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TEORIA GERAL DOS RECURSOS E RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS RECURSOS - PRINCIPAIS JUSTIFICATIVAS A) Possibilidade de controle externo (processual) e externo (social) dos atos jurisdicionais decisórios; - “A justiça tem de ser e também de parecer justa” (Calamandrei) B) MAIOR CONFIABILIDADE DAS DECISÕES DE PRIMEIRO GRAU, cujo juízes, por saberem da possibilidade de serem aquelas revistas, terão maior interesse em decidir de modo a não gerar motivos para um eventual recurso C) MAIOR EXPERIÊNCIA DOS JUÍZES DE SEGUNDO GRAU, que, além disso, farão o julgamento em composição colegiada, com possibilidade (desejada) de diálogo ou debate entre os julgadores. D) EXERCÍCIO DO DIREITO AO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO (PARA O RÉU) - Pacto de San José da Costa Rica (Convenção Americana Sobre Direitos Humanos – Decreto 678/92: 8.2.H Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade as seguintes garantias mínimas: h) direito de recorrer da sentença para o juiz ou tribunal superior. - Na CF pode ser extraído, implicitamente, do direito à ampla defesa (art. 5º, inciso LV – “... assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”, bem como da própria estruturação e funcionamento do poder judiciário. - Possível distinção: Direito ao recurso: decorre do direito de ação e do contraditório. Direito ao duplo grau de jurisdição: decorre da ampla defesa (e do princípio do favor rei). - Críticas: - Maior duração do processo; - Desprestígio do juiz de primeiro grau; - Facilitação de julgamentos contraditórios I – PRESSUPOSTOS 1 – OBJETIVOS a) Previsão legal (cabimento) b) Tempestividade c) Adequação (quanto ao recurso e quanto à sua forma) d) Ausência de fator impeditivo (renúncia, deserção, desistência) 2 – SUBJETIVOS a) Legitimidade* b) Sucumbência** c) Interesse de recorrer*** * Ministério Público pode recorrer a favor do réu, pois é sempre interessado na solução justa e legal das causas penais (custos juris). Na ação penal privada, porém, não pode recorrer para agravar a pena ou reformar a sentença absolutória. “** A sucumbência nada mais é senão aquela desconformidade entre o que foi pedido e o que foi concedido” (Tourinho Filho). Sob uma ótica prospectiva, é a vantagem a ser obtida, e não apenas o prejuízo a ser reparado (Grinover, Magalhães e Scarance). *** Nos recursos extraordinários, só a sucumbência não confere interesse para recorrer, pois o prejuízo ou injustiça da decisão recorrida não basta, como nos recursos ordinários, para autorizar o acesso aos tribunais superiores. “Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor. Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão.” II – CLASSIFICAÇÃO 1 – VOLUNTÁRIO – artigo 574, caput, do CPP 2 – DE OFÍCIO Na verdade, trata-se de decisões que exigem confirmação pelo Tribunal para terem validade: Concessão de Habeas Corpus – 574, I Concessão de reabilitação – 746 Arquivamento ou absolvição de crimes contra a saúde pública ou economia popular – 7º, da Lei 1.521/51 3 – TOTAL ou PARCIAL (quanto à sua extensão cognitiva) 4 – De FUNDAMENTAÇÃO LIVRE (regra) e de FUNDAMENTAÇÃO VINCULADA (RE e RESP – CPC, arts. 1029 e ss); Apelação no Tribunal do Júri – art. 593, III, do CPP; Embargos de divergência – arts. 1043 do CPC e 266, do RISTJ 5 – ORDINÁRIOS (proteção imediata ao direito subjetivo, matéria de fato e de direito) e EXTRAORDINÁRIOS (proteção imediata ao direito objetivo, matéria de direito) 6 – CONSTITUCIONAIS, LEGAIS e REGIMENTAIS (conforme sua fonte normativa) III – EFEITOS 1 – DEVOLUTIVO (Todos os recursos têm) 2 – SUSPENSIVO (sentença condenatória) “Art. 596. A apelação da sentença absolutória não impedirá que o réu seja posto imediatamente em liberdade. Art. 597. A apelação de sentença condenatória terá efeito suspensivo, salvo o disposto no art. 393, a aplicação provisória de interdições de direitos e de medidas de segurança (arts. 374 e 378), e o caso de suspensão condicional de pena.” 3 – OBSTATIVO (da coisa