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Exemplo de Petição Inicial e Posturas do Juiz - Versão final.

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Exemplo de Petição Inicial
e 
posturas do juiz 
 
Juízo ADMISSIBILIDADE
Posturas do Juiz
A) Emenda (321CPC)
B) Indeferimento (330 CPC)
(I a IV) 
C) Improcedência liminar do pedido (332 CPC)
(I a IV) 
D) Recebimento da petição inicial
 
A) Emenda
A) Emenda (321CPC)
O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
Vale ressaltar que o prazo em questão, apesar de legal, tem natureza dilatória, sendo portanto prorrogável.
Este é o entendimento consagrado na doutrina e jurisprudência. Assim, o magistrado, atendendo aos anseios do chamado "acesso à justiça", deverá aproveitar ao máximo o processo, concedendo a oportunidade para que o autor emende a inicial antes de decidir extinguir o feito.
- Não é uma nova petição. 
-Não é aditamento do pedido
EX: Endereço incompleto. 
B) Indeferimento 330 CPC – Extingue sem resolução mérito 
1) Vicio que poderia ser corrigido e não foi. 
 2)Vicio que não pode ser corrigido
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
I - for inepta;
II - a parte for manifestamente ilegítima;
III - o autor carecer de interesse processual;
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 .
I - for inepta 
I - for inepta: 
Considera-se inepta a petição inicial quando lhe faltar pedido ou causa de pedir; o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; contiver pedidos incompatíveis entre si.
Elementos da ação: é A IDENTIDADE DA Ação. 
(serve para que outra ação não seja proposta)
- Evita litispendência e coisa julgada
PARTES + CAUSA DE PEDIR + PEDIDO 
Partes: MARIA contra JOÃO
CP: ACIDENTE DE TRANSITO
Pedidos: Indenização por
 danos materiais 
Para você descobrir que a petição é inepta ela tem um defeito em um elemento da ação: o PEDIDO ou na CAUSA DE PEDIR. 
- faltar pedido (A pessoa fez a PI e ela não tem pedido) 
- Não tiver causa de pedir (A pessoa narrou um fato de cunho material e no final pede danos materiais. Ele não falou em nenhum momento qual é a causa de pedir desse dano moral)
- pedidos incompatíveis (Um pedido anula o outro. 1- que o juiz declarasse que o contrato fosse nulo e que uma vez feito isso, que o réu cumpra sua parte no contrato)
- o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico 
- da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão
Condições da ação 
Condições da ação são requisitos processuais essenciais para o regular trâmite processual e eventual julgamento do mérito. 
No que tange o processo civil, condições da ação eram como um feixe composto por três institutos, quais sejam: legitimidade ad causam, interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido.
Com o Novo Código de Processo Civil em vigência o tema condições da ação sofreu grandes alterações. 
O Código não trouxe expressamente as condições da ação e não trata mais da possibilidade jurídica do pedido. 
II - a parte for manifestamente ilegítima: 
A legitimidade é condição da ação, representada pela pertinência existente entre o sujeito e o direito material posto em juízo.
Legitimidade é a qualidade para agir. É a relação entre o sujeito e o direito posto em juízo. 
EX: A propõe ação contra B, pedindo indenização. A pode fazer isso porque ele é titular do direito. Legitimidade ativa: é de quem teve o direito violado. B: é a pessoa que violou o direito. 
Quando a perto é ilegítima? 
A pessoa pode ser autora e não ter legitimidade ativa. 
EX: Bateram no carro da filha da estudante de direito e ajuizou a ação. O carro era da mãe, o acidente envolveu a mãe. A estudante era a autora, mas não tinha legitimidade ativa. 
A pessoa pode ser réu e não ter legitimidade ativa. 
Briga dos vizinhos porque um bateu no carro do outro em um condomínio. Mas ele entra com a ação contra o condomínio e não contra o vizinho. O Condominio não tem legitimidade passiva. 
O juiz nesses casos vai indeferir a PI sem entrar sequer no mérito. 
III - o autor carecer de interesse processual:
É outra condição da ação, representada pelo binômio necessidade-adequação.
