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Resistência/Imunidade a Tumores ● Tumores (neoplasias) -é o processo patológico que resulta no crescimento anormal, descontrolado e progessivo de tecido, mediante proliferação celular; - devido a mutações desencadeadas por substâncias químicas, radiação ou infecções virais, as células podem, às vezes, libertar-se das restrições que regulam a divisão celular, levando as células à se proliferarem de modo descontrolado > Uma célula que se prolifera de maneira descontrolada dará origem a um clone em crescimento que pode tornar-se um tumor ou uma neoplasia . -termo genérico: malignidade. -Se essas células permanecerem juntas em um único sítio, o tumor 1 será benigno > podem ser removidos cirurgicamente; -Em alguns casos, as células tumorais se separam da massa neoplásica principal e são carreadas pelo sangue ou pela linfa para locais distantes, onde se alojam e continuam a crescer > Essa forma de tumor é maligna > Os tumores secundários que surgem nesses sítios distantes são metástases ; * O tratamento dos tumores malignos pode ser muito difícil, já que é impossível remover cirurgicamente todas as metástases ; - tumores malignos são subdivididos de acordo com seu tecido de origem 1. Os tumores que surgem de células epiteliais são denominados carcinomas ; 2. os que se originam de células mesenquimais, como musculares, linfóides ou do tecido conjuntivo, são chamados de sarcomas . 3. A leucemia é um tumor derivado de células-tronco hematopoiéticas. -células tumorais podem ser antigenicamente diferentes das células normais do organismo > Por causa disso, elas podem desencadear respostas imunes > porém, essa resposta imune pode ou não ser muito potente (eficiente); -A diferença essencial entre uma célula normal e uma célula tumoral é o descontrole do crescimento celular decorrente de mutações múltiplas > Essas mutações podem também levar à expressão de proteínas anormais na superfície das células tumorais. 1 tumor corresponde ao aumento de volume observado numa parte qualquer do corpo. Quando o tumor se dá por crescimento do número de células, ele é chamado neoplasia - que pode ser benigna ou maligna. ➔ Interação da célula tumoral com o Sistema Imune - teoria da vigilância imunológica: surgiu a partir da hipótese de que o SI poderia ser responsável pela prevenção do câncer; Segundo essa teoria, o organismo constantemente produz células neoplásicas que, em indivíduos sadios, são rapidamente reconhecidas e eliminadas pelo sistema imune. Assim, o câncer conseguiria progredir se as células tumorais, de alguma forma, conseguissem impedir seu reconhecimento pelos linfócitos T. No entanto, rapidamente apresentou problemas > Os cânceres humanos comuns, como os de pulmão ou mama, não se desenvolvem com maior frequência em indivíduos imunodeficientes; Da mesma maneira, camundongos nude, embora deficientes em linfócitos T, não são mais suscetíveis do que camundongos normais a tumores quimicamente induzidos ou espontâneos; tornou-se claro que muitos antígenos tumorais induzem tolerância da mesma maneira que os autoantígenos normais > a maioria das evidências experimentais apoia a ideia de que o sistema imunológico pode não distinguir as células tumorais das normais e saudáveis ; há algumas situações em que o sistema imunológico parece reconhecer e destruir as células tumorais; -mais apropriado pensar no sistema imunológico como um “imunoeditor” de tumores; Assim, em algumas circunstâncias, o sistema imune pode, de fato, eliminar as células; Se, porém, as células tumorais forem capazes de escapar da destruição, poderão sobreviver indefinidamente ou ser selecionadas pelas respostas imunológicas do hospedeiro, produzindo novas populações celulares; -Eventualmente, porém, algumas dessas variantes tumorais podem escapar completamente do controle do sistema imunológico e se multiplicar, dando origem a um câncer passível de detecção clínica; -Se um tumor metastático não invadir os órgãos linfóides, ele poderá escapar da vigilância tumoral; 1. A eliminação das células tumorais pelos mecanismos imunológicos é, provavelmente, determinada, em parte, pela inflamação que causam > Dessa maneira, se um tumor em metástase não invadir os órgãos linfóides, poderá escapar à vigilância imunológica; É possível que as células tumorais que desencadeiam a inflamação nos tecidos estimulem a ativação das células dendríticas e o processamento de antígeno; -Por outro lado, os tumores que não desencadeiam processos inflamatórios podem ser simplesmente ignorados pelo sistema imune. Alternativamente, é possível que os antígenos do tumor possam ser tolerados pelo sistema imune; - os tumores que invadem os linfonodos podem ser divididos em tipos imunogênicos fortes e fracos ; 1. Os tumores fortemente imunogênicos desencadeiam potentes respostas mediadas por linfócitos T após seu processamento por células dendríticas; 2. Os tumores fracamente imunogênicos tendem a crescer como nódulos isolados, que podem não ser processados de forma suficiente para desencadear respostas imunes; mais comuns em humanos; - resultado da interação entre uma célula tumoral e o sistema imune pode ter um de três resultados: 1. a eliminação do tumor ; 2. equilíbrio , à medida que as células mais imunogênicas vão sendo destruídas, enquanto as células menos imunogênicas sobrevivem (imunoedição); 3. ‘Tolerância’ ou escape tumoral, e nenhuma célula tumoral é afetada por qualquer resposta imune que possa desencadear. ● Câncer -os cânceres surgem da proliferação e disseminação descontroladas de clones de células malignamente transformadas . -nome dado ao processo de formação de câncer - oncogênese ou carcinogênese -além disso, esse processo ocorre lentamente, podendo levar vários anos para que uma célula cancerosa dê origem a um tumor visível. -os efeitos cumulativos de diferentes agentes cancerígenos ou carcinógenos são os responsáveis pelo início, promoção, progressão e inibição do tumor. -surge a partir de uma mutação genética (alteração no dna da célula), podendo ocorrer em genes especiais ( proto-oncogenes ), que a princípio são inativos em células normais. E quando ativados, tornam-se oncogenes, responsáveis por transformar as células normais em células cancerosas. ➔ Letalidade