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Sistema integrado de gestão empresarial

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TEÓFILO NEGRÃO
SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO EMPRESARIAL: A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA LOGÍSTICA
2021
INDICE
INTRODUÇÃO	3
A LOGÍSTICA COMO VANTAGEM COMPETITIVA	5
A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA LOGÍSTICA	11
SISTEMA INTEGRADO: (ERP)	19
CONSIDERAÇÕES FINAIS	24
REFERÊNCIAS	26
INTRODUÇÃO
Devido à globalização e o advento da internet, o mundo é frequentemente influenciado por transformações que forçam as pessoas se adaptarem às novas tendências, caso contrário ficaram fadadas à obsolescência. Portanto, o artigo visa compreender como a (TI) Tecnologia da Informação ajuda o mundo logístico, onde as informações precisam ser precisas, rápidas e eficazes, em que o sucesso depende de um bom relacionamento com os fornecedores e clientes, sendo estes cada vez mais exigentes.
Visto que a logística abrange muitas etapas, como transporte, armazenagem e entrega, ou seja, trata desde o recebimento da matéria-prima até a entrega ao cliente final, desperta- se um interesse em estudar o funcionamento, ou melhor, a integração entre os setores e como essa engrenagem precisa ser orquestrada de forma eficiente para alcançar o objetivo final, não rompendo e causando prejuízo para a empresa. A relevância desta pesquisa é entender como o setor de apoio logístico está se comportando diante do surgimento constante de novas tecnologias e a partir dessa consideração surgiu o questionamento do trabalho. A pretensão é responder as seguintes questões: Como as novas tecnologias da informação podem ajudar a melhorar a logística e por que esta pode ser considerada uma vantagem competitiva?
Esta pesquisa tem o escopo de mostrar como a (TI) interfere na logística, até que ponto os sistemas integrados podem favorecer, além disso, despertar senso crítico a respeito da implantação do sistema (ERP), através do levantamento dos prós e contras. Sabe-se que acompanhar as mudanças é preciso, então inovar é necessário e fundamental para quem quer se manter ativo no mercado competitivo, tanto para um profissional, quanto para uma empresa, com isso o artigo pretende explorar conceitos importantes acerca do mundo da era digital com ênfase na logística e assim difundir a informação.
Para atingir o objetivo, fez se necessária uma pesquisa qualitativa através de pesquisa bibliográfica e da internet de caráter exploratório. O trabalho dividiu-se em 5 etapas, sendo elas: a primeira como parte introdutória ao trabalho; a segunda descreve como e o porquê de a logística ser considerada uma vantagem competitiva; a terceira fase menciona a influência da (TI) na logística; na quarta etapa é apresentado o (ERP), um dos sistemas integrados que facilita o fluxo de informações e por fim; o quinto tópico, o qual disserta as considerações finais, contendo as respostas da problematização.
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A LOGÍSTICA COMO VANTAGEM COMPETITIVA 
Logística é um ramo pertencente à parte da administração capaz de gerenciar os departamentos de compra, recebimento, estoque, transporte, ou seja, aplica-se a vários setores e sua existência é de extrema importância, pois trata satisfazer a demanda dos clientes de forma ágil e com o menor custo possível.
De acordo com o dicionário, logística é definida como:
Organização, gerenciamento, gestão dos detalhes e pormenores de quaisquer atividades: a logística de um projeto, de um filme, de uma campanha (...) Ação de organizar teoricamente a localização, disposição e transporte dos envolvidos numa operação militar.
Entre os gregos, seção da aritmética e da álgebra cujo objeto de estudo se refere às quatro operações (adição, subtração, multiplicação e divisão).
Conforme definições e glossário do Council of Supply Chain Management Professionals ou Conselho de Profissionais de Gestão da Cadeia de Suprimentos (CSCMP), um dos maiores e mais respeitados grupos de profissionais da área, o conceito de logística é:
Gestão de logística é a parte da gestão da cadeia de suprimentos que planeja, implementa e controla o fluxo eficiente e efetivo e reverte o fluxo e armazenamento de mercadorias, serviços e informações relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de consumo para atender aos requisitos dos clientes.
Resumindo, realiza integração, organização e otimização das atividades, além de se conectar com outras funções, incluindo marketing, produção de vendas, finanças e inclusive tecnologia da informação.
