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Acordo Brasil-Santa Sé


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Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Bacharelado em Teologia
Gestão Eclesial Canônico-Civil
Ricardo Rodrigues Lima
Acordo Brasil-Santa Sé
O Brasil é o país com a maior concentração de católicos em todo o mundo. Tendo em vista tal realidade, teve-se a tratativa entre o Ministro das Relações Exteriores, Vossa Excelência Celso Amorim, por parte da República Federativa do Brasil e o Secretário para as Relações com os Estados, Eminência Reverendíssima Dom Dominique Mamberti, por parte do Vaticano. Há época, o Brasil tinha como presidente, Vossa Excelência Luiz Inácio Lula da Silva. Na Santa Sé, e representando toda a Igreja Católica, Vossa Santidade, o Papa Bento XVI. 
O Acordo foi assinado na Cidade do Vaticano, aos 13 dias do mês de novembro do ano de 2008, firmando imunidades tributárias a serem gozadas pela Igreja Católica dentro do território brasileiro como reconhecimento da mesma como personalidade jurídica e de seus organismos.
No Artigo 3, o Acordo reconhece a personalidade jurídica da Igreja Católica e de todas as Instituições Eclesiásticas que estejam abarcadas no Direito Canônico. Com tal direito, a Igreja pode “criar, modificar ou extinguir”[footnoteRef:0] todas as constituições religiosas a si ligadas. Para que se tenha tal reconhecimento jurídico, a Igreja Católica, por meio de suas instituições particulares, deverá se submeter ao Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), que se refere à legislação brasileira. [0: Art. 3, Acordo Brasil-Santa Sé.] 
Ainda referente ao Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, ao Poder Público fica vedada a negação do reconhecimento ou do registro, ou seja, o Poder Público tem a obrigação em reconhecer a personalidade jurídica da Igreja Católica dentro do território brasileiro.
Nos artigos 5 e 15º do referido Acordo, tem-se as tratativas acerca das imunidades tributárias a serem gozadas pela Igreja Católica. Por exercerem suas atividades assistenciais e de solidariedade social, e ainda mais, sendo reconhecido a sua personalidade jurídica, a Igreja Católica, por intermédio de seus organismos “gozarão de todos os direitos, imunidades, isenções e benefícios atribuídos às entidades com fins de natureza semelhante previsto no ordenamento jurídico brasileiro”[footnoteRef:1]. [1: Art. 5, Acordo Brasil-Santa Sé. ] 
O artigo 15 reafirma acerca da imunidade tributária referente aos impostos, referindo-se à personalidade jurídica da Igreja católica, como também, de seu patrimônio, renda e serviços. Uma peculiaridade do qual trata o acordo para a fins tributários, “as pessoas jurídicas da Igreja Católica que exerçam atividades social e educacional sem finalidade lucrativa receberão o mesmo tratamento e benefícios outorgados às entidades filantrópicas reconhecidas pelo ordenamento jurídico brasileiro”[footnoteRef:2]. [2: Art. 15, Acordo Brasil-Santa Sé.] 
O artigo 3 reconhece, ainda, os organismos da Igreja Católica no Brasil prezando que estes podem atuar de modo livre e cumprir sua função social e espiritual essencialmente o cuidado com a humanidade. Ressalta-se que estes organismos atuam em conformidade com o direito canônico e considera mais que não contrarie o sistema constitucional e as leis brasileiras. A seguir discriminados os organismos: Conferência Episcopal, Províncias Eclesiásticas, Arquidioceses, Dioceses, Prelazias Territoriais ou Pessoais, Vicariatos e Prefeituras Apostólicas, Administrações Apostólicas, Administrações Apostólicas Pessoais, Missões Sui Iuris, Ordinariado Militar e Ordinariados para os Fiéis de Outros Ritos, Paróquias, Instituto de Vida Consagrada e Sociedade de vida Apostólica. Sendo que a Igreja Católica tem liberdade para extinguir ou modificar qualquer desses organismos[footnoteRef:3]. [3: Art. 3, Acordo Brasil-Santa Sé] 
Desse modo, o acordo Brasil-Santa Sé não dá privilégio a Igreja Católica sob o Estado brasileiro da mesma forma que o Estado brasileiro não terá poder administrativo e legislativo sob a Igreja Católica. Ambas as partes têm seus direitos próprios e liberdade para agir dentro da instituição. Tanto a Igreja como o Estado brasileiro gozam de acordos em diversos países com o intuito de colaborar em nível internacional com as sociedades visando à pessoa humana e o bem-estar da humanidade 
REFERÊNCIA
BRASIL. Decreto nº 7.107, de 11 de fevereiro de 2010. Promulga o Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e a Santa Sé relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil, firmado na Cidade do Vaticano, em 13 de novembro de 2008. [S. l.], 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7107.htm. Acesso em: 20 out. 2021.