiva da composição da Avaliação de Desempenho, sendo estas as “Perspectivas Básicas da Avaliação de Desempenho com “Foco em Competências”: • Perspectiva Técnica. • Perspectiva Comportamental. • Perspectiva Resultado. • Perspectiva Complexidade. Conceito de Entrega Quando identificamos no colaborador essas quatro perspectivas por meio da Avaliação de Desempenho, conseguimos identificar e mensurar qual foi a sua entrega à organização. A entrega não é apenas uma das perspectivas, nem tão pouco a execução de uma meta em específico. A entrega é o que 59 o colaborador deixa para a organização, quais os valores que ele acrescenta ou como que ele colaborará para o crescimento e para a realização da estratégia da organização. Quando temos a entrega desejada mapeada em cada uma dessas perspectivas de forma clara, fica mais fácil para o colaborador empenhar-se para que o resultado seja o melhor possível, e, no caso dos profissionais diferenciados, saberemos no que ele se supera, possibilitandoo estudo de casos para buscar multiplicar seu exemplo. No modelo de Avaliação de Desempenho com Foco em Competências, a entrega do colaborador será expressa pela consolidação estratégica de cada uma das perspectivas, que irá gerar como resultado o Coeficiente de Desempenho do Colaborador. Cada empresa tem uma estratégia e está inserida em um contexto de mercado, que é o seu negócio, e dependendo da estratégia e desse contexto, outras perspectivas podem ser necessárias. Trabalhando com as perspectivas, a fórmula fica modular, podendo ser adaptada à cada organização de acordo com novas perspectivas a serem criadas, em coerência com a estratégia e com o foco da empresa. 2 - Diferença entre gestão da informação e gestão do conhecimento Estamos diante de um cenário de rara complexidade, no mundo corporativo e na sociedade em geral. Fenômenos econômicos e sociais de alcance mundial, como a globalização da economia e a generalização do uso da tecnologia da informação, são responsáveis pela reestruturação do ambiente e do modo de vida. É nesse contexto que a gestão do conhecimento se transforma em um valioso recurso estratégico para a vida das pessoas e das empresas. Não é de hoje que o conhecimento desempenha papel fundamental na história. Sua aquisição e aplicação sempre representaram estímulo para as conquistas de inúmeras civilizações. No entanto, apenas “saber muito” sobre alguma coisa não proporciona, por si só, maior poder de competição para uma organização, mas sim, exatamente quando aliado a sua gestão que ele faz diferença. A criação e a implantação de processos que gerenciem, armazenem e disseminem o conhecimento representam um novo desafio a ser enfrentado pelas empresas. Será que informação e conhecimento são a mesma coisa? Pode parecer um detalhe semântico, mas faz muita diferença na gestão organizacional. Gestão da informação não é a mesma coisa que gestão do conhecimento. Hoje em dia qualquer pessoa tem acesso abundante de informação sobre qualquer assunto na internet. No entanto, a informação pela informação não tem valor algum. É a capacidade de filtrar, de articular e de aplicar essas informações de forma a dar uma solução – desde a mais simples até a mais sofisticada – que faz a diferença. É a capacidade de realizar, de executar e de criar que geram real valor para a organização. E, para isso, precisamos de: CONHECIMENTO. O conhecimento passa pela bagagem, pelas experiências, pela visão de mundo e até pelos valores pessoais. A mesma informação pode ser interpretada de maneira totalmente diferente dependendo de quem tem acesso a ela. Tudo depende de como cada um vai transformar a informação que recebe. Alguns profissionais fazem gestão da informação pensando que estão fazendo gestão do conhecimento. Organizar documentos e extrair relatórios a partir de bases de dados são atividades importantes, mas gestão do conhecimento vai muito além do que gerir o que está explícito. O conhecimento é essencialmente intangível e depende da inteligência humana para se manifestar. A própria inteligência artificial é um produto da inteligência humana. A capacidade de inferência, de dedução, de formulação de novas hipóteses a partir da interpretação de um conjunto de dados, de informações e da percepção da realidade é que fazem com que os profissionais (e as organizações) evoluam continuamente. Gerar e replicar informações é mais natural. Gerar novos conhecimentos demanda uma certa dose de ousadia. Precisamos exercitar os músculos do aprendizado mais do que armazenar um volume enorme de informações perecíveis. Gestão do Conhecimento (Knowledge Management) refere-se à criação, identificação, integração, recuperação, compartilhamento e utilização do conhecimento dentro da empresa. O “KM”, como é conhecido, é considerado um sistema de gerenciamento corporativo. Tendo em vista as