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A MONTAGEM

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A MONTAGEM – Jackes Aumont
Cinema: arte da combinação e da organização.
A montagem é uma atividade técnica especializada que consiste em 3 operações: seleção, agrupamento e junção. O objeto da montagem são os planos de um filme, e as modalidades de ação são a organização desses planos e sua duração.
A fragmentação de um plano pode ser considerada de duas maneiras: em sua duração e em seus parâmetros visuais e espaciais (efeitos plásticos, cortes ou colagens). 
A montagem trata do relacionamento de dois ou muitos elementos que produz este ou aquele efeito particular não contido em nenhum dos elementos iniciais tomados isoladamente. 
Definição ampliada da montagem: A montagem é o princípio que rege a organização de elementos fílmicos visuais e sonoros, ou de agrupamentos de tais elementos, justapondo-se, encadeando-se e/ou organizando sua duração.
O principal efeito estético do surgimento da montagem foi a libertação da câmera, a mobilização da câmera, até então presa em planos fixos.
A principal função da montagem é a função narrativa, que garante o encadeamento da ação segundo uma relação de causalidade ou temporalidade diegéticas.
Montagem expressiva é aquela que possui a finalidade de gerar sentido por si mesma, pelo choque de duas imagens, um sentimento ou uma ideia. Ela cria o movimento, o ritmo e a ideia. Toda montagem é produtiva, mesmo que não seja expressiva, e sempre gera significação e emoção.
Funções da montagem: 
Sintática (garante relações formais): efeitos de ligação, disjunção, pontuação e demarcação. Efeitos de alternância (montagem alternada) ou linearidade.
Semântica: produção de sentido conotado ou denotado e da diegese fílmica
Rítmica: “música da imagem”, ritmos espaciais.
Ideologias da montagem: montagem-rei (valorização forte do princípio de montagem) VERSUS desvalorização da montagem e submissão de seus efeitos à narração ou representação do mundo.
ANDRÉ BASIN: cinema da transparência, montagem sem efeitos e sem influência na narração. Fala da ambiguidade imanente ao real, já que nenhum evento é dotado de sentido a priori. O cinema deve reproduzir o real respeitando essa característica. Ele reduz o lugar da montagem.
Concepções relativas à montagem:
Montagem proibida: a montagem é proibida quando o essencial de um evento depende de 2 ou vários fatores de ação. O importante é o evento como pertencendo ao mundo real. 
Transparência: mostrar os eventos e não se deixar ver como um filme, evento real em sua continuidade. Raccord é qualquer mudança de plano apagada enquanto tal, isto é, como qualquer figura de mudança de plano em que há esforço de preservar, de ambos os lados da colagem, elemento de continuidade.
A recusa da montagem sem raccord: não considera a existência de fenômenos de montagem que não a passagem de um plano ao seguinte. Valoriza a profundidade de campo e plano-sequência, porque gera um lucro de realismo.
EISENSTEIN
O filme não tem como tarefa reproduzir o real sem intervir sobre ele, mas ao contrário, deve refletir esse real, atribuindo a ele, ao mesmo tempo, um certo juízo ideológico (mantendo um discurso ideológico). 
O fragmento e o conflito: fragmento é uma unidade fílmica de discurso, filme como discurso articulado. O conflito deve ser surpreendente por sua extensão e sistematização e deve ser a interação entre duas unidades do discurso. Montagem produtiva.
Extensão da noção de montagem: montagem produz significado. Os elementos sonoros possuem igual importância das imagens e de maneira autônoma. Podem reforçar, contradizer ou manter o discurso da imagem.
A influência sobre o espectador: a forma fílmica tem a tarefa de modelar o espectador.
O que interessa a Bazin é quase exclusivamente a reprodução fiel, objetiva de uma realidade que carrega todo o sentido em si mesma, enquanto Eisenstein só concebe o filme como discurso articulado, assertivo, que só faz se sustentar por uma referência figurativa ao real.

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