julgada) 4 – REGRESSIVO (iterativo ou diferido. EX: Recurso em sentido estrito – art. 589, do CPP) 5 – TRANSLATIVO (ou efeito devolutivo em profundidade – art. 1.034, parágrafo único, do CPC/2015) 5.1 – EFEITO TRANSLATIVO DOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS (tema ainda controverso) “Este Tribunal Superior possui entendimento pacificado no sentido de que a alegação de que seriam matérias de ordem pública ou traduziriam nulidade absoluta não constitui fórmula mágica que obrigaria as Cortes a se manifestarem acerca de temas que não foram oportunamente arguidos ou em relação aos quais o recurso não preenche os pressupostos de admissibilidade (REsp1439866/MG, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 24/04/2014, DJe 6/5/2014)” (AgRg no AREsp n.358.037/ES, Rel. Ministro Nefi Cordeiro, 6ª T., DJe17/3/2015, destaquei) “A tendência, porém, é que o STJ, seguindo os passos já trilhados pelo STF (Sum456) e a redação do art. 1034, Parágrafo único, do CPC de 2015), caminhe para também http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art393 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art374 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art378 entender que, se o Resp vier a ser por qualquer fundamento conhecido (juízo de admissibilidade positivo), seja permitido, por consequência, o conhecimento de ofício das matérias de ordem pública não prequestionadas no tribunal de origem.” IV – PRINCÍPIOS a) Taxatividade b) Unirrecorribilidade (salvo RE c/c REsp – art. 1031, do CPC c) Complementariedade d) Fungibilidade (art. 579) e) Dialeticidade f) Disponibilidade (relativa) g) Proibição da reformatio in pejus (art. 617) [...] 3. A proibição de reforma para pior garante ao réu o direito de não ver sua situação agravada, direta ou indiretamente, em recurso exclusivo da defesa, mas não obsta que o Tribunal, para dizer o direito-exercendo, portanto, sua soberana função de jurisdictio -, encontre fundamentos e motivação própria para manter a condenação, respeitadas, à evidência, a imputação deduzida pelo órgão de acusação e as questões debatidas na sentença condenatória. 4. Para o exame das fronteiras que delimitam a proibição de reforma para pior deve ser analisado cada item do dispositivo da pena e não apenas a quantidade total da reprimenda. Assim, se o Tribunal exclui, em apelo exclusivo da defesa, circunstância judicial do art.59 do CP erroneamente valorada na sentença, deve reduzir, como consectário lógico, a pena básica e não mantê-la inalterada, pois, do contrário, estará agravando o quantum atribuído anteriormente a cada uma das vetoriais. 5. Deve ser reconhecido o constrangimento ilegal no ponto em que o Tribunal de origem, na apelação da defesa, considerou desfavoráveis ao paciente duas circunstâncias judiciais - em vez das três valoradas na sentença -, mas não reduziu a pena básica, aumentando a quantidade de pena atribuída às vetoriais remanescentes. 6. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício para redimensionarem 23 anos e 4 meses de reclusão e 12dias – multa a pena definitiva do paciente. (HC251.417/ MG, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em03/11/2015, DJe19/11/2015) V – CONHECIMENTO E PROVIMENTO DO RECURSO O conhecimento diz respeito as condições de admissibilidade. É um juízo de prelibação, feito tanto nos juízos a quo e ad quem. Fala-se em conhecimento ou admissibilidade do recurso O juízo de mérito é o juiz de delibação é sempre feito ao juízo ad quem. Fala- se em provimentoou desprovimento do recurso. Quando se trata de um pedido de reforma da decisão, estamos falando de algo que diz respeito ao conteúdo do ato. Quando se trata de um erro de julgamento “ERROR IN JUDICANDO” -> Conteúdo do ato -> REFORMA. Por outro lado, se estamos tratando de um erro de procedimento, estamos cuidando de um pedido de anulação ou desconstituição daquele ato que está em desconformidade, segundo o recorrente, ao modelo legal. Então temos o “ERROR IN PROCEDENDO” -> Forma do ato -> ANULAÇÃO. VI – PRAZOS DE INTERPOSIÇÃO (15 dias) 1 – CONTAGEM DE PRAZO PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO “[...] 