mudanças ocorridas, como a globalização da economia, o avanço tecnológico, o conhecimento tornou-se valioso. As empresas passaram por três etapas: era industrial clássica, era industrial neoclássica e era da informação. A Tecnologia da Informação aliada à Gestão do Conhecimento, torna-se um meio e não um fim, para o sucesso de uma estratégia. Ao contrário do que acontecia antigamente, em que as empresas guardavam seus conhecimentos a sete chaves, com a Gestão do Conhecimento, toda informação deve ser transformada em conhecimento e distribuída a todos interessados. O segredo está em divulgá-lo em toda organização, e não mais detê-lo. O conhecimento passa a ser ativo na empresa, portanto motivar, recompensar e reter as pessoas que têm conhecimento é um foco das empresas bem sucedidas. Com a adoção do “KM”, um dos principais benefícios, além de outros, é o melhor aproveitamento do conhecimento já existente na empresa. É como se o próprio valor da empresa se tornasse maior a cada momento, em cada ação bem sucedida de pessoas comprometidas. Agregando valores as pessoas e à empresa. A Gestão do Conhecimento é um valioso recurso estratégico para a vida das pessoas e das empresas, que a médio e longo prazo colherá frutos. A agilidade e rapidez passam a ser característica das empresas que adotam o Knowledge 60Política de Avaliação de Desempenho Management. Constatado que a principal fonte de conhecimento já se encontra na própria empresa, faz-se necessário o seu gerenciamento. Não menosprezando esta fonte, existem outras fontes complementares, que devem ser reconhecidas, como por exemplo: fornecedores, Internet, consultorias, relatórios financeiros de concorrentes e universidades. Cada vez mais, a Gestão do Conhecimento é uma realidade no mundo dos negócios, pois o conhecimento numa empresa não a torna mais competitiva, e sim o seu gerenciamento que faz a diferença. Com a Gestão do Conhecimento temos a “venda” do projeto para todos os colaboradores; a importância do treinamento, a educação; todos participantes ativos ou receptivos serão beneficiados pela estratégia; a premiação, como forma de reconhecimento; e a comunicação clara, atingindo todos os níveis afetados. A Knowledge Management, vem de encontro com o capital intelectual e a Tecnologia da Informação; sendo que precisamos reorganizar esses valores, que muitas vezes se encontram dispersos. Trata-se de uma mudança de comportamento para se agregar valores, o segredo está nas pessoas, nada mais é que criação de valor. Histórico O conceito de Gestão do Conhecimento surgiu no início da década de 90 e, segundo Sveiby (1998, p. 3), “a Gestão do Conhecimento não é mais uma moda de eficiência operacional. Faz parte da estratégia empresarial”. Para compreender Gestão do Conhecimento, se devem descrever os conceitos de dado, informação, conhecimento, e por fim, de Gestão do Conhecimento. Dado pode ter significados distintos, dependendo do contexto no qual a palavra é utilizada. Para uma organização, dado é o registro estruturado de transações. Genericamente, pode ser definido como um “conjunto de fatos distintos e objetivos, relativos a eventos” (DAVENPORT & PRUSAK, 1998, p.2). É informação bruta, descrição exata de algo ou de algum evento. Os dados em si não são dotados de relevância, propósito e significado, mas são importantes porque compõem a matéria-prima essencial para a criação da informação. Informação é uma mensagem com dados que fazem diferença, podendo ser audível ou visível, e onde existe um emitente e um receptor. É o insumo mais importante da produção humana. “São dados interpretados, dotados de relevância e propósito” (DRUCKER, 1999, p.32). É um fluxo de mensagens, um produto capaz de gerar conhecimento. É um meio ou material necessário para extrair e construir o conhecimento. Afeta o conhecimento acrescentando-lhe algo ou reestruturando-o. O conhecimento deriva da informação assim como esta, dos dados. O conhecimento não é puro nem simples, mas é uma mistura de elementos; é fluido e formalmente estruturado;é intuitivo e, portanto, difícil de ser colocado em palavras ou de ser plenamente entendido em termos lógicos. Ele existe dentro das pessoas e por isso é complexo e imprevisível. Segundo Davenport e Prusak (1998, p. 6), “o conhecimento pode ser comparado a um sistema vivo, que cresce e se modifica à medida que interage com o meio ambiente”. Os valores e as crenças integram o conhecimento, pois determinam, em grande parte, o que o conhecedor vê, absorve e conclui a partir das suas observações. Nonaka e Takeushi (1997, p.63) observam que “o conhecimento, diferente da informação, refere-se a crenças e compromisso”. Estes autores classificaram o conhecimento humano em dois tipos: conhecimento tácito e conhecimento explícito. O conhecimento tácito é difícil de ser articulado na linguagem formal, é