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PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ONCOLOGIA MARCADORES TUMORAIS ○ Marcadores Tumorais • Também conhecidos como marcadores biológicos • São macromoléculas que encontramos em qualquer parte do corpo humano que indicam a presença de câncer. São produzidos ou pelo próprio tumor ou pelo organismo como uma resposta frente a um tumor naquele local. • Composição - São proteínas, ou pedaços de proteínas, incluindo antígenos de superfície celular, proteínas citoplasmáticas, enzimas e hormônios. • Prática clínica - Pode ser importante para o prognóstico, pois quando se apresenta muito elevado em uma avaliação indica que o prognóstico do paciente é pior (indica um maior volume de doença) - Auxilia no diagnóstico; o marcador tumoral não fecha e não excluí diagnostico - Auxilia no estadiamento, como no tumor testicular, por exemplo - Auxilia na avaliação da resposta terapêutica, pois frente ao tratamento espera-se que, com a diminuição do tumor também ocorra a diminuição desses marcadores - Detecção de recidiva, pois caso o tumor esteja voltando espera-se que esse marcador volte a elevar-se • Obtenção - Bioquímicos e IHQ – tecidos e sangue - Teste genéticos – oncogenes, GST e alt. Genéticos - Em linhas gerais, um simples exame de sangue é a forma mais recorrente MARCADORES TUMORAIS • Marcador ideal – características - Diagnóstico precoce da neoplasia e da sua origem, ou seja, ser extremamente sensível - Estabelecer a sua extensão (↑ Volume de Doença - ↑ Nível do Marcador) - Órgão-sítio específico (a maioria não tem essa especificidade) - Meia-vida curta (meia vida longa demoraria a dar informações precisas que orientariam mudanças ou manutenção da terapêutica médica) • Histórico - 1847 – Sir Bence Jones identificou uma proteína específica na urina de doentes com mieloma múltiplo - 1950 – importância das enzimas glicolíticas nas metástases hepáticas - 1965 – identificação do antígeno carcinoembrionário (CEA) no feto - 1969 – E.R. Heubner e G. Todaro identificaram oncogenes - 1975 – H. Kohler e C. Milstein traçaram importância dos anticorpos monoclonais - 1979 – Wang et al. Identificaram o antígeno prostático específico (PSA) - 1981 – Identificação do CA 19.9, por Koproski et al e do C-erb B-2 por Shih et al. - 1984 – Identificação do CA 15.3 por Kufe e Hilkens - 1987 – Identificação do CA 125 por Bray et al. - Ou seja, esse histórico demonstra que os marcadores tumorais são recentes na medicina. ○ Ambulatório de Oncologia 1º Caso Exame físico: Próstata aumentada de tamanho, pesando aproximadamente 60g, e notado nodulação em lobo prostático direito. • Conduta: solicitado PSA ∟ PSA T: 8.9ng/dl (VR: até 2,5-4,5ng/dl) • Solicitado biópsia ∟ BX: Adenocarcinoma prostático (Gleason 7) → Câncer de próstata ○ PSA (ANTÍGENO PROSTÁTICO ESPECÍFICO) • Marcador tumoral de maior utilidade clínica desenvolvido até o momento • Muitos estudos demonstraram que o PSA é útil para o diagnóstico do câncer de próstata • Valor preditivo positivo do PSA é de 20% em pacientes com valores ligeiramente elevados (entre 4ng/mL e 10ng/mL), e de 60% em pacientes com valores de PSA superiores a 10ng/mL • 18% dos tumores não teriam sido diagnosticados (1 em cada 5) se o exame de toque retal não tivesse sido realizado e 45% dos tumores teriam passado despercebidos se o PSA não tivesse sido feito (1 em cada 2) DIAGNÓSTICO DE CÂNCER DE PROSTATA = EXAME FÍSICO + EXAME LABORATORIAL • 80% dos pacientes com concentração de PSA menor que 4ng/mL possuem tumor restrito à próstata • Metade dos pacientes com PSA maior que 10ng/mL apresentam extensão extra-capsular • Maioria dos pacientes com PSA superior a 50ng/mL apresenta mestátases para linfonodos pélvicos • Entretanto, exceto para valores extremos, o PSA não é suficiente preciso para, de maneira isolada, estadiar o paciente • Tratamento cirúrgico – ressecção prostática → espera-se que em 1 mês o PSA esteja indetectável • Tratamento radioterápico → a queda do PSE é mais demorada. • Sabe-se que, com o aumento da idade, ocorrem modificações no epitélio prostático que acarretam um aumento da absorção do PSA para a corrente sanguínea. Portanto, os valores de PSA variam bastante nas diferentes faixas etárias 2º Caso • Conduta - Exame físico → Toque retal: ausência de tumoração palpável, mas evidencia-se sangue em dedo de luva - Colonoscopia → Lesão vegetante, friável, ulcerável ∟ Biópsia indica adenocarcinoma • Estadiamento - RX tórax, US abdome, Ex Labs - CT tórax, CT abdome superior, CT pelve, RNM e Ex Labs (CEA) ○ CEA (ANTÍGENO CARCINOEMBRIONÁRIO) • Atualmente sabe-se que o CEA é produzido pelas células da mucosa gastrointestinal • Faz parte da família das imunoglobulinas • Seu valor de referência é 3,5 ng/mL em não-fumantes e 7 ng/mL em fumantes • Aproximadamente 85% dos casos de carcinoma colorretal metastático • Não sobe somente em tumores colorretais (perde um pouco de especificidade) - Pulmão 52% a 77% - Mama 30% a 50% - Pâncreas 61% a 68% - Trato Biliar 80% - Tireóide - Sobe também em doenças benignas: cirrose alcoólica, doença de crohn, bronquite, doença fibrocística da mama, tabagismo, insuficiência renal • CEA pré-operatório serve para prognóstico (quanto maior, pior tende ser a evolução) • CEA-positvos – manutenção da positividade após 6 semanas de terapia indicam doença residual • Recidiva tumoral – níveis crescentes do marcador • ASCO recomenda a dosagem do CEA a cada dois a três meses durante a quimioterapia no câncer colorretal 3º Caso • Conduta ∟ Exame físico: emagrecido, ganglionar negativo, abdome escavado, associado a dor à região epigástrica. Notado lesão irregular e de limites imprecisos em mesma topografia. Fígado palpável 4cm RCD ∟ Exames complementres: Ex laboratoriais, endoscopia alta, US abdome, CT abdome e RNM abdome. A CT indicou lesão vegetante irregular na cabeça do pâncreas, associada a uma dilatação da via biliar • Estadiamento - CT tórax, CT abdome superior e Ex Labs (CA19-9) ○ CA19-9 (ANTÍGENO DE LEWIS) • É um antígeno carboidrato de superfície celular • É liberado na superfície da célula cancerosa e penetra na corrente sanguínea, onde pode ser detectado • Seu valor normal de referência é 37 U/mL • Este marcador tumoral é indicado no auxílio ao estadiamento e à monitoração de tratamento em primeira escolha de câncer de pâncreas e trato biliar e, em segunda escolha, no câncer colorretal • Câncer de pâncreas – especificidade de 81% a 94% (chega a grande valores – 15 mil) • Diagnostico diferencial – pancreatite (chega a valores como 120) • Há um aumento do CA 19-9 em cerca de 99% dos casos de câncer de pâncreas, enquanto nas pancreatites crônicas é 4% a 10% e nas pancreatites agudas, 23% • ↑ Sensibilidade e ↑ Especificidade • No momento, a maior aplicabilidade desse marcador é avaliar a resposta à quimioterapia do câncer de pâncreas, já que a utilização de métodos de imagem é bastante limitada para este fim • No tocante ao câncer colorretal, dados atuais são insuficientes para recomendar o uso rotineiro do CA 19-9 4º Caso • Conduta - Exame físico: Grande volume abdominal - Tomografia indica uma massa volumosa na pelve indicativa de tumor ovariano a esclarecer • Estadiamento - CT tórax, CT abdome superior, CT pelve/RNM pelve, Ex Labs (CA-125) ○ CA-125 • Antígeno do câncer 125 é formado por uma glicoproteína de alto peso molecular • Atualmente sua principal aplicação é permitir o seguimento da resposta bioquímica ao tratamento e predizer a recaída em casso de câncer epitelial de ovário • Seu valor de referência é 35U/mL, podendo ser considerado 65U/mL quando o objetivo é uma maior especificidade • A sensibilidade para diagnóstico de câncer de ovário é de 80% a 85% no tipo epitelial- Variação de acordo com o estadiamento (sensibilidade baixa nos estádios iniciais) ∟ 50% no estádio I ∟ 90% no estádio II ∟ 92% e 94% nos estádios III e IV, respectivamente • Um estudo mostrou que o CA 125 apresentou sensibilidade de 94% para predizer a progressão da doença após quimioterapia nos casos em que ocorreu aumento superior a duas vezes o valor do nadir • Este marcador tem sido utilizado como parte integrante do rastreamento do câncer de ovário. Todavia, a pratica encontra uma série de limitações (baixa sensibilidade e não se trata de um câncer tão prevalente – não justifica fazer rastreamento) • Sobe em outras doenças - Câncer gástrico - Doenças Troflobásticas Gestacionais - Linfomas em crianças - Endometriose ○ Outros marcadores ○ AFP (ALFAFETOPROTEÍNA) • Vida adulta – 5ng/mL e 15ng/mL • Vida média de 5 a 7 dias • >500ng/mL – altamente sugestivo de malignidade • >1000ng/mL – indicativos de presença de neoplasia • Pose ser encontrada em 70% dos tumores testiculares não seminomatosos (seminoma puro e o coriocarcinoma não o produzem) • Tumores de fígado e lesões hepáticas isoladas • Tem como principal papel a monitorização da terapia para o carcinoma de testículo, sendo sua