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AÇÕES AUTÔNOMAS IMPUGNATIVAS - HABEAS CORPUS

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AÇÕES AUTÔNOMAS IMPUGNATIVAS - HABEAS CORPUS 
 
1 – GENERALIDADES 
 
Em uma visão geral, tutela a liberdade de locomoção direita e indireta. 
Tem uma função moderna de tutelar, de maneira ampla, as liberdades fundamentais. 
 
Exemplos: A prisão domiciliar das mulheres – HC coletivo no STF/ Busca e apreensão 
domiciliar – foi completamente mudada no âmbito do STJ por meio de um HC individual/ 
Revisão periódica da prisão (art. 316, p. único, do CPP) – em HC individual o STF fixou (10 
votos a 1) a falta de revisão periódica não gera o relaxamento automático. 
 
 
2 – NATUREZA JURÍDICA 
 
O habeas corpus é uma ação autônoma impugnativa. No CPP ele é visto 
como recurso, mas na essência ele não é. 
Por que o HC não é recurso? Incialmente, porque ele existe 
independentemente de processo. Ele serve também após o trânsito em julgado, para 
impugnar decisões judiciais e atos administrativos ou de particulares. Por fim, o habeas 
corpus não tem prazo. 
 
 
3 – NATUREZA DAS DECISÕES 
 
a) Constitutiva - O habeas corpus pode gerar decisões constitutivas, 
como por exemplo, a decisão que anula a condenação após o trânsito 
em julgado. 
 
b) Declaratória – decisão que declara extinta a punibilidade. 
 
c) Mandamental (eficácia mais comum) – quando o juiz ou tribunal 
concedem a ordem e determinam a soltura. 
 
d) Condenatória – o habeas corpus pode ter eficácia condenatória. Esta 
hipótese está no artigo 653 do CPP. Diz que quando houver má fé ou 
evidente abuso de poder, a autoridade é condenada em custas. 
 
 
4 – INTERESSE DE AGIR – artigo 5º, LXVIII, da CF 
 
- Violência ou coação na liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder 
*Violência – “vis corporalis” é a violência física. 
*Coação – violência moral – qualquer conduta que possa acarretar restrição à liberdade 
de locomoção. 
 
4.1 – NÃO CABIMENTO DO HABEAS CORPUS 
 
a) Persecução penal à infração penal à qual seja cominada apenas a pena 
de multa – art. 51, do CP (não cabe a conversão da pena de multa em 
pena privativa de liberdade) + Súmula 693 do STF (não cabe HC 
contra decisão condenatória a pena de multa ou relativa a processo 
em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única 
culminada) 
 
Exemplo: Há alguns anos o STF ia discutir em HC a descriminalização do uso de drogas do 
artigo 28 da Lei 11.343/06 – Supremo percebeu que não podia discutir essa matéria em 
sede de habeas corpus, porque este artigo não fere, ainda que potencialmente a liberdade 
de locomoção, logo não cabe HC. Desta forma, a discussão está em sede de Recurso 
Extraordinário. 
 
b) Quando já estiver extinta a pena privativa de liberdade – Súmula 695 
do STF (não cabe HC quando estiver extinta a pena privativa de 
liberdade 
 
Exemplo: Vamos imaginar que a pessoa cumpriu a pena e, em seguida, foi extinta a pena 
privativa de liberdade (indultada ao final). Posteriormente, ao estudar o processo, verifica 
que há uma nulidade insanável (competência absoluta) = não pode usar o habeas corpus, 
porque não há lesão ou ameaça à liberdade de locomoção, pois a pena já foi extinta. Neste 
caso, caberia o manejo da revisão criminal. 
 
c) Não cabe o uso do habeas corpus no caso de exclusão de militar, perda 
de patente ou função pública – Súmula 694 do STF = Não cabe HC 
como tema principal desta discussão, pode para discutir outros 
elementos, como por exemplo, violação ao devido processo legal 
 
