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Nome: Rafaela Guirado Simioni Curso: Biomedicina Campus: Piracicaba / Período: Noturno Matéria: Análises Clínicas 1. Qual o significado da sigla ESBL? Qual o impacto desses microrganismos na saúde pública? R: ESBL (β-lactamases de espectro estendido). A disseminação de bactérias produtoras de betalactamases de espectro estendido (ESBL) têm sido retratadas como grande problema de saúde pública, especialmente no que diz respeito a patógenos associados às infecções. 2. Qual foi o local de estudo? Número de amostras avaliadas? Período da coleta de dados? R: O trabalho foi realizado no laboratório de Análises clínicas do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), em Passo Fundo, RS, Brasil. Foram analisadas durante o período de estudo 4.888 culturas. Realizou-se um estudo retrospectivo observacional transversal que incluiu os pacientes internados no HSVP e cujas culturas bacterianas foram realizadas, no período de junho a dezembro de 2007. 3. Como foi realizada a identificação de cepas, antibiograma e triagem fenotípica da produção de ESBL? R: As amostras biológicas foram identificadas através da coloração de gram e provas como fermentação de glicose sacarose e lactose, motilidade, produção de H2S, gás, indol e quando necessário à identificação foi confirmada pelo painel de gram-negativos do AUTO-SCAN-4 (Date Microscan Inc...,Sacramento, CAUSA).O perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos foi determinado pela metodologia de disco difusão, de acordo com as normas do CLSI (Clinical Laboratory Standards Institute). A triagem fenotípica para produção de ESBL foi realizada pela técnica de discos aproximação também segundo as normas do CLSI (CLSI 2007). 4. Qual foi o total de culturas positivas? Qual o percentual de enterobactérias? Qual o percentual de isolados produtores de ESBL? R: Ocorreram 129 casos de cultura positiva com produção de ESBL em pacientes do sexo masculino e 79 em pacientes do sexo feminino. Dentre essas, 54,2% (nº=838/1.546) foram identificadas como enterobactérias. dentre as culturas positivas identificadas como enterobactérias 24,8% (nº=208/838) dos isolados apresentaram teste de triagem positivo para produção de ESBL. 5. Quais as espécies mais prevalentes nesse estudo? R: Dentre os isolados produtores de ESBL, Escherichia coli foi à espécie prevalente, com 46,2% (nº=96), seguida de Enterobacter sp, com 30,3% (nº=63). 6. Em relação ao perfil de resistência dos isolados, contra quais antibióticos os isolados se mostraram mais sensíveis/resistentes? Excluindo os carbapenêmicos, piperacilina/tazobactam e amicacina foram os antimicrobianos mais efetivos in vitro, com susceptibilidades de 67,4% e 60,1%, respectivamente. Luzzaro e cols encontraram perfis de susceptibilidade semelhantes e, nestes isolados, detectaram o gene tipo-blaSHV. Baseado nesses dados, a piperacilina/tazobactam em monoterapia ou associada à amicacina pode ser uma opção útil para tratamento de infecções urinárias causadas por microrganismos susceptíveis. Como sugerido anteriormente, em infecções não crônicas e situações não de surto não é necessária à administração de carbapenêmicos. Essa medida pode auxiliar a preservar o valor dessas drogas. Como os isolados multirresistentes e produtores de ESBL deste estudo apresentaram altos índices de susceptibilidade à tigeciclina, esta poderia ser utilizada como opção para o tratamento de infecções específicas. Entretanto, existe um argumento contra a expansiva disponibilidade desta droga por apresentar potencial para o desenvolvimento de cepas resistentes. Além disso, existe uma preocupação de que a disponibilidade não restrita deste agente possa resultar que alguns antibióticos comumente utilizados, como fluoroquinolonas, cefalosporinas e carbapenêmicos, tornem-se mais propensos a induzir resistência cruzada e causar danos colaterais em pacientes hospitalizados. Embora o fenômeno de co-resistência não tenha sido observado até o momento, o potencial para o desenvolvimento de resistência a tigeciclina é desconhecido. 7. Do ponto de vista de saúde pública, qual a importância da frase encontrada no artigo: “As enterobactérias produtoras de ESBL avaliadas no presente estudo mostraram-se bastante susceptíveis aos carbapenêmicos, principalmente meropenem”. R: As ESBL tornaram-se o principal problema de saúde pública no que diz família Enterobacteriaceae, destacando-se a rápida disseminação dessas enzimas e o surgimento constante de novas variantes. No Brasil, a produção de ESBL em Enterobacteriaceae também é alarmante, uma vez que variantes têm sido descritas. Infelizmente, não existem programas de vigilância de abrangência nacional referentes à resistência bacteriana e a seus mecanismos, tornando-se difícil estimar a proporção de produtores de ESBL na federação. Dessa maneira, são necessários estudos mais abrangentes com relação à resistência no Brasil, além de medidas que estabeleçam o uso adequado de antibióticos na clínica médica a fim de diminuir os impactos na saúde pública.
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