de tumores malignos é determinada por: -atividade proliferativa desregulada; -resistência das células tumorais à morte apoptótica; -capacidade das células tumorais em invadir tecidos do hospedeiro e metastizar para locais distantes. ● Visão geral - características dos antígenos tumorais e da Resposta Imune aos tumores: 1. Tumores estimulam respostas imunes adaptativas específicas . Observações clínicas e experimentos com animais demonstraram que, embora as células tumorais sejam derivadas das células do hospedeiro, os tumores provocam respostas imunes . Estudos histopatológicos mostram que muitos tumores são circundados por infiltrados de células mononucleares compostos por linfócitos T, células natural killer (NK) e macrófagos ativados, e que os linfócitos e macrófagos ativados estão presentes nos linfonodos que drenam os locais de crescimento tumoral; A presençade linfócitos infiltrados em alguns tipos de melanomas e carcinomas do colo do intestino e da mama é preditiva de um prognóstico melhor; podem induzir uma Resposta Imune protetora; a resposta mais eficaz contra tumores surge naturalmente e parece ser mediada principalmente pelos linfócitos T ; primeira demonstração experimental de que tumores podem induzir uma Resposta Imune protetora ocorreu a partir de estudos de tumores transplantados realizados na década de 1950. Um sarcoma pode ser induzido em um camundongo isogênico pincelando-se a sua pele com o carcinógeno químico metilcolantreno (MCA). Se o tumor induzido pelo MCA for excisado e transplantado para outro camundongo singênico, o tumor cresce. Em contrapartida, se as células do tumor original forem transplantadas de volta para o hospedeiro original, o camundongo rejeita este transplante e nenhum tumor cresce (ele desenvolveu uma resposta imune contra ele). O mesmo camundongo que havia se tornado imune a seu tumor é incapaz de rejeitar tumores induzidos por MCA em outros camundongos. Além disso, as células T do animal portador do tumor podem transferir imunidade protetora contra o tumor para um animal livre do tumor. Portanto, as respostas imunes contra os tumores apresentam as características que definem a imunidade adaptativa, ou seja, a especificidade e a memória, e constituem a função fundamental dos linfócitos . Como previsto a partir destes experimentos de transplantes, a resposta mais eficaz contra tumores surge naturalmente e parece ser mediada principalmente pelos linfócitos T 2. As respostas imunes frequentemente falham em evitar o crescimento de tumores → Podem existir várias razões para que a imunidade antitumoral seja incapaz de erradicar as células transformadas; muitos tumores apresentam mecanismos especializados para evadir da resposta imune do hospedeiro; as células tumorais são derivadas das células do hospedeiro e assemelham-se a células normais em muitos aspectos (tornando difícil reconhecer como estranho) > por isso muitos tumores tendem a ser fracamente imunogênicos; aqueles que induzem fortes respostas imunes incluem aqueles induzidos por vírus oncogênicos, nos quais as proteínas virais são antígenos estranhos; Muitos tumores espontâneos induzem a imunidade de forma fraca ou mesmo indetectável > Isto pode acontecer porque os tumores que crescem sofreram mutações que reduzem a sua capacidade de estimular fortes respostas imunes > importância da vigilância imune e tumoral varia conforme o tipo de tumor; o crescimento rápido e a disseminação de um tumor pode superar a capacidade do sistema imune de controlar eficazmente o tumor, o que exige que todas as células malignas sejam eliminadas; 3. O sistema imune pode ser ativado para eliminar eficazmente as células tumorais e erradicar tumores >> esta descoberta tem estimulado novos caminhos na imunoterapia tumoral, na qual o aumento da resposta antitumoral do hospedeiro é o objetivo do tratamento; A existência de uma imunidade antitumoral específica indica que tumores devem expressar antígenos reconhecidos como estranhos pelo hospedeiro ; ● Antígenos tumorais -Para que o sistema imune reaja contra um tumor, este deve ter antígenos que são reconhecidos como estranhos. Várias alterações na expressão de genes ocorrem em células durante a tumorigênese > leva à expressão de novos antígenos ( neoantígenos ) ou à alteração nos antígenos existentes que são encontrados nas células normais; Esses antígenos incluem receptores de membrana, reguladores do ciclo celular e apoptose, ou moléculas envolvidas nas vias de transdução de sinal. 1. antígenos específicos do tumor → são antígenos expressos em células tumorais, mas não em células normais; exclusivas das células tumorais; enquanto outros são compartilhados entre tumores do mesmo tipo; 2. antígenos associados ao tumor → Antígenos tumorais que também são expressos em células normais; na maioria dos casos, eles são constituintes celulares normais cuja expressão é desregulada ou aberrante nos tumores. ★ Tipos de antígenos 1. Produtos de Genes Mutados → Os oncogenes 2 e genes supressores de tumores mutados produzem proteínas diferentes das proteínas celulares normais e, portanto, podem induzir respostas imunes ; Muitos tumores expressam genes cujos produtos são necessários para a transformação maligna ou para a manutenção do fenótipo maligno; Muitas vezes, estes genes são produzidos por mutações pontuais, deleções, translocações cromossômicas ou inserções de genes virais que afetam os proto-oncogenes celulares ou os genes supressores de tumor; Os produtos de muitos destes oncogenes mutados e genes supressores de tumores são proteínas nucleares e citossólicas que são degradadas no proteassoma e podem ser apresentadas às moléculas do MHC de classe I nas células tumorais > Estas proteínas podem entrar na via de apresentação de antígeno do MHC de classe I e classe II nas células dendríticas que fagocitaram células tumorais mortas ou corpos apoptóticos derivados das células tumorais; Como os genes alterados não estão presentes nas células normais, os peptídeos codificados por eles não induzem a autotolerância e podem estimular respostas das células T no hospedeiro; No entanto, essas proteínas não parecem ser alvos principais dos CTLs específicos de tumores na maioria dos pacientes com diversos tumores. diferentes tumores de