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Superendividamento (1)

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1 
 
INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO MARANHÃO 
UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO MARANHÃO 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
ANTONIA DA SILVA MACHADO 
 
 
 
 
 
Prevenção e tratamento do superendividamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imperatriz 
2021 
2 
 
ANTONIA DA SILVA MACHADO 
 
 
 
 
 
 
 
Prevenção e tratamento do superendividamento. 
 
 
 
 
Esta Pesquisa foi elabora para a 
obtenção de nota do primeiro 
bimestre. Instituto de Ensino 
Superior do Sul do Maranhão/ 
Unidade de Ensino Superior do Sul 
do Maranhão. Direito do 
Consumidor, prof. Letícia. 
 
 
 
 
 
 
 
Imperatriz 
2021 
 
3 
 
 
I. Introdução geral. 
Superendividamento do Consumidor, tem com seus objetivos geral e 
principal assim como demonstra a Lei 8.078/90, que vem explicitamente 
com uma ferramenta importante para a proteção do consumidor perante as 
praticas abusivas no mercado de consumo. 
 O superendividamento e um fenômeno comum na sociedade de 
consumo atual, de acesso ao crédito facilitado, democratizando o 
pagamento em prestações, o superendividamento crônico do consumidor, 
vêm ganhando, ainda que timidamente, destaque nas discussões jurídicas 
sobre direitos do consumidor e a lei que os protege. 
O presente tema se trata de um problema discutido com constância na 
sociedade há muito tempo, por mais que o Código de Defesa do Consumidor 
seja protecionista, o consumidor mesmo assim fica baste exposto e a mercê 
o tempo todo. O problema é que o consumidor endividado ao buscar a 
tutela jurisdicional, antigamente não encontrava respaldo legal para 
embasar tal pretensão e nem tem o judiciário lei que regule tal instituto, 
deixando o magistrado apenas com as regras ordinárias de experiência, a 
analogia e os princípios gerais do direito para fundamentar suas decisões, já 
que não pode deixar de julgar ao argumento de existia na lacuna da lei. 
Contudo foi recentemente incluído no CDC pela Lei 14.181, de 2021, a 
referida vem estabelecendo diretrizes e prevenção para o 
superendividamento. 
 
II. O Superendividamento 
A lei do superendividamento nasce com objetivos de suprir lacuna 
adotando uma visão reducionista e destorcida da realidade. Vem também 
ignorando a falta de transparência e as praticas abusivas do que existe 
frequentimente no mercado de consumo e ofertas de credito. 
O consumidor, com já abordamos, é de fato a parte mais vulnerável na 
relação consumerista, por esse motivo tem merecimento a proteção de 
forma especial do estado, a tutela conferida pelo Código de Defesa do 
Consumidor. No entanto, com a massificação dos meios de produção e o 
aumento da oferta de produtos no mercado de consumo, o consumidor 
continua sendo desrespeitado pelos meios de propaganda apelativos e 
através de cláusulas abusivas, inseridas pelos fornecedores, propositalmente 
nos contratos de adesão. Neste diapasão, com o avanço vertiginoso de 
4 
 
produtos cada vez mais completos e repletos de tecnologia, o consumidor se 
vê obrigado a consumi-los com o propósito de se sentirem dentro de um 
status imposto, de certa forma, pela sociedade. Esse consumo, na maioria 
das vezes desenfreado e inconsciente, gera ao consumidor parcelas e mais 
parcelas que somadas o impossibilitam de adimpli-las. 
Discorrem sobre o tema Cláudia Limas Marques, Clarissa Costa Lima e 
Káren Bertoncello (2010, p. 07, 08): 
Embora seja inegável que o acesso ao crédito 
constitui ferramenta indispensável para o desenvolvimento 
das economias modernas, a grande complexidade dessas 
novas formas de contratação, que envolvem um conjunto 
intricado de riscos, custos e responsabilidades, acaba por 
prejudicar a compreensão do consumidor a respeito dos 
termos e condições do negócio e, consequentemente, 
dificultar sua avaliação sobre a adequação do contrato a 
suas necessidades, interesse e, acima de tudo, 
possibilidades econômicas. Assim, essa assimetria 
generalizada de informações e conhecimentos potencializa 
a vulnerabilidade do consumidor, pois, a mais permitir a 
formação de falsas expectativas sobre os produtos e 
serviços adquiridos, pode conduzi-lo a escolhas impróprias 
e de consequências perversas - e não apenas no que 
tange a seu patrimônio, mas também a sua qualidade de 
vida, dignidade, saúde e segurança. 
E isso é precisamente o que ocorre no chamado 
superendividamento, vicissitude que afeta a coletividade à 
proporção que se universaliza a oferta de crédito: verifica-
se um grupo expressivo de pessoas físicas que querem, 
mas se veem impossibilitados de remirem a totalidade de 
suas dívidas nos termos inicialmente convencionados. 
Trata-se de revés inevitável, que compõe o risco inerente 
à atividade financeira e constitui contraponto indissociável 
do desenvolvimento fundado no crédito. Portanto, não 
pode ser considerado um problema pontual, individual, e 
sim uma contingência de responsabilidade da sociedade 
em geral, um fato coletivo e que encontra causa e 
manifesta efeitos no mercado como um todo – e, 
exatamente por isso, não pode ser ignorado. 
Além de ser um grande problema social, que 
condena um número de pessoas cada vez maior à 
exclusão e a uma existência indigna, cingida ao 
pagamento perpétuo de uma dívida insolúvel, o 
superendividamento é também nocivo à economia, por 
5 
 
