Tecido Adiposo

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Kerolyn Cibelle- Medicina- Unit 
 
 
 
 
 
Características 
É um tipo especial de tecido conjuntivo, 
no qual há predomínio de células 
adipocitas (adipócitos). Essas células 
podem ser encontradas de forma 
isolada ou em grupos no interior do 
tecido conjuntivo frouxo. 
Nesse tecido há acúmulo de 
triglicerídeos (lipídios), que quando 
metabolizados geram energia para a 
célula. São substâncias apolares, 
hidrofóbicas e insolúveis em água, 
também chamadas de gordura. 
Funções gerais 
» Reserva energética de longa 
duração (fosforilarição 
oxidativa dos ácidos graxos) 
» Depósito de gordura (lipídios) 
» Isolante térmico (animais que 
hibernam) 
Tipos 
Variam conforme a distribuição, 
estrutura, fisiologia e patologia. 
OBS: Não há transformação de um 
tipo de tecido adiposo em outro. 
 
 
 
 
 
 Comum, amarelo ou 
unilocular 
Possui coloração que varia do branco 
ao amarelo- escuro, que se deve ao 
acúmulo de carotenos dissolvidos nas 
gotículas de gordura. 
Quando desenvolvidas, as células 
contêm uma grande gotícula de 
gordura em seu citoplasma. 
Funções: 
 Reserva energética 
 Formação do panículo adiposo 
(camada que modela a 
superfície corporal, ficando 
abaixo da derme e diferenciando 
corpos masculinos e femininos) 
 Formação de coxins que 
absorvem choques mecânicos. 
 Isolamento térmico do 
organismo 
 Preenchimento de espaços de 
outros tecidos 
 Ajuda a manter os órgãos na 
posição 
 Sintetiza e secreta fatores e 
hormônios. 
 
Etapa 1- Módulo 2- Aula 5// Histologia Básica: Junqueira e Carneiro. 
Kerolyn Cibelle- Medicina- Unit 
 
 
FIGURA 6.1 Tecido adiposo unilocular 
formado por células adiposas contendo uma 
grande gotícula lipídica (G). Seu citoplasma 
se restringe a delgados anéis (pontas de 
seta), e vários núcleos de adipócitos podem 
ser observados (setas), além de vasos 
sanguíneos (VS). 
O tecido unilocular apresenta septos de 
tecido conjuntivo propriamente dito, 
que contêm vasos e nervos que servem 
às células adiposas. Desses septos 
partem delgadas fibras reticulares 
(colágeno III) que sustentam as células 
adiposas individualmente. 
 
A vascularização do tecido adiposo é 
muito abundante quando se considera 
a quantidade relativamente pequena de 
citoplasma ativo. 
 
É o tipo de tecido adiposo que se 
encontra durante toda a vida, 
distribuído pelo corpo sobre a 
influência do sexo, da genética e da 
idade do indivíduo. 
 
 
 
 
Deposição e mobilização 
dos lipídios 
Os triglicerídeos armazenados 
originam-se das seguintes formas: 
» Absorvido da alimentação 
» Oriundos do fígado e 
transportados pela circulação 
até o tecido adiposo 
» Formados pelas próprios 
adipócitos, em um processo de 
lipogênese, que forma o 
triglicerídeo a partir de glicerol 
(álcool) e ácido graxo. 
As células adiposas podem sintetizar 
ácidos graxos e glicerol a partir da 
glicose, processo que é acelerado pela 
ação da insulina. 
Em caso de necessidade energética, 
ocorre a retirada dos lipídios dos 
adipócitos. Esse processo se dá pela 
hidrólise dos triglicerídios 
desencadeada pelo neurotransmissor 
norepinefrina. O neurotransmissor é 
liberado nas terminações pós-
ganglionares dos nervos simpáticos que 
inervam o tecido adiposo e é captado 
por receptores da membrana dos 
adipócitos. Estes ativam a 
enzima lipase sensível a hormônio, 
promovendo a liberação de ácidos 
graxos e glicerol – processo 
chamado lipólise. 
Os ácidos graxos e o glicerol difundem-
se pelo citosol para fora da célula, em 
direção aos capilares do tecido 
adiposo. Após penetrarem na corrente 
sanguínea, os ácidos graxos, que são 
quase insolúveis na água, ligam-se à 
parte hidrofóbica das moléculas de 
albumina do plasma sanguíneo e são 
transportados pela circulação para 
outros tecidos, nos quais serão 
utilizados como fonte de energia. O 
glicerol é solúvel no plasma, circula no 
sangue e é captado pelas células do 
fígado e de outros locais, sendo 
reaproveitado. 
 