Por envolver diversos setores a logística já teve diversas denominações, entre elas: distribuição física, administração de materiais, sistemas de resposta rápida, logística de marketing, engenharia de distribuição e logística empresarial (Lambert, Stock e Vantine, 1998, p.5).
Logística empresarial, assim é chamada por Ballou (2009, p. 23, 24), reúne estudo e gerenciamento dos fluxos de bens e serviços e da informação associada que os coloca em movimento, além disso, trata do transporte, armazenagem, fluxo de produtos do ponto de compra da matéria-prima até o consumo final, com o escopo de obter níveis de serviço convenientes com custo acessível para os clientes.
Nascida na segunda Guerra Mundial com a necessidade de traçar estratégia de como transportar os suprimentos e abastecer os pontos de conflitos durante a guerra, a logística se expandiu e nos dias de hoje não é só vista no âmbito militar, mas também no meio civil. E tão bem vista é, que essa ciência no mundo empresarial é destacada como vantagem competitiva.
Segundo Christopher (apud Rocha, 2013, p.14), uma empresa para ser competitiva deve se mostrar diferenciada das demais perante a visão dos clientes e através da logística pode se manter no topo da lista de preferência do público alvo.
A fonte da vantagem competitiva é encontrada, primeiramente na capacidade de a organização diferenciar-se de seus concorrentes aos olhos do cliente e, em segundo lugar, pela capacidade de operar a baixo custo e, portanto, com lucro maior. Uma posição de superioridade duradoura sobre os concorrentes, em termos de preferência de cliente, pode ser alcançada através da logística.
De acordo com Sterling (apud Lambert, Stock e Vantine, 1998, p.30) a logística pode ser uma fonte de vantagem competitiva, funcionando como um meio de marketing, assim como um bom produto, a promoção e o desconto de preço. Cita como exemplo o modo de distribuição que pode ser exclusivo da companhia, não podendo ser reproduzido pelos concorrentes e tornando o principal motivo de compra. Afinal, o intuito da vantagem competitiva é ter algum diferencial.
Arbache et al., (2011, p. 28) defendem a tese que um bom produto ou serviço pode ser a diferença que a empresa precisava para alavancar os negócios e ficar bem posicionada no universo competitivo.
Uma gestão logística eficiente pode auxiliar a empresa bem posicionada no mercado, em termos de produto ou serviço, a diferenciar-se por meio da redução de custos operacionais ou de um serviço benfeito (de maior valor aos olhos do cliente), superior ao da concorrência, ou ainda ambos em um segmento específico de clientes, produtos ou mesmo área geográfica.
Para Lambert, Stock e Vantine (1998, p.149) o atendimento ao cliente pode ser a melhor maneira de uma empresa alcançar uma vantagem competitiva, porém infelizmente muitas companhias inserem estratégias que foram implementadas pelos concorrentes, tornando-o ineficaz.
Isso quer dizer que algumas empresas estão desperdiçando um atributo que poderia ser vital para se destacar, no entanto, são equiparadas às empresas concorrentes, enquanto poderiam ser superiores. Não tem sentido uma empresa almejar uma vantagem diante da concorrência e copiar métodos implantados pelos concorrentes, o mínimo que pode conseguir é uma melhora, mas jamais um destaque. Vantagem competitiva é ter ou fazer algo que nem um outro faça ou tenha.
Consoante Bowersox e Closs (2001, p.64, 66, 77) se uma empresa almeja se destacar com base na logística é necessário focar no alto nível de serviço.
Se uma empresa procura diferenciar-se com base na competência logística, são essenciais níveis altos de serviço básico(..)A competência logística é um meio concreto para atrair clientes que valorizam o desempenho em termos de tempo e lugar(...) Atualmente, a maioria dos setores da economia tem uma ou mais empresas que consideram a competência logística como seu principal recurso estratégico.
São três pilares pertencentes ao nível de serviço básico que Bowersox e Closs (2001, p.71, 73, 74) se referem, são eles: disponibilidade (ter o produto em estoque no momento solicitado pelo cliente); desempenho que envolve (velocidade, consistência, flexibilidade e falhas e recuperação) e confiabilidade (qualidade).
Nível de serviço logístico é a condição com que o fluxo de bens e serviços é administrado. É o resultado do trabalho logístico da empresa, sendo que ele pode variar de organização para organização, pode denotar o tempo necessário para entrega um pedido ao cliente, ou pode ser disponibilidade de estoque (Ballou, 2009, p.73).
