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APG 24 - CHEIRO QUE DÓI

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Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina 1º Período 
APG 24 – CHEIRO QUE DÓI 
1) ENTENDER A HISTOFISIOLOGIA DO TRATO 
DIGESTÓRIO SUPERIOR 
 O sistema digestório consiste em cavidade oral, 
esôfago, estômago, intestinos delgado e grosso 
e órgãos associadas (glândulas salivares, fígado 
e pâncreas). 
 Todas essas estruturas, em conjunto, permitem 
a quebra dos alimentos em unidades menores e 
absorção dos nutrientes, através dos 
movimentos peristálticos e secreção de 
hormônios e enzimas que digerem esses 
alimentos. 
 Além disso, como o trato digestivo é um 
importante alvo de microrganismos invasores, 
que podem ser carregados pelos alimentos, seus 
tecidos precisam de um sistema de defesa 
especializado, o qual é chamado de GALT (tecido 
linfoide associado ao trato gastrointestinal). 
 HISTOLOGIA: 
 ESTRUTURA GERAL DO SISTEMA DIGESTÓRIO 
 TODOS os componentes do sistema digestório 
apresentam certas características estruturais 
em comum. Trata-se de um tubo oco composto 
por um lúmen, ou luz, cujo diâmetro é variável, 
circundado por uma parede formada por quatro 
camadas distintas: MUCOSA, SUBMUCOSA, 
MUSCULAR E SEROSA, nesta ordem de dentro 
para fora. 
 Mucosa: essa camada é composta por: 
a) Um revestimento epitelial: tecido epitelial 
de revestimento estratificado 
pavimentoso/escamoso não queratinizado. 
Ele representa uma barreira seletiva 
permeável, ou seja, permite a passagem 
de alguns conteúdos que estão na luz do 
intestino e não permite a passagem de 
outros. Aqui acontece o transporte, a 
digestão e a absorção do alimento, e 
também produção de hormônios. 
b) Lâmina própria: tecido conjuntivo frouxo 
rico em vasos sanguíneos e linfáticos e 
células musculares lisas, algumas vezes 
apresentando também glândulas e tecido 
linfoide (importante porque o trato 
digestivo é um meio de contato entre o 
meio interno e externo = células de 
defesa). 
c) Musculo liso: camada muscular da mucosa, 
separa a camada mucosa da submucosa e 
geralmente consiste em duas subcamadas 
delgadas de células musculares lisas, uma 
circular interna e outra longitudinal 
externa. 
 Submucosa: é composta por tecido conjuntivo 
com muitos vasos sanguíneos e linfáticos e um 
plexo submucoso (plexo de Meissner) que 
ajuda a secretar o muco. Essa camada pode 
conter também glândulas e tecido linfoide. 
 Muscular: contém células musculares lisas 
orientadas em espiral, divididas em duas 
subcamadas. Na subcamada mais interna 
(próxima do lúmen), a orientação é geralmente 
circular interna; na subcamada externa, é 
majoritariamente longitudinal externa. Entre 
essas duas subcamadas, observam-se o plexo 
nervoso mioentérico (plexo de Auerbach), que 
controla os movimentos peristálticos, além de 
tecido conjuntivo rico em vasos sanguíneos e 
linfáticos. 
 Serosa: é formada por uma camada delgada 
(fina) de tecido conjuntivo frouxo, revestido 
por mesotélio (epitélio pavimentoso simples). 
Na cavidade abdominal, a serosa é denominada 
de peritônio visceral e parietal. 
a) O peritônio visceral é contínuo com o mesentério 
(membrana delgada revestida por mesotélio nos 
dois lados) e dar suporte aos intestinos, ficando 
em contato direto com as vísceras abdominais. 
b) O peritônio parietal reveste a parede da 
cavidade abdominal, ou seja, fica entre o 
peritônio visceral e a parede muscular. 