retirar o consumidor do mercado, minimizando seu poder 
de compra e vedando-lhe novos investimentos. Como se 
percebe, é um fenômeno bastante complexo e que exige 
respostas justas e efetivas por parte da sociedade e do 
Estado, especialmente por meio da instituição de ações de 
prevenção e tratamento: da segurança jurídica daí 
proveniente depende o funcionamento sustentável e 
otimizado do mercado, de forma a garantir ao mesmo 
tempo o respeito à dignidade da pessoa humana e o 
desenvolvimento econômico. (grifei) 
Mais do que endividados, segundo o regramento da nova lei, grande parcela 
dos consumidores do Brasil estão superendividados. O fenômeno, segundo 
Cláudia Lima Marques, trata-se da outra face da democratização do crédito, 
pois em que pese sejam vários os benefícios potenciais do amplo acesso aos 
financiamentos, há custos e riscos que careciam de tutela jurídica específica, 
como a redução da poupança familiar, a inflação e a perpetuação do 
endividamento. Clarissa Costa de Lima, que contribuiu para a redação da Lei n° 
14.181/2021, chama atenção, pois "nos casos mais graves, as dívidas superam 
o patrimônio do devedor (bens e rendas), impossibilitando o seu pagamento, 
fenômeno conhecido por superendividamento" 
 
III. O Superendividamento e suas principais proposições para a 
prevenção e tratamento. 
 
A prevenção sempre foi uma proposição afirmativa, um agir de modo a evitar 
que algo potencialmente prejudicial possa acontecer. Logo, prevenir que o 
consumidor entre num ciclo de dívidas que possa gerar efeitos devastadores em 
si e em sua família, é dever não só do Estado, mas de toda a sociedade. 
Giles Paisant236, ao prefaciar o documento intitulado “Prevenção e 
Tratamento do Superendividado”, do Ministério da Justiça e da Escola Nacional 
de Defesa do Consumidor, assim expôs: 
A prevenção consiste em fazer com que o 
consumidor não seja levado a se comprometer em uma 
operação de crédito além de suas faculdades 
racionalmente previsíveis de reembolso. Isso implica, de 
um lado, que ele seja claro e precisamente comunicado de 
todas as informações necessárias para que ele possa 
determinar o custo real da operação visada ao passo que, 
de outro lado e correlativamente, o organismo de crédito 
seja obrigado a avaliar a solvabilidade de seu cliente. 
6 
 
Inaugurando uma importante seção no capítulo atinente aos contratos 
de adesão no Código de Defesa do Consumidor (CDC), a Lei n° 14.181/2021 
incluiu os artigos 54-A a 54-G que tratam especificamente da prevenção e 
tratamento ao superendividamento, com especificidades ao fornecedor do 
referido serviço/produto,matéria que carecia de tratamento mais aprofundado 
pelo Código de Defesa do Consumidor. 
No seu artigo 54-A vem trazendo importantes definições a respeito do 
conceito do superendividamento. O primeiro deles, define o seu §1º que o 
superendividamento é a "impossibilidade manifesta de o consumidor pessoa 
natural, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de consumo, exigíveis e 
vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial". De certo plano ficam 
excluídas as pessoas jurídicas do conceito, e importantes também se saber que 
o CDC travadas por algumas delas. Cabe ressaltar que há uma inclusão no 
conceito de que se trata de divida aquelas que já estão vencidas e as 
prestações futuras, na proporção do efeito que se tornaria uma “bola de neve” 
é evidente e não faria sentido a lei ignorar os débitos a vencer. 
Aborda também no § 2° a lei sujeita os débitos objeto do 
superendividamento podem vir a surgir de quaisquer negócios jurídicos 
estabelecidos pelo consumidor, mesmo aqueles que não são referentes ao 
fornecimento puro de crédito. 
E no § 3° o legislador vem excluído a aplicação do novo regulamento ás 
hipóteses de débitos contraídos oriundo de fraudes e má-fe, realizando assim 
com dolo de inadimplementos ou para aquisição de produtos e serviços de luxo 
de alto valor. São conceitos evidentemente abertos, os quais dependem de 
intepretação legal, especialmente no que tange ao luxo e má-fé, os quais 
deverão ser tratados em cada caso específico. 
Boa-fé do devedor e princípio do crédito 
responsável 
Como já dito, o princípio do crédito responsável exige do 
devedor um comportamento prudente e em consonância 
com a boa-fé objetiva ao assumir dívidas para evitar 
futura inadimplência 
Para tal efeito, a avaliação do que seja boa-fé não é 
singela. O mero fato de um devedor ter contraído uma 
dívida além de sua capacidade de pagamento não pode 
ser considerado uma conduta de má-fé. 
O fato de o consumidor haver contraído dívida em 
situação de vulnerabilidade econômica não significa, por 
óbvio, de per si, haver atuado em violação à boa-fé. 
7 
 
Contrariamente, se o devedor efetivamente agiu 
(dolosamente) para praticar um golpe, o Direito não deve 
amparar esse tipo de comportamento. 
Tudo dependerá da apurada análise do caso concreto. 
 
