Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
5ºAula O medo do avaliado Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • identificar causas e efeitos do medo de avaliação de desempenho; • entender os benefícios da avalição de desempenho para o funcionário, para a chefia e para a empresa; • desenvolver uma visão geral sobre feedback na avaliação de desempenho; • compreender que a avaliação pode ser um processo agradável dentro da empresa. Caros(as) alunos(as), esta aula é de grande importância para formar uma reflexão crítica, pois trata de um tema subjetivo, o medo da avaliação. Combater o medo é um desafio pessoal que cada indivíduo deve enfrentar. Nesta aula, abordaremos algumas dicas que facilitarão o enfrentamento do medo da avaliação, por isso estude, reflita e pesquise, para que todas as vezes que tiver que aplicar ou passar por um processo avaliativo estejam preparados. Bons estudos! 44Política de Avaliação de Desempenho 1 - O medo do avaliado 2 - Avaliação de desempenho 3 - A importância do feedback na avaliação de desempenho Seções de estudo 1 - O medo do avaliado O medo passa a ser uma pedra no caminho do empregado, interfere com a sua capacidade de crescer, de ganhar autonomia, de assumir maiores responsabilidades e de realizar-se plenamente em sua profissão. É responsabilidade do avaliador ajudar o avaliado a alcançar o desempenho extraordinário, propiciar-lhe condições e oportunidades adequadas de desenvolvimento individual e profissional. Se você consegue ajudá-lo a superar temores e vencer limitações, o avaliado provavelmente atingirá níveis bem mais satisfatórios de desempenho. Reconheça as suas realizações e méritos. As vezes, uma simples palavra de apoio, um mimo, um tapinha nas costas significam muito para o subordinado, fazendo-o sentir-se especialmente reconhecido, prestigiado e capaz. O elogio adequado é sempre um incentivo a ser tentado. O avaliado deseja ser reconhecido, fazendo-se merecedor de receber o seu elogio outras tantas vezes. Discuta com o subordinado a falta de confiança que tenha em si mesmo e as razões subjacentes que justificam os seus temores. Por mais estranho que lhe possa parecer, admita que o avaliado tenha medo de assumir novas responsabilidades além das que já tem, time fracassar e perder prestígio, ou até mesmo o próprio emprego. Ele pode estar sentindo-se desconfortável por parecer inseguro e irracional, mas talvez tenha consciência de que faça um bom trabalho e, portanto, não veja vantagens em colocar a sua posição em risco. Tente quebrar as bases de apoio de atitudes negativas ou derrotistas sempre que conseguir identificá-las. Os que temem fracassar não duvidam em dissimular a própria ansiedade e em esconder que pensam ser falta de habilidade. Dedique especial atenção às justificativas e aos álibis que apresentam na ilusão de encobrir os seus verdadeiros sentimentos. Muitos se escondem atrás de barreiras e defesas ou mecanismos psicológicos de justificação, fingindo para si próprios e para os demais que não estão interessados em assumir novas responsabilidades. Preferem permanecer parados pelos seus temores e constrangimentos, fazendo tudo o que lhes estiver ao alcance para manter uma confortável situação. Garanta todo o apoio possível ao avaliado inseguro. Ao atribuir-lhe novas atividades, dê-lhe um suporte especial nas primeiras semanas, fase em que se sentirá mais vulnerável. Outras vezes, ao começar com novas atividades ele é capaz por algum tempo de obter satisfação devido às responsabilidades intrínsecas ou pelo simples fato de ser o escolhido, até que se instale o pânico da incerteza produzida pelo novo. Você deve mostrar com exemplos concretos, valha-se dos resultados das avaliações de desempenho anteriores, demonstre com fatos e argumentos o quanto você pensa que ele é capaz de realizar o que lhe atribuiu, e foi exatamente por confiar em sua capacidade que você o escolheu. Recompense-o por todo esforço realizado e que seja significativo. Provavelmente, nem todos os avaliados conseguirão superar os seus medos de fracassar. Se perceber que ele se afunda sem conseguir safar-se, ajude-o sem pensar. Se as novas atribuições mostrarem-se superiores às suas capacidades, não vacile em voltar atrás e atribuir-lhe responsabilidades mais compatíveis com as suas qualificações. Não se esqueça, que os empregados que têm maus hábitos no trabalho vivem alarmados sobre o que de ruim pode