3. Incumbe ao Ministério Público a preservação da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (art. 127 da CF), o que autoriza a otimização da eficiência dos serviços oficiais, dependentes do acompanhamento e da fiscalização de vultosa quantidade de processos. Daí a necessidade e a justificativa para que a intimação pessoal seja aperfeiçoada com a vista dos autos (conforme disposto expressamente no art. 41, IV, da Lei n. 8.625/1993 e no art. 18, II, "h", da LCn. 75/1993). Raciocínio válido também para a Defensoria Pública (arts. 4º, V, e 44, I, da LC n. 80/ 1994), dada sua equivalente essencialidade à função jurisdicional do Estado (art. 134 da CF) e as peculiaridades de sua atuação. 4. Para o escorreito desempenho de suas atribuições constitucionais e legais, a intimação pessoal dos membros do Ministério Público é também objeto de expressa previsão no novo CPC, no art. 180 (repetindo o que já dizia o CPC de 1973, em seu art. 236, § 2º), semelhantemente ao disposto no art. 370, § 4º, do Código de Processo Penal. [...] 8. Recurso especial provido para reconhecer a tempestividade da apelação interposta pelo Ministério Público Federal e determinar ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região que julgue o recurso ministerial. DEFENSORIA PÚBLICA PRAZO EM DOBRO O art. 1024, § 5º, do CPC/2015 prevê que se os embargos de declaração não forem acolhidos ou, ainda que o sendo, não alterem o conteúdo da decisão, o recurso interposto antes da publicação da decisão dos embargos não necessitará de ratificação. Assim, a Corte Especial do STJ cancelou a Súmula 418 e editou nova Sumula, a 579: “Não é necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do julgamento dos embargos de declaração, quando inalterado o resultado anterior”. TESE: o termo inicial da contagem do prazo para impugnar decisão é, para o Ministério Público, a data da entrega dos autos na repartição administrativa do órgão, sendo irrelevante que a intimação pessoal tenha se dado em audiência, em cartório ou por mandado. REsp 1.349.935/SE, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, 3. SEÇÃO, julgado em 23/08/2017, P.S. A tese se aplica também para Defensores Públicos. VII – EXTINÇÃO DOS RECURSOS VII – RECURSOS EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL AMBOS: - São extraordinários (lato sensu); - Cabíveis apenas quando já esgotados os meios ordinários de impugnação; Somente cambem contra “causas decididas” ou “decisões finais”. - Dirigem-se aos tribunais da cúpula judiciária, não se prestando à correção de injustiças; Recursos ordinários -> buscam imediatamente a proteção do direito subjetivo, ius litigatoris (com o suporte do direito objetivo). RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS -> destinam-se, prioritariamente, à guarda do direito objetivo, da ordem jurídica (ius constitutionis). - São de fundamentação vinculada. 1 – NATUREZA DESERÇÃO Falta de pagamento das custas na ação penal privada (art. 806, § 2º); DESISTÊNCIA Decorrência da voluntariedade dos recursos. Para o Ministério Público, porém, é vedado (art. 576). DESISTÊNCIA Anterior à interposição do recurso; Havendo divergência com o defensor, prevalece a vontade de recorrer; Súmula 705: a renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do defensor, não impede o conhecimento da apelação por este interposta. Embora o artigo 1029 do CPC não aumente o espectro de cabimento dos recursos especial e extraordinário, o inciso III se refere às “razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida”, o que sugere a natureza dúplice desses recursos: de cassação (no valor de error in procedendo) e de revisão (no caso de error in judicando). Em artigo de 2011, o Ministro Teori Zavascki saliente que: [...]Falo em crise de identidade porque até hoje e desde sempre nunca ficou bem identificado no sistema brasileiro se esse é um recurso de cassação ou se é um recurso de revisão. A prática tem mostrado que os dois tribunais encarregados de julgar esses recursos ora os tratam como recursos de cassação, ora como de revisão. [...] (ZAVASCKI, Teori Albino. Pressupostos de admissibilidade do recurso especial no STJ. