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História na Educação I Coordenação: Priscilla Leal Mello AP2 – 2020.2 Assumo o compromisso de confidencialidade e de sigilo escrito, fotográfico e verbal sobre as questões do exame ou avaliação pessoais que me serão apresentadas, durante o curso desta disciplina. Comprometo-me a não revelar, reproduzir, utilizar ou dar conhecimento, em hipótese alguma, a terceiros e a não utilizar tais informações para gerar benefício próprio ou de terceiros. Reitero minha ciência de que não poderei fazer cópia manuscrita, registro fotográfico, filmar ou mesmo gravar os enunciados que me são apresentados. Declaro, ainda, estar ciente de que o não cumprimento de tais normas caracterizará infração ética podendo acarretar punição nas esferas penal, civil e administrativa de acordo com a legislação vigente. Nome completo: Ana Carla Barcelos Matrícula: 19216080225 Questão (1): Leia o texto a seguir. “O livro didático atua como difusor de preconceitos. O índio é visto como ‘selvagem’, ‘nu e enfeitado com cocares’; a mulher é valorizada enquanto mãe, doméstica ou bordadeira, costureira, babá. Igualmente o caboclo brasileiro é desvalorizado, qualificado de ‘caipira’ pejorativamente. Isso ocorre em muitos movimentos sindicais ou políticos onde o trabalhador comum, por não conhecer o ‘jargão’ dos ‘chefes’ é visto como massa atrasada. Que fazer? [...] não se trata somente de mudar o livro didático, mas também o professor. Que ele use linguagem acessível ao aluno, leve-o à reflexão crítica, à pesquisa e à criatividade. Não há escola somente crítica ou reprodutora; a condição do professor desenvolver um ensino crítico se dá na medida em que ele reproduz, ao mesmo tempo, ideias de pessoas que ocupem papéis sociais. A maneira com que o farão depende da dinâmica da mudança social e não de sua vontade subjetiva.” FARIA, Ana Lúcia Goulart de. Ideologia no livro didático. 4. ed. São Paulo: Cortez, 1986. Nome: Ana Carla Barcelos Matrícula: 19216080225 Polo: Itaocara UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (a) Referenciando-se na crítica apresentada pela autora no texto base, analise a importância do professor na “transposição” do conteúdo dos livros didáticos para as estratégias de ensino na sala de aula. (1,5) RESPOSTA: Apesar de o livro didático possuir a sua importância no processo de ensino- aprendizagem, o professor exerce uma função essencial que é a de mediar a construção do conhecimento. Não é o livro didático que deve determinar como se dará a construção dos conhecimentos, mas o professor, o livro didático deve ser apenas um instrumento a ser utilizado pelo professor para auxiliar na aprendizagem de seus alunos. Então é de suma importância que o professor realize uma mediação desses conhecimentos, através do uso crítico desse documento, por meio de análise e abordagens reflexivas. O professor tem como função desenvolver a leitura crítica de seus alunos, propondo estratégias didáticas que visem a problematização dos conteúdos, e assim estimulando- os a se posicionarem criticamente diante daquilo que lhes são apresentados, pois como percebemos no texto acima não podemos tornar o livro didático como uma verdade absoluta ao qual não possa ser questionado sobre o seu conteúdo. Então podemos dizer que o professor é muito importante tanto no desenvolvimento quanto na modificação daquilo que é concedido por meio dos livros didáticos. Para isso é indispensável que o professor faça uma contextualização desses conteúdos estabelecidos pelos livros didáticos, com uma linguagem simples, transformando os conteúdos em algo mais significativo, fazendo com que estes sejam melhor compreendido pelos alunos, com a finalidade de aproximar tais conteúdos do cotidiano de seus alunos, levando-os a refletirem criticamente, sendo estes atores sociais. Atuando como protagonistas do processo de aprendizagem. Para concluir minha argumentação à questão proposta, gostaria de ressaltar que existe sim uma importância no livro didático, pois o mesmo visa facilitar a vida do professor, no entanto a forma e o uso que o professor faz deste, poderá determinar o grau de aprendizagem que se deseja alcançar, ou seja, nesse contexto o livro didático pode ajudar ou atrapalhar. Por esse motivo é essencial que o professor tenha conhecimento sobre o que está sendo tratado em determinado texto, para que possa fazer a transposição. (b) Identificando-se com o perfil de professor como autor de sua narrativa histórica nas aulas, apresente uma reescrita da