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APELAÇÃO II - PRÁTICA JUR

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AO JUÍZO DE DIREITO DA 1° VARA CÍVEL DA COMARCA DE JACAREPAGUÁ / RJ
AUTOS DO PROCESSO nº X
GEDALVA SILVA, já qualificada nos autos supramencionados, da AÇÃO DE INDENIZAÇÃO, que move contra CLÍNICA ESTRELINHA BOA FORMA, também já qualificado nos autos supra mencionados, tendo Vossa Excelência julgado EXTINTO o processo e não se conformando a suplicante, data vênia, com a respeitável decisão proferida, vem, por sua advogada signatária, inscrita na OAB X, com escritório situado na rua X, nº X, bairro X, cidade X, CEP X, no Estado de X, onde recebe intimações, interpor, nos moldes do art. 1009 do CPC, o presente recurso de APELAÇÃO, no prazo legal, para a Egrégia instância superior, para o que solicita que Vossa Excelência o receba e determine a intimação da parte adversa para apresentação de contrarrazões, remetendo-se o processo, oportunamente, ao Tribunal ad quem, tudo segundo a exposição e as razões que seguem anexas.
Pede deferimento
Local X, 26/05/2021
Advogado X – OAB X
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RAZÕES DE APELAÇÃO
APELANTE: GEDALVA SILVA, (nacionalidade) X, (estado civil) X, (profissão) X, portador (a) da Cédula de Identidade de nº X, inscrita no CPF de nº X, (endereço eletrônico) X, residente na rua X, nº X, bairro X, Camboriú /SC, CEP X.
APELADO: CLÍNICA ESTRELINHA BOA FORMA, (nacionalidade) X, (estado civil) X, (profissão) X, portador (a) da Cédula de Identidade de nº X, inscrita no CPF de nº X, (endereço eletrônico) X, residente na rua X, nº X, bairro X, Camboriú /SC, CEP X.
Eminente Desembargador Relator!
Colenda Câmara!
1. FATOS
Gedalva Silva, ao ler anúncio em site de compras coletivas, comprou um pacote de tratamento estético na Clínica Estrelinha Boa Forma, a realizar 10 sessões de drenagem linfática e bronzeamento artificial. Ocorre que, ao longo do tratamento, na 4ª sessão estética, Gedalva percebe que seu corpo começa a apresentar manchas. Em continuação ao tratamento, Gedalva sofre, na 10ª sessão, sérias queimaduras corporais, apresentando cicatrizes e manchas que nunca mais sairão do seu corpo. 
Passados 4 anos do incidente, Gedalva ajuizou ação indenizatória contra a Clínica, alegando a má prestação de serviço que lhe teria deixado graves sequelas. Requereu ao final o valor de R$ 50.000,00 a título de danos materiais e R$ 40.000,00 a título de danos morais, e fez juntar aos autos comprovantes das despesas decorrentes do tratamento. Em contestação, a Ré alegou que não seria responsável pelos danos, uma vez que foram causados pelos aparelhos fabricados não por ela, mas por empresa italiana. Alegou, também, a ocorrência de prescrição, com base no Código Civil, que estabelece o prazo de 3 anos para reparação civil. Como entre a data do fato e o ajuizamento da demanda transcorreram 4 anos, a demanda estaria fulminada pela prescrição. 
Em primeiro grau foram realizados perícia e demais atos probatórios, tendo todos atestado a ocorrência do dano e do nexo de causalidade. No entanto, ao proferir sentença, a autoridade julgadora da 1ª Vara Cível de Jacarepaguá RJ enfrentando todos os argumentos, em primeiro lugar não acolheu o pedido da Autora, pois a responsabilidade teria sido da fabricante, porém reconhecendo inexistir qualquer identificação de tal fabricante, sendo impossível encontrar a origem da mencionada empresa italiana. Mesmo assim, de nada adiantaria, já que acolheu de pronto a alegação da prescrição e julgou extinto o processo nos termos do art. 487, II, do CPC/2015, condenando a parte autora no ônus sucumbencial em 10% sobre o valor da causa. A decisão foi publicada no Diário da Justiça em 03/05/2021, sendo as partes intimadas no dia 05/05/2021 
Ora, douto relator, verifica-se que a sentença, com as devidas vênias, incorreu em vários erros não restando alternativa a apelante a não ser recorrer a este Egrégio Tribunal de Justiça na esperança que, no seu caso, seja feita justiça.
