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ANHANGUERA
PEDAGOGIA
PAMELA MATIAS BEZERRA 
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Aprendendo com o lúdico
PRAIA GRANDE
2021
PAMELA MATIAS BEZERRA
ANHANGUERA
PEDAGOGIA
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Aprendendo com o lúdico
Produção Textual Interdisciplinar Individual (PTI) apresentado à Anhanguera como requisito parcial para obtenção como graduando no Curso de Pedagogia, para a Educação Infantil 
PRAIA GRANDE
2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
PLANO DE AULA
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
REFERÊNCIAS 
RESUMO
		O presente trabalho trará no seu desenvolvimento a opinião de alguns autores sobre a presença do lúdico no ensino da Educação Infantil, bem como o entendimento da autora dessa atividade , o objetivo principal é conhecer os caminhos que levam ao lúdico e saber se o que está sendo trabalhado irá favorecer ao ensino aprendizagem da criança, e quais são a regras apresentadas pela BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Também tem o pretexto de conhecer como pode ser feita a formação continuada dos professores e se a mesma é proveitosa o tanto quanto parece e quais são os desafios e as possibilidades de trabalho. Conhecer que o lúdico na Educação Infantil não é mera brincadeira é o primeiro passo para o desenvolvimento profissional. 
Palavras chave: Lúdico. Educação Infantil. Formação Continuada
		
INTRODUÇÃO
	 
 A Constituição Federal de 1988 discorre sobre o atendimento em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade, alguns anos mais tarde de acordo com a LDB, a Educação Infantil passou a integrar-se à Educação Básica estando finalmente no mesmo patamar que o Ensino fundamental e Médio, portanto a partir de 2006 a Educação Infantil passou a atender crianças de zero a cinco anos.
		A BNCC foi criada para que o ensino em todo o país seja igualado, isto é, quando uma família se desloca para outra cidade ou estado, o estudante não estará em prejuízo, é uma boa oportunidade para que todos os estados brasileiros e cidades estejam ao mesmo nível de conhecimento. 
	O presente trabalho tem como objetivo principal a reflexão sobre a importância do lúdico para o ensino aprendizagem e quais as vantagens de seu uso. A utilização dos brinquedos em sala de aula deve ser como atividade pedagógica nunca como brincadeira de horário de intervalo, muito menos servir como horário de descanso do professor. 
	A atividade lúdica deve ser feita de maneira que os alunos percebam que é uma atividade, mesmo parecendo uma simples brincadeira ou jogo. Os profissionais que se utilizam dessa modalidade garantem o sucesso tanto pessoal como profissional. 
	Para melhor entendimento, o objetivo principal desse artigo é entender como é o procedimento do lúdico para que a criança desenvolva sua criatividade e desperte o desejo do saber, como já foi comentado acima, nas palavras de Kishimoto, 1994.
	Para o desenvolvimento desse artigo, foi necessário encontrar argumentos favoráveis que são descritos por alguns autores que abordarão a relevância do assunto e como é definido esse tema pela legislação brasileira. Existe a compreensão que alguns educadores ainda se utilizam dos métodos tradicionais, e por essa razão esse trabalho irá apresentar alguns dados que contribuirão para que experiências sejam realizadas em sala de aula sem o medo de errar, sem medo do exagero, com a certeza do sucesso.
DESENVOLVIMENTO
		Quando a alfabetização é feita como algo prazeroso, respeitando o processo de aprendizagem de cada criança, o alcance dos objetivos são mais frequentes, pois alguns alunos conseguem adquirir as habilidades com mais facilidade que outros, por isso o processo de uso de jogos e brincadeiras deve favorecer a todos, os mais rápidos e os mais lentos. Esse procedimento vem alcançando condições favoráveis a respeito da alfabetização e letramento no desenvolvimento infantil. Nesse sentido Kishimoto, 1994, entende que:
Por meio de uma aula lúdica, o aluno é estimulado a desenvolver sua criatividade e não a produtividade, sendo sujeito do processo pedagógico. Por meio da brincadeira o aluno desperta o desejo de o saber, a vontade de participar e a alegria da conquista. Quando a criança percebe que existe uma sistematização na proposta de uma atividade dinâmica e lúdica, a brincadeira passa a ser interessante e a concentração do aluno fica maior, assimilando os conteúdos com mais facilidade e naturalidade. (KISHIMOTO, 1994,p.15) 
		Com o entendimento do autor, dá para cogitar que a melhor opção ou escolha para a alfabetização e o letramento infantil, de fato, seja o trabalho com o lúdico, portanto é real a ideia de que os jogos e as brincadeiras são facilitadores para a aprendizagem. 