História contada no primeiro parágrafo do texto. (1,5) RESPOSTA: Apesar de o livro didático atuar como um difusor de preconceitos. Cabe-nos refletir que o índio não é um ser "selvagem" que vive nu, com cocar na cabeça, mas sujeito histórico, pois foi o primeiro habitante do território brasileiro, que tem influência sobre a nossa gastronomia, sobre a nossa cultura, e sobre a nossa língua. Devemos reconhecer a sua importância e a sua constante luta para manter a tradição, pois temos em nós muito mais dos índios que dos portugueses. A mulher pode ocupar qualquer lugar em qualquer instância social, ela não precisa exercer profissões somente femininas, pois habilidade e competência não tem nada haver com sexo, tem haver com determinação. A mulher não precisa ser somente valorizada enquanto mãe, doméstica, babá, bordadeira ou costureira, ela precisa ser valorizada por ser mulher, por ser o que ela quiser ser. E quanto ao Caboclo brasileiro, quem nos dera fossemos como ele, que valorizássemos a nossa raiz, e vivêssemos com a simplicidade daquilo que a natureza nos oferece, distante da ganância do capitalismo. Esse não pode ser considerado “caipira”, mas “homem feliz". Já nos movimentos políticos e sindicais o que se deve enxergar não é um trabalhador "atrasado" ou "ultrapassado", mas um ser em desenvolvimento, em aquisição de conhecimentos, que busca por melhores condições de vida em um país onde a desigualdade social impera, separando pobres e ricos em mundos distantes como se os mesmos não pudessem desfrutar de um mesmo espaço. (c) Cite exemplo de uma fonte histórica que serviria de fundamentação para a sua proposta elencada na alternativa (b). (1,0) RESPOSTA: Como fundamentação para a questão b, eu escolhi uma fonte visual. O quadro “somos muitos" obra do muralista Kobra que serviu para ilustrar a capa e contra capa da Revista Veja publicada em 21 de dezembro de 2017, em homenagem ao diverso povo brasileiro, que trata da valorização das diversidades. Um extraordinário pacote visual para mostrar o que deve e o que não deve ser mantido e valorizado. Link: https://veja.abril.com.br/revista-veja/o-diverso-povo-brasileiro/ Questão (2): Por que o historiador Henry Rousso, citado na aula 13 de nosso curso, defende que “toda fonte *histórica+ é uma ‘fonte inventada’”? (1,0) RESPOSTA: Quando Rousso diz que "toda fonte histórica é uma 'fonte inventada"' ele esta afirmando que nenhuma fonte ou documento fala por si só, mas depende da investigação e análise que o historiador faz desses vestígios, a fim de comprovarem ser este ou não um vestígio deixado do passado capaz de contar uma história, passando assim a se tornar um documento ou não. Nem sempre quem guarda ou deixa um vestígio o faz intencionalmente. E tão pouco um documento representa aquilo que o autor desejou dizer ou mostrar, pois este não está mais presente para dizer o que determinada fonte significa, então sua significação dependerá da interpretação que o historiador irá fazer da mesma. Imaginemos que alguém por algum motivo tenha guardado por algum motivo um relógio por muito tempo. E que tempos depois alguém o encontre e tente explicar a origem e a história que existe por trás desse relógio. Embora quem o fez não tenha tido essa intenção, o historiador irá fazer uma investigação,a fim de entender se existe algo a ser contado por meio daquele relógio, a fim de torná-lo uma fonte histórica, mesmo que quem tenha o deixado não esteja mais aqui e tão pouco tenha o deixado com a intenção de servir de fonte histórica. Estão pode se dizer que o historiador cria as fontes, ou seja, de certa forma às "inventam". Questão (3): Observando as imagens de capas de livros didáticos de História do Brasil, desde o século XIX aos livros mais recentes, identifique – PARA CADA CAPA APRESENTADA - a função social a que esse material didático se destina, ao longo do tempo, além de difusor das informações da disciplina a que se refere. (2,0) https://veja.abril.com.br/revista-veja/o-diverso-povo-brasileiro/ RESPOSTA: A) (0,5) B) (0,5) C) (0,5) Historiografia sociocultural- o livro trata do da descoberta e o período de colonização do Brasil, o encontro dos portugueses com os índios ao chegar ao Brasil. Livro este voltado para as crianças. Historiografia Socioeconômica. O livro tem demonstrar como surgiram os primeiros povos e as civilizações primitivas e como sobreviviam. Este livro é voltado para o ensino de História no 4º Ano. Historiografia Política- O livro retrata a Independência do Brasil, sua separação de Portugal