2. DOS PRESSUPOSTOS RECURSAIS
A presente apelação é tempestiva, visto que a intimação da sentença ocorreu em 05/05/2021. Assim o prazo de 15 dias úteis para interposição do recurso termina no dia 26/05/2021 (art. 219, caput, c/c o artigo 1.003, parágrafo 5º do CPC).
Inicialmente, cumpre destacar que é cabível no presente caso o recurso de apelação, conforme o artigo 1009 do CPC, isso porque foi extinto o processo, nos termos do artigo 487, I do CPC e deu fim a fase cognitiva do procedimento comum. Além do mais, a apelada é parte legítima, pois é parte vencida, conforme disposição do artigo 996 do CPC. Assim, o recurso que foi interposto nos moldes do art. 1.009 do CPC merece ser conhecido por preencher os pressupostos recursais.
A apelante acosta o comprovante de recolhimento do preparo, cuja guia, correspondente ao valor de R$ X, atende à tabela de custas deste Tribunal.
3. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
A apelante adquiriu serviço como destinatária final, e a apelada desenvolve prestação de serviços, logo é indubitável a aplicação do Código de Defesa do Consumidor. O ordenamento nos art. 12 e 14 do CDC impõe aos prestadores de serviço responsabilidade objetiva, isto é, a demonstração do nexo causal e dano já são requisitos suficiente para uma condenação.
Sendo assim, a alegação de que a culpa é da fabricante do aparelho utilizado no tratamento estético não merece prospera, pois a Clínica Estrelinha Boa Forma poderia utilizar dos meios processuais cabíveis — ação regressiva, denunciação da lide — para conseguir uma reparação de uma eventual condenação.
Ademais, conforme o Código Civil no art. 927 e o princípio da reparação integral, aquele que causa dano a outro, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito e, por conseguinte, há o dever de indenizar.
Ora, douto relator, o que se verifica é que a Apelada tenta esquivar de sua responsabilidade e não sabe manejar os meios processuais adequado para pleitear seus direitos. Noutro giro, o Juízo a quo, quando reconheceu a prescrição cometeu outro erro in judicando. Isto porque, aplica-se o Código de Defesa do Consumidor no seu art. 27, sendo assim o prazo prescricional é de 5 anos.
O operador do Direito deve interpretar as normas utilizando o método lógico e sistemático e não apenas o gramatical. No caso concreto, verifica-se o conflito aparente de normas que deve ser resolvido pelo princípio da especialidade que reza que lex specialis derogat generali, isto é, o Código Civil está derrogado pelo Código de Defesa do Consumidor e, por conseguinte, a prescrição ocorreria em 5 anos.
Data máxima vênia, mas o juízo a quo ao acolher os argumentos da ré cometeu um erro jurídico teratológico.
Por fim, o Código de Processo Civil dispõe que o tribunal, ao analisar o recurso, elevará a condenação dos honorários, tendo em vista o trabalho adicional do advogado. 
Fica desde já prequestionada a violação à Lei Federal (art 2º, 3º 6º, inciso VI, 14 27 do Código de Defesa do Consumidor) e à norma Constitucional (art. 5, XXXIII da Carta Magna)
Diante tudo que foi apresentado nesta peça recursal não há que ser mantida a R. sentença proferida pelo Douto Magistrado a quo.
Estando suficientemente instruído este recurso,
REQUER
Dignem-se Vossas Excelências, diante dos relevantes fundamentos retro descritos, a ADMITIR este recurso em ambos efeitos, e, por ser de direito e justiça, dar PROVIMENTO ao presente recurso de apelação para reformar a sentença proferida em primeiro grau, julgando-se totalmente improcedente o presente feito.
Pede deferimento.
Local X, 26/05/2021
Advogado X – OAB X

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