Exemplo: Pessoa condenada e como decorrência perdeu o cargo. Como pode usar o HC 
sem entrar no óbice desta Súmula 694 do STF para reverter a perda do cargo? Discutindo 
o mérito da condenação, como por exemplo, usando o habeas corpus para discutir alguma 
nulidade, algum vício do 648 do CPP. 
 
d) Não é permitido usar o habeas corpus para discutir a perda do cargo 
como efeito extra-penal específico da sentença condenatória 
transitada em julgado 
 
Não é possível usar este HC de maneira autônoma. No entanto, pode usar 
para discutir outros temas e de maneira reflexa isto ser revertido. 
 
Exemplo: Condenado criminalmente. Na sentença foi determinada a perda do cargo. Pode 
usar o HC para anular a condenação, por exemplo, violação do devido processo legal e na 
sequência a perda do cargo ser revertida. 
 
e) Não cabe o HC contra a apreensão de veículos 
Neste caso, pode ser feito um pedido de restituição para duas pessoas 
(delegado ou juiz). 
Da decisão do delegado caberá mandado de segurança. Da decisão do juiz 
cabe apelação do artigo 593, inciso II, do CPP. 
 
f) Não cabe o uso do HC em pedido de reabilitação 
O pedido de reabilitação é o que é feito após o cumprimento da pena. Se 
já está extinta a pena privativa de liberdade, não cabe o manejo de habeas corpus (Súmula 
695 do STF). 
 
g) Não cabe o manejo do habeas corpus para discutir custas processuais 
– Súmula 395 do STF. 
 
 
5 – POSSIBILIDADE JURÍDICA DO HABEAS CORPUS 
 
Um pedido é juridicamente impossível quando ele é excluído de análise 
apriorística pelo sistema. Artigo 142, § 2º, da CF – não cabe habeas corpus em relação as 
punições disciplinares militares. 
Jurisprudência: 
Cabe o HC para discutir legalidade; 
Cabe o HC para discutir o devido processo legal; 
 
 
6 – LEGITIMIDADE ATIVA – ARTIGO 654 DO CPP 
 
O impetrante pode ser qualquer pessoa, até mesmo o Ministério Público 
(artigo 654 do CPP e artigo 32, inciso I, da Lei 8625/93). 
A pessoa jurídica pode ser impetrante, não pode ser beneficiária ou 
paciente. 
O juiz pode conceder de ofício – artigo 654, § 2º, do CPP – “os juízes e os 
tribunais tem competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus quando no 
curso do processo verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação 
ilegal.” 
É mais comum a concessão de ofício pelos tribunais do que pelos juízes 
de primeiro grau. 
 
 
7 – LEGITIMADOS PASSIVOS 
 
Autoridade coatora é a pessoa responsável pela violação ou coação ilegal 
à liberdade de locomoção do paciente. 
Situação 1 – MP requer ao juiz e este defere determinando a instauração 
do inquérito policial. De quem partiu a ordem? Então o juiz é a autoridade coatora. 
Situação 2 – preso em flagrante é submetido a audiência de custódia. 
Nesta, o juiz decreta a prisão preventiva. 
a) Entre a prisão em flagrante e a audiência de custódia quem é a 
autoridade coatora? É o delegado. 
 
b) Após a custódia? O juiz é a autoridade coatora. 
 
Detentor é o executor da ordem. 
 
 
8 – MODALIDADES DE HABEAS CORPUS 
 
8.1 – QUANTO A TUTELA PRETENDIDA 
 
a) O habeas corpus pode ser preventivo – é aquele em que se tem uma 
ameaça potencial à liberdade de locomoção. Neste HC se pede a 
expedição de salvo conduto. 
 