Ballou (2009, p.76) ainda completa mencionando que o nível de serviço pode ser um fator promocional, entendendo-se assim como vantagem competitiva.
Uma visão mais moderna reconhece que a escolha do cliente é influenciada pelos vários níveis de serviço logísticos oferecidos. Pode ser um elemento promocional tão importante quanto desconto de preço, propaganda, vendas personalizadas ou termos de venda favoráveis. O nível de serviço é importante elemento da satisfação do consumidor.
Algumas áreas da organização podem ser aprimoradas com o desempenho logístico, são elas: serviço ao cliente, transporte, armazenagem, administração de estoque, processamento de pedidos e sistemas de informação e planejamento de produção e compras (Lambert, Stock, Vantine, 1998, p. 65).
Depreende então, que um dos fatores essenciais determinantes para o nível de serviço é o serviço ao cliente que inclusive faz parte da operação logística e esta, por sua vez, é uma vantagem competitiva. 
Lalonde e Cooper (apud Bowersox e Closs, 2001, p. 71) define serviço ao cliente como um processo, no qual o escopo é prover benefícios consideráveis de valor agregado à cadeia de suprimento com custo razoável.
Sem dúvida a logística é considerada uma vantagem competitiva, pois a partir dela desdobram-se diversos setores necessários para o sucesso da empresa e é ela que gerencia eles.
2
A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA LOGÍSTICA
Se a logística abrange muitas áreas e todas precisam estar comprometidas para que essa corrente não se fragmente, é notório que o instrumento comunicacional, o qual se utiliza deve ser o mais exímio possível. Nesse ponto, a logística só tem a agradecer à Tecnologia da Informação (TI), pois constantemente novos meios tecnológicos da informação são desenvolvidos a fim de facilitar as operações, assim como confirma o autor Felippes (2009, p.36):
Não há dúvidas de que a logística moderna está sendo fortemente influenciada pela evolução da tecnologia da informação (TI). Essa evolução tecnológica proporciona vantagens para as operações logísticas, que as tornaram mais rápidas, confiáveis, de menor custo e mais eficientes.
Conforme Rocha (2013, p.77), a logística precisa de sistemas que dê suporte a tomada de decisão a respeito de menor custo, prazo de entrega, escolha do melhor caminho para o transporte, já que sistemas informatizados via internet dispõem de mapas digitais, proporcionando assim uma maior capacidade de deliberação devido ao acesso à rede mundial.
Em se tratando de transporte, o Porto de Santos, maior complexo portuário da América Latina, sucumbiu sua logística à (TI). Localizado em São Paulo e administrado pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP), o porto movimenta aproximadamente um terço das trocas comerciais do país. 
O complexo marítimo utiliza diariamente equipamentos de última geração originários da (TI), atestando que os considera uma prioridade estratégica como, por exemplo, o Portolog e o (VTMIS) Vessel Traffic Management Information System, ferramentas, as quais possibilitam o compartilhamento de informações com a sociedade, celeremente.
Afirma inclusive que o (ERP) acarretou melhoras e inovações para quase todos os setores, e cita como um dos exemplos o Gescon, sistema que gerencia os contratos, auxiliando o serviço dos gestores e fiscais no controle de prazos, vencimentos e pagamentos. Nota-se que a logística quando gerenciada em conjunto com a (TI) pode atingir alta performance.
Analisando-a mais intimamente, percebe-se que ela possui semelhança com o computador, não só no quesito histórico, quando ambos surgiram, mais precisamente no período da guerra, mas também na essência. Eles fazem parte de uma lógica, portanto, explica-se o motivo da tecnologia da informação possuir as ferramentas cabíveis para fomentar a logística, esta que tem por sua vez, definição relativa às quatro operações matemáticas, adição, subtração, multiplicação e divisão. É como se uma pessoa precisasse de uma transfusão de sangue e só quem pode realizar essa tarefa é quem tem o sangue compatível, não que a logística não possa viver sem a (TI), tampouco deixar de ser eficaz, porém sujeita à morosidade e ao dispêndio.
Essa relação de uma complementar a outra é defendida por Ching (2010, p.9), o autor relata que as complexidades logísticas que apareceram no passado, quando a (TI) não estava tão avançada, como, tipo de transporte ideal, aumento de diversidades de produtos e crescente número de depósitos, poderiam ter sido facilmente solucionadas pelo avanço tecnológico, como o computador.