roedores, todos induzidos pelo mesmo agente carcinógeno, expressavam diferentes antígenos de transplante. Os antígenos tumorais identificados por essas experiências são peptídios derivados de proteínas próprias mutadas e apresentados na forma de complexos peptídio-MHC de classe I capazes de estimular os CTLs > Esses antígenos são extremamente diversos porque os agentes carcinogênicos que induzem os tumores podem mutar aleatoriamente qualquer gene do hospedeiro, e a via apresentadora de antígeno do MHC de classe I pode apresentar os peptídios a partir de qualquer proteína citossólica mutada de qualquer tumor 2. Antígenos tumorais que induzem respostas imunes podem ser proteínas celulares normais, que são anormalmente expressadas nas células tumorais >> proteínas não mutadas produzidas em níveis baixos nas células normais e superexpressas nas células tumorais > Um desses antígenos é a tirosinase > enzima envolvida na biossíntese da melanina expressa nos melanócitos normais e nos melanomas; Tanto os clones de CTL CD8 + restritos ao MHC de classe I como os clones de células T CD4 + auxiliares restritos ao MHC de classe II de pacientes com melanoma reconhecem peptídios derivados da tirosinase > capazes de responder a um antígeno 2 As alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados proto - oncogenes , que a princípio são inativos em células normais. Quando ativados, os proto - oncogenes tornam-se oncogenes , responsáveis por transformar as células normais em células cancerosas. próprio normal > tirosinase é produzida normalmente em quantidades tão pequenas e em tãopoucas células que não é reconhecida pelo sistema imune e não induz a tolerância; o aumento da quantidade produzida pelas células do melanoma pode desencadear respostas imunes; A descoberta da resposta de células T específicas para tirosinase em pacientes aumenta a possibilidade de que as vacinas que incluam peptídios tirosinase possam estimular estas respostas contra os melanomas; ensaios clínicos com essas vacinas estão em andamento; Antígenos de câncer/testículos são proteínas expressas nos gametas e trofoblastos e em muitos tipos de cânceres, mas não nos tecidos somáticos normais. obs: Os primeiros antígenos câncer/testículos foram identificados por clonagem de genes de melanomas humanos que codificavam antígenos de proteínas celulares reconhecidos por clones de CTL específicos de melanoma derivados de pacientes portadores de melanoma. Estas foram denominadas proteínas MAGE 3 e posteriormente descobriu-se que eram expressas em outros tumores além dos melanomas, incluindo carcinomas da bexiga, da mama, da pele, do pulmão, da próstata e alguns sarcomas, bem como em testículos normais. Subsequentemente à identificação dos genes MAGE, foram identificadas várias outras famílias de genes não relacionados que codificam antígenos de melanoma reconhecidos por clones de CTL derivados de pacientes com melanoma. Como as MAGE, estes antígenos de melanoma são silenciosos na maioria dos tecidos normais, exceto nos testículos ou trofoblastos na placenta , mas são expressos em vários tumores malignos. Apesar de ter sido demonstrado que alguns antígenos de câncer/testículos regulem a transcrição ou tradução de outros genes, as funções da maior parte destas proteínas são desconhecidas; Em geral, não são necessários para o fenótipo maligno das células, e as suas sequências são idênticas às de genes correspondentes em células normais; isto é, eles não são mutados. 3. Antígenos de Vírus Oncogênicos 4 >> seus produtos funcionam como antígenos tumorais e induzem respostas de células T específicas que podem servir para erradicar tumores; Vírus de DNA estão envolvidos no desenvolvimento de uma variedade de tumores em humanos e em animais experimentais; Na maioria destes tumores induzidos por vírus de DNA, os antígenos protéicos codificados pelos vírus são encontrados no núcleo, citoplasma ou 4 Oncovírus é um termo das ciências da saúde para se referir aos vírus que têm a capacidade de alterar o ciclo celular das células infectadas induzindo o desenvolvimento de algum tumor. 3 MAGE (melanoma associated gene) são antígenos reconhecidos por clones de linfócitos Tc que apresentam função biológica desconhecida e não são expressos apenas em células de melanoma, mas em uma variedade de tumores (mama, pulmão, bexiga, próstata, laringe e sarcomas). membrana plasmática das células tumorais > Estas proteínas virais sintetizadas endogenamente podem ser processadas e apresentadas por moléculas do MHC na superfície da célula tumoral; Como os peptídios virais são antígenos estranhos, os tumores induzidos pelos vírus de DNA estão entre os tumores mais imunogênicos conhecidos ; constatação de que as respostas imunes adaptativas contra o vírus protegem os indivíduos de cânceres induzidos pelos vírus levou ao desenvolvimento de vacinas contra vírus oncogênicos ; Por exemplo, a vacina contra o HPV, usada atualmente por homens e mulheres, têm reduzido a incidência de lesões uterinas pré-malignas em mulheres vacinadas; A vacina é composta por proteínas recombinantes do capsídeo do HPV de cepas oncogênicas mais comuns, que formam as partículas semelhantes aos vírus livres do genoma viral. → Vírus tumorais de RNA (retrovírus) são importantes causas de tumores em animais > Produtos de oncogenes retrovirais apresentam as mesmas potenciais propriedades antigênicas que os oncogenes celulares mutados e respostas imunes humorais e mediadas por células contra os produtos de genes retrovirais nas células tumorais podem ser observadas experimentalmente; 4. Antígenos Oncofetais >> são proteínas expressas em níveis elevados nas células cancerosas e em condições normais de desenvolvimento de tecidos fetais, mas não em adultos ; são identificados por meio de anticorpos produzidos em outras espécies, e sua principal importância é a de fornecer marcadores que auxiliam no diagnóstico de tumores; No entanto, a sua expressão em adultos não está limitada aos tumores, mas encontra-se aumentada em tecidos e na circulação em várias condições inflamatórias, sendo estes encontrados em pequenas quantidades, mesmo nos tecidos normais; Não há evidências de que sejam importantes indutores ou alvos da imunidade antitumoral ; Os dois antígenos oncofetais mais