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Conceito Doença multissistêmica, de etiologia desconhecida, mas de patogenia imunológica, caracterizada, de início, por fraqueza muscular, sobretudo das regiões proximais, com inflamacão e degeneracão da célula muscular estriada. As alterações cutâneas características são o eritema heliotrópico periorbitário e malar, pápulas de Gottron sobre as articulacões interfalangianas e telangiectasia periungueal. Epidemiologia Não tem características geográficas, porém é 4 vezes mais frequente nas mulheres negras; é bimodal, com a forma infantil (5 a 12 anos) e a forma adulta (50 a 70 anos). classificação o diagnóstico da polimiosite/dermatomiosite. Estes se baseiam na correlação clinicopatológica em 5 categorias: 1. polimiosite 2. dermatomiosite 3. dermatopolimiosite infantil 4. polimiosite ou dermatomiosite associada à malignidade 5. polimiosite ou dermatomiosite associada a outras colagenoses (síndrome de superposição – overlap syndrome). Clínica O início pode ser súbito ou insidioso, com ou sem febre, por comprometimento cutâneo e/ou muscular. A fotossensibilidade é marcante (lesões em V do decote ou na região superior do dorso, o chamado sinal do xale). As lesões cutâneas características são, principalmente, de duas ordens: o eritema-edema heliotrópico, de cor violáceo-lilás, periorbitário ou malar; e as pápulas de Gottron (pápulas violáceas, às vezes com atrofia e despigmentação na região dorsal das articulações interfalangianas e/ou metacarpofalangianas); o sinal de Gottron (máculas eritematovioláceas com ou sem edema sobre quaisquer articulações), lesões poiquilodérmicas (eritema, despigmentação salpicada ou reticulada com telangiectasia, que dão aspecto sujo; o eritema malar em asa de borboleta (nunca atróficas) e hipertrofia cuticular periungueal com telangiectasias. As lesões ceratósicas dão um aspecto de mão de mecanico a estes pacientes. na forma adulta, podemos ter fenômeno de Raynaud e aspectos esclerodermiformes; a calcinose é muito mais comum na forma infantil, bem como a hemorragia intestinal Figura 1heliotropo, sinal muito característico Dermatomiosite. A. Pápulas de Gottron e telangiectasias periungueais, mais bem observadas nas primeiras falanges. B.Sinal de Gottron. A associação a tumor maligno interno é encontrada na forma adulta (10 a 30%), sendo raríssima na forma infantil. No adulto predomina a polimiosite, já que as lesões cutâneas só ocorrem em cerca de 35% desses casos. Em aproximadamente metade dos pacientes, as manifestações cutâneas antecedem em até 6 meses as alterações musculares. Para ser classificada como dermatomiosite amiopática, é necessário o mínimo de 1 ano de doença sem alterações musculares (10 a 20). Esta última comporta o subtipo hipomiopático, caracterizado por miosite subclínica, ou seja, sem fraqueza muscular, mas com alterações demonstráveis das enzimas musculares, ressonância magnética, biopsia muscular ou eletromiográfica; este subtipo é raro na infância, sendo o prurido e a letargia sintomas frequentes. Os sintomas musculares são mialgia intensa, fraqueza da musculatura proximal das articulações coxofemoral e escapuloumeral, que dificulta o ato de pentear-se e a movimentação; outros músculos, como os intercostais, diafragma, faríngeos podem estar comprometidos, induzindo alterações na mecânica respiratória e da fonação. O acometimento de músculos faciais pode estar relacionado à miastenia gravis e, portanto, neoplasia oculta. A disfagia, que é alta, ao contrário da esclerodermia, na qual é baixa, resulta de vários fatores: diminuição da contração faríngea, alterações da peristalse esofágica e fraqueza da língua. Em casos graves, há necrose intensa das fibras musculares, com consequente mioglobinúria. Nos casos mais graves, pode haver abolição dos reflexos tendinosos. Os sintomas extracutâneos e extramusculares incluem comprometimento articular, sobretudo na fase prodrômica; obliteração das artérias digitais; dispneia (fraqueza da musculatura); fibrose pulmonar (raramente), taquicardia e arritmia. Diagnostico o é clínico, mas deve ser comprovado pela biopsia muscular orientada, pela eletroneuromiografia, ou ressonância magnética, que é mais adequada. o exames laboratoriais: o LDH o VHS o CPK o TGO/TGP o EXAMES DE IMAGEM o ENMG o RNM o HISTOPATOLOGICO o biopsia muscular depois do diagnóstico confirmado, deve-se avaliar se há acometimento sistêmico com testes de função pulmonar, motilidade do esôfago e eletrocardiograma. Todos os casos de DM devem ser investigados para a existência de neoplasia maligna associada; a investigação deve ser realizada anualmente nos 3 primeiros anos da doença ou quando surgirem novos sintomas. Foram propostos critérios diagnósticos para a DM, sendo quatro deles relacionados com a doenc ̧a muscular. A doença é considerada “possível” quando existem dois dos cinco critérios, “provável” com três e “definida” com a presenc ̧a de quatro critérios. critérios diagnostico para dermatomiosites Perda de força muscular simétrica e proximal, com ou sem disfagia ou alteração da musculatura respiratória Elevação de enzimas musculares séricas, especialmente da creatinoquinase, mas também das transaminases, da desidrogenase láctica e da aldolase ENMG Exame alterada, biopsia muscular com alterações Alterações cutâneas típicas: heliótropo, pápulas de Gottron, eritema violáceo descamativo simétrico em ombros, joelhos, maléolos, dorso ou tronco Diagnóstico diferencial o Infecções virais (HIV-1 HTLV-1) o Toxoplasmose o Fármacos, sobretudo de uso crônico. tratamento o O corticoide é medicação de escolha; usasse prednisolona, 60/80 mg/dia , por prazo longo. com melhora do quadro estabilização das resinas por 6 semanas, deve-se diminuir a dose gradativamente até a manutenção de 10 mg/dia. o A cloroquina é útil no tratamento das lesões cutâneas, e a dapsona, nos casos amiopáticos refratários a outras terapias. o Nos casos com pouca resposta, pode-se adicionar o metotrexato (15 mg/semana); azatioprina e ciclofosfamida também têm sido usadas como segunda escolha. o A terapêutica com imunoglobulina humana deve ser considerada nos pacientes que não apresentam resposta ao tratamento anterior. o A fisioterapia deve ser precoce, adequada e contínua. REFERÊNCIA AZULAY
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