Outro estudioso da área que relatou a relevância da tecnologia no mundo empresarial foi Gil (1999, p. 179).
A sociedade de negócios do século XXI tem características especiais que precisam ser absorvidas e alavancadas pela tecnologia da informação sendo que esta se justifica em função da primeira; dessa forma, as tecnologias influenciam-se mutuamente. A tecnologia de informática viabiliza, via plataformas de natureza redes de computadores, a integração de pessoas jurídicas básica e terceiras, ou seja, alavanca a sociedade de negócios. Sistemas integrados de gestão são os aplicativos da camada intermediária dessa estrutura “negócios/ aplicativos/plataformas.
Também na década de 90 esse tema foi abordado por Lambert, Stock e Vantine (1998, p.482 e 483), constataram que as empresas que inseriram os sistemas integrados tiveram bons resultados.
As vantagens da tecnologia da informação têm permitido a implementação bem-sucedida nas indústrias, nos varejistas e nas empresas de serviços. O impacto na logística foi substancial(...) A logística deve apoiar os esforços de fabricação para aumentar investimentos em equipamentos e computadores, que aumentarão a flexibilidade na fabricação e reduzirão prazos de entrega para reposição.
É indiscutível que para atingir a eficiência no atendimento ao cliente, a logística precisa ser eficaz, entregando o produto certo, no tempo certo, para isso conta com vários meios tecnológicos existentes hoje. Essas ferramentas que oferecem suporte à logística reduzem a incidência de erros, aumentam a produtividade, agilizam a troca de informações e facilitam a tomada de decisão, proporcionando à organização uma vantagem competitiva e assim atraindo os clientes.
Alguns dos sistemas desenvolvidos pela (TI) que são aplicados na logística, são: (RFID) que abrange a comunicação, (WMS) que é um aplicativo e Roteirização para a área de transporte. 
Na comunicação são utilizados equipamentos e aplicativos para coleta, armazenagem e transmissão de dados e informações. Os aplicativos servem para atender às necessidades operacionais e estratégicas das organizações, eles garantem a integração com seus parceiros e podem ser classificados como internos e externos. Os internos atuam dentro do objetivo da empresa. Com os externos, a empresa troca informações com fornecedores, clientes e outros parceiros de negócio (Closs e Savitiskie, 2003 apud Branski e Laurindo, 2009, p.4).
Transporte ou tecnologia embarcada dão suporte às atividades de transporte. Esses equipamentos são utilizados daseguinte forma dentro da cadeia logística:
(RFID) radio frequency identification ou identificação por radiofrequência, são chamadas de etiquetas inteligentes. Os dados são armazenados em um chip inserido em sua base e transmitidos por sinais de rádio. Uma das vantagens dessa ferramenta citada por (Arbache et al., 2011, p. 106,107) é a possibilidade de rastrear a carga transportada entre fornecedor e varejista, tornando os processos operacionais nos depósitos mais ágeis, pois sabe-se o momento preciso da chegada e sua desvantagem é o alto custo proveniente por ser pouco utilizado no mundo.
(WMS) warehouse management system ou sistema de gerenciamento de depósitos ou armazéns. Apoia as atividades logísticas como, embalagem, expedições, recebimento, inspeção, armazenagem, separação, carregamento e endereçamento.
Caso o (WMS) faça integração com o (ERP), informando, por exemplo, cadastro de materiais, carteiras de pedidos de clientes e fornecedores, planejamento de compras, a duração de permanência de um produto no estoque, os departamentos de marketing e compras podem se beneficiar com as informações e tomarem decisões adequadas proporcionando melhorias (Arbache et al., 2011, p. 115).
Roteirização é uma ferramenta, a qual define a rota mais eficiente para as entregas a partir de cálculos, basta o usuário inserir pontos de coleta, quantidade, velocidade média, enfim, dados necessários, a partir dessas informações a simulação de rota é realizada. 
Acerca da competitividade através de dispositivo tecnológico, Corrêa, Gianesi e Caon (2006, p.442) acreditam que trata-se de uma condição necessária, entretanto, não denota requisito suficiente para que um sistema de informação seja uma vantagem competitiva, pois essa lógica inserida precisa estar dentro da necessidade da empresa, ou seja, a escolha do sistema deve ser compatível à necessidade, caso contrário não surtirá efeito, além disso, outras etapas precisam ser observadas pela companhia para permanecer acima da concorrência.