 
Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina 1º Período 
 CAVIDADE ORAL 
 A cavidade oral é revestida por um epitélio 
pavimentoso estratificado que pode ou não ser 
queratinizado. Ele é queratinizado na gengiva e 
palato duro, já que, o alimento faz atrito nessas 
regiões durante a mastigação, ou seja, a 
queratina protege a mucosa contra ações 
mecânicas. 
 A lamina própria com papilas nessa região. 
 Submucosa com glândulas salivares difusas. 
 PALATO MOLE: ele é diferente, uma vez que 
apresenta no centro o músculo estriado 
esquelético, esse músculo permite movimentar, 
modificando o tamanho e a forma da cavidade 
oral, levando o alimento para baixo. 
Na submucosa tem-se glândulas mucosas e 
nódulos linfoides 
 LÁBIO: transição não queratinizado para o 
queratinizado da pele. 
 DENTES: estruturas duras e mineralizadas 
inseridas na maxila e na mandíbula. 
 GENGIVA: é uma membrana mucosa firmemente 
aderida ao periósteo dos ossos maxilar e 
mandibular. É formada por epitélio pavimentoso 
estratificado. Tem lâmina própria com papilas 
conjuntivas. E tem um epitélio juncional: une a 
gengiva ao esmalte dentário. 
 LÍNGUA: músculo estriado esquelético 
(voluntário). Essas fibras musculares estriadas 
esqueléticas se cruzam em 3 planos diferentes, 
e estão agrupadas em feixes separados por um 
tecido conjuntivo. Na parte dorsal da língua tem-
se um epitélio estratificado pavimentoso (região 
de contato com o alimento). 
Existem 4 tipos de papilas linguais: 
• Filiformes: possuem formato cônico alongado, 
são as mais numerosas e ficam na superfície 
anterior da língua. Sua função é de fricção e seu 
epitélio de revestimento é queratinizado e não 
possui botões gustativos (estruturas ovoides). 
• Fungiformes: são semelhantes a cogumelos, 
com base estreita porção superior dilatada e lisa. 
Essas papilas são irregularmente distribuídas 
entre as papilas filiformes. Tem mais 
vascularização, por isso, são mais vermelhas a 
olho nu. 
• Foliadas: são pouco desenvolvidas em humanos, 
consistindo em duas ou mais rugas paralelas, 
separadas por sulcos na superfície dorsolateral 
da língua, rica em botões gustativos. 
• Circunvaladas: possuem superfície achatada 
que se estende acima de outras papilas. São 
distribuídas na porção do V lingual (separa o 
terço posterior do dorso da língua dos dois 
terços anteriores). Essas papilas podem ser 
circundadas por glândulas serosas (glândulas de 
von Ebner), num arranjo semelhante a um fosse, 
que possibilita um fluxo contínuo de líquido sobre 
uma grande quantidade de botões gustativos. 
Esse fluxo é importante na remoção de 
partículas de alimentos das adjacências dos 
botões, permitindo que eles recebam os 
estímulos. 
 FARINGE 
 Região de transição entre a cavidade oral e o 
sistema digestivo e respiratório. 
 REGIÃO NASAL: epitélio pseudoestratificado 
cilíndrico ciliado. 
 REGIÃO ORAL: epitélio pavimentoso estratificado 
não queratinizado. 
 LÂMINA PRÓPRIA: possui glândulas salivares. 
 Possui também músculos constritores e 
longitudinais da faringe (músculos estriados 
esqueléticos). 
 ESÔFAGO 
 De modo geral, o esôfago contém as mesmas 
camadas que o resto do sistema digestório: 
mucosa, submucosa, muscular e serosa. 
 A mucosa esofágica é revestida por um epitélio 
estratificado pavimentoso não queratinizado, 
esse epitélio é importante porque sempre tem 
atrito do bolo alimentar e precisa ser resistente. 
 Na lâmina própria da região próxima do 
estômago existem grupos de glândulas, as 
GLÂNDULAS ESOFÁGICAS DA CÁRDIA, que 
secretam muco, que protege a parede do 
esôfago de um possível refluxo de suco gástrico 
(ácido), e também ajudam a lubrificar o bolo 
alimentar. 