acontecer-lhes a qualquer momento. Convivem com o receio permanente do inevitável, de algo terrível e final que está prestes a ocorrer. O medo e o sentimento de baixa autoestima são inter- relacionados. Pessoas que não se veem de forma positiva tendem a se tornar obcecadas pelo medo do fracasso. Não acreditam que existe algo a fazer para evitar a ocorrência de situações desagradáveis. Combater o medo e a baixa autoestima do avaliado praticamente se faz da mesma maneira, utilizando-se dos mesmos recursos e artifícios. Despersonalize os erros, focalize o que estiver errado e não martirize o culpado. Ressalte os êxitos obtidos e busque sempre aprender com a experiência. Propicie sistematicamente treinamento para suprir deficiências e alavancar potencialidades. O futuro é certamente menos nebuloso e ameaçador quando nos preparamos para recepcioná-lo. Estabeleça metas, padrões e expectativas de desempenho mutuamente acordados. A incerteza de objetivos difusos sempre contribui para aumentar os medos e retirar as fantasias. A autoestima A baixa autoestima é uma das mais importantes causas dos maus comportamentos e dos hábitos impróprios no trabalho. Pessoas de baixa autoestima não se empenham para alcançar níveis excelentes de desempenho, porque não acreditam que sejam capazes de realizá-los. Conformam- se com os resultados obtidos, aceitam a inevitabilidade de desempenhos medíocres, fazem apenas o indispensável para continuar na folha de pagamentos. Para compensar as suas limitações e como forma de autoproteção procuram, sempre que podem, depreciar o trabalho dos colegas, falar mal deles pelas costas, no intuito de justificar os seus próprios desempenhos insatisfatórios. Pensam que agindo assim conseguem mostrar que não são piores do que ninguém, equiparando-se a qualquer um dos considerados bons pela organização. As vezes a baixa autoestima tem origem na mais rígida 45 fase da infância e da adolescência. Emergem como resultados dos mais diferentes processos de socialização a que foram expostos: família, escola, igreja, grupos de amigos etc. Pais e professores excessivamente críticos e severos, por exemplo, podem levar no futuro a comportamentos simultaneamente dependentes e antissociais por parte dos empregados. Uma vez plantada a semente, as pessoas tendem a ter dificuldades de superar o sentimento de desapreço e de baixa autoavaliação que incorporam como parte de sua própria natureza, como se fossem inerentes à sua identidade. Transformam a baixa autoestima numa verdadeira profecia que se autorrealiza, num dogma de destino sistematicamente alimentado por atitudes pessoais que reafirmam a inevitabilidade do que julgam ser a rígida condição humana no exercício do trabalho: a) Concentração nos fracassos mais do que nos sucessos. Valorizam as derrotas e veem nos sucessos apenas situações anormais que não tendem a se repetir. b) Autoacusação pelos fracassos. Assumem uma atitude de vítimas pelos maus resultados alcançados, vistos como inevitáveis; simples golpes de azar ou de má sorte. c) Sentimentos de impotência diante de acontecimentos sobre os quais não exercem controle. A culpa é sempre dos outros. As causas das próprias dificuldades jamais são em decorrência de suas atitudes, mas de fatores externos que não controlam. d) Discrepância com as maneiras de pensar e agir de seus colegas de trabalho. Destoam do senso comum sobre as políticas e diretrizes, normas e procedimentos da organização, sobre como o trabalho deve ser feito, configurandoum sentimento de isolamento que induz à autopercepção, nem sempre adequada, de rejeição pelos demais membros da equipe, só porque são diferentes, extravagantes ou excêntricos. A autoafirmação, o reconhecimento e a autorrealização são condições psicológicas poderosas para a superação da baixa autoestima dos empregados. Normalmente estão relacionados às formas pelas quais o indivíduo é tratado e utilizado no contexto de realização de suas atividades. A motivação está ligada ao próprio trabalho, ao que o indivíduo faz que lhe proporcione sentido e significado, dando possibilidades de autonomia e progresso, iniciativa e criatividade, desafio e responsabilidades. As pessoas são motivadas não tanto pelo que os outros desejam que elas façam, mas pelos seus próprios desejos e aspirações, por aquilo que para elas tenha significado e valor. A motivação resulta mais da forma como a organização é administrada do que da má vontade inerente