bem caracterizados são o ➢ antígeno carcinoembrionário (CEA) - proteína de membrana altamente glicosilada que é um membro da superfamília de imunoglobulinas (Ig) e funciona como uma molécula de adesão intercelular; A sua alta expressão normalmente está restrita às células do intestino, pâncreas, fígado e durante os dois primeiros trimestres da gravidez, e uma expressão reduzida é observada na mucosa de cólon do intestino normal no adulto e na mama durante a lactação; A sua expressão está elevada em muitos carcinomas do colo do intestino, pâncreas, estômago e da mama, e os níveis séricos encontram-se aumentados nestes pacientes; O nível sérico do CEA é utilizado para monitorar a persistência ou recorrência de tumores após tratamento, mas não é um marcador de diagnóstico porque o CEA sérico também pode estar elevado em quadros de doenças não neoplásicas, como doenças inflamatórias crônicas do intestino ou fígado. ➢ α-fetoproteína (AFP) - é uma glicoproteína circulante normalmente sintetizada e secretada na vida fetal pelo saco vitelino e pelo fígado; As concentrações séricas fetais podem ser tão elevadas quanto 2 a 3 mg/mL, mas na vida adulta, a proteína é substituída pela albumina, e apenas níveis baixos estão presentes no plasma . Os níveis séricos dela podem estar significativamente elevados em pacientes com carcinoma hepatocelular, tumores de células germinativas, e, ocasionalmente, cânceres gástrico e pancreático; Um nível sérico elevado é um indicador de tumores hepáticos ou de células germinativas avançados ou de recidiva destes tumores após o tratamento ; a detecção da AFP em cortes de tecido por meio de técnicas de imuno-histoquímicas pode ajudar na identificação histopatológica das células tumorais; AFP sérica não é um marcador útil para o diagnóstico de tumores, porque níveis elevados também são encontrados em doenças não neoplásicas, como a cirrose hepática ; 5. Antígenos Glicolipídicos e Glicoprotéicos Alterados >> A maioria dos tumores humanos e experimentais expressam níveis acima do normal ou formas anormais de glicoproteínas e glicolipídios de superfície, que podem ser marcadores de diagnóstico e alvos para terapia; incluem gangliosídeos, antígenos do grupo sanguíneo e mucinas; ➢ gangliosídeos, incluindo GM2, GD2, GD3,são glicolipídios expressos em níveis elevados em neuroblastomas, melanomas e diversos sarcomas ➢ Mucinas são glicoproteínas de elevado peso molecular que contêm inúmeras cadeias laterais de carboidratos O-ligadas a um núcleo polipeptídico > Os tumores frequentemente apresentam uma expressão desregulada das enzimas que sintetizam estas cadeias laterais de carboidratos, o que leva ao aparecimento de epítopos específicos de tumores nas cadeias laterais carboidratos ou no núcleo polipeptídico anormalmente exposto. 6. Antígenos de Diferenciação Tecido-Específicos >>> Os tumores podem expressar moléculas que são normalmente expressas apenas nas células de origem do tumor e não nas células de outros tecidos; antígenos de diferenciação porque são específicos para determinadas linhagens ou estágios de diferenciação de vários tipos de células ; importância é de potenciais alvos para a imunoterapia e para identificação do tecido de origem dos tumores ; Por exemplo, os linfomas podem ser diagnosticados como tumores derivados de células B por meio da detecção de marcadores de superfície característicos desta linhagem, como o CD10 (anteriormente chamado antígeno da leucemia linfoblástica aguda comum, ou CALLA) e o CD20; Anticorpos contra estas moléculas também são utilizados para a imunoterapia antitumoral > Estes antígenos de diferenciação são moléculas próprias normais, e, portanto, normalmente não induzem fortes respostas imunes em hospedeiros portadores de tumor . -Os mecanismos efetores tanto da imunidade natural quanto da imunidade adquirida destroem células tumorais. -O SI consegue reconhecer antígenos tumorais e aí começa o ‘ ataque ’ ● Essa resposta é mediada principalmente por células: -Células NK -Linfócitos T Citotóxicos -Macrófagos Ativados -Anticorpos ➔ Células Natural Killer (NK) -são uma população distinta de linfócitos, que respondem a células anormais ou estressadas, sem a necessidade de ativação prévia e pertencem ao sistema imune inato; -primeira linha de defesa efetiva contra células infectadas, podendo destruir células infectadas por vírus, bactéria e certas linhagens de células tumorais, especialmente de tumores hematopoéticos. -eliminam muitos tipos de células tumorais, especialmente células que apresentam expressão diminuída do MHC de classe I e expressam ligantes para receptores de ativação da célula NK; - Reconhecem células alteradas através da diminuição na expressão do MHC de classe I que é bastante usado como meio de escape pelas células para evitar que os linfócitos T CD8 as reconheçam e as lisem. -e essas células usam receptores de superfície para identificar a presença de moléculas de MHC classe I, nas células-alvo, se não encontrarem aí eles atacam, já que a presença desses MHC I inibe a atividade nas NK; -possuem dois tipos principais de receptores : 1. receptores inibidores : que são capazes de reconhecer a presença de moléculas do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) de classe I na superfície de uma célula-alvo e, ao fazê-lo, ficam impedidas de eliminar seus alvos; 2. receptores ativadores : que podem reconhecer a presença de certas proteínas induzidas pelo estresse nas superfícies celulares e, como resultado, são ativadas e eliminam as células-alvo; -Assim, as células NK eliminam efetivamente dois tipos de alvos celulares : 1. células que falham em expressar moléculas do MHC de classe I ex. alguns tumores perdem a expressão de moléculas do MHC de classe I, e esta perda de moléculas do MHC de classe I torna os tumores bons alvos particularmente para as células NK. 2. e células que expressam certas proteínas relacionadas ao estresse; OBS: células NK também podem ser direcionadas para as células tumorais revestidas por anticorpo IgG pelos receptores Fc (Fc RIII γ ou CD16) > ativação do mecanismo de citotoxidade celular dependente de anticorpos (ADCC) , que através da liberação de grânulos intracelulares são inseridas na membrana da célula tumoral caracterizando a morte da