		Piaget (1976) diz que o desenvolvimento intelectual da criança se dá através das atividades lúdicas, sendo que a criança pode reconstruir estratégias, até mesmo transformar as atividades propostas em linguagem escrita, ou seja transforma o abstrato em concreto. Sobre esse assunto Kishimoto avalia o jogo e a atividade lúdica como aliados de ensino quando diz:
O jogo como promotor de aprendizagem e do desenvolvimento passa a ser considerado nas práticas escolares como importante aliado para o ensino, já que coloca o aluno diante de situações lúdicas como o jogo pode ser uma boa estratégia para aproximá-los dos conteúdos culturais a serem vinculados na escola. (KISHMOTO, 1994, p. 13)
As atividades lúdicas podem e devem ser usadas em todas as disciplinas porque as crianças podem facilmente passar da linguagem oral para a escrita sem nenhuma dificuldade. 
		Os jogos e brincadeiras são elementos essenciais para o processo de ensino aprendizagem e são garantidos por leis específicas para a educação básica, e os profissionais de educação devem utilizá-los sempre que necessário, abaixo segue leis, normas e decretos que garantem seu uso:
· Declaração Universal dos Direitos das Crianças- [...] a criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras os quais deverão estar dirigidos para a educação; a sociedade e as autoridades públicas se esforçarão para promover o exercício deste direito. (Declaração Universal dos Direitos da Criança, segundo a ONU, 1959)
· A Constituição Federal do Brasil: artigo 227 elenca os direitos fundamentais da criança como direito e dignidade, à educação, à saúde, à alimentação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, ao respeito, à vida, liberdade e à convivência familiar e comunitária. (BRASIL, 1988, p.15) 
· ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente: [...] direito à liberdade das crianças e adolescentes compreende os aspectos: brincar, praticar esportes e divertir-se.
· Referencial Curricular Nacional para a Educação: [...] nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos que já possuem em conceitos gerais com os quais brincam. Para assumir um determinado papel na brincadeira, a criança deve conhecer algumas de suas características. [...] a fonte de seus conhecimentos é múltipla, mas estes se encontram ainda fragmentados. É no ato de brincar que a criança estabelece os diferentes vínculos entre as características do papel assumido, suas competências e relações que possuem com outros papeis, tomando essa consciência, generaliza para outras situações. (BRASIL, 1998, p.27) 
Desse modo pode-se afirmar que são direitos garantidos e não existe o porquê de não usa-los, do ponto de vista de alguns teóricos, os jogos e as brincadeiras contribuem para o desenvolvimento educacional, na construção do conhecimento e também na aprendizagem e capacidades de socialização pessoal e social. 
		No processo alfabetizador, os jogos e brincadeiras levam as crianças a adquirirem muitas e diversificadas experiências, ou seja, a busca por interação é um fator de muita importância nesse processo. A organização de pensamentos bem como as tomadas de decisões ampliam o conhecimento, “ na brincadeira, a criança explora as formas deinteração humana, aprende a lidar com a espera, a antecipar ações, a tomar decisões, a participar de uma ação coletiva”. (BRASIL, 2007, p.9)
	Os desafios dos jogos e das brincadeiras são necessários para que ocorra a aprendizagem, dessa forma a criança buscará pelo conhecimento e assim a aprendizagem será espontânea e instantaneamente, para que isso seja possível o professor agirá como mediador e trabalhará com o conhecimento próprio da criança e a mesma alcançará os objetivos propostos para sua formação, isto é, a criança vai de onde já conhece para o desconhecido e assim concretizará a aprendizagem, nesse sentido Vygotsky diz que o desenvolvimento é o processo das mudanças habituais para as múltiplas, que alteram as extensões funcionais de seu psicológico e com isso o desenvolvimento e a aprendizagem são apresentados de forma velada porém estão ligados a essas experiências a partir das interações com o mundo externo, assim sendo:
[...] o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da criança. No brinquedo, a criança sempre se comporta além do comportamento habitual da sua idade, além do seu comportamento diário; no brinquedo é como ele se ela fosse maior que é na realidade. Como no foco de lente de aumento, o brinquedo contém todas as tendências do desenvolvimento sob forma condensada, sendo, ele mesmo uma grande fonte de desenvolvimento. (VYGOTSKY, 2007, p.122)
Para o autor o desenvolvimento ocorre em duas partes distintas, a primeira são os aspectos históricos sociais, ou seja, o próprio conhecimento da criança, e a segunda etapa é a experiência com outras crianças, fora do seu meio social ou familiar, dessa forma o desenvolvimento se constitui do social para o individual, logo, ao compreender essas etapas, o educador leva em conta os aspectos históricos sociais de seus alunos e por fim entende as diferentes formas de aprendizagem e desenvolvimento. 