Interesse de agir
EX: Cobrar uma divida que não venceu. 
Estes artigos referem-se ao descumprimento de providências emanadas do juiz, a saber: 
a) dever que tem o advogado de informar, no prazo de cinco dias, o endereço, seu número de inscrição na OAB e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o ecebimento de intimações, caso não tenha feito na petição inicial;
Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado:
I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de intimações;
§ 1º Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz ordenará que se supra a omissão, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determinar a citação do réu, sob pena de indeferimento da petição.
 
b) dever de emendar a petição inicial, no prazo de 15 dias, quando existentes vícios que possam ser corrigidos.
Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se. Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 (advogado em causa própria) e 321(Defeito na PI):
Perceba que, como a possibilidade jurídica do pedido deixou de ser condição da ação, passando a integrar o exame de mérito, a sua ausência não mais importará no indeferimento da inicial (e consequente extinção sem resolução de mérito), mas, sim, na improcedência do pedido (extinção com o exame do mérito).
C) Improcedência liminar do pedido (332)
O Juiz vai dispensar a citação, entra no mérito e julga o pedido do autor improcedente. 
SENTEÇA LIMINAR (FGV) 
São situações excepcionais. 
Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; 
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local;
O juiz também julgará improcedente o pedido quando verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. 
(205 e 206 – quando sujeito teve o direito violado o sujeito tem um prazo para ajuizar a ação, se o autor ajuiza fora do prazo) 
Introdução
Quando o juiz verificar que a inicial preenche todos os requisitos, determinará a citação do réu, para que este possa ser integrado ao processo. 
REGRA: Recebeu a PI -> Citação do Réu. 
Massss há uma situação especial em que, recebida a inicial, o juiz passará de imediato ao julgamento, sem a citação. 
Trata-se do art. 332, que autoriza o juiz a proferir sentença de total improcedência, nos casos nele previstos.
Em outras palavras... 
A denominada improcedência liminar do pedido é técnica de aceleração, pela qual o juiz, constatando situação de manifesta inviabilidade do pedido, julga-o, sem a citação do réu, de modo desfavorável ao autor. A decisão liminar de improcedência resolve o mérito da causa e, portanto, é apta a formar coisa julgada e passível de ser rescindida.
SSIS, Araken de. Processo civil brasileiro: parte geral: institutos fundamentais, v. 2, t. I. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015, p. 746.
DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direitoprocessual civil, parte geral e processo de conhecimento. 17. ed. Salvador: Jus Podivm, 2015, p. 593.
acelerou meu coração!
Não da pra segurar!
(Acelerou acelerou acelerou) acelerou meu coração!
Garantia do contraditório e a devido processo legal 
Não se cogita, de plano, que o juízo liminar de improcedência do pedido possa acarretar ofensa à garantia do contraditório (do réu), porque a decisão (de improcedência), obviamente, só prejudica o autor – ou seja, favorece o réu. 
Não se pensa, outrossim, que o instituto seja capaz de violar o devido processo legal (ou qualquer outra garantia constitucional), porquanto, de acordo com Araken de ASSIS, “nenhum direito fundamental processual é absoluto, ao menos no sentido que, colidindo com outro, não sofra detração em proveito da harmonia do conjunto”.
 A improcedência liminar do pedido privilegia a razoável duração do processo (entendida como a garantia de que o processo dure apenas o tempo suficiente e adequado à resolução do litígio), relativizando o devido processo legal e o contraditório (na forma do art. 10 do CPC), sem, contudo, abrir mão da coerência do ordenamento. 
 A improcedência liminar (art. 332)CPC-73
Em mais um esforço dirigido à efetividade do processo, a Lei n. 11.277/2006 acrescentou ao CPC de 1973 o art. 285-A, que assim estabelecia: “Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada”.
A autorização concedida ao juiz nesse dispositivo era inédita, pois pela primeira vez permitia que ele julgasse o pedido do autor inteiramente improcedente, sem a citação do réu. Havia uma verdadeira sentença de mérito, proferida sem que o réu fosse chamado a manifestar-se.