 A camada muscular da mucosa não é usual, pois 
é constituída de apenas uma camada de fibras 
musculares lisas orientadas longitudinalmente 
que vai se tornando mais espessa nas 
proximidades do estômago. 
 
Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina 1º Período 
 Na submucosa também existem grupos de 
glândulas secretoras de muco, as GLÂNDULAS 
ESOFÁGICAS, cuja secreção facilita o 
transporte de alimento e protege a mucosa, há 
também a secreção serosa = libera a lisozima e 
pepsinogênio. *PLEXO SUBMUCOSO 
 Na camada muscular (circular interna e 
longitudinal externa), na porção proximal é 
composto por fibras estriadas esquelética 
(esfíncter esofágico superior, importante para 
a deglutição, ele está normalmente contraído, e 
só se abre (autônomo) quando deglutição 
começa). Na porção média é composto por 
musculatura estriada esquelética e lisa. E na 
porção distal: músculo liso (não se define umesfíncter esofágico inferior anatômico, apenas 
funcional) *PLEXO MIOENTÉRICO 
 A camada serosa está presente apenas na 
porção abdominal do esôfago, o restante do 
esôfago é revestida pela adventícia (camada de 
tecido conjuntivo que reveste o trato e que se 
confunde com o tecido conjuntivo dos órgãos ao 
redor). 
 
 ESTÔMAGO 
 O estômago é dividido em 4 regiões: cárdia 
(ligação com o esôfago), fundo (região em cúpula 
acima de um plano horizontal traçado sobre a 
cárdia), corpo (a maior parte, onde se organiza 
o quimo) e piloro (região afunilada, controla a 
liberação do quimo para o duodeno). 
 MUCOSA: epitélio glandular: colunar simples. 
Essas glândulas que estão na mucosa são 
tubulares e secretam muco alcalino (composto 
por água, glicoproteínas e lipídeos) protegendo 
as células do estômago contra a própria acidez 
da secreção gástrica. 
Essas glândulas da mucosa vão desembocar na 
FOSSETA GÁSTRICA = invaginação desse epitélio, 
chegando na lâmina própria. 
- Lâmina própria: tecido conjuntivo frouxo. 
- Células musculares lisas: são importantes 
porque auxiliam na eliminação das secreções 
dessas glândulas (comprimem). 
- Há também células linfoides. 
 SUBMUCOSA: Tecido conjuntivo moderadamente 
denso, com vasos sanguíneos e vasos linfáticos, 
contém também células linfoides e macrófagos. 
 TANTO A MUCOSA QUANTO A SUBMUCOSA EM 
CONJUNTO FORMAM DOBRAS LONGITUDINAIS 
AO LONGO DO ESTÔMAGO, QUE ESTÃO 
PRESENTES APENAS QUANDO ELE ESTÁ VAZIO, 
CONFORME ELE SE ENCHE DE ALIMENTO, ELE 
SE DISTENDE (AUMENTANDO O TAMANHO). 
 MUSCULAR: composta por músculo liso e são 
três camadas ≠ do esôfago! 
- Camada externa longitudinal 
- Camada média circular = no piloro, a camada 
média encontra-se muito mais espessa para 
formar o esfíncter pilórico, que controla a saída 
do quimo para o duodeno. 
- Camada interna oblíqua (+ perto do lúmen) 
 SEROSA: O estômago é revestido por uma 
membrana serosa delgada, EXCETO NA PARTE 
POSTERIOR PRÓXIMA A CÁRDIA: ADVENTÍCIA! 
REGIÕES DO ESTÔMAGO 
 CÁRDIA: é uma banda circular estreita, com 
cerca de 1,5 a 3,0 cm de largura, na transição 
entre o esôfago e o estômago. 
Sua mucosa contém glândulas tubulares simples 
ou ramificadas, denominadas glândulas da cárdia. 
Essas glândulas produzem MUCO E LISOZIMA 
(enzima que destrói a parede de bactérias). 