célula-alvo; ou seja, atuam junto com anticorpos ( citotoxidade celular dependente de anticorpos (ADCC) ) > nesse mecanismo o anticorpo específico liga-se aos antígenos tumorais, ativando uma célula NK, que possui um receptor Fc do anticorpo e mata a célula tumoral; Citotoxidade dependente do complemento , onde os anticorpos fixam-se às células tumorais e ativam o sistema complemento, resultando na destruição celular por desintegração osmótica . -Ambas as condições podem ser comumente aplicadas às células tumorais; - capacidade tumoricida delas é aumentada pelas citocinas , incluindo o interferon-γ (IFN-γ) > que também restringe a angiogênese tumoral e estimula a imunidade adaptativa ; IL-15 e IL-12, e os efeitos antitumorais destas citocinas são parcialmente atribuídos à estimulação da atividade das células NK; -As células NK ativadas por IL-2, chamadas de células assassinas ativadas por linfocina (LAK), são obtidas por cultura de células em doses elevadas de IL-2 a partir do sangue periférico ou de linfócitos infiltrativos do tumor de pacientes com tumores; Estas células são as assassinas mais potentes de tumores do que as células NK não ativadas ; -utilização de células LAK na imunoterapia adaptativa de tumores; -formação das respostas imunes através da produção de citocinas e quimiocinas; -Têm ação citotóxica: através da liberação de perforinas e granzimas que agem na célula alvo formando poros onde através da ativação das proteínas intracelulares a célula é induzida a entrar em apoptose; -expressam CD95L (FasL) e TRAIL (ligantes de apoptose relacionado ao TNF) >> apoptose do tumor; é outro mecanismo de morte celular mediado por células NK, através da ligação de receptores específicos presentes nas células alvo com ligantes na superfície das células NK . Esses ligantes pertencem à superfamília do TNF e a sua ligação induz à apoptose da célula alvo; Muitas células tumorais não expressam Fas (receptor que se liga a FasL), mas as células NK podem diretamente induzir a expressão de Fas em células tumorais através da secreção de TNF, ou seja, células tumorais expressam receptores de morte ativadores a partir dos respectivos ligantes presentes nas células NK; A atividade citotóxica mediada por TRAIL é relativamente seletiva porque mata linhagens celulares tumorais humanas e não causa efeito nas células normais. ➔ Linfócitos T ● Linfócito T citotóxico: Peptídeos produtos de genes mutados ou proteínas celulares expressas anormalmente podem ser expressos e apresentados aos linfócitos T; Como resultado disso, linfócitos de alguns animais portadores de tumor podem eliminar células tumorais cultivadas in vitro; Uma proteína reguladora da mitose chamada ciclina B1 , por exemplo, é pouco expressa em células normais, entretanto, expressa em grandes quantidades por diversos tumores, onde pode estimular a citotoxicidade mediada por linfócitos T; principal mecanismo de proteção imune adaptativa contra tumores está na eliminação das células tumorais por CTL CD8 + ; A capacidade dos CTLs > de proporcionarimunidade antitumoral eficaz in vivo; podem desempenhar uma função de vigilância por reconhecer e destruir células potencialmente malignas que expressam peptídios derivados de antígenos tumorais que são apresentados associados a moléculas do MHC de classe I; CTLs específicos de tumor podem ser isolados de animais e seres humanos com tumores estabelecidos; mais eficazes em neoplasias associadas à vírus; liberam perforinas e granzinas; O ligante de FAS ( CD95L) ativa caspases 5 que induz o tumor à apoptose a um receptor TRAIL (receptor de morte); As respostas de células T CD8 + específicas para antígenos tumorais podem exigir apresentação cruzada dos antígenos tumorais pelas células dendríticas; A maioria das células tumorais não são derivadas de APCs e, portanto, não expressa os coestimuladores necessários para iniciar as respostas das células T ou das moléculas de MHC de classe II necessárias 5 tipo de proteases, ou classe de enzimas que decompõe outras proteínas. para estimular as células T auxiliares, que promovem a diferenciação de células T CD8 + . Uma explicação provável de como as respostas das células T contra tumores são iniciadas é e que as células tumorais ou seus antígenos sejam ingeridos pelas APCs do hospedeiro, particularmente pelas células dendríticas, e os antígenos tumorais sejam processados no interior das APCs. Os peptídios derivados destes antígenos são em seguida exibidos ligados às moléculas do MHC de classe I para reconhecimento pelas células T CD8 + . As APCs expressam coestimuladores que fornecem os sinais necessários para a diferenciação de células T CD8 + em CTLs antitumorais. Uma vez sendo gerados os CTL efetores, eles são capazes de reconhecer e destruir as células tumorais sem a necessidade de haver uma coestimulação As células T CD4 + podem desempenhar um papel nas respostas imunes antitumorais, proporcionando citocinas para a diferenciação de células T CD8 + naive e de memória em CTL efetores ; as células T auxiliares (Linfócito T cd4+) específicas para antígenos tumorais (tumores-específicos) são capazes de secretar citocinas do tipo 1 (Th1) , como TNF e IFN-γ (após a ativação do antígeno tumoral), que podem atrair macrófagos para a localização do Ag, aumentar expressão do MHC de classe I pelas células tumorais e a sensibilidade à lise por CTLs; O IFN-γ também pode ativar macrófagos para eliminar células tumorais; secretar citocinas do tipo 1 (Th1): IL-2 > proliferação e expansão clonal de NK; IL-2 e IFN-y > ativam NK; ➔ Macrófagos -são capazes tanto de inibir como de promover o crescimento e a propagação de cânceres, dependendo do seu estado de ativação; -Classicamente, os macrófagos M1 ativados, ativados pela exposição ao IFN-γ, podem destruir muitas células tumorais; -Como os macrófagos são ativados por tumores não foi descoberto ainda > Possíveis mecanismos incluem o reconhecimento de padrões moleculares associados a danos a partir das células tumorais em processo de morte por macrófagos TLRs e outros receptores da imunidade inata, e ativação dos macrófagos pelo IFN-γ produzido pelas células T específicas do tumor; -podem destruir células tumorais por mecanismos que eles também usam para matar organismos infecciosos; -secretam