No entanto, esse dispositivo mereceu, enquanto vigorou, duras críticas dos processualistas, pois as causas de improcedência de plano estavam associadas a julgamentos anteriores proferidos pelo mesmo juízo, sem preocupação se tais decisões estavam ou não em consonância com a jurisprudência dos Tribunais Superiores. Essa solução não favorecia a isonomia dos litigantes em juízo, nem a uniformização da jurisprudência. Afinal, dois litigantes que ajuizassem ações versando sobre a mesma questão jurídica, em juízos diferentes, poderiam obter resultados absolutamente díspares, porque se um dos juízos, em casos anteriores semelhantes, já tivesse dado pela total improcedência, poderia fazê-lo dispensando a citação do réu nos casos novos. E o outro juízo poderia ter entendimento diverso sobre a questão jurídica, decidindo de forma diferente, caso em que teria de determinar a prévia citação do réu. Em síntese, a solução do CPC de 1973 prestigiava a jurisprudência do próprio juízo, a solução por ele dada à mesma questão jurídica em processos anteriores.
Atento a essas críticas, o CPC atual manteve a possibilidade de o juiz julgar liminarmente improcedente o pedido, mas modificou os requisitos para que ele possa fazê-lo. As causas de improcedência de plano estão previstas no art. 332. 
O juiz julgará liminarmente improcedente o pedido:
1- que contrariar enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, 
2- acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos, 
3- entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência ou
4- enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local 
5- (e, embora a lei não o diga expressamente, também nos casos em que o pedido contrariar decisão do STF em controle concentrado de constitucionalidade).
6- E também quando verificar, desde logo, a ocorrência da prescrição ou decadência. 
As hipóteses de improcedência liminar não estão mais associadas aos precedentes do próprio juízo, mas à existência de entendimento pacificado sobre a questão de direito em que se funda o pedido, nas hipóteses supramencionadas
O artigo 332 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241 .
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.
Entendendo cada item... 
1- que contrariar enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça.
O termo “súmula” significa “resumo” ou “síntese”. Juridicamente, uma súmula é uma síntese da jurisprudência predominante sobre um determinado assunto.
Daniel Amorim (2016, p. 129), diz que “súmula é uma consolidação objetiva da jurisprudência, ou seja, é a materialização da jurisprudência”.
Súmulas são enunciados que resumem o entendimento majoritário de um tribunal sobre determinado assunto por ele apreciado. Elas são editadas após repetidas decisões tomadas pelo tribunal num mesmo sentido.
Art. 103-A. CF O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
EX: Ação revisional de contrato bancário. Mas tem súmula sobre o tema falando que a taxa contestada não é abusiva. 
2- Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou Superior Tribunal de Justiça em julgamento de RECURSOS REPETITIVOS,
O art. 1.036 do Código de Processo Civil-CPC/2015 dispõe que, quando houver multiplicidade de recursos especiais com fundamento em idêntica controvérsia, a análise do mérito recursal pode ocorrer por amostragem, mediante a seleção de recursos que representem de maneira adequada, a controvérsia. Recurso repetitivo, portanto, é aquele que representa um grupo de recursos especiais que tenham teses idênticas, ou seja, que possuam fundamento em idêntica questão de direito.
Segundo a legislação processual, cabe ao presidente ou vice-presidente do tribunal de origem selecionar dois ou mais recursos que melhor representem a questão de direito repetitiva e encaminhá-los ao Superior Tribunal de Justiça para afetação, devendo os demais recursos sobre a mesma matéria ter a tramitação suspensa. Após o julgamento e publicação da decisão colegiada sobre o tema repetitivo pelo Superior Tribunal de Justiça a mesma solução será aplicada aos demais processos que estiverem suspensos na origem.
Essa sistemática tem como objetivo concretizar os princípios da celeridade na tramitação de processos, da isonomia de tratamento às partes processuais e da segurança jurídica.
O Superior Tribunal de Justiça já reconheceu 1.018 (mil e dezoito) temas repetitivos4 em que há determinação de suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a questão afetada. 
Um desses casos foi o julgamento do tema 990, em que se discutia a obrigatoriedade dosplanos de saúde de fornecer medicamento não registrado pela ANVISA5.