 FUNDO E CORPO: há glândulas gástricas ou 
fúndicas que são glândulas tubulares 
ramificadas, de 3 a 7 glândulas desembocam em 
cada fosseta. TEM + GLÂNDULAS DO QUE 
FOSSETAS. Essas glândulas têm 3 regiões 
distintas: 
Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina 1º Período 
 
- ISTMO = parte superior, é composto por 
células mucosas (produzem muco), células-
tronco (células colunares baixas, que tem núcleos 
ovais) e células parietais/oxínticas (são células 
arredondadas, ou células piramidais, que tem um 
núcleo esférico central e um citoplasma 
eosinofílico – rosa – esse citoplasma é dessa 
cor devido à abundância de mitocôndrias, o que 
permite o transporte de íons H+ e Cl- (HCl), além 
disso, essas células sintetizam o fator intrínseco 
que se liga à vitamina B12 e facilita a absorção 
da mesma no intestino delgado. 
- COLO = parte média, também composta por 
células mucosas (são observadas agrupadas ou 
isoladas entre as células parietais, tem um 
formato irregular, um núcleo mais para a base 
e tem na superfície apical grânulos = cheio de 
mucina, que tem propriedades antibióticas), 
células-tronco e células parietais/oxínticas. 
- BASE = parte inferior, composta também por 
células parietais que produz H+, mas 
principalmente por células 
zimogênicas/principais (o citoplasma tem uma 
basofilia, é mais roxo, já que tem muito R.E.R que 
é importante na produção de proteínas = 
pepsinogênio e lipase, que ficam acumuladas em 
grânulos na superfície apical dessas células, 
sendo enzimas importantes na digestão. 
O PEPSINOGÊNIO É UMA PROENZIMA, É 
CONVERTIDA (ativada) EM PEPSINA QUANDO 
ENTRA EM CONTATO COM O AMBIENTE ÁCIDO 
DO ESTÔMAGO. 
 PILORO: encontra-se glândulas pilóricas, que são 
tubulosas, simples ou ramificadas. Tem fossetas 
bem profundas! Há também produção de muco 
e lisozima. 
TEM + FOSSETA E - GLÂNDULAS!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina 1º Período 
 FISIOLOGIA: 
 ESÔFAGO 
 O esôfago secreta muco e transporta os 
alimentos para o estômago. Ele não produz 
enzimas digestórias nem realiza absorção. 
 O esôfago possui: o esfíncter esofágico 
superior e inferior, e eles são formados através 
do espessamento da camada muscular externa. 
 O EES, esôfago e o EEI precisam trabalhar de 
forma coordenada, para que garanta as 
funções propulsivas e protetoras. 
 Dentro das funções propulsivas tem-se iniciando 
na faringe, o alimento sendo transportado para 
o esôfago. Com isso, o esfíncter esofágico 
superior irá se dilatar e permitir essa transição. 
 O esôfago através dos seus movimentos 
peristálticos vai transportar o bolo alimentar até 
o estômago. 
 E o esfíncter esofágico inferior vai proteger o 
esôfago do refluxo gástrico. A partir do 
momento que o alimento passa, ele se contrai 
faz a proteção. 
 Nas funções protetoras tem-se que o esfíncter 
esofágico superior vai proteger as vias aéreas 
do material deglutido (bolo alimentar) e do refluxo 
gástrico de refluir. 
 O esôfago vai fazer a limpeza do material de 
refluxo do estômago. 
 O esfíncter esofágico inferior no final ele vai se 
dilatar e permitir que o alimento chegue 
tranquilamente do estômago. 
 DEGLUTIÇÃO: Após a mastigação e a salivação 
forma-se o bolo alimentar que é deglutido. 
Durante a deglutição o palato mole é retraído 
para cima e a língua empurra o alimento para 
trás, jogando-o dentro da faringe, que se contrai 
e projeta o bolo alimentar para o esôfago. A 
partir do momento que chega no esôfago os 
movimentos peristálticos começam e vão 
empurrar o bolo alimentar. 