moléculas citotóxicas, incluindo potentes oxidantes (ex. óxido nítrico (NO) ; -A ativação inespecífica dos macrófagos, por bacilos CalmeĴe-Guérin (BCG) ou Propionebacterium acnes, leva à produção aumentada de IL-1 ou TNF-α e à subsequente ativação de linfócitos T auxiliares (Linfócito T CD4+) e de células NK ; 1. IL-1 apresenta efeito citostático em alguns tumores; 2. TNF-α pode exercer potente atividade antitumoral; adm em animais com tumores podem causar hemorragia e necrose de tumores. -Existem evidências de que alguns macrófagos em tumores contribuem para a progressão tumoral e apresentam um fenótipo M2 > tumores malignos inibem a atividade dos macrófagos; secretam fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), fator transformador do crescimento β (TGF-β), e outros fatores solúveis que promovem a angiogênese tumoral; -Macrófagos ativados são encontrados em local de regressão de um tumor; ➔ Anticorpos -anticorpos contra células tumorais são encontrados em muitos animais acometidos por neoplasias; ex. cerca de 50% dos soros de cães com linfossarcomas contêm anticorpos antitumorais. -Esses anticorpos podem, juntamente com o sistema complemento, lisar células tumorais livres presentes na corrente sanguínea; -Os anticorpos não são eficazes na destruição de células de tumores sólidos. ● Falha Imunológica Contra Tumores -diversos mecanismos pelos quais o sistema imune falha em rejeitar as neoplasias; 1. Imunossupressão - animais acometidos por tumores são imunossuprimidos; mais comum em tumores linfóides; tumores de linfócitos B tendem a suprimir a formação de anticorpos, enquanto os tumores originários de linfócitos T suprimem as respostas imunes mediadas por células e a atividade das células NK; Os mecanismos de imunossupressão podem incluir defeitos no reconhecimento de antígenos, na coestimulação e na produção de citocinas; Algumas moléculas derivadas do tumor podem redirecionar as atividades macrofágicas, promovendo o crescimento do tumor > As citocinas IL-4, IL-6, IL-10, TGF-β e o fator estimulador de colônias de macrófagos, além da prostaglandina E2 , sintetizados pelo tumor, podem desativar os macrófagos ou suprimir a ativação dessas células e as respostas Th1; O TGF-β pode converter células efetoras antitumorais em células Treg; Muitos tumores produzem indolamina 2,3-dioxigenase (IDO), um potente agente imunossupressor e supressor das funções das células NK; células tumorais podem suprimir a produção de citocinas pelos macrófagos e burlar a citotoxicidade mediada por essas células; Os tumores também podem escapar das respostas mediadas pelos linfócitos T, devido à falha no desencadeamento da inflamação e de outras respostas inatas . A sinalização induzida por interferon é prejudicada em linfócitos T e B de muitos pacientes com câncer. Uma vez que os tumores tenham imunossuprimido efetivamente o hospedeiro, eles entram na fase de escape, momento em que seu crescimento é descontrolado. 2. Expressão do Ligante de CD95 (CD95L) - é normalmente expresso pelos linfócitos T citotóxicos e pelas células NK; Quando se liga ao receptor de morte CD95 nas células-alvo, desencadeia a apoptose; também foi, no entanto, detectado em algumas células T e NK leucêmicas, nas células do adenocarcinoma de cólon, nos melanomas e em carcinomas hepatocelulares. Visto que os linfócitos T citotóxicos também podem expressar CD95, é possível que a citotoxicidade possa atuar ao contrário, e que essas células tumorais CD95L+ possam destruir os linfócitos Tc; Ao mesmo tempo, essas células tumorais podem regular negativamente sua própria expressão de CD95, tornando-se resistentes à citotoxicidade mediada por células; Algumas células tumorais, como as do carcinoma pulmonar, podem secretar receptores falsos para o CD95L > Esses receptores ligam-seao CD95L e bloqueiam sua interação com o CD95 > Dessa maneira, as células tumorais, que podem regular negativamente o CD95 ao mesmo tempo em que regulam positivamente sua expressão de receptores falsos, podem ser resistentes às células citotóxicas. 3. Células Reguladoras - Grande parte da imunossupressão observada nos indivíduos acometidos por tumores pode ser devida às atividades das populações de células reguladoras; Essas células supressoras podem ser linfócitos Treg CD4+, linfócitos Th2 secretores de IL-10, macrófagos M2 ou mesmo linfócitos B; Cães com osteossarcomas demonstraram possuir elevados números de células Treg (CD4+, CD25+) e poucas células CD8+ no sangue, nos linfonodos e nos tumores; A taxa CD8/Treg estava significativamente diminuída em cães portadores de tumores, e os animais com a maior diminuição tinham um tempo de sobrevivência diminuído; Os números de Tregs no sangue também foram avaliados em cães com carcinomas > As taxas CD8/Treg estão diminuídas em cães com linfomas de células T, o que implica que os animais portadores de tumores podem estar sendo imunossuprimidos pelas Tregs e que a inibição da atividade das Tregs pode promover a imunidade antitumoral. 4. Células Supressoras de Origem Mielóide (MDSCs) - são células mielóides imaturas que normalmente geram macrófagos e células dendríticas ; inibem as respostas dos linfócitos T pelo bloqueio do receptor das células T (TCR) por meio da secreção de peroxinitrito > que provoca a adição de nitrato ao TCR e, com isso, inativa esses receptores; também produzem arginase , que prejudica a função dos linfócitos T, reduzindo a expressão de CD3ζ; O fator vascular de crescimento endotelial (VEGF) promove a produção de MDSCs, bloqueando a maturação de células dendríticas; A IL-1β também promove a produção de MDSCs; podem provocar imunossupressão, promovendo a troca das células M1 para M2. 