Exemplo: HC da marcha da maconha (antes do STF dizer que era possível fazer protesto 
pedindo a descriminalização da maconha a questão era muito tormentosa e muitas 
pessoas eram presas pelo crime de apologia. Se entrava com um HC em favor daqueles 
que iriam se manifestar, pedindo a expedição de “salvo conduto”). 
 
b) Habeas corpus liberatório – já há lesão à liberdade de locomoção. 
 
Exemplo: Juiz decreta prisão preventiva, mas o acusado ainda não foi preso. Este HC é 
preventivo ou liberatório? Já há lesão, pois a ordem já foi dada. 
 
A depender da situação pode haver expedição de contramandado de 
prisão ou do alvará de soltura. 
 
c) Trancativo, profilático ou preservativo – o objetivo é discutir outros 
temas de maneira direta e a prisão é discutida indireta. 
 
Exemplo: Discutir prova ilícita, nulidade, incompetência. 
 
 
8.2 – BENEFICIÁRIO OU PACIENTE 
 
Por muito tempo só se permitiu o habeas corpus individual, que é aquele 
cujo o paciente é determinado desde a impetração. 
O HC individual pode ser: 
Multitudinário – quando há vários pacientes; 
 
HC coletivo - nele os pacientes não são determinados, embora sejam 
determináveis. 
HC das mulheres grávidas ou com filhos – STF disse queé possível HC 
coletivo, pois as pessoas beneficiadas serão identificáveis. 
Quem pode impetrar é o MP, Defensoria Pública, organização sindical, 
entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo 
menos 1 ano e também partido político com representação no Congresso Nacional. 
 
 
9 – HIPÓTESES DE HABEAS CORPUS – ARTIGO 648 DO CPP 
 
I – QUANDO NÃO HOUVER JUSTA CAUSA 
O conceito de justa causa tem encontrado na jurisprudência ampla 
incidência. 
Em primeiro, vem sendo dito que é o suporte probatório mínimo para o 
oferecimento da denúncia ou queixa. 
Há justa causa também é integrada pela tipicidade. Se o fato é atípico, 
então não há justa causa. 
Além disto, fala se que se estiver extinta a punibilidade não haverá justa 
causa. 
Tudo isto quando acolhido gera o trancamento do inquérito policial ou 
da ação penal. Então, falar em justa causa é falar em suporte probatório mínimo, 
tipicidade e extinção da punibilidade. 
 
II – QUANDO ALGUÉM ESTIVER PRESO POR MAIS TEMPO DO QUE DETERMINA A LEI 
 
Prazos do inquérito policial: 
a) Regra: 05 dias; 
b) Justiça Federal: 15 dias, podendo ser prorrogado por mais 15 dias; 
c) Tráfico de drogas: 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30 dias; 
d) Prisão temporária em crime hediondo: 30 dias, prorrogáveis por 
mais 30 dias. 
 
Vencido este prazo pode-se impetrar HC para relaxar a prisão (prisão 
torna-se ilegal). 
A jurisprudência diz que oferecida a denúncia fica superada a alegação 
de excesso de prazo. 
Artigo 316, parágrafo único – revisão a cada 90 dias, sob pena de tornar 
a prisão ilegal – a jurisprudência diz que não torna a prisão automaticamente ilegal. 
 
III – QUANDO QUEM ORDENAR A COAÇÃO NÃO TIVER COMPETÊNCIA PARA FAZER 
 
Quando for discutir incompetência, trata-se desta hipótese. 
Pouco importa se houve a decretação específica da prisão ou não. 
 
IV – QUANDO TIVER CESSADO O MOTIVO QUE AUTORIZOU A COAÇÃO 
 
Artigo 316 do CPP – “O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, 
revogar a prisão preventiva se, no correr da investigação ou do processo, verificar a falta 
de motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevierem razões 
que a justifiquem.” 
“Artigo 282, § 5º, do CPP – “O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, 
revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que 
subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.” 
 
