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Direito Processual do Trabalho Conclusões retiradas da doutrina Direito e Processo do Trabalho, 2ªth, Fagner Sandes. ❋ Fontes do direito processual do trabalho: * MATERIAIS: Fatos sociais, acontecimentos históricos... * FORMAIS: Leis em sentido lato (CF; leis trabalhistas; leis processuais civis – como a aplicação subsidiária do CPC e da Lei de Execução Fiscal; atos normativos do poder judiciário – regimento interno do TRT e TST) costumes – exemplo a contestação escrita, princípios e analogia; jurisprudência. ❋ ATENÇÃO: Importante lembrar que no direito processual do trabalho não se aplica o princípio da norma mais favorável ao trabalhador, como no direito material. Aqui se observa a hierarquia das NORMAS, não costumes jurisprudências… ❋ Súmulas do STF: Súmula Vinculante 22. “A Justiça do Trabalho é competente para proces-sar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decor-rentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional n. 45/04.” Súmula Vinculante 23. “A Justiça do Trabalho é competente para proces-sar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.” Súmula Vinculante 40. “A contribuição confederativa de que trata o art. 8o, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.” Súmula Vinculante 53. “A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados.” ❋ O advogado pode utilizar medida processual não prevista nas leis trabalhistas? Sim! Desde que haja omissão na CLT e medida não seja incompatível com os princípios do direito do trabalho. Ex: aplica o CPC subsidiariamente. ❋ Não se aplica ao processo do trabalho o art. 459 do CPC, que fala sobre a possibilidade das perguntas serem feitas diretamente pela parte às testemunhas. ❋ Se aplica ao direito processual do trabalho: - Vedação da decisão surpresa; - Tutela provisória; - Fundamentação da sentença; - Bacenjud. ❋ Eficácia da lei no tempo: entram imediatadamente em vigor na data da publicação, salvo a vacatio legis consignada na própria lei. Alcança processos em andamento, respeitado direito adquirido no plano processual e atos processuais já consumados, bem como dever de respeito a legítima expectativa das partes e boa fé processual. Aplicam-se, portanto, os princípios da irretroatividade e da eficácia imediata. Observação: Se a lei nova alterar prazo recursal, deve ser observado o prazo vigente na data da publicação da sentença. Se revogar um recurso, mas este já havia sido interposto, será julgado normalmente. (TEORIA DOS ATOS ISOLADOS: cada ato processual deve ser considerado separadamente dos demais para o fim de se determinar qual a lei que rege). ❋ PRINCÍPIOS: Princípio do jus postulandi: Empregado e o empregador podem estar em juízo sem a presença de advogado, praticando atos processuais, exercem capacidade postulatória. Sindicato como substituto processual NÃO PODE se valer do jus postulandi – precisa de advogado. SÚMULA 425 TST: O jus postulandi limita-se a VARA DO TRABALHO E TRTS. Não não não alcança AÇÃO RESCISÓRIA, AÇÃO CAUTELAR, (NCPC é tutela provisória de urgência de natureza cautelar – antecedente ou incidental) MANDADO DE SEGURANÇA E RECURSOS AO TST. O jus postulandi NÃO se aplica também a jurisdição voluntária de homologação de acordo extrajudicial, já que necessita de advogado. Princípio da conciliação: Justiça do trabalho é eminentemente conciliatória. Há dois momentos obrigatórios para tentativa de conciliação: 1° momento: quando da abertura da audiência; 2° momento: após as razões finais, porém antes da sentença. No procedimento sumaríssimo o juiz pode em qualquer fase da audiência incitar as partes ao acordo. SÚMULA 418 TST: A homologação de acordo constitui faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança. Contudo, o juiz deve fundamentar a decisão que indefere a homologação de acordo requerida pelas partes. (CPC) Ausência de fundamentação: NULIDADE ABSOLUTA. Cabendo sim, nesse caso, o mandado de segurança, quando ocorrer no tramitar do procedimento comum. Se ocorrer a negativa no procedimento de jurisdição voluntária cabe Recurso Ordinário, visto que se trata de uma sentença. (fundamentada ou não cabe o RO) Para além da obrigatoriedade, a Justiça do trabalho incentiva o acordo em QUALQUER fase do processo, inclusive após o trânsito em julgado, em fase de execução. OJ 376 da SDI-1 do TST: “É devida a contribuição previdenciária sobre o valor do acordo celebrado e homologado após o trânsito em julgado de decisão judicial, respeitada a proporcionalidade de valores entre as parcelas de natureza salarial e indenizatória deferidas na decisão condenatória e as parcelas objeto do acordo”. O acordo homologado judicialmente tem força de DECISÃO IRRECORRÍVEL. O termo de conciliação transita no momento