Segundo Louro (2018), especialista em tecnologia para a cadeia de suprimentos, uma empresa precisa assegurar maior visibilidade das operações e processos para se tornar mais competente e menos onerosa, pois partindo desse princípio a deficiência será facilmente notada e os profissionais podem empregar meios contundentes. Por isso, relata sobre competitividade, a importância da (TI) e faz um breve panorama na logística brasileira.
O uso da tecnologia como ferramenta de gestão e a busca constante pela inovação devem guiar todos os objetivos. Um bom começo é identificar parceiros especializados no assunto que podem ajudar nesta migração e na adoção de novos recursos. A visibilidade necessária para melhorar a eficiência depende diretamente da utilização da tecnologia. Portanto, o posicionamento de uma organização em nível competitivo a médio e longo prazo demanda uma otimização constante das operações e processos. O mercado brasileiro já percebeu a necessidade de inovação e tecnologia e certamente intensificará mais essa procura nos próximos anos. Aos poucos, as empresas do Brasil conseguem deixar para trás todas as particularidades e desafios e começarão a apresentar, finalmente, uma evolução significativa na maturidade da gestão logística.
Realmente a (TI) amplia a visão, estabelecendo uma visão integrada das operações, além disso, capacidade de gerenciá-las.
A tecnologia da informação está na base da gestão integrada da logística e dessa forma apresenta infraestrutura de apoio e inúmeros aplicativos que tornam possível a integração e coordenação dos agentes da cadeia, facilitando que empresas diferentes operem como uma única organização (Branski e Laurindo, 2009, p.2).
Observa-se então que a (TI) oferece suporte necessário para otimização dos processos logísticos através da infraestrutura, ou seja, trata dos fatores internos possibilitando uma melhoria bastante considerável, contudo, a competitividade não depende só do fator interno.
Bowersox e Closs (2001, p.27) sinalizam que antes da propagação dos computadores não existia qualquer hipótese de que operações logísticas pudessem ser integradas ou que essas interações de funções pudessem aperfeiçoar o desempenho da logística.
Não era possível ignorar a presença da emergente tecnologia de informação no terreno fértil da logística. Os primeiros aplicativos de computador e as primeiras técnicas quantitativas concentravam-se no aperfeiçoamento do desempenho de funções logísticas específicas, como o processamento de pedidos, previsões, controle de estoque, transporte etc. O que despertou o interesse pela integração entre funções foi o significativo potencial de melhorias.
Eles ainda acrescentam ressaltando que os profissionais de logística enxergam a tecnologia da informação como uma fonte relevante de progresso de produtividade e competitividade (2001, p.191).
O que pode perceber é que, é inegável que a (TI) fomenta a logística, é um recurso, no qual facilita a integração dos setores proporcionando agilidade nas operações logísticas, auxiliando na troca de informações, gerenciamento das atividades e é responsável por otimizar o trabalho de gestores e colaboradores. Com isso, pode-se afirmar que a empresa que não detém do poder tecnológico perde oportunidade de ser notada no mercado competitivo.
3
SISTEMA INTEGRADO: (ERP) 
Enterprise Resource Planning ou Sistema Integrado de Gestão Empresarial, um software rodeado por vários aplicativos que serve para automatizar a gestão empresarial, reunindo dados e processos das atividades corporativa. Seus módulos são específicos de cada área, como: recursos humanos, finanças, contabilidade, vendas, entre outras, sendo eles integrados com o objetivo de compartilhar as informações e repassá-las em tempo real.
Consoante Stamford (2000, apud Pedroso, 2011) o (ERP) é:
(ERP) é um sistema integrado, que possibilita um fluxo de informações único, contínuo e consistente por toda a empresa sob uma única base de dados. É um instrumento para a melhoria de processos de negócio, tais como produção, compras ou distribuição, orientado por estes processos e não as funções/departamentos da empresa, com informações on-line e em tempo real. Possui uma arquitetura aberta, a qual viabiliza operar com diversos sistemas operacionais, banco de dados e plataformas de hardware. Desta forma, o (ERP) permite visualizar por completo as transações efetuadas pela empresa, desenhando um amplo cenário de seus processos de negócios.