 
 
 Existem dois movimentos peristálticos do 
esôfago: 
 O peristaltismo primário é, simplesmente, a 
continuação da onda peristáltica que 
começa na faringe e se prolonga para o 
esôfago, durante o estágio faríngeo da 
deglutição. Essa onda faz o percurso desde 
a faringe até o estômago em cerca de 8 a 
10 segundos. O alimento engolido por pessoa 
em pé normalmente é levado para a porção 
inferior do esôfago até mais rápido do que 
a própria onda peristáltica, em cerca de 5 
a 8 segundos, devido ao efeito adicional da 
gravidade que força o alimento para baixo. 
 O peristaltismo secundário é aquele que 
acontece pela distensão da parede 
esofágica, então, no momento que o bolo 
alimentar fica preso no esôfago, a parede 
sofre essa distensão e inicia a onda 
secundária, o que garante que o esôfago 
seja totalmente limpo: levando todo o 
alimento para o estômago 
 ESTÔMAGO 
 O estômago possui três funções gerais: 
armazenamento, digestão e defesa. 
 ARMAZENAMENTO: Quando o alimento chega do 
esôfago, o estômago relaxa e expande para 
acomodar o volume aumentado. Este reflexo 
mediado é chamado de RELAXAMENTO 
RECEPTIVO. 
 A metade superior do estômago permanece 
relativamente em repouso, retendo o bolo 
alimentar até que ele esteja pronto para ser 
digerido. O estômago precisa regular a velocidade 
na qual o quimo entra no intestino delgado. O 
epitélio do intestino grosso não é projetado para 
absorção de nutrientes em larga escala, então a 
maioria do quimo se tornará fezes, resultando 
Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina 1º Período 
em diarreia. Este “distúrbio do esvaziamento” 
(“síndrome de dumping”) é um dos efeitos 
colaterais mais desagradáveis da cirurgia que 
remove porções do estômago ou do intestino 
delgado. 
 FUNÇÕES MOTORAS: Os sucos digestivos do 
estômago são secretados pelas glândulas 
gástricas, presentes em quase toda a extensão 
da parede do corpo do estômago, exceto ao 
longo de faixa estreita na pequena curvatura do 
órgão. 
 Enquanto o alimento estiver no estômago, ondasconstritivas peristálticas fracas, denominadas 
ondas de mistura, se iniciam nas porções média 
a superior da parede gástrica e se deslocam na 
direção do antro, uma a cada 15 a 20 segundos. 
Essas ondas são desencadeadas pelo ritmo 
elétrico básico da parede. 
 À medida que as ondas constritivas progridem 
do corpo para o antro, ganham intensidade, 
algumas ficando extremamente intensas, 
gerando potente potencial de ação peristáltica, 
formando anéis constritivos que forçam o 
conteúdo antral, sob pressão cada vez maior, na 
direção do piloro. 
 Cada vez que uma onda peristáltica percorre a 
parede antral, na direção do piloro, ela comprime 
o conteúdo alimentar no antro em direção ao 
piloro. Porém, a abertura do piloro é pequena e 
apenas alguns mililitros do conteúdo antral são 
ejetados para o duodeno, a cada onda 
peristáltica. 
 À medida que cada onda peristáltica se aproxima 
do piloro, o próprio músculo pilórico muitas vezes 
se contrai, o que impede, ainda mais, o 
esvaziamento pelo piloro. Desse modo, o 
movimento do anel constritivo peristáltico, 
combinado com essa ação de ejeção retrógrada, 
denominada “retro-pulsão”, é mecanismo de 
mistura, extremamente importante, no 
estômago. 
 Depois do alimento no estômago ter sido bem 
misturado com as secreções gástricas, a 
mistura que passa para o intestino é denominada 
quimo. 