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL BRASIL – ALEMANHA THOMPSON FLORES, 2., 2011, Florianópolis, SC. II Seminário... Brasília: Conselho da Justiça Federal, Centro de Estudos Judiciários, 2011. p. 90 - 98. (Série cadernos CEJ; 27). Disponível em: <http://bdjur.stj.jus.br/dspace/handle/2011/45998>. Acesso em: 27 abr. 2012.) O artigo 1034 (“Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, o [STF ou o STJ] julgará o processo, aplicando o direito”) indica que os nossos tribunais não são de cassação, pois não se limitam, necessariamente, a “reenviar” o caso à Corte de origem. 2 – QUESTÕES COMUNS A AMBOS OS RECURSOS 2.1 – TEMPESTIVIDADE Interposição no prazo comum de 15 dias, perante o Presidente do Tribunal recorrido (artigo 1003, § 5º, do CPC). Não ocorrerá preclusão consumativa se, dentro do prazo, os recursos são interpostos em dias distintos. RE e REsp devem correr em petições distintas (art. 1029), sob pena de não conhecimento (Súmula 126 do STJ) 2.2 – REGULARIDADE FORMAL Fundamentação deficiente que inviabiliza a sua compreensão e da controvérsia, motiva o não conhecimento do recurso (Súmula 284 do STF). Prequestionamento: é necessário, ainda, a demonstração do debate da questão jurídica (federal ou constitucional) no acórdão impugnado (Súmula 282 do STF). Se a decisão prolatada na instância ordinária foi omissa quanto à matéria federal ou constitucional, a parte sucumbente deve opor Embargos de Declaração, sob pena de ter o seguimento do RE ou do REsp liminarmente obstruído (Súmula 356 do STF e Súmula 211 do STJ, já revogada). Confira-se o artigo 1025, do CPC, verbis: “Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.” OBS: é preciso que a questão jurídica já tenha sido provocada pela parte anteriormente; não cabe opor embargos para forçar o tribunal a discutir algo que não constituía objeto do recurso, salvo se a questão surgiu apenas no julgamento do recurso ordinário. 2.3 – EFEITO (apenas devolutivo) Então, em 2016: O STF reviu novamente seu entendimento sobre execução provisória da pena definida no acórdão, antes do julgamento de RE e REsp (HC 126.292/SP), de modo que, julgada a apelação (ou a ação penal originária), já poderia ser iniciada a execução da pena, mesmo na pendência de RE ou REsp, que não têm efeito suspensivo. EM 2019: Porém, ao julgar o mérito das ADCs n. 43, 44 e 54, em novembro de 2019, o STF voltou a entender que SOMENTE COM O TRÂNSITO EM JULGADO DA CONDENAÇÃO pode ser iniciada a execução da pena. 2.4 – OBJETO Questão jurídica: Súmula 7 do STJ: “a pretensão de simples reexame de prova não ensejarecurso especial.” Súmula 279 do STF: “para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário.” Revaloração da prova (sim) x Reexame de prova (não) “A valoração da prova refere-se ao valor jurídico dessa, sua admissão ou não em face da lei que a disciplina, podendo ser ainda a contrariedade a princípio ou regra jurídica do campo probatório, questão unicamente de direito, passível de exame nesta Corte. O reexame da prova implica a reapreciação dos elementos probatórios para concluir-se se eles foram ou não bem interpretados, constituindo matéria de fato, soberanamente decidida pelas instâncias ordinárias, insuscetível de revisão no recurso especial” (ARESP 420.217/SC, rel. Min Eliana Calmon. 2ªT, j. 4/6/2002, DJU 16/12/2002, p. 301). O STF, em 2009, havia modificado seu entendimento sobre a execução do acórdão antes do julgamento do RE e do REsp (HC 84078/MG) -> o réu tem direito de permanecer em liberdade, enquanto não transitar em julgado a condenação, salvo hipótese de prisão cautelar (art. 312 do CPP). 