Para Felippes (2009, p.144, 145), o conceito do (ERP) é o seguinte:
É um sistema amplo de soluções e informações. Um banco de dado único, operando em uma plataforma comum que interage com um conjunto integrado de aplicações, consolidando todas as operações do negócio em apenas um ambiente computacional. Serve para integrar todos os departamentos e funções de uma companhia em um simples sistema de computador que pode servir a todas necessidades particulares de cada uma das diferentes seções.
Além de expor a definição, ele ainda aponta algumas vantagens e desvantagens, pontos que devem ser avaliados. Prós: exclui o uso do dispositivo manual; minimiza os custos; oferece condições favoráveis quanto ao fluxo da informação; facilita na tomada de decisão; suprime a repetição de atividades e oferece resposta mais rápida ao mercado. Todavia, como foi dito apresenta contras, como: alto custo para instituir e treinar os funcionários e disposição de tempo com risco de se produzir menos no decorrer da inserção do sistema. 
Para chegar à conclusão sobre a valia da implantação do (ERP), é necessária uma análise minuciosa a respeito dos resultados esperados. Padilha e Marins (2005, p.107) descrevem os benefícios do sistema como:
A utilização de sistemas (ERP) otimiza o fluxo de informações e facilita o acesso aos dados operacionais, favorecendo a adoção de estruturas organizacionais mais enxutas e flexíveis. Além disso, as informações tornam-se mais consistentes, possibilitando a tomada de decisão com base em dados que refletem a realidade da empresa.Um outro benefício da sua implantação é a adoção de melhores práticas de negócio, apoiadas pelas funcionalidades dos sistemas, que resultam em ganhos de produtividade e em maior velocidade de resposta da organização.
Jamil menciona a flexibilidade do (ERP) com os demais sistemas (2001, apud Jesus e Oliveira, 2007, p. 319)
(ERP) é um sistema integrado e possui uma arquitetura aberta, viabilizando a operação com diversos sistemas operacionais, banco de dados e plataformas de hardware. Desta forma, é possível a visualização completa das transações efetuadas por uma empresa. Esses sistemas oferecem às organizações a capacidade de modelar todo o panorama de informações que possui e de integrá-lo de acordo com suas funções operacionais. Eles devem ser capazes de relacionar as informações para a produção de respostas integradas a consultas que digam respeito à gestão de todo negócio.
Segundo Souza & Zwicker (2000, apud Mendes & Escrivão Filho), precisa de um certo tempo do sistema em uso para notar os resultados e seus benefícios são: incorporar os setores; possibilidade de modernizar a base tecnológica e atenuar os custos de informática provenientes da terceirização da ampliação do sistema. 
Para Corrêa, Gianesi e Caon (2006, p.399 e 393), o principal benefício do (ERP) e por isso muitas empresas o adotam, é a possibilidade de compartilhar a mesma base de dados. Contudo, ressalta que, no Brasil, ainda não foi possível avaliar todos os módulos disponíveis no mercado, portanto, não se sabe se é um verdadeiro sucesso.	
Algumas organizações ainda hesitam em aderir o (ERP) e todos os seus custos, pois se preocupam com o desaparecimento dele, já que novas tecnologias surgem a todo momento. Porém, por se tratar de uma base de dados estará sempre à disposição, independentemente de qualquer outra lógica usada para manusear essas informações contidas. (Corrêa, Gianesi e Caon, 2006, p. 394)
Em se tratando de custos, uma pesquisa realizada por Koch, Slater e Baatz (1999, apud Padilha e Marins, 2005, p.110, 111), revelou alguns custos que são gerados com a implantação do (ERP), são eles: com treinamento, integração e testes, conversão de dados, tempo com consultoria, custo com pessoal e com o payback (retorno do valor investido).
Apesar do levantamento dos custos com a implantação do (ERP) e com alguns pontos desfavoráveis com o uso do sistema, Arbache et al., (2011, p. 110, 111) relatam que o (ERP) pode ser um fator primordial para uma organização ser competitiva e revelam o principal motivo: 
O uso do (ERP) está crescendo devido à complexidade de gerenciar as múltiplas informações fornecidas pelo mercado, geradas por uma concorrência cada vez mais acirrada, que deixa de ser regional para se tornar globalizada. Com o aumento do número de players, de diversas partes do mundo, o mercado passa a ser inundado com uma variedade cada vez maior de produtos. Esse aumento de variáveis impossibilita a tomada de decisão com rapidez, sem o apoio de um sistema integrado de gestão.