 Outro tipo de contração intensa, denominada 
CONTRAÇÃO DE FOME, em geral, ocorre quando 
o estômago fica vazio por várias horas. São 
contrações peristálticas rítmicas no corpo do 
estômago. Quando as contrações sucessivas 
ficam extremamente fortes nas condições 
normais, elas se fundem em contração tetânica 
que, às vezes, dura por 2 a 3 minutos; 
 ESVAZIAMENTO: cerca de 20% do tempo em 
que o alimento está no estômago, as contrações 
ficam mais intensas, começando na porção 
média do órgão e progredindo no sentido, como 
constrições peristálticas fortes, formando anéis 
de constrição que causam o esvaziamento do 
estômago; essas contrações são peristálticas 
intensas, constrições anelar muito fortes que 
promovem o esvaziamento do estômago. 
 As intensas contrações peristálticas provocam 
pressões de 50 a 70 centímetros de água, 
cerca de seis vezes maiores que os valores 
atingidos nas ondas peristálticas de mistura 
(bomba pilórica). 
 O músculo circular pilórico é denominado 
esfíncter pilórico. A despeito da contração 
tônica normal, o esfíncter pilórico se abre o 
suficiente para a passagem de água e de outros 
líquidos do estômago para o duodeno. 
 Por outro lado, evita a passagem de partículas 
de alimentos até terem sido misturadas no quimo 
para consistência quase líquida. Volume de 
alimentos maior promove maior esvaziamento 
gástrico: a dilatação da parede gástrica 
desencadeia reflexos mioentéricos locais que 
acentuam, bastante, a atividade da bomba 
pilórica e, ao mesmo tempo, inibem o piloro. A 
gastrina parece intensificar a atividade da 
bomba pilórica. Assim, é muito provável que, 
também, promova o esvaziamento gástrico. 
 Quando o quimo entra no duodeno, são 
desencadeados múltiplos reflexos nervosos, com 
origem na parede duodenal. Eles voltam para o 
estômago e retardam ou, mesmo, interrompem 
o esvaziamento gástrico, se o volume de quimo, 
no duodeno, for excessivo. Esses reflexos são 
mediados por três vias: 
1- Diretamente do duodeno para o estômago 
pelo sistema nervoso entérico da parede 
intestinal; 
2- Pelos nervos extrínsecos que vão aos 
gânglios simpáticos pré-vertebrais e, então, 
retornam pelas fibras nervosas simpáticas 
inibidoras que inervam o estômago; 
Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina 1º Período 
3- Provavelmente menos importante pelos 
nervos vagos que vão ao tronco encefálico, 
onde inibem os sinais excita- tórios normais, 
transmitidos ao estômago pelos ramos 
eferentes dos vagos. 
 Esses reflexos paralelos têm dois efeitos sobre 
o esvaziamento do estômago: primeiro, inibem 
fortemente as contrações propulsivas da 
“bomba pilórica” e, em segundo lugar, aumentam 
o tônus do esfíncter pilórico. 
 Os fatores no duodeno que podem desencadear 
reflexos INIBIDORES enterogástricos, incluem os 
seguintes: 
1. Distensão do duodeno. 
2. Presença de qualquer irritação da mucosa 
duodenal. 
3. Acidez do quimo duodenal. 
4. Osmolalidade do quimo. 
5. Presença de determinados produtos de 
degradação química no quimo, 
especialmente de degradação química das 
proteínas e, talvez em menor escala, das 
gorduras. 
 O estímulo para a liberação desses hormônios 
inibidores é basicamente a entrada de gorduras 
no duodeno. Os hormônios são transportados 
pelo sangue para o estômago, onde inibem a 
bomba pilórica, ao mesmo tempo em que 
aumentam a força da contração do esfíncter 
pilórico. Esses efeitos são importantes, porque a 
digestão de gorduras é mais lenta quando 
comparada à da maioria dos outros alimentos. 
Não se sabe exatamente quais hormônios 
causam o feedback inibitório do estômago. O 
mais potente desses hormônios parece ser a 
colecistocinina (CCK), liberada pela mucosa do 
jejuno em resposta a substâncias gordurosas no 
quimo. Esse hormônio age como inibidor, 
bloqueando o aumento da motilidade gástrica 
causado pela gastrina. Outros possíveis inibidores 
do esvaziamento gástrico são os hormônios 
secretina e o peptídeo insulinotrópico 
dependente de glicose, também chamado de 
peptídeo inibidor gástrico (GIP). 