O Tribunal procedeu à afetação do recurso à sistemática do julgamento repetitivo e, no mérito, concluiu pela legitimidade da recusa das operadoras de planos de saúde em custear medicamento importado, não nacionalizado, sem o devido registro pela ANVISA. 
O STJ firmou o entendimento no sentido de que "a determinação judicial de fornecimento de fármacos deve evitar os medicamentos ainda não registrados na Anvisa, ou em fase experimental, ressalvadas as exceções expressamente previstas em lei; e, É lícita a exclusão de cobertura de produto, tecnologia e medicamento importado não nacionalizado, bem como tratamento clínico o cirúrgico experimental".
3- Entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) ou de assunção de competência 
Previsto no artigo 976 e seguintes do CPC/2015, o IRDR é um incidente que pode ser provocado perante os tribunais de segunda instância quando houver repetição de processos com idêntica controvérsia de direito e risco de ofensa aos princípios da isonomia e da segurança jurídica. Verificados esses pressupostos, o tribunal de segundo grau pode admitir o incidente para a fixação de tese, a qual será aplicada a todos os demais casos presentes e futuros em sua jurisdição.
Para melhor elucidação, vamos pensar nos casos de empresas de telefonia ou planos de saúde, por exemplo, em que existem diversas ações semelhantes em tramitação.
EX: Para evitar decisões conflitantes sobre o fornecimento de medicamentos no Estado, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina aplicou, pela primeira vez no país, o Incidente de Demandas Repetitivas (IRDR) previsto no novo Código de Processo Civil, em vigor desde março. A decisão terá impacto em 30 mil processos judiciais que discutem a responsabilidade de custeio de remédios pelos municípios e pelo Estado catarinense.
O efeito da decisão Grupo de Câmaras de Direito Público do TJSC é imediato e é vinculante. Caso um juiz ou desembargador de Santa Catarina julgue matéria semelhante de forma contrária ao acórdão publicado dia 10 de novembro caberá recurso ao TJSC, que deve cassar a sentença. 
 DO INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA
O que é:
 É um mecanismo criado pelo atual CPC para permitir que, em causas em trâmite no tribunal, relevantes questões de direito, com GRANDE REPERCUSSÃO SOCIAL, mas sem repetição em múltiplos processos, que sejam objeto de recurso, remessa necessária ou causa de competência originária, SEJAM EXAMINADAS NÃO PELO ÓRGÃO FRACIONÁRIO A QUEM COMPETIRIA O JULGAMENTO, MAS POR ÓRGÃO COLEGIADO indicado pelo Regimento Interno, com força vinculante sobre os juízes, órgãos fracionários e tribunais subordinados. 
Auxilia os tribunais na uniformização da sua jurisprudência e a mantenham estável, íntegra e coerente, em atendimento aos princípios da isonomia e da segurança jurídica.
Processamento: 
Por meio do incidente, que pode ser instaurado em qualquer tribunal, inclusive nos superiores, o relator do recurso, remessa necessária ou causa de competência originária, de ofício ou a requerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, constatando a existência de relevante questão de direito, com grande repercussão social, proporá o julgamento pelo órgão colegiado, a quem competirá reconhecer se há ou não o interesse público alegado. Em caso afirmativo, assumirá a competência e procederá ao julgamento; em caso negativo, não assumirá a competência, e o julgamento será feito pelo órgão originário. 
Caberá ao regimento interno dos Tribunais indicar qual o órgão colegiado a quem competirá a assunção de competência, quando preenchidos os requisitos. 
A FINALIDADE DO INSTITUTO É IMPEDIR QUE, SOBRE RELEVANTES QUESTÕES DE DIREITO, COM GRANDE REPERCUSSÃO SOCIAL, MAS QUE NÃO POSSAM SER OBJETO INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS, OU DE JULGAMENTO DE RECURSO ESPECIAL OU EXTRAORDINÁRIO REPETITIVOS, POSSA HAVER DIVERGÊNCIA ENTRE ÓRGÃOS FRACIONÁRIOS (CÂMARAS OU TURMAS DO TRIBUNAL). 