		Considerar que os hábitos e os aspectos da vida afetiva da criança interferem ativamente no processo educativo e vice versa, pois as estimulações que recebem no decorrer da vida social e escolar levam a sofrer interferências intelectuais, psicomotoras, físicos e sociais, porque a aprendizagem se dá quando a criança percebe a relação que existe entre os dois mundos, isto é, seu cotidiano e o que está aprendendo na escola, essa é a aprendizagem significativa. (COLL; SOLÉ, 1997) 
		Toda criança traz conhecimentos de casa, isso é conhecido como conceito espontâneo. Todo conceito já tem um conhecimento antecipado, prévio, que se define ou concretiza com mais clareza ao ser compartilhado com os demais, ou seja, a criança modifica seu meio e é modificada por ele por meio das atividades lúdicas. Essas atividades promovidas pela escola se forem bem fundamentadas poderão exercer papel fundamental no desenvolvimento de ensino aprendizagem da criança. (VYGOTSKY, 2007) 
		O início da infância é decisivo na formação do ser, portanto os jogos e brincadeiras são de fato as primeiras formas de aprendizagem e não deve ser consideradas como diversão e sim como uma boa apresentação do mundo concreto e suas diversas formas de entender seu funcionamento. (FROEBEL, 2009)
		Entre as habilidades oferecidas por jogos e brincadeiras pode-se destacar:
Estímulo da imaginação
Interação com outras crianças
Construção do conhecimento 
Autoestima 
A utilização de jogos e brincadeiras como recurso de aprendizagem estimula a criança em seu desenvolvimento, levando a aprender e valorizar o trabalho um do outro, criando em si a vontade de aprender.
		Piaget, (1978) diz que as atividades lúdicas faz com que as crianças se tornem elementos primordiais de suas aprendizagens, criando um elo entre a vontade e o prazer de aprender. 
		Normalmente as crianças não compreendem o mundo dos adultos, e a ação lúdica permite o desapego do ser socializado e favorece ao desenvolvimento e a aprendizagem do ser como singular. (ZACHARIAS, 2002)
		Alguns autores listaram tipos e características de alguns jogos que podem enriquecer a aquisição de aprendizagem, na construção de autoconfiança e motivação, a seguir, a descrição de alguns desses jogos e sua importância:
De estratégia – jogos de sequencia de cores, ou cubos mágicos – aplicados no desenvolvimento e utilização de sabedoria e habilidades de aplicação de conhecimento para a solução de problemas.
De ação – desenvolve o reflexo, coordenação motora e estimula o pensamento rápido.
Lógico – xadrez, dama, caça palavras, palavras cruzadas e resoluções de matemática, todos com determinação de limite de tempo para finalizar.
De aventura – atualmente utilizado na web – o usuário controla o ambiente a ser descoberto.
Treino e prática – é ideal para a revisão de matemática e vocabulário – exige memorização e repetição.
Simulação – exploração de situações fictícias, ou de risco, quando bem focado em sala de aula podem orientar em situações impossíveis a serem vividas, com desastre ecológico ou experiências químicas. 
De adivinhar - normalmente são jogos de charadas, alguns, mais utilizados na educação infantil são os de encontrar a letra correta que formará determinada palavra.
Passa tempo - colorir imagens
De aprender - aplicação de conhecimentos, jogos com as perguntas: o que é, o que é, fazer associação de uma imagem à palavra, o esforço para vencer, feito pela criança, é inevitável, pois a mesma deverá expor seus conhecimentos adquiridos.