ao trabalho. Se você, como avaliador, deseja compreender as razões das atitudes e dos comportamentos dos empregados, deve olhar o ambiente organizacional em que atuam e aprender a ver como eles a veem, e não como você veria se estivesse no lugar deles. A modificação tentadora do ambiente de trabalho é uma das principais causas da redução das práticas, dos processos e dos procedimentos adotados pelas organizações. O profissional educado e sofisticado dos dias de hoje é muito distinto em suas exigências e necessidades do trabalhador manual das gerações passadas. Mas as organizações não têm sabido acompanhar essas transformações. Utilizam- se de tecnologias de ponta, mas se valem de conceitos e práticas de gestão do século passado. Consequentemente, estratégias de motivação que serviram no passado não mais atendem às características do profissional educado, globalizado e competitivo. É preciso que se destaque o caráter não estabelecido da motivação humana. O processo comportamental do ser humano no trabalho é complexo demais para ser tratado por mecanismos de caráter geral que dispensem a capacidade crítica e diagnóstica do avaliador visando a buscar soluções criativas e específicas para cada caso. O que os avanços da ciência do comportamento humano no trabalho oferece é apenas um referencial teórico para a análise e as indicações sobre causas gerais de problemas comuns. Compete ao avaliador identificar problemas específicos e implementar soluções adaptadas às necessidades concretas de cada situação. Delegue tarefas e atividades compatíveis com os pontos fracos e fortes dos avaliados, de forma, que sejam estimulados a realizar de acordo com as suas potencialidades. Ajude- os a estabelecer objetivos de autodesenvolvimento no qual constatem a melhora de suas competências. Se cometerem erros, não os personalize. Focalize o erro em si, sem buscar condenar os culpados. Esqueça dos erros passados que já tenham sido superados. Reprisar erros dificilmente aumenta a autoestima. Talvez apenas provoque ressentimentos. (SIQUEIRA, 2002 ) Finalmente, se necessário, estimule o subordinado a buscar formas adequadas de ajuda por meio de aconselhamento e consultoria. Os compromissos de desempenho Caro aluno, não ignore as diferenças de habilidades, energia, vocação e interesses entre os componentes de sua equipe. Precisamos entender que até os próprios filhos diferem tanto uns dos outros, apesar de receberem a mesma criação, muito mais diferem os nossos subordinados. Eles não são nossos filhos, mas nossos colegas de trabalho, colaboradores experientes com os quais passamos uma parcela substancial de tempo das nossas vidas. Nada mais desigual do que tratar igualmente os desiguais. É falsa a perspectiva de tentar no ambiente de trabalho em equipe, igualar os desiguais. É preciso respeitar as diferenças individuais, ajustando os compromissos de desempenho às características de cada um. Se você não fizer, alguns se sentirão sobrecarregados, enquanto outros ficarão aborrecidos por desempenhar tarefas que não lhes proporcionam iniciativa, desafio, autonomia ou criatividade. O desenvolvimento de uma equipe em busca da excelência não exclui, pelo contrário, pressupõe a preocupação do gerente com o desenvolvimento individual de seus componentes. Isto significa a fixação de compromissos de desempenho para cada um, de tal modo que assegure a todos autorrealização no trabalho por meio da plena satisfação por aquilo que fazem. 46Política de Avaliação de Desempenho O conhecimento científico sobre a motivação do ser humano no trabalho tem mais do que provado ser o próprio trabalho, o que de fato motiva o ser humano. A realização de tarefas sem sentido, destituídas de desafio, monótonas e repetitivas ou a atribuição de responsabilidades muito além daquelas que os indivíduos podem assumir, geram a perda de motivação e, obviamente, a deterioração da qualidade do desempenho. A avaliação de desempenho tem assim papel decisivo na fixação adequada do comportamento esperado às características individuais de cada um. E, assim entendida, a avaliação de desempenho torna-se simultaneamente um sistema de influência planejada na cultura da organização, visando ao desenvolvimento individual, grupal e da própria organização. Na verdade, não há como falar em desenvolvimento organizacional em busca da excelência, sem a utilização adequada de um sistema de avaliação de desempenho. Processo de facilitação