2.5 – ADMISSIBILIDADE (dúplice) Verificada tanto no tribunal a quo quanto no tribunal ad quem. No juízo de admissibilidade (precário), o Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal a quo (art. 1030 do CPC), verificada a admissibilidade do recurso, remeterá o feito à Corte Superior, desde que: a) O recurso ainda não tenho sido submetido ao regime de repercussão geral ou de julgamento de recursos repetitivos; b) O recurso tenha sido selecionado como representativo da controvérsia; ou c) O tribunal recorrido tenha refutado o juízo da retratação. Poderá, ainda, o Presidente do Tribunal (ou o Vice), se não (a) nega seguimento ou (b) inadmitir o recurso: Selecionar o recurso como representativo de controvérsia constitucional ou infraconstitucional, nos termos do § 6º, do artigo 1036 (inciso IV) Encaminhar o processo ao órgão julgador para a realização do juízo de retratação, se o acórdão recorrido divergir do entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça exarado, conforme o caso, nos regimes de repercussão geral ou de recursos repetitivos; Sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não decidida pelo STF ou pelo STJ, conforme se trate de matéria constitucional ou infraconstitucional. O PRESIDENTE (OU VICE) DO TRIBUNAL DEVERÁ: I – NEGAR SEGUIMENTO (decisão contra qual cabe AGRAVO INTERNO – artigo 1030, § 1º): a) A recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o STF tenha reconhecido a inexistência de repercussão geral ou a recurso extraordinário interposto contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento do STF exarado no regime de repercussão geral; b) A recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento do STJ exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos; II – INADMITIR (o RE ou REsp, desfiando AGRAVO em RE e em REsp – 1042 c/c 1030, § 2º) nas hipóteses de não cabimento, intempestividade, falta de preenchimento dos requisitos formais, etc. VIII – CABIMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO – ART. 102, III, “a”, “b” e “c”, da CF/88 Decisão definitiva (de juiz ou tribunal) em única ou última instância que: - Contrariar diretamente dispositivo da CF; - Declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; - Julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da CF. a) Não se considera lei federal: regimento interno de tribunal (súmula 399 STF); ato normativo/ portaria ministerial; resolução de autarquia; provimento da OAB; b) Decisão recorrida apoiada em mais de um fundamento suficiente e o RE (ou o REsp) não abrange todos eles -> inadmite-se o RE (ou o REsp) (Súmula 283 STF); c) Repercussão geral (art. 102, § 3º, CF): é necessário destacar item próprio da petição de RE, onde o recorrente demonstrará a existência de repercussão geral, a qual, também no crime NÃO se presume. 1 – REPERCUSSÃO GERAL Para efeito de repercussão geral, será considera a existência ou não de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do processo (§ 1º do art. 1035). Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que: I – Contrarie súmula ou jurisprudência dominante do STF; III – Tenha reconhecido a inconstitucionalidade de trato ou de lei federal (§ 3º do art. 1035). IX – CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL a) Causa decidida em única ou última instância pelos Tribunais (TRFs, TJ dos Estados e do DF); b) Decisão definitiva (de que não caiba mais recurso ordinário) Súmula 207 – inadmissível quando cabíveis embargos infringentes c) Existência de contencioso federal (art. 105, III, a, b e c, CF), o que ocorre quando a decisão: - Contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhe vigência; - Julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face de lei federal; - Der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. 1 – OBJETIVOS 1. Preservação da inteireza da lei federal (“a” – contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhe vigência) 2. Preservação de sua autoridade (“b” – julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face de lei federal) 3. Preservação de sua interpretação uniforme (“c” – der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal).
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