e a proclamação da República. Livro este que acredito ser voltado para uma educação cívica e moral da Pátria. D) (0,5) Questão 4) Sobre o Ensino de História, os historiadores dos anos 1980 apresentaram importante crítica às propostas pedagógicas de décadas anteriores, sobretudo aquelas que vigoraram no período da Ditadura Militar. A realidade de então foi assim descrita em uma de nossas aulas: Acerca do comentário à Lei 5.692/71, como você avalia um eventual retorno à condição de silenciamento do Ensino de História em diversos anos da Escola Básica. (2,0) RESPOSTA: Como futuros professores, olhamos para esse possível retorno de silenciamento do ensino da História nos diferentes anos da Educação Básica com muita preocupação, pois sabemos da necessidade de desenvolvermos em nossos alunos a criticidade em todos os anos da Educação Básica, afim de que sejam capazes de fazer uso no seu cotidiano para interpretar e questionar sobre os diferentes acontecimentos e fatos que lhe são apresentados pela sociedade. No entanto como formaremos cidadãos críticos se estes não tiverem acesso e conhecimento da história do seu passado. Um povo sem passado é um povo sem história. Um povo que não consegue ter acesso a História do passado do seu país, vive escravo dos mandos e desmandos do governo. É um povo sem Historiografia cultural - O livro procura retratar a cultura e a história dos povos e tribos indígenas do Brasil. O mesmo procura trabalhar a valorização da cultura indígena. A Lei 5.692/71 oficializou o ensino de Estudos Sociais nas escolas brasileiras. Segundo essa lei, os conteúdos específicos de História passaram a ser destinados somente aos alunos do antigo 2o Grau. Logo, você pode perceber que, como a maioria da população brasileira não conclui o Ensino Fundamental até hoje, a forma encontrada para sonegar as informações históricas e a formação de uma consciência mais crítica foi deixada para poucos, ou seja, só para aqueles que conseguissem chegar ao Ensino Médio. Estes teriam aulas de História propriamente dita. (Aula 9, p.108-109) voz, que aceita tudo que lhe dito e imposto, sem refletir e sem questionar. Não podemos de forma alguma permitir que esse comportamento ditador se instaure novamente em nossas salas de aulas, que páginas da nossa História sejam arrancadas, que os nossos livros de História sejam incinerados como algo que atentasse contra a moralidade. Precisamos sim levantar a bandeira da liberdade de se estudar a nossa história sem censuras. Pois só assim poderemos garantir uma sociedade consciente e mais justa, que luta pelos seus direitos. Não podemos temer as ameaças de um governo que tenta calar a História de um povo, pelo receio de que se este tomar posse da sua verdadeira história, deixe de ser submisso e passe a se rebelar contra o poder do governo. O que faz o povo se tornar rebelde não é a sua história é o Governo que o deseja controlar. Precisamos lutar pela manutenção da História como disciplina autônoma. Não temos como pensar no ensino da História através de memorização, de forma descontextualizada. Precisamos entender que o ensino da História é essencial para a formação da identidade de um povo. Pois a nossa História não é feita somente da História de heróis, mas a nossa História está repleta de história de mulheres, negros, índios, crianças e diversos movimentos sociais. A maior função do ensino da História é e deve continuar a ser a construção da Cidadania. Questão 5) Discuta a importância do uso de fontes primárias para o ensino de História. (1,0) RESPOSTA: Como sabemos as fontes históricas primárias nos possibilitam uma maior aproximação e reconstituição do passado. Por isso é tão importante o uso de fontes primárias nas aulas de História. O uso dessas fontes primárias auxilia o aluno na compreensão do trabalho do historiador e também desenvolve a criticidade, a reflexão, a observação e a capacidade investigativa. Ao analisar essas fontes o aluno consegue fazer conexões entre presente, passado e futuro e ao mesmo tempo diferenciá-los e perceber como as relações sociais se evidenciam através do estudo dessas fontes históricas. Muitos professores ao ensinar História, acabam se prendendo ao livro didático, o que pode tornar as aulas desestimulantes e monótonas para os alunos. O uso das fontes primárias no ensino de História além de estabelecer saberes históricos, também tornam as aulas ainda mais dinâmica e interessante, tornando eficiente o processo de ensino-aprendizagem.
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