da avaliação É preciso estabelecer uma comunicação franca e aberta para resultar em um maior senso de cooperação do avaliador e avaliado, o que redunda na melhora futura de desempenho. Os subordinados que, de fato, percebem que os seus gerentes têm muito interesse por eles (em seus comentários, suas sugestões, ideias, seus problemas profissionais ou pessoais), em geral, empenham-se mais no trabalho, excedem os limites de suas competências e responsabilidades, aprendem, crescem e tornam-se profissionais mais qualificados e maduros. A definição precisa, mutuamente acordada, de metas, expectativas e padrões de resultados, facilita o processo da avaliação de desempenho, por meio da crítica baseada em fatos, entre o comportamento esperado e o comportamento real do empregado. Objetividade da crítica em lugar de subjetivismo na diferença de desempenho reduz em muito o sentimento de injustiça. Haverá um número bem menor de desculpas ou de justificativas, quando o avaliador identificar aqueles que não alcançaram os resultados esperados. Quando o avaliado sabe antecipadamente o que dele se espera, provavelmente reclama muito menos e até reconhece com maior facilidade o desempenho insatisfatório, em face de um contrato de compromissos previamente estabelecido de comum acordo e que não foi cumprido. Abre-se melhor ao feedback e apresenta maior disposição psicológica para aceitar a necessidade da mudança de hábitos, de práticas e de comportamentos pessoais que dificultam o seu desempenho. A regra do jogo Em decorrência de problemas de comunicação, muitas vezes, os avaliados desconhecem como são avaliados. Os indicadores que pensam estar sendo considerados são frequentemente distintos dos utilizados pelos avaliadores. Nenhum sistema de avaliação de desempenho pode ser eficaz, se os avaliados não sabem o que deles se espera e sob quais critérios são fundamentadas as avaliações. Embora muitos funcionários sejam capazes de estabelecer para si próprias metas, padrões e expectativas de desempenho que consigam realizar, a grande maioria não possui essa autodisciplina. Se, aliás, todos fossem capazes de fixar e cumprir compromissos, não haveria mais necessidade das gerências. Mas esse, de fato, não é o caso da totalidade das organizações. É responsabilidade do avaliador ajudar os empregados a estabelecer compromissos de desempenho adequados às suas possibilidades e apoiá-los na sua execução. Não fixe compromissos de desempenho demasiadamente altos ou baixos com os seus subordinados em relaçãoàs suas potencialidades. Ambos são equívocos capazes de desmoraliza- -los. Objetivos muito altos são apenas alcançáveis pelos seus melhores subordinados. O restante não será capaz de manter o mesmo padrão de desempenho. Alguns tentarão realizá-los e só conseguirão reduzir a autoestima e desmotivarem-se ainda mais pelo fracasso. Outros vão simplesmente desconsiderar os compromissos por serem exatamente inalcançáveis. Em pouco tempo, você disporá de uma parcela expressiva de sua equipe que se considerará perdedora, com redução ainda maior da qualidade do desempenho. Por outro lado, não fixe compromissos por baixo, pois os seus subordinados ficarão entediados e frustrados com o que fazem. Se perceberem a falta de desafio, de iniciativa, de motivação, de autonomia e de oportunidade de desenvolvimento na realização de suas tarefas, logo sentirão que o que fazem não é importante. E o desempenho coletivo além do individual vai piorar ainda mais. Na entrevista de avaliação, estabeleça critérios específicos para analisar as metas, expectativas e padrões de desempenho alcançados. Não peça ao avaliado simplesmente para duplicar, aumentar ou melhorar os seus resultados. Estabeleça níveis de desempenho aceitáveis, inaceitáveis ou excelentes para cada uma das dimensões em análise. Certifique-se de que esses critérios estão claramente delineados e que o avaliado compreende e concorda com o que dele se espera para o próximo período de avaliação. Assegure-se de que o avaliado disporá do treinamento necessário e dos recursos de infraestrutura indispensáveis à realização dos compromissos ajustados. Você, como gerente, não pode esperar que o avaliado realize os compromissos de desempenho fixados por acordo na entrevista, se ele não estiver efetivamente preparado, se não dispuser dos recursos adequados ou se os procedimentos e processos de trabalho parecerem-lhe confusos ou inapropriados. Certifique-se