Todo jogo ou brincadeira deve ser estimulado pelo professor para que possa ser correspondido pelas crianças de forma ideal para a recepção do aprendizado.
PLANO DE AULA 
	Tema: Aprendendo o alfabeto e palavras tempo previsto: 2h
	Agrupamento etário ou turma: de 3 a 5 anos
	Apresentação da sequência: Fazer associação da imagem à palavra 
Desenvolvimento das sequências: Jogos de o que é o que é?, 
A criança deverá associar a imagem à palavra 
A criança poderá criar novas palavras
A criança descobre o que é através da fala 
	Objetivos de aprendizagem: Apropriar-se dos três modos importantes para o aprendizado: visão, fala e percepção. 
Campos de experiência: corpo e mãos para montar a palavra. Percepção através da fala e da visão
	Desenvolvimento: 
Atividade 1: observar a imagem que será exposta 
Atividade 2: descobrir do que se trata
Atividade 3: encontrar a palavra e associar à imagem 
Recursos: Materiais como cartaz com imagens e palavras recortadas em cartolina e coloridas 
Avaliação: Aplicação do conhecimento 
		
CONSIDERAÇÕES FINAIS
		Infelizmente mesmo com todo avanço da tecnologia, com as séries de formação continuada, ainda existem professores que são resistentes a essa interação de brincadeiras e jogos, pois acreditam que nada existem para oferecer de ensino aprendizagem fora os horários de lazer. Acredita-se que o desconforto é o principal causador para a resistência em realizar atividades lúdicas com as crianças, esses professores raramente conseguem justificar para os pais o que esses jogos e brincadeiras oferecem para o desenvolvimento de ensino aprendizado do aluno. 
		Em alguns casos percebe-se que grande parte das atividades lúdicas fica por conta do professor de Educação Física, que geralmente utilizam na modalidade de atividade livre. Por conta de cobranças de pais e responsáveis alguns educadores são levados a acreditar que essas modalidades não levam ao conhecimento efetivo. 
		O correto seria pensar como ensina Kishimoto, 1998, segundo ele, existem dois tipos de jogos, o lúdico e o educativo, quando um brinquedo deixa de ser brinquedo e passa a compor o material pedagógico, naturalmente passa a ser educativo.
		Observando as datas da fundamentação teórica no desenvolvimento deste trabalho é notável que o lúdico seja trabalhado no cotidiano escolar desde o final do século passado, portanto as resistências estão fundamentadas nas cobranças pela falta de atividades no caderno escolar. 
		Qualquer professor está apto para utilizar essa modalidade e observar a eficácia do processo ensino-aprendizagem, até mesmo com os alunoscom deficiências se apropriam do conhecimento através de jogos e brincadeiras. Na verdade, os jogos e brincadeiras são o caminho mais curto e seguro para o desenvolvimento da inteligência porque torna a criança sensível aos conhecimentos adquiridos principalmente nas habilidades e criatividades, portanto todo professor tem o dever de aprimorar a visão sobre esse método e deixar de acreditar que jogos e brincadeiras são meros passatempos. 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição Federal, de 05.10.1988, Diário Oficial da União, Brasília, 1988.
_______. Estatuto da Criança e do Adolescente. Diário Oficial da União, 1990.
_______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física Brasilia; MEC-SEF, 1997.
_______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil, 1998.
COOL, C.; SOLÉ, I. Os professores e a concepção construtiva. Construtivismo na sala de aula, 5 ed. São Paulo: Ática, 1997.
FROEBEL. Citado por STAREPRAVO, Ana Ruth. Jogando com a matemática: números e operações. Curitiva: Aymará, 2009.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Livraria Pioneira Editora, 1994.
ONU. Declaração Universal dos Direitos das Crianças. Disponível em http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu acesso em 18-04-2019.
PIAGET, J.A. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo, imagem e representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. 7ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
ZACARIAS, L.M. Análise Comparativa do desenvolvimento Motor em alunos, praticantes e não praticantes da aula de Educação Física. TCC – Universidade Paranaense UNIPAR, 2002, acesso em 17-04-2019.
http://www.unisalesiano.edu.br/biblioteca/monografias/55997.pdf Acesso em 10/-9/2021.
http://www.editorarealize.com.br/revistas/conedu/trabalhos/.pdf Acesso em 10/09/2021.

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