 SECREÇÃO GÁSTRICA: 
 Secreções das Glândulas Oxínticas (Gástricas) 
são compostas por três tipos de células: 
1- Células mucosas do cólon, que secretam, 
basicamente, muco; 
2- Células pépticas (ou principais), que 
secretam grandes quantidades de 
pepsinogênio, 
3- Células parietais (ou oxínticas), que 
secretam ácido clorídrico e o fator 
intrínseco. 
 A principal força motriz, para a secreção de 
ácido clorídrico, pelas células parietais é a bomba 
de hidrogênio-potássio (H+-K+-ATPase). 
 O ácido gástrico tem múltiplas funções: causa a 
liberação e a ativação da pepsina, uma enzima 
que digere proteínas desencadeia a liberação de 
somatostatina pelas células D, o HCl desnatura 
proteínas por quebrar as ligações dissulfeto e 
de hidrogênio que mantêm a estrutura terciária 
da proteína, ajuda a destruir bactérias e outros 
microrganismos ingeridos, inativa a amilase 
salivar, cessando a digestão de carboidratos que 
iniciou na boca. 
 A maior parte da capacidade do estômago de 
prevenir o vazamento do ácido de volta pode ser 
atribuída à barreira gástrica, devido à formação 
de muco alcalino e junções estreitas, entre as 
células epiteliais. 
 Se essa barreira for danificada, por substâncias 
tóxicas, como ocorre com o uso excessivo de 
aspirina ou álcool, o ácido secretado vaza para a 
mucosa, de acordo com seu gradiente químico, 
lesando a mucosa gástrica. 
 A acetilcolina, liberada pela estimulação 
parassimpática, excita a secreção de 
pepsinogênio pelas células pépticas, de ácido 
clorídrico pelas células parietais, e de muco pelas 
células da mucosa. 
 Em comparação, a gastrina e a histamina 
estimulam, fortemente, a secreção de ácido 
pelas células parietais. 
 Pepsinogênio são secretados pelas células 
mucosas e pépticas das glândulas gástricas. 
Quando secretado, o pepsinogênio não tem 
atividade digestiva. Entretanto, assim que entra 
em contato com o ácido clorídrico, o 
pepsinogênio é clivado para formar pepsina 
ativa. 
 A pepsina atua como enzima proteolítica, ativa 
em meio muito ácido (pH ideal entre 1,8 e 3,5), 
mas, no pH acima de 5, não tem quase nenhuma 
propriedade proteolítica. 
Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina 1º Período 
 A substância fator intrínseco, essencial para 
absorção de vitamina B12 no íleo, é secretada 
pelas células parietais, juntamente com a 
secreção de ácido clorídrico. 
 Quando as células parietais, produtoras de ácido 
no estômago, são destruídas, o que ocorre, 
frequentemente, na gastrite crônica, a pessoa 
desenvolve não só acloridria (ausênciade 
secreção de ácido gástrico), mas, muitas vezes, 
também anemia pernidosa porque a maturação 
das hemácias não ocorre na ausência de 
estimulação da medula óssea pela vitamina B12. 
 Glândulas Pilóricas - Secreção de Muco e 
Gastrina: contêm, essencialmente, células 
mucosas idênticas às células mucosas do colo das 
glândulas oxínticas. 
 Essas células secretam pequena quantidade de 
pepsinogênio e também liberam o hormônio 
gastrina, que tem papel crucial no controle da 
secreção gástrica. 
 Células mucosas superficiais secretam grande 
quantidade de muco muito viscoso que recobre 
a mucosa gástrica com camada gelatinosa de 
muco, proporcionando, assim, barreira de 
proteção para a parede gástrica, bem como 
contribuindo para a lubrificação do transporte 
de alimento. 
 Outra característica desse muco é sua 
alcalinidade. Assim, a parede gástrica subjacente 
normal não é exposta à secreção proteolítica 
muito ácida do estômago. 
 A gastrina é hormônio secretado pelas células 
da gastrina, também chamadas de células G. 