um tipo de conhecimento mais importante. É o conhecimento pessoal incorporado à experiência individual e envolve fatores intangíveis como, por exemplo, crenças pessoais, perspectivas, sistema de valor, insights, intuições, emoções e habilidades. Só pode ser avaliado por meio da ação. Conhecimento explícito é o que pode ser articulado na linguagem formal, inclusive em afirmações gramaticais, expressões matemáticas, especificações, manuais etc., facilmente transmitido, sistematizado e comunicado. Ele pode ser transmitido formal e facilmente entre os indivíduos. Esse foi o modo dominante de conhecimento na tradição filosófica ocidental. Os conhecimentos tácito e explícito são unidades estruturais básicas que se complementam e a interação entre eles é a principal dinâmica da criação do conhecimento na organização. Segundo Nonaka e Takeuchi (1997, p.79), para se tornar uma “empresa que gera conhecimento” a organização deve completar uma “espiral do conhecimento”, espiral esta que vai de tácito para tácito, de explícito a explícito, de tácito a explícito, e finalmente, de explícito a tácito. Logo, o conhecimento deve ser articulado e então internalizado para tornar-se parte da base de conhecimento de cada pessoa. A espiral começa novamente depois de ter sido completada, porém em patamares cada vez mais elevados, ampliando assim a aplicação do conhecimento em outras áreas da organização. Espiral do Conhecimento - Nonaka, I. & Takeuchi, H., (1997, p. 80) 61 Socialização é o compartilhamento do conhecimento tácito, por meio da observação, imitação ou prática (tácito para tácito). Externalização/Articulação é a conversão do conhecimento tácito em explícito e sua comunicação ao grupo (tácito para explícito). Combinação – padronização do conhecimento é juntá-lo em um manual ou guia de trabalho e incorporá-lo a um produto (explícito para explícito). Internalização é quando novos conhecimentos explícitos são compartilhados na organização e outras pessoas começam a utilizá-los para aumentar, estender e reenquadrar seu próprio conhecimento tácito (explícito para tácito). Gestão do Conhecimento é o processo sistemático de identificação, criação, renovação e aplicação dos conhecimentos que são estratégicos na vida de uma organização. É a administração dos ativos de conhecimento das organizações. Permite à organização saber o que ela sabe. O PROCESSO DE GESTÃO DO CONHECIMENTO A gestão do conhecimento é um processo corporativo, focado na estratégia empresarial e que envolve a gestão das competências, a gestão do capital intelectual, a aprendizagem organizacional, a inteligência empresarial e a educação corporativa. Gestão das competências da informação Competência engloba o conhecimento real, a habilidade, a experiência, os julgamentos de valor e redes sociais. É o elo entre conhecimento e estratégia. Não pode ser copiada com exatidão, é transferida pela prática. Competência é a capacidade de gerar resultados observáveis, necessários ao alcance dos objetivos definidos no posicionamento estratégico da empresa e no propósito de manutenção e desenvolvimento de sua ideologia essencial. É um conceito pelo qual se define quais são as atitudes, as habilidades e os conhecimentos necessários para alcançar resultados diferenciados, o conjunto de qualificações que a pessoa tem para executar um trabalho com um nível superior de performance. Está associada às realizações das pessoas, àquilo que elas produzem e/ou entregam. Desta forma, a competência não é um estado ou um conhecimento que se tem e nem é resultado de treinamento. Competência é, na verdade, colocar em prática o que se sabe em um determinado contexto. Há competência apenas quando há competência em ação. A Gestão de Recursos Humanos está em amplo processo de transformação. Sistemas tradicionalmente utilizados como referencial - centrados em cargos - vêm mostrando sua fragilidade em articular sistemicamente as várias ações da gestão da organização, e comprometem o reconhecimento do seu valor. A abordagem de gestão de pessoas que tem no seu núcleo o conceito de competência apresenta imensas possibilidades de articular as relações entre as diferentes ações de gestão de RH, como a conjugação de desempenho, desenvolvimento e potencial, aumentando em consequência a sinergia do sistema. Aprendizagem organizacional O tema central da Gestão do Conhecimento é aproveitar os recursos que já existem na organização para que as pessoas procurem, encontrem e empreguem as melhores práticas em vez de tentar criar algo que já havia sido criado. Cuida de agregar valor às informações, filtrando, resumindo e sintetizando as informações e, dessa forma, desenvolvendo um perfil de utilização pessoal que ajuda a chegar ao tipo de informação necessário para passar à ação. Através da aprendizagem contínua, a organização exercita a sua