presença sugere persistência da doença e sua concentração sérica propicia uma estimativa do tempo de crescimento tumoral ○ CA 15-3 • É o marcador tumoral, por excelência, do câncer de mama, pois é o mais sensível e específico, sendo superior ao CEA • Também varia de acordo com o estadiamento - 5 a 30% no estádio I - 15 a 50% no estádio II - 60 a 70% no estádio III - 65 a 90% no estádio IV • Apesar de ser o melhor, ainda é muito ruim. A ASCO considera que não há dados suficientes para recomenda o CA 15-3 para rastreamento, diagnóstico, estadiamento ou acompanhamento após tratamento primário do câncer de mama → NÃO É UTILIZADO NA PRÁTICA CLÍNICA ○ BETA-HCG (GONADOTROFINA CORIÔNICA HUMANA) • Utilizada para diagnóstico, monitorização e prognóstico de paciente com tumores de células germinativas (testículos e ovário) • Todos os pacientes com coriocarcinoma apresentarão elevação de beta HCG • 40 a 60% dos pacientes com carcinoma embrionário ○ CA 72-4 • Marcador utilizado no controle de remissão e recidiva de carcinomas de trato gastrointestinal (gástrico, cólon, pâncreas e trato biliar) • É um marcador mais sensível do que CEA e CA19-9 para câncer gástrico • Não é utilizado na prática clínica ○ Conclusão • O uso de marcadores tumorais é um exame complementar • Marcador tumoral elevado e que se normaliza após propedêutica = resposta favorável • Marcador tumoral alto ou em ascensão persistente = doença ativa • OBS: Paciente metastático com grande volume de doença porem o marcador tumoral aparece normal nos exames → Isso ocorre pois existe diferenciação celular no tumor. Quanto mais indiferenciada é a neoplasia, mais longe ela está do tecido que a originou, ou seja, mais aberrantes são as células. Esses tumores indiferenciados podem não produzir o marcador PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ONCOLOGIA MARCADORES TUMORAIS ? Marcadores Tumorais • Também conhecidos como marcadores biológicos • São macromoléculas que encontramos em qualquer parte do corpo humano que indicam a presença de câncer. São produzidos ou pelo próprio tumor ou pelo organismo como uma resposta frente a um tumor naquele local. • Composição - São proteínas, ou pedaços de proteínas, incluindo antígenos de superfície celular, proteínas citoplasmáticas, enzimas e hormônios. • Prática clínica - Pode ser importante para o prognóstico , pois quando se apresenta muito elevado em uma avaliação indica que o prognóstico do paciente é pior (indica um maior vol ume de doença) - Auxilia no diagnóstico ; o marcador tumoral não fecha e não excluí diagnostico - Auxilia no estadiamento , como no tumor testicular, por exemplo - Auxilia na avaliação da resposta terapêutica , pois frente ao tratamento espera - se que, com a diminuição do tumor também ocorra a diminuição desses marcadores - Detecção de recidiva , pois caso o tumor esteja voltando espera - se que esse marcador volte a elevar - se • Obtenção - Bioquímicos e IHQ – tecidos e sangue - Teste g enéticos – oncogenes, GST e alt. Genéticos - Em linhas gerais, um simples exame de sangue é a forma mais recorrente MARCADORES TUMORAIS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ONCOLOGIA MARCADORES TUMORAIS ? Marcadores Tumorais • Também conhecidos como marcadores biológicos • São macromoléculas que encontramos em qualquer parte do corpo humano que indicam a presença de câncer. São produzidos ou pelo próprio tumor ou pelo organismo como uma resposta frente a um tumor naquele local. • Composição - São proteínas, ou pedaços de proteínas, incluindo antígenos de superfície celular, proteínas citoplasmáticas, enzimas e hormônios. • Prática clínica - Pode ser importante para o prognóstico, pois quando se apresenta muito elevado em uma avaliação indica que o prognóstico do paciente é pior (indica um maior volume de doença) - Auxilia no diagnóstico; o marcador tumoral não fecha e não excluí diagnostico - Auxilia no estadiamento, como no tumor testicular, por exemplo - Auxilia na avaliação da resposta terapêutica, pois frente ao tratamento espera-se que, com a diminuição do tumor também ocorra a diminuição desses marcadores - Detecção de recidiva, pois caso o tumor esteja voltando espera-se que esse marcador volte a elevar-se • Obtenção - Bioquímicos e IHQ – tecidos e sangue - Teste genéticos – oncogenes, GST e alt. Genéticos - Em linhas gerais, um simples exame de sangue é a forma mais recorrente MARCADORES TUMORAIS
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