Com a assunção de competência pelo órgão colegiado, assegura-se uma
solução uniforme. Daí a razão pela qual o § 4º do art. 947 esclarece: “O disposto
neste artigo se aplica quando ocorrer relevante questão de direito a respeito da qual
seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre câmaras ou
turmas do tribunal”. Consiste, portanto, em mecanismo que visa assegurar a
uniformidade da jurisprudência do tribunal a respeito de relevantes questões de
direito.
Proferida a solução pelo colegiado, a lei estabelece que ela terá força vinculante
sobre juízes e órgãos fracionários, que não poderão dar à questão de direito solução
distinta, sob pena de caber reclamação, nos termos do art. 988, IV, do CPC.
Órgãos fracionários 
Órgãos fracionários (Câmaras, Turmas ou Seções): São frações de um tribunal, são formas de o tribunal atuar mais eficientemente, dividindo o trabalho entre seus membros que continuarão a atuar colegiadamente já que os órgãos fracionários são sempre compostos de mais de dois magistrados
Câmaras são utilizadas nos Tribunais de Justiça e podem julgar isoladamente (Câmaras isoladas) ou reunidas (Câmaras reunidas);
Seção é a reunião de todas as Câmaras sobre uma mesma matéria. É a reunião das Câmaras que julgam os mesmos tipos de causa. Normalmente a Seção é composta para resolver divergências entre as Câmaras;
Turmas é o nome que se dá ao órgão fracionário dos tribunais federais (TRFs, Tribunais Superiores e Supremo...). Equivale à Câmara dos Tribunais de Justiça.
4- Enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local 
A respeito da quarta hipótese de improcedência liminar do pedido (contrariedade à súmula de tribunal de justiça sobre direito local, é importante registrar que, na lição de DIDIER JR., direito local é o direito “estadual ou municipal”. 
Súmula, que, por sua vez, é a condensação da tese jurídica firmada na decisão.
Para julgar liminarmente improcente o pedido contrário à súmula de tribunal de justiça sobre direito local o juiz deve encontrar a identidade de circunstâncias fáticas entre a causa em julgamento e a que emanou a jurisprudência vinculante, o que, por óbvio, induzirá o exame da tese jurídica.
5- Decadência e prescrição
o que concerne às duas últimas hipóteses de juízo liminar de improcedência do pedido (direito extinto pela decadência e pretensão atingida pela prescrição), é relevante trazer os conceitos de decadência e de prescrição, além de delimitar as ocasiões em que elas podem ser reconhecidas de ofício pelo juiz. 
A decadência é, segundo Francisco AMARAL, “a perda do direito potestativo pela inércia do seu titular no período determinado em lei”, cujo fundamento é a “necessidade de certeza e segurança nas relações jurídicas, com paz e ordem na sociedade”.
 A prescrição, também de acordo com AMARAL, é “a perda da pretensão em virtude da inércia do seu titular no prazo fixado em lei”, isto é, a perda da “pretensão de exigibilidade” do direito subjetivo (do titular), cujo fundamento é igual ao da decadência.
 Para DIDIER JR., somente podem ser reconhecidas de ofício a “decadência legal”[85] e a “prescrição envolvendo direitos indisponíveis”, porém, esta, nunca “em sentido desfavorável àqueles sujeitos protegidos constitucionalmente (consumidor, índio, idoso e trabalhador)”[86]. 
Dessa maneira, para decidir liminarmente pela improcedência do pedido nestas hipóteses, o juiz deve, primeiramente, averiguar se a causa permite a declaração ex officio (da decadência ou da prescrição) e, em seguida, examinar as circunstâncias de fato e os fundamentos jurídicos que embasam o pleito, com o propósito apreender a decadência ou a prescrição.
Requisitos para a improcedência liminar
1■ Que a causa dispense a fase instrutória. O juiz só deverá aplicar o art. 332 se a dispensa da fase instrutória puder ser verificada ab initio. Se houver alguma questão fática que possa tornar-se controvertida, o juiz não deverá valer-se do art. 332 e deverá mandar citar o réu. 
O julgamento liminarpressupõe que a questão de mérito seja só de direito, única situação em que, de plano, é possível verificar a desnecessidade da fase de instrução.