de que nos processos de avaliação de desempenho são discutidas efetivamente as questões sob controle do avaliador e do avaliado. As pessoas são responsáveis por suas atitudes e hábitos, práticas e comportamentos. Não podem ser responsabilizadas por deficiências de desem- penho decorrentes de equipamentos ou recursos inadequados, treinamento insubsistente ou instruções conflitantes da gerência. Permitir sempre um espaço para ajustamentos e revisões passo a passo aos compromissos enquanto estes estiverem sendo implementados. Problemas, dificuldades ou obstáculos inesperados poderão surpreender tanto a você quanto ao avaliado. Além das entrevistas previstas formalmente no sistema de avaliação de desempenho, faça da crítica sistemática uma forma permanente de checar com o avaliado como ele está se saindo na execução dos compromissos. Em muitos casos, você poderá antecipar-se por meio da oportuna adequação dos compromissos à realidade do cotidiano. 47 Uma vez que os problemas de implementação tenham sido resolvidos e os compromissos de desempenho estejam ajustados à situação real de trabalho, não esqueça de aplicar os critérios de análise de resultados. O avaliado tende a desconsiderar e até a menosprezar compromissos que não são cobrados e que também não sejam utilizados na prática. Ele espera o feedback da avaliação para aprimorar o seu desempenho, não o decepcione. O Registro das avaliações Mesmo de forma resumida, não deixe de registrar por escrito todas as observações que fizer a respeito das diferentes dimensões de desempenho do avaliado. Armazene-as em seus arquivos. Ofereça cópia ao empregado. Sem apreciações escritas, provavelmente o avaliado terá enormes dificuldades em incorporar tudo o que você lhe disser. Isso sempre causa um bom impacto e demonstra a seriedade com que você formula os seus comentários e apreciações. Além disso, para os casos de mau desempenho frequentes, os registros das avaliações feitas poderão ser de grande utilidade para consubstanciar demissões, minimizando o risco de demandas na Justiça do Trabalho. Por meio da Avaliação de Desempenho é possível acompanhar o desenvolvimento individual, até mesmo o andamento do trabalho em equipe. Dessa forma, o gestor descobre as potencialidades do colaborador, ou seja, o que ele realmente possui de talento para ser aplicado à empresa. Também é possível identificar os pontos fracos dos colaboradores e capacitá-los para sanar os pontos de melhorias identificados. Já para a empresa, a Avaliação de Desempenho oferece a oportunidade de formar uma equipe mais forte e eficiente, treinada para trabalhar de acordo com as suas necessidades, o que favorece a boa colocação no mercado, uma imagem íntegra e a geração de lucros. A Avaliação de Desempenho acaba sendo um meio para identificar problemas dentro da empresa e também uma forma de valorizar o capital humano. Além do mais, todo colaborador precisa obter uma apreciação sobre seu trabalho e desempenho. Somente a partir daí, que eles poderão desenvolver suas potencialidades e expor suas dificuldades. 2 - Avaliação de desempenho 48Política de Avaliação de Desempenho 3 - A importância do feedback na avaliação de desempenho Uma Avaliação de Desempenho sem feedback perde completamente sua razão de ser. De nada adiantará avaliar a performance dos colaboradores se eles não tiverem um retorno sobre o que foi avaliado. O feedback é um retorno que pode ser considerado como uma crítica ou sugestão, sendo positivo ou negativo. Em todos os casos, ele possui uma forma construtiva, que visa sempre melhorias no ambiente do trabalho. Pode ser dado aos colaboradores de diversas formas: sob forma de elogio, como uma análise e, até mesmo, como uma opinião falada diretamente ao interessado. Sendo assim, ele é uma das ferramentas essenciais para o desenvolvimento de equipes de alta performance. Quando usado de forma correta, ajuda na identificação dos pontos fortes e fracos dos colaboradores. Ao identificar o que precisa de ajustes, através dele permite que o profissional desenvolva plenamente suas habilidades e estejam de acordo com as expectativas da empresa. Por sua função construtiva, ele é tido como um excelente instrumento de aprimoramento e aprendizado, pois a partir desse retorno de seus superiores, os empregados podem buscar a perfeição de seus afazeres, além de serem colocados no caminho traçado pela empresa. Mas, por avaliar o trabalho, muitas