competência e inteligência coletiva para responder ao seu ambiente interno (objetivos, metas, resultados) e externo (estratégia). Nas “organizações que aprendem, as pessoas expandem continuamente sua capacidade de criar resultados que elas realmente desejam, onde maneiras novas e expansivas de pensar são encorajadas, onde a aspiração coletiva é livre, e onde as pessoas estão constantemente aprendendo a aprender coletivamente” (SENGE, 1999, p.21). A organização que aprende possui a capacidade de, continuamente, criar o futuro que realmente deseja. Para isto, reflete sobre o desempenho atual e os fatores que o geram, pensa sobre os diversos futuros possíveis e qual entre eles é o desejado, e planeja e programa as ações para se mover da situação atual para a desejada. A aprendizagem organizacional é, portanto, o processo contínuo de detectar e corrigir erros. Errar significa aprender, envolvendo a autocrítica, a avaliação de riscos, a tolerância ao fracasso e a correção de rumo, até alcançar os objetivos. É a capacidade das organizações em criar, adquirir e transferir conhecimentos e em modificar seus comportamentos para refletir estes novos conhecimentos e insights, conforme Senge (1999). Isso implementa um mecanismo pelo qual os colaboradores contribuem para o desempenho da empresa por meio da aplicação dos seus conhecimentos e habilidades em resolver problemas e de inovar constantemente. Cria-se a organização que aprende e que gera conhecimento. Retomando a aula Este é o momento de retomar o que foi estudado e então refl etir sobre os entendimentos e procurar pesquisar nas obras que estão como sugestão, para formular o próprio conhecimento. 1 - Mapeamento das competências organizacionais Nessa seção, fizemos o mapeamento das competências de cada função e de cada colaborador, mostramos que comportamentos e técnicas devem ser trabalhados de forma conjunta para então formar a competência, que nada mais é, o conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e comportamentos manifestados no desempenho em determinadas atividades por meio de ações observáveis pelos outros. Vimos ainda, que a avaliação de desempenho com foco nas competências é a forma mais eficaz de identificar 62Política de Avaliação de Desempenhonos colaboradores o que eles oferecem dos seus talentos à empresa. 2 - Diferença entre gestão da informação e gestão do conhecimento Nessa seção 2, vimos que existem diferenças claras entre a informação e o conhecimento. O gestor deve ter habilidades para administrar as duas competências, tendo clareza de que a informação é todo e qualquer assunto acessado nos diferentes canais de comunicação, já o conhecimento é a capacidade de filtrar, de articular e de aplicar essas informações de forma a trazer soluções para a empresa. Sendo então o conhecimento, a capacidade que o indivíduo tem de realizar, de executar e de criar para gerar real valor para a organização. Foi destacado que a gestão do conhecimento (Knowledge Management) refere-se à criação, identificação, integração, recuperação, compartilhamento e utilização do conhecimento dentro da empresa, dentro de uma visão de gerenciamento corporativo, sempre atendendo as mudanças ocorridas, devido a globalização da economia e o avanço tecnológico. Portanto, o gestor de informação deve atender às necessidades da gestão de conhecimento, fazendo que o acúmulo de informação seja processada pelo indivíduo na transformação do seu conhecimento e depois deve ser partilhada com os demais colaboradores da empresa. Artigo publicado na Revista HSM Management 42 janeiro-fevereiro 2004. ARAÚJO, A. Curso de gestão de recursos humanos: sistemas de avaliação de desempenho e administração de carreiras. Rio de Janeiro: AVM, 2007. BECKER, B. E., HUSELID, M. A., ULRIC H. D. Gestão estratégia de pessoas com “scorecard”. Rio de Janeiro: Campus, 2001. DAVENPORT, Thomas H.; PRUSAK, Laurence. Conhecimento empresarial. Rio de Janeiro: Campus, 1998. DRUCKER, Peter F. e outros. Aprendizagem organizacional. São Paulo: Campus, 1999. KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. A estratégia em ação: balanced scorecard. 20 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997. MOYSÉS, J. Estratégia de empresas. Rio de Janeiro: FGV, 2003. NONAKA, Ikujiro; TAKEUCHI, Hirotaka. Criação do conhecimento na empresa: como as empresas geram a dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus,1997. SENGE, P. M. et. al. A dança das mudanças: os desafios de manter o crescimento e o sucesso em organizações que aprendem. 7 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. SVEIBY, Karl Erik. A nova riqueza das organizações Vale a pena Vale a pena ler – gerando e avaliando patrimônios de conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 1998. Minhas anotações
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