Destacam-se no artigo 54-B: a necessidade do fornecedor de expressar 
as taxas de juros mensais e de mora, bem como todos os encargos no caso de 
atraso de pagamento; o destaque ao consumidor do valor das prestações, bem 
como ao seu valor total (a soma de todo o débito) e a necessidade da oferta de 
pagamento com validade mínima de dois dias; que estejam expressos os dados 
do fornecedor no negócio e seus contatos; a possibilidade de liquidação 
antecipada do débito pelo consumidor, não onerosa. 
 
O artigo 54-D indica posturas a serem tomadas pelo fornecedor de 
crédito, das quais se destaca em especial a avaliação da condição econômica do 
consumidor, inclusive em órgãos de proteção de crédito. O parágrafo único já 
alerta ao fornecedor que eventual análise de descumprimento "poderá acarretar 
judicialmente a redução dos juros, dos encargos ou de qualquer acréscimo ao 
principal e a dilação do prazo de pagamento previsto no contrato original, 
conforme a gravidade da conduta do fornecedor e as possibilidades financeiras 
do consumidor, sem prejuízo de outras sanções e de indenização por perdas e 
danos, patrimoniais e morais, ao consumidor". 
 
A redação do artigo 54-F define consequências para a realização de 
contratos conexos, coligados ou interdependentes ao contrato principal e ao 
contrato acessório que garante o financiamento, na hipótese do fornecedor 
utilizar o serviço na preparação ou conclusão do contrato de crédito; ou ainda, 
no caso do serviço ser oferecido no mesmo local do contrato principal. Gagliano 
e Oliveira já alertaram sobre a atecnia do dispositivo [8], pois trata da aquisição 
de um produto como contrato principal e a concessão de crédito como contrato 
acessório, sendo que esses negócios não são exclusivamente interdependentes 
e podem ser pactuados separadamente. 
Lima 246 explica que o tratamento do superendividamento 
 é definido como um procedimento coletivo no qual o 
patrimônio do devedor é utilizado para pagar a todos os 
credores. O objetivo comum dos sistemas legais de 
falência é a reabilitação do devedor mediante a solução 
dos problemas causados pelo superendividamento. 
8 
 
Encerrando a novel seção, o artigo 54-G abarca uma série de vedações aos 
fornecedores. 
IV. Tratamento extrajudicial e judicial do superendividamento 
A nova lei ainda prevê uma maneira de tratamento judicial do 
superendividamento, em caso de ausência de acordo voluntário entre o 
consumidor e os fornecedores, consubstanciada no "processo de repactuação 
de dívidas" tutelado pelo artigo 104-A e seguintes do Código de Defesa do 
Consumidor. Tratar-se-ia de processo judicial a requerimento do consumidor no 
qual será fixada data para audiência de conciliação presidida pelo juiz ou 
conciliador credenciado, com a presença de todos os credores de dívidas 
previstas no novo artigo 54-A do código ("Compromissos financeiros assumidos 
decorrentes de relação de consumo, inclusive operações de crédito, compras a 
prazo e serviços de prestação continuada"). O processo assemelha-se a uma 
assembleia geral de credores em recuperação judicial ou falência, guardadas 
suas evidentes particularidades. Na audiência, o consumidor deverá apresentar 
proposta de plano de pagamento com prazo máximo de cinco anos, preservado 
o mínimo existencial. 
 
 
9 
 
 
Referencias 
 
https://jus.com.br/artigos/36107/direito-do-consumidor-e-o-
fenomeno-do-superendividamento 
https://www.conjur.com.br/2021-ago-02/opiniao-breves-
apontamentos-lei-superendividamento 
https://cdn-
estude.unicuritiba.com.br/app/uploads/2021/07/06181945/ROBERT
O-SIQUINEL 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
2022/2021/Lei/L14181.htm#art1 
 
 
 
https://jus.com.br/artigos/36107/direito-do-consumidor-e-o-fenomeno-do-superendividamento
https://jus.com.br/artigos/36107/direito-do-consumidor-e-o-fenomeno-do-superendividamento
https://www.conjur.com.br/2021-ago-02/opiniao-breves-apontamentos-lei-superendividamento
https://www.conjur.com.br/2021-ago-02/opiniao-breves-apontamentos-lei-superendividamento
https://cdn-estude.unicuritiba.com.br/app/uploads/2021/07/06181945/ROBERTO-SIQUINEL
https://cdn-estude.unicuritiba.com.br/app/uploads/2021/07/06181945/ROBERTO-SIQUINEL
https://cdn-estude.unicuritiba.com.br/app/uploads/2021/07/06181945/ROBERTO-SIQUINEL
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14181.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14181.htm#art1

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