Fica ressalvada a hipótese de prescrição e decadência, casos em que o processo pode versar sobre questão de fato. Contudo, aí a pretensão ou o direito já estarão extintos, pelo transcurso in albis do prazo prescricional ou decadencial.
É, contudo, imprescindível para o julgamento liminar de improcedência do pedido, em qualquer uma das hipóteses, que a causa dispense a fase instrutória (art. 332, caput). Conforme Fredie DIDIDER JR., causa que prescinde de fase instrutória é “aquela cuja matéria fática pode ser comprovada pela prova documental” 
Requisitos 
2 ■ Que esteja presente qualquer uma das hipóteses do art. 332, I a IV, ou a do art. 332, § 1º. A aplicação do art. 332 do CPC se limita às hipóteses de total improcedência.
Nem poderia ser de outra forma: só assim se poderia dispensar a citação do réu, que não sofre nenhum prejuízo. Antes, só terá benefícios, pois obterá uma sentença inteiramente favorável sem nenhum ônus ou despesa, pois nem sequer terá de apresentar contestação. (Se o caso não for de total, mas de parcial improcedência, a citação será indispensável.)
Aplicação obrigatória ou facultativa??
Aplicação obrigatória
O CPC atual, no art. 332, caput, faz uso do imperativo: nos casos por ele previstos, o juiz julgará liminarmente o pedido. Diante dos termos da lei, não resta dúvida sobre o caráter cogente do dispositivo. Verificadas as hipóteses dos incisos e do § 1º do art. 332, o juiz deverá julgar liminarmente improcedente o pedido.
Nenhuma nulidade, no entanto, haverá se o juiz não aplicar o dispositivo e mandar citar ao réu.
O julgamento liminar de improcedência do pedido, ao contrário do que se pode pensar, não é faculdade, mas “dever do órgão judiciário”, porque “dar prosseguimento à pretensão inviável, prima facie, traduziria perturbação desnecessária à paz jurídica do réu” e descabido dispêndio de recursos públicos.
No mesmo sentido, NERY JUNIOR e NERY, asseveram que “seria perda de tempo, dinheiro e de atividade jurisdicional insistir-se na citação e na prática dos demais atos do processo, quando o juízo ou mesmo a jurisprudência como um todo já tem posição firmada quanto à pretensão deduzida pelo autor ou quando já se apurou que o pedido é caduco ou prescrito”. (NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Comentários ao código de processo civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015, p. 909)
A improcedência liminar parcial do pedido
O art. 356 do CPC permite o julgamento antecipado parcial do mérito se um dos pedidos ou parte deles mostrar-se incontroverso ou estiver em condições de imediato julgamento. 
Diante disso, não haverá óbice a que o juiz se valha da mesma regra para prolatar a improcedência liminar parcial do pedido, desde que, havendo cumulação de pedidos na inicial, em relação a alguns deles, estejam presentes as hipóteses do art. 332. 
É possível que, na inicial, o autor cumule dois pedidos: um deles versa sobre questão exclusivamente de direito, e a respeito dela já existe súmula ou julgamento repetitivo; o outro versa sobre questão de fato, ou questão de direito não sumulada nem decidida em julgamento repetitivo. 
Nada obsta que o juiz, de plano, julgue improcedente o primeiro pedido e determine o prosseguimento do processo e a citação do réu em relação ao segundo. Não haverá sentença de improcedência liminar, mas decisão interlocutória de improcedência liminar, contra a qual caberá agravo de instrumento.
D) Recebimento da petição inicial 
Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação, citando o réu para comparecimento.
- Manda citar o réu para a audiência do artigo 334 CPC. 
- Objetivo de estabelecer a auto composição
- Aqui o réu não apresenta a contestação. 
- Se o réu faltar é revel? Não! Ato atentatório a dignidade da Justiça. Multa de até 2% sobre o valor da causa. (Revertida para o Estado ou para a União. 
- Pode haver mais de uma audiência. 
- Dispensa se autor e réu não quiserem, conjuntamente. 
- Cejusc 
Posturas do Réu 4.3/10:21
- Com acordo: O juiz homologa o acordo. Finalizado o processo.

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