vezes, é visto com a “hora da bronca”, o que faz com que o processo seja mal visto e indesejado pelos colaboradores. O feedback não deve ser visto, de forma alguma, como uma bronca, conselho ou lição de moral do chefe, mas como um instrumento para alterar aquilo que está inapropriado. Para resolver essa tensão, o gestor precisa mostrar a seus colaboradores que ele é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de suas carreiras. Por isso, ele deve ser tratado pelos gestores como uma demonstração de consideração e respeito pelos colaboradores. Assim, quando este for uma crítica construtiva, deve ser dado de forma particular, de modo a não deixar o colaborador constrangido perante seus colegas. Não pode ser carregado com carga emocional, pois, se for assim, é bem provável que um processo construtivo se transforme em desentendimentos e ressentimentos na organização. Além do mais, para o feedback ser eficaz, é preciso que os gestores além de apontar os erros de execução de trabalho, devem ser acompanhados pelas soluções e rotas a serem seguidas pelos colaboradores. Se bem recebido, certamente, será uma fonte de motivação e renovação de energia para os colaboradores apresentarem ótimos resultados em suas funções. Também não deve ser dado somente quando houver algo a ser reparado, mas também para dar elogios e reconhecer trabalhos bem feitos que contribuíram positivamente à empresa. A sua falta, frequentemente deixa os colaboradores desorientados e sem rumo em seu trabalho. Por isso, ele pode ser comparado a uma bússola que fornecea direção correta para que se atinja os objetivos de evolução pessoal, as metas da empresa e a satisfação do cliente, que é o que mais importa. Também deve ser uma relação de segurança e confiança entre gestores e colaboradores. Contudo, é necessário que o gestor se certifique que o feedback foi entendido claramente pelo colaborador, pois se não for bem compreendido e mal interpretado, é possível que seja gerado efeito contrário ao que se pretendia. Por que os colaboradores não gostam de avaliações de desempenho? A maioria dos empregados em empresas de hoje estão muito familiarizados com o conceito da Avaliação de Desempenho. Entretanto, muitas vezes, só a menção desta ocorrência é temida por eles, pois é vista como um momento de crítica e discussões. Mas isso não ocorre somente com os colaboradores, já que a avaliação de desempenho, geralmente, tem um efeito semelhante sobre os gerentes e supervisores também. Então, você deve estar se perguntando: se a Avaliação de Desempenho traz benefícios tanto para os colaboradores quanto para a empresa, por que esse processo é tão temido e odiado por muitos? Confira as principais razões abaixo: 1. Colaboradores: por que eles odeiam o Processo de Avaliação de Desempenho? Nesse processo eles não têm controle da situação. Os gestores definem classificações e comentários em várias áreas de atuação, que são na maioria das vezes de natureza subjetiva. Assim, se um empregado não concorda, ele podem ter um pequeno espaço para demonstração suas discordâncias. Mas, mesmo usando esse pequeno espaço de comentário, o colaborador está ciente que o gestor possui o controle do processo e que, na prática, os comentários podem ter pouca relevância no resultado final da avaliação. Do mesmo modo acontece com a autoavaliação. Geralmente, este processo também não é levado em consideração na tomada de decisões. 2. Gestores: por que eles odeiam o Processo de Revisão de Desempenho? Já os gerentes, muitas vezes, temem a discussão da Avaliação de Desempenho do empregado, pois consideram que esse debate pode se transformar em uma batalha de convencimento entre ambas as partes. Gerentes estão ocupados com tarefas e a o processo de avaliação de colaboradores, que considera um ano inteiro, é demorado. Se os gerentes não cumprem os prazos, são cobrados pelo departamento de RH. Dicas para que a avaliação de desempenho seja um processo agradável dentro da empresa Agora que vimos os principais motivos de colaboradores e gestores não gostarem do processo de Avaliação de Desempenho, vejamos algumas maneiras que colaboram para que esse processo seja implantado sem problemas e 49 aborrecimentos. Confira: Se você for o profissional da área de recursos humanos 1. Construa um processo de avaliação de desempenho que se encaixe na cultura organizacional da SUA empresa. Preferencialmente, gestores também deverão ser avaliados por seus superiores. 