Essas células ficam localizadas nas glândulas 
pilóricas no estômago distal. 
 A gastrina é peptídeo secretado em duas 
formas: a forma grande, denominada G-34, e a 
forma menor, G-17. A menor é a mais 
abundante. Quando alimentos proteicos atingem 
a região antral do estômago, algumas das 
proteínas desses alimentos têm efeito 
estimulador das células da gastrina, nas glândulas 
pilóricas, causando a liberação de gastrina no 
sangue para ser transportada para as células 
ECL (células semelhantes às enterocromafins 
cuja função primária é a de secretar histamina) 
do estômago. 
 A mistura vigorosa dos sucos gástricos 
transporta a gastrina, rapidamente, para as 
células ECL no corpo do estômago, causando a 
liberação de histamina que age diretamente nas 
glândulas oxínticas profundas. 
 A ação da histamina é rápida, estimulando a 
secreção de ácido clorídrico gástrico. A secreção 
de pepsinogênio, o precursor da enzima pepsina 
que hidrolisa proteínas, é fortemente 
influenciada pela quantidade de ácido no 
estômago. Em pessoas que perderam a 
capacidade de produzir quantidades normais de 
ácido, a secreção de pepsinogênio também é 
menor, muito embora as células pépticas 
possam parecer normais. 
 A somatostatina (SS), também conhecida como 
hormônio inibidor do hormônio do crescimento, é 
secretada por células D no estômago. A 
somatostatina é o sinal de retroalimentação 
negativa primário da secreção na fase gástrica. 
Ela reduz a secreção ácida direta e 
indiretamente por diminuir a secreção de 
gastrina e histamina. A somatostatina também 
inibe a secreção de pepsinogênio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2) ANALISAR A FUNÇÃO MOTORA (MOVIMENTOS 
PERISTÁLTICOS) E SECRETORA DO ESTÔMAGO 
– SITUAÇÕES CLÍNICAS – 
 H. pylori (Helicobacter pylori) é uma bactéria 
cilíndrica dotada de flagelos em forma de cílios 
compridos que lhe permitem fixar-se à 
superfície da mucosa gástrica. 
 Consegue viver no estômago graças à 
capacidade de converter a ureia presente no 
suco gástrico, em amônia e gás carbônico, 
Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina 1º Período 
processo que lhe fornece a energia necessária 
para tocar o dia a dia. 
 Contraída nos primeiros anos de vida, a infecção 
persiste indefinidamente, a menos que tratada. 
É mais comum encontrá-la nos mais velhos; 
especialmente naqueles que passaram a infância 
em condições socioeconômicas desfavoráveis. 
 Mais de 50% da população mundial estão 
infectados pelo H. pylori. A maioria esmagadora 
dessas pessoas convive com a infecção sem 
apresentar sintomas. 
COMPLICAÇÕES DA INFECÇÃO POR H. PYLORI: 
 Praticamente todas as pessoas que apresentam 
infecção por H. pylori apresentam gastrite, que 
pode afetar o estômago completamente ou 
apenas sua parte inferior (antro). Às vezes, a 
infecção pode causar gastrite erosiva e até 
mesmo uma úlcera no estômago (gástrica). 
 A bactéria H. pylori contribui para a formação de 
úlceras ao elevar a produção de ácido, afetando 
as defesas normais do estômago contra o ácido 
gástrico e produzindo toxinas. 
 A infecção por H. pylori de longo prazo aumenta 
o risco de a pessoa desenvolver câncer de 
estômago. 
REFERÊNCIAS 
 JUNQUEIRA, LC, CARNEIRO, J. Histologia Básica. 
13ªed. Editora Guanabara Koogan, 2018. 
 GUYTON, Arthur Clifton; HALL, John E. 
Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 
13ª ed., 2017. 
 TORTORA, Gerard J.. Principios de anatomia e 
fisiologia. 14 ed. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2019. 1201 p. 
 SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma 
Abordagem Integrada, 7ª Edição, Artmed, 2017.

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