da homologação judicial. Só podendo ser impugnável por AÇÃO RESCISÓRIA. Princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias: SÚMULA 214 TST: Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho – RECURSO DE REVISTA b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal – AGRAVO INTERNO/REGIMENTAL OU INOMINADO; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT – RECURSO ORDINÁRIO. CLT: Negar seguimento, para instância superior de recurso interposto na origem, despacho de inadmissibilidade: AGRAVO DE INSTRUMENTO. Proferida pelo relator, que acolher ou rejeitar, em incidente de desconsideração da personalidade jurídica instaurado originalmente no tribunal: AGRAVO INTERNO. Acolher ou rejeitar, em sede de execução, incidente de desconsideração de personalidade jurídica: AGRAVO DE PETIÇÃO. Princípio da normatização coletiva: A justiça do trabalho exerce poder normativo → competência material de solucionar conflitos COLETIVOS, criando normas e condições gerais e abstratas. (Se dá pela SENTENÇA NORMATIVA). Essas normas são aplicáveis às categorias envolvidas, salvo se houver extensão. Não é princípio absoluto, encontra limitações na CF, em acordos e convenções, que disponham de condições mínimas de proteção a trabalhador. Princípio da Oralidade: Os atos são realizados pelas partes e juiz em audiência ORALMENTE → celeridade e simplificar os procedimentos. Ex. A reclamação trabalhista pode ser oral – reduzida a termo, em 2 vias, a defesa pode ser oral em 20 min, razões finais orais em 10 min. Princípio da Celeridade: Verbas de natureza alimentar, tem de ser rápido. Princípio da Subsidiariedade (preencher lacuna) ou Supletividade (complementar): 2 pressupostos: → omissão da CLT → compatibilidade das normas do processo civil com os princípios do processo do trabalho. Princípio da Imediação ou Imediatidade: Juiz tem contato direto com as partes, peritos, testemunhas → pelo melhor convencimento. Por isso a vedação às partes perguntar diretamente às testemunhas. Princípio da busca da verdade real: Princípio da primazia da realidade. Confere as juízes e tribunais ampla liberdade de atuação no processo, podendo determinar QUALQUER DILIGÊNCIA. necessária. Princípio da ultrapetição ou extrapetição: Em regra não pode sentença ultra, citra ou extra petita. SALVO: Os casos autorizados em lei → julgamento sem pedido. Ex. Juiz pode converter reintegração do empregado estável em indenização.Súmula nº 211 do TST: Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a condenação. Princípio da non reformativo in pejus: Tribunal ao julgar recurso não pode agravar situação do recorrente. Logo: Se o pedido do autor for julgado parcialmente procedente e só o réu recorrer: NÃO PODE O JUIZ DAR TOTAL PROCEDÊNCIA. Estaria reformando para piorar. Princípio da instrumentalidade das formas: Ato é válido se preencher a finalidade. Princípio da publicidade: É a regra, mas há exceções quando o interesse social determinar. Princípio da vedação da prova ilícita: Não é admitido. Aplica-se inclusive a teoria dos frutos da árvore envenenada ou prova ilícita por derivação. ❋ ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO: Juiz do trabalho (1ª instância) → atuam nas comarcas. Art. 112 da CF/88: A lei criará Varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. Art. 108, I, a, da CF/88:É competência originária dos TRFs processar e julgar, ressalvada a competência da justiça eleitoral, os juízes da justiça do trabalho, nos crimes de responsabilidade e comuns. TRT (7 juízes nomeados pelo Presidente da República, não precisa aprovação do Senado, brasileiros +30-65 anos de idade) (2ª instância) 1/5 das vagas a advogados +10 anos e membros do MPT +10 anos, os demais em razão da promoção dos juízes do trabalho. → TST (27 ministros, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado, brasileiros +35-65 anos, notável saber jurídico e reputação ilibada, 1/5 advogados + de 10 anos e membros MPT +10 anos, os demais juízes de tribunais regionais do trabalho, indicados pelo TST (cuidar para não confundir com TRT) (3ª instância) Cuidar: Não são varas do trabalho, o orgão é juiz do trabalho, que desempenha funções na Vara do trabalho, que é criada por lei ordinária. ATENÇÃO: As juntas de conciliação e julgamento NÃO existem mais! ❋Junto ao TST funcionarão: * Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados; * Conselho Superior da Justiça do Trabalho. ❋ Os TRTs instarão a justiça itinerante. ❋ Os TRTs poderão funcionar descentralizadamente por meio de Câmaras Regionais. OBS: É competência Justiça do Federal processar e julgar ações que envolvam crimes contra ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO, como o trabalho escravo.
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