 
As células adipócitas só sofrem divisão 
celular durante o nosso crescimento. Após 
os 18 anos, as células deixam de sofrer 
divisões mitóticas e o processo de engordar 
se dá pela hipertrofia (aumento do volume) 
da célula. 
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FIGURA 6.3 Deposição e remoção de lipídios 
nos adipócitos. Os triglicerídios são 
transportados no sangue principalmente sob a 
forma de quilomícrons e outras lipoproteínas (p. 
ex., as VLDL). Na superfície dos capilares do 
tecido adiposo, essas lipoproteínas são 
clivadas pela enzima lipase lipoproteica, 
liberando ácidos graxos e glicerol. Essas duas 
moléculas se difundem do capilar para o 
citoplasma do adipócito, onde formam 
triglicerídios, que são depositados em 
gotículas. Norepinefrina liberada nas 
terminações nervosas estimula o sistema 
intracelular de monofosfato de adenosina 
cíclico (cAMP), que ativa a enzima lipase 
sensível a hormônio. Essa enzima hidrolisa os 
triglicerídios, formando ácidos graxos livres e 
glicerol. Essas duas substâncias difundem-se 
para o interior do capilar, no qual os ácidos 
graxos se ligam à porção hidrofóbica das 
moléculas de albumina para serem distribuídos 
para tecidos em que serão utilizados como 
fonte de energia. O glicerol permanece livre no 
sangue e é captado principalmente pelo fígado. 
Secreção do tecido adiposo 
O tecido adiposo unilocular é também 
um órgão secretor, que sintetiza 
moléculas como: 
 Lipase lipoproteica: faz o 
processo de quebra do 
triglicerídeo. 
 Leptina: regula a quantidade de 
tecido adiposo no corpo e da 
ingestão de alimentos. 
 Adiponectina: diminui a 
liberação de glicose pelo fígado. 
 Resistina: função 
hiperglicemiante. 
Histogênese do tecido 
adiposo unilocular 
As células adiposas uniloculares 
originam-se a partir de células 
derivadas do mesênquima, 
os lipoblastos. Essas células são 
morfologicamente semelhantes 
a fibroblastos, porém precocemente 
acumulam gordura no seu citoplasma. 
As gotículas lipídicas são inicialmente 
isoladas, mas muitas se fundem, 
formando a gotícula única 
característica da célula adiposa 
unilocular. 
 Pardo ou multilocular 
Esse tecido apresenta células que 
contêm numerosas gotículas pequenas 
de lipídios e muitas mitocôndrias. Ao 
contrário do unilocular, que é 
encontrado em quase todo o corpo, o 
pardo tem distribuição limitada (cintura 
escapular e pélvica) e não há nova 
formação após o nascimento. 
Função 
 Produção de calor, devido à 
aceleração que o tecido faz para 
que a lipólise e a oxidação dos 
ácido graxos aconteçam. 
Daí a importância do tecido pardo para 
mamíferos que hibernam, já que o 
despertar se deve à ação de estímulos 
nervosos no tecido multilocular, que 
distribui calor pela circulação 
sanguínea e estimula os tecidos 
hibernados, sendo chamado de 
Glândula Hibernante. 
Esse tecido desaparece no corpo 
humano com 1 ano de idade, se 
concentrando na região do dorso e do 
ventre dos bebês (serve para gerar 
calor para os órgãos vitais durante os 
primeiros meses de vida). 
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FIGURA 6.6 Tecido adiposo multilocular. 
Suas células caracteristicamente contêm 
núcleos esféricos geralmente centrais (setas) 
e múltiplas gotículas de lipídios no 
citoplasma. 
Histogênese do tecido 
adiposo multilocular 
Também se formam a partir de células 
mesenquimais, porém adquirem 
aspecto de glândula endócrina 
cordonal antes de acumularem 
gordura.