Uma pesquisa realizada por Bergamaschi e Reinhard (2000, apud Jesus e Oliveira, 2007, p. 319) entre os usuários para saber justamente o motivo da aquisição do (ERP), provou que 90.9% buscam uma vantagem competitiva e 100% integração de informações, já para os gerentes a razão que os motivou foi a necessidade de informações gerenciais 95.5% e 100% integração de informações.
Portanto, depreende-se que cada vez mais as empresas recorrem à (TI) para solucionar problemas apresentados na logística e em outras áreas.
Diante dos malefícios e benefícios relatados, a empresa deve analisar com muita cautela para saber se é necessário a implantação do software, se deve aplicar todos os módulos ou apenas alguns, afinal a finalidade é atender pontualmente à necessidade da organização, pois é esta que deve determinar a real razão para aquisição do sistema.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Diante das questões apresentadas, é notório que a Tecnologia da Informação veio favorecer as relações empresariais e colaborar com a ascensão da organização, portanto é preciso avaliar com responsabilidade a real necessidade da empresa. Pontos primordiais, como: volume de funcionários, custo/ benefício e segmento devem ser levados em consideração. Se uma empresa, por exemplo, é de pequeno porte, ou seja, possui poucos funcionários, certamente não precisa de um software para recursos humanos, pois facilmente consegue resolver essa questão sem automatizá-la. O custo/ benefício é para saber se mesmo com o valor do custo para implantação do sistema é vantajoso, por isso há necessidade de conhecer o negócio, caso não, melhor continuar com o atual processo. Por isso, também deve examinar com cautela o segmento da organização, muitas empresas ignoram esse fator e acabam tendo experiências não muito agradáveis com o sistema. 
Caso esses fatores forem considerados, o nível de êxito será muito grande, pois os softwares foram criados para garantir a operacionalização da comunicação, sendo assim, para resolver quase tudo, deixando para o ser humano somente as negociações e tomadas de decisões.
Lembrando que o trabalho visa responder como às novas tecnologias da informação podem ajudar a melhorar a logística e por que esta pode ser considerada uma vantagem competitiva. As tecnologias da informática desenvolvidas e aplicadas na logística colaboram com os processos, os quais podem ser controlados, principalmente se for uma empresa de grande porte com inúmeras informações processadas diariamente, esses dados podem ser visualizados por gestores e por quem mais for necessário facilmente através dos softwares. Além disso, ele proporciona agilidade e otimização das tarefas, redução de custos com a automatização dos processos, mitigação de erros e repetição de trabalho.
Sobre a vantagem competitiva, ter vantagem é ser diferenciado (a) e a empresa pode deter essa qualidade através da logística, até mesmo com o nível de serviço, já que é o resultado do trabalho logístico, basta estipular o que é nível de serviço e aperfeiçoar, assim alcançará ótimos resultados e adentrará ao mercado competitivo.
Apesar de alguns custos inerentes ao (ERP), até mesmo com a sua implantação, é evidente que seus benefícios são fantásticos, assim como corroborado com o sucesso do Porto de Santos que inclusive menciona o uso dos equipamentos tecnológicos como meio estratégico. Logo, nos dias de hoje falar sobre logística é falar também de tecnologia da informação, pois não tem como segregá-las no século XXI.
REFERÊNCIAS
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CORRÊA, Henrique Luiz; GIANESI, Irineu G. N.; CAON, Mauro. Planejamento, programação e controle da produção: MRP II/ERP: conceitos, uso e implantação, 4º edição, São Paulo, Atlas, 2006. 
FELIPPES, Marcelo A. Gestão Administrativa, Logística, Transporte e Consultoria. volume VIII, Brasília-DF, 2009.
GIL, Antônio de Loureiro. Sistemas de Informações: Contábil/Financeiros. 3º edição, Atlas, São Paulo, 1999. 
JESUS, Renata G; OLIVEIRA, Marilene O. Implantação de sistemas ERP: Tecnologia e pessoas na implantação do SAP R/3. 2007.
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MENDES. Juliana V.; FILHO, Edmundo E. Sistemas Integrados de Gestão (ERP) em Pequenas Empresas. 2019.
PADILHA, Thais; MARINS, Fernando A.Sistemas ERP: características, custos e tendências. 2005.
PEDROSO, Carmenci. ERP Sistema Integrado de Gestão Empresarial. 2019. 
ROCHA, Paulo Cesar A. Logística & Aduana. 4º edição, Aduaneiras, São Paulo, 2013.

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