Exemplos: Juiz decreta a prisão preventiva por conveniência da instrução criminal. 
Denúncia  Resposta a acusação  Audiência de instrução, debates e julgamento  
Sentença 
Se o único motivo pelo qual o acusado estiver preso for esse deve ser 
revogada a prisão preventiva. 
 
Proibição de frequentar determinado bar (todas as confusões são causadas quando ele 
frequenta este local). O bar foi fechado. Deve-se, então, revogar esta medida cautelar. 
 
V – QUANDO NÃO FOR ALGUÉM ADMITIDO A PRESTAR FIANÇA NOS CASOS EM QUE LHE 
A LEI AUTORIZE 
 
Arbitramento de fiança que não se pode pagar!!! 
Exemplo: Fiança para pessoas em situação de rua. 
Artigo 350 do CPP: “Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a 
situação econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às 
obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se 
for o caso.” 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art327
Como demonstrar que a pessoa não pode pagar? O STJ diz que se o único 
motivo pelo qual a pessoa não foi solta é a falta do pagamento da fiança deverá incidir o 
artigo 350 do CPP. 
 
VI – PROCESSO MANIFESTAMENTE NULO 
 
VII – CASO ESTEJA EXTINTA A PUNIBILIDADE 
 
 
10 – COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO DO HABEAS CORPUS 
 
 |STF 
 |STJ 
 |TJ 
 |Juiz 
Delegado| 
 
a) Artigo 105, inciso I, “c”, da CF – Ministro de Estado – O Ministro da Justiça 
determinou a instauração de inquérito policial contra pessoas que criticaram o 
Presidente da República. Contra ele cabe HC no âmbito STJ. 
 
b) Quando autoridade coatora for particular – a competência para julgamento é do 
juiz. 
 
c) Se for promotor a autoridade coatora a competência será do TJ 
 
d) Se a autoridade coatora for a Turma Recursal a competência será do TJ 
 
e) Artigo 102, inciso I, “d” 
 
 
11 – LIMINAR EM HABEAS CORPUS – ARTIGO 7º, INCISO III, DA LEI 12016/09 
 
Não há previsão de liminar em habeas corpus. Aplica-se por analogia a 
previsão existente para liminar em mandado de segurança. 
Súmula 691 do STF – não compete ao STF conhecer de HC impetrado 
contra a decisão de relator que, em HC requerido a tribunal superior, indefere a liminar. 
Exemplo: O TJ decreta a prisão preventiva  HC no STJ que nega a liminar  desta 
decisão a súmula diz que não cabe HC no STF. 
Na origem, temos abusos nos habeas corpus. Acontecia o seguinte: 
Por exemplo, o juiz indefere o reconhecimento de sua incompetência  HC no TJ que nega 
a liminar  HC no STJ que nega liminar  HC no STF 
 
Uma semana depois de editada a Súmula 691, chegou ao Supremo a seguinte situação: 
 
Juiz decretou a prisão preventiva por conveniência da instrução criminal  encerrada a 
instrução o juiz não revoga a prisão preventiva  HC para o TRF que nega a liminar  HC 
no STJ que nega a liminar (entre isso foi editada a Súmula 691) HC no STF 
Por isso, o STF criou a exceção: “se a decisão pela prisão for teratológica 
(absurda), supera-se a Súmula 691 do STF.” 
 
 
12 – HABEAS CORPUS E SEUS RECURSOS 
 
Da sentença do juiz cabe RESE para o TJ – artigo 581, inciso X, do CPP. 
Do acórdão do TJ cabe ROC para o STJ – artigo 105, inciso II, “a”, da CF. 
A CF diz que cabe o ROC quando a decisão for denegatória. Entretanto, 
quando se pede a liberdade e o tribunal concede cautelar diversa da prisão o HC foi 
concedido em parte, então cabe o ROC. 
HC substitutivo de ROC – o STF disse que se cabe recurso específico não 
cabe habeas corpus. Todavia, se a decisão for teratológica, concede-se o HC de ofício.

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