5. Anticorpos Bloqueadores - Embora as células tumorais possam ser antigênicas e estimular o estabelecimento de respostas imunes protetoras mediadas por células, os anticorpos podem exercer o efeito oposto; o soro de animais acometidos por tumores pode fazer as neoplasias de outros animais crescerem ainda mais depressa – fenômeno de exacerbação ; Esse soro também pode inibir a citotoxicidade mediada pelos linfócitos T. Muitos tumores liberam grandes quantidades de antígenos de superfície na corrente sanguínea, que podem se ligar aos linfócitos T citotóxicos, saturando os receptores de antígenos dessas células e bloqueando sua habilidade de se ligar às células-alvo; Alternativamente, anticorpos bloqueadores podem ser produzidos; Esses anticorpos antitumorais, não ativadores do sistema complemento, podem se ligar a antígenos tumorais e mascará-los, protegendo as células neoplásicas do ataque de linfócitos T citotóxicos; De forma geral, a presença ou a ausência desses fatores bloqueadores é bem correlacionada com o estado de progressão do tumor. ● IMUNOTERAPIA ANTITUMORAL -pode ser ativa ou passiva; -três abordagens gerais têm sido usadas na tentativa de eliminar o tumor ou modificar seu crescimento por meio da imunoterapia; -pode ser estimulado por várias vias para se obter uma melhor RI; 1. Imunoterapia ativa - o sistema imunológico do próprio paciente é estimulado a responder ao tumor; mais simples é estimular o sistema imune de maneira não específica por imunoestimulantes ; Quaisquer melhoras nas habilidades imunológicas do animal tenderão a aumentar sua resistência aos tumores, embora se espere a ocorrência de cura apenas quando a massa neoplásica é pequena ou cirurgicamente removida; O imunoestimulante mais amplamente utilizado é a cepa atenuada de Mycobacterium bovis (BCG) > ativa macrófagos e estimula a liberação de citocinas, promovendo as respostas mediadas por linfócitos T; pode ser sistemicamente administrado ou injetado diretamente na massa neoplásica; A injeção direta de BCG nas metástases de melanomas cutâneos pode levar à completa regressão não apenas das lesões que receberam o estimulante, mas também, ocasionalmente, das metástases cutâneas não inoculadas; Porém, pode causar graves lesões nos sítios de inoculação e, ocasionalmente, hipersensibilidade sistêmica; Outros imunoestimulantes que têm sido empregados na imunoterapia antitumoral incluem o P. acnes, o levamisol e diversas vacinas bacterianas mistas; 2. Imunoterapia passiva - células imunes ou seus produtos são administrados; Terapia com Citocinas (IFN-y, IL-2, TNF-a) > Os interferons, apenas são eficazes contra certos tipos de tumores; Assim, de 70% a 90% dos pacientes com tricoleucemia tratados com IFN-α apresentam remissão completa ou parcial do tumor; As atividades antitumorais do TNF-α são sinérgicas às dos interferons; a administração de IL-2 a pacientes com melanomas ou câncer de células renais induz remissões parciais ou completas em 15% a 20% dos casos; grande dificuldade na terapia com citocinas é sua toxicidade ; Quando administrado em doses farmacológicas, o TNF-α produz sinais clínicos similares aos induzidos pela endotoxina; A IL-2 é também extremamente tóxica > Em baixas doses, essa citocina induz febre, calafrios, náusea e ganho de peso, assim como uma síndrome de extravasamento capilar que leva a um extenso edema pulmonar, produz anemia, trombocitopenia e eosinofilia, pacientes podem apresentar erupções cutâneas altamente pruriginosas, alterações neuropsiquiátricas e anomalias endócrinas; empregabilidade limitada quando usada de forma isolada; a IL-4 apresenta efeitos tóxicos similares; importante notar que a aplicação local de IL-2 pode produzir efeitos benéficos . Doses relativamente baixas de IL-2 recombinante humana, por exemplo, quando injetadas localmente em papilomas ou carcinomas vulvares em bovinos, induzem a remissão em 83% dos animais tratados; Algumas remissões completas foram observadas. A terapia com IL-2 levou a uma taxa de remissão completa em 63% dos bovinos acometidos por carcinoma de células escamosas ocular; Terapia com Linfócitos T > Linfócitos autólogos cultivados e expandidos na presença de IL-2 por 4 dias desenvolvem propriedades citotóxicas; A inoculação dessas células ativadas, chamadas células killer ativadas por linfocina (LAKs), em camundongos com tumores pulmonares experimentais, pode levar à remissão do câncer; Resultados animadores têm sido obtidos com a administração combinada de células LAK e IL-2 a pacientes com câncer; A IL-2 recombinante humana estimula a atividade citotóxica dos linfócitos sanguíneos de cães; Terapia com Anticorpos > Apesar do risco de exacerbação associado aos anticorpos, alguns resultados positivos foram obtidos quando anticorpos monoclonais foram usados na terapia antitumoral; Os anticorpos monoclonais 6 podem ser usados para destruir tumores quando administrados isoladamente ou ligados a drogas altamente citotóxicas ou radioisótopos potentes, que são, então, carreados diretamente às células tumorais; ex. Um anticorpo monoclonal contra linfócitos T decães (CL/MAb231) apresentou resultados encorajadores no tratamento de linfomas nessa espécie; Esse anticorpo aumentou a expectativa de vida após dois ciclos de quimioterapia com L-asparaginase/vincristina/ciclofosfamida/doxorrubicina, que levaram à remissão do linfoma; O anticorpo monoclonal foi dado por 5 dias, iniciando-se 3 semanas após a conclusão da quimioterapia . 3. Estimulação Imune Inespecífica 6 anticorpos produzidos por um único clone de um único linfócito B parental, que é clonado e imortalizado, produzindo sempre os mesmos anticorpos, em resposta a um agente patogénico. ● TIPOS DE TUMORES ➔ Carcinomas: câncer do endo ou ectoderma, com forte tendência de invadir tecidos vizinhos ex. pele, camada epitelial dos órgãos, mama, pulmão; ➔ Sarcomas: câncer do mesoderma; ex. ossos, gorduras, cartilagens, musculatura, vasos sanguíneos, tecidos moles ; ➔ Leucemia: células anormais na medula óssea que substituem as células sanguíneas normais; ➔ Linfomas: Tumores malignos que podem atingir glândulas linfáticas; ex. ★ Sarcomas Associados ao Sítio de Injeção -A maior parte das reações locais a vacinas injetáveis em felinos resolve-se rápida e completamente; -Em alguns gatos, entretanto, alguns tumores podem se desenvolver nesses sítios de injeção alguns meses ou anos após a vacinação; -As células dos sarcomas associados ao sítio de injeção possuem grandes núcleos irregulares, muitas vezes pleomórficos e com altos índices mitóticos > Agregados de linfócitos e macrófagos podem circundar o tumor > Esses macrófagos podem ter o citoplasma espumoso contendo um material granular azulado; -Os tumores são, principalmente, fibrossarcomas, histiocitomas malignos e osteossarcomas . -Formas menos comuns incluem rabdomiossarcomas, hemangiossarcomas, condrossarcomas, lipossarcomas