2. Prepare gestores para que sejam também gestores de pessoas. 3. Divulgue o processo de avaliação de desempenho o ano todo para que o tema não caia no esquecimento. Use os canais adequados para o seu público e seja criativo. Busque apoio de formadores de opinião e patrocinadores. 4. Treine, incansavelmente, gestores e avaliados na aplicação da avaliação de desempenho do software de avaliação. 5. Ofereça apoio constante a avaliados e avaliadores. 6. Atenda rigidamente aos prazos e aos critérios do processo. 7. Entregue, a avaliados e avaliadores, o resultado da avaliação com informações relevantes e de fácil compreensão. 8. Apoie os gestores nas etapas de avaliação, feedback e elaboração do Plano Individual de Desenvolvimento – PDI. Se você for um gestor 1. Defina expectativas claras desde o primeiro dia de trabalho. 2. Crie o hábito de fornecer o feedback durante todo o ano, isto é, estimule uma cultura onde as discussões de desempenho consistam em uma parte regular da rotina de trabalho e que as reuniões de avaliação sejam realizadas em intervalos frequentes, tais como mensal. 3. Inicie uma discussão desempenho pedindo ao empregado para avaliar o seu desempenho. Neste sentido, peça para que eles forneçam exemplos de onde eles consideram que se encontraram profissionalmente e superaram expectativas. 4. Garanta que não haja nenhuma surpresa para os colaboradores na reunião anual, já que o desempenho deve ser discutido mensalmente. Se você esperar a reunião anual para essa discussão, certamente irá perder sua chance de se mostrar eficaz. Retomando a aula Pessoal, agora que a aula 05 terminou, vamos fazer uma retomada do que foi estudado em cada seção de forma resumida, para que vocês tenham um esquema a seguir quando tiver que usar dos ensinamentos aqui estudados. 1 – O medo do avaliado Nessa seção, estudamos que o medo é um dos maiores empecilhos para que o empregado seja bem sucedido no desenvolvimento de suas atividades profissionais. Cabe ao avaliador mostrar caminhos que o avaliado possa trilhar para dominar a baixa autoestima que provoca o medo, assim, fazendo com que o avaliado domine esse medo e passe a ter compromissos com o desenvolvimento de sua atividade profissional e encare o processo avaliativo de forma positiva, como um meio de demonstrar a sua capacidade e desempenho. Vimos ainda como ocorre o processo de facilitação da avaliação e algumas regras importantes que facilitam o comprometimento do avaliado com a empresa e melhora seu desempenho. E, por fim, compreendemos a importância dos registros da avaliação de desempenho. 2 – Avaliação de desempenho Nessa seção, estudamos os benefícios da Avaliação de Desempenho, mediante um quadro desenvolvido por Chiavenato (2009), o qual apresentava um resumo dos benefícios que a Avaliação de Desempenho oferece para o funcionário, para a chefia e para a empresa, resumo que pode ser ampliado por meio de estudo mais aprofundado direto no livro citado. 3 – A Importância do feedback na avaliação de desempenho Nessa seção, tratamos alguns dos fundamentos que tornan o feedback em avaliação de desempnho um fenômeno de grande importância para o avaliado, pois é a partir desse retorno que o avaliado pode definitivamente enfrentar seus medos, corrigir os pontos negativos identificados ou melhorar o desempenho diante dos pontos positivos destacados. É nesse feedback que surge a oportunidade de melhorar, rever condutas e ajustar habilidades de acordo com as expectativas da empresa. Ainda nessa seção foi possível verificar algumas dicas que podem tornar a avaliação de desempenho em um processo agradável dentro da empresa. CHIAVENATO, Idalberto. Desempenho humano nas empresas: como desenhar cargos e avaliar o desempenho para alcançar resultados. 6.ed. Barueri(SP): Manole, 2009. ______. Treinamento de desenvolvimento de recursos humanos: como incrementar talentos na empresa. 7. ed. Barueri(SP): Manole, 2009. _____. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus,1999. GENTIL, Eduardo. Avaliação de desempenho: uma visão moderna. Disponível em: <http://www.administradores. com.br/artigos/carreira/avaliacao-de-desempenho-uma- visao-moderna/11418/>. Acesso em: julho de 2017. MARQUES, José Roberto. Como funciona a avaliação 360º? Disponível em: <http://www.ibccoaching.com.br/ portal/coaching/como-funciona-avaliacao-360-graus/>. Acesso em: julho de 2017. Vale a pena Vale a pena ler
Compartilhar