e linfossarcomas > são altamente invasivos, e até 24% deles podem ocasionar metástases distantes; -O sucesso do tratamento requer a combinação de excisões cirúrgicas radicais e terapias adjuntas, incluindo radiação, imunoterapia (como tratamento com IL-2) e quimioterapia, mas, ainda assim, recidivas são comuns. -foram notados pela primeira vez após a introdução de potentes vacinas felinas inativadas com adjuvantes, como aquelas dirigidas contra raiva e leucemia felina;- -Gatos portadores de sarcomas no local em que as vacinas são comumente aplicadas foram comparados com gatos que desenvolveram sarcomas em locais diferentes dos sítios de injeção de vacinas > Os animais que receberam a vacina FeLV estavam 5,5 vezes mais propensos a desenvolver um sarcoma no local da injeção do que animais que não tinham recebido a vacina. O risco tornou-se 2 vezes maior nos animais que receberam a vacinação contra raiva. Porém, o risco não foi muito alto. -Calcula-se que de 1 a 3,6 sarcomas desenvolvam-se num total de 10.000 vacinações administradas contra FeLV e raiva; -O risco também aumenta com o número de doses da vacina que foram administradas. Ocorre um aumento de cerca de 50% após a primeira dose, 127% após a segunda dose e 175% após 3 ou 4 vacinações. - tendem a ocorrer em animais jovens e tendem a ser também maiores e mais agressivos que os sarcomas que surgem em outros locais; -formam metástases em 25% a 70% dos casos; -Em um estudo, desenvolveram-se, em média, 26 meses após a vacinação contra raiva e 11 meses após a vacinação contra FeLV; -acontece ao longo de múltiplos passos, associados à inflamação prolongada e ao dano tecidual > Os potentes adjuvantes encontrados nas vacinas mais modernas resultam em uma proteção que dura por diversos anos. Além disso, esses produtos são administrados por rotas subcutâneas mais convenientes. Como resultado disso, os adjuvantes podem permanecer no local da injeção por um longo período; também tem sido associado ao uso de vacinas sem adjuvantes e até mesmo à injeção de outras substâncias (que não vacinas), incluindo antibióticos de longa duração ou esteróides, bem como à presença de material de sutura persistente, compressas cirúrgicas retidas ou microchips implantados; Não existe nenhuma evidência de que o vírus do sarcoma felino, o vírus da imunodeficiência felina ou o vírus da leucemia felina possa causar esses tumores -Irritações prolongadas podem aumentar o estado de ativação das células envolvidas na inflamação e no reparo tecidual > O processo de reparo envolve a produção de células-tronco que podem se diferenciar para repor as células perdidas. Essas células-tronco são de vida longa e, por isso, têm muitas oportunidades para acumular mutações. As vias de sinalização podem ser ativadas nas células-tronco e promoverão autorregeneração celular. A irritação crônica prolongada pode levar ao aumento de células-tronco no local e à possibilidade de alguma sofrer mutação. Durante a inflamação crônica, os macrófagos secretam fatores de crescimento e fatores angiogênicos que favorecerão o crescimento celular. Esses fatores aumentam a atividade do NF-κB nos tecidos afetados. Os oxidantes liberados pelos macrófagos ativados podem agir como carcinógenos, especialmente em células que se dividem rapidamente; NF-κB promove transformação maligna e metástases e pode, ainda, promover a formação do tumor, inibindo a apoptose das células pré-malignas; -Os fibroblastos são estimulados para proliferar nos sítios de inflamação crônica e durante a cicatrização. Em alguns desses fibroblastos, o oncogene sis pode ser ativado, enquanto em outros existem mutações no gene codificante para o fator supressor de tumor p53 ; O oncogene sis codifica o receptor para o fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), e tem sido mostrado que sarcomas associados à vacinação podem expressar tanto PDGF quanto seu receptor. tumores não associados à vacinação e linfócitos normais de gatos são negativos para PDGF . -Tem sido sugerido, então, que linfócitos presentes nos sarcomas associados a vacinações secretam PDGF, que, por sua vez, funciona como fator de crescimento para os fibroblastos. Essa combinação de anormalidades pode resultar na perda do controle do crescimento celular de fibroblastos envolvidos nos processos inflamatórios crônicos; -A fim de diminuir os riscos de desenvolver tumores nos sítios de vacinação, tem sido recomendado que as vacinas sejam administradas em locais padronizados em felinos. Um exemplo disso é a recomendação recorrente de que a vacina contra raiva seja aplicada no membro pélvico direito e que a vacina contra FeLV seja aplicada no membro pélvico esquerdo . -As vacinas devem ser administradas tão distantes quanto possível para permitir a amputação, caso seja necessário; -O local de vacinação e o produto utilizado devem ser registrados para cada vacina, com o intuito de ajudar na avaliação de fatores de risco. ★ Sarcoma ou Tumor Venéreo Transmissível (TVT) -neoplasia transmitida entre cães durante a cópula, por meio do transplante de células tumorais; -Com efeito, as células tumorais são agentes patogênicos; -Para colonizar um novo hospedeiro, essas células devem ser capazes de se estabelecer em hospedeirosalogênicos. Isso nem sempre ocorre de maneira satisfatória e, após uma fase inicial de crescimento, o tumor acaba por regredir e é eliminado. Ainda assim, metástases letais ocorrem em animais imunossuprimidos. Quando crescem de forma agressiva, essas células tumorais não conseguem expressar β2 - microglobulina e, em decorrência disso, os antígenos do MHC classe I não são montados na superfície das células; -Os cães expostos, independentemente de desenvolverem neoplasias progressivas ou não, produzem anticorpos contra as células tumorais, embora o soro de cães com tumores em regressão seja mais eficaz na inibição do crescimento do tumor; - Na fase regressiva, entre 30% e 40% das células expressam moléculas do MHC classes I e II; Os cães cujos tumores regridem também desenvolvem linfócitos T citotóxicos; -Se os cães receptores forem imunossuprimidos, a tendência de crescimento maligno será maior. -Essas células tumorais parecem secretar um fator citotóxico que destrói os linfócitos B.