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DEFINIÇÃO
Reflexão crítica sobre o conhecimento e a Ciência da Educação, englobando considerações
sobre Filosofia e Ciência, razão e saber, bem como a problematização do conceito atual de
Educação. Reconhecimento do sujeito como alicerce da Pedagogia do Sujeito e suas
implicações para a Educação.
PROPÓSITO
Abordar a Pedagogia como Ciência da Educação sob a perspectiva epistemológica,
fundamentando a prática pedagógica a fim de superar a defasagem cultural vivida atualmente
pela escola.
OBJETIVOS
 
Fonte: Shutterstock
MÓDULO 1
Descrever o conceito de Epistemologia como reflexão crítica sobre os discursos filosófico e
científico
 
Fonte: Shutterstock
MÓDULO 2
Identificar a Pedagogia como a Ciência da Educação
 
Fonte: Shutterstock
MÓDULO 3
Reconhecer a proposição de uma Educação Integral baseada na filosofia do sujeito
INTRODUÇÃO
Numa abordagem de cunho epistemológico, pretende-se mostrar a necessidade de pensar a
Pedagogia como Ciência da Educação. Referir-se ao epistemológico significa aludir a uma
reflexão crítica sobre o conhecimento científico em geral (fundamentado, justificado e
validado) e a como tal conhecimento é produzido nas suas muitas vertentes.
A Epistemologia, ao abordar o conhecimento científico, reconhece o quanto a Ciência é
indispensável. Atualmente, sem dúvida, é a principal área do conhecimento. Apesar disso, não
se pode deixar de considerar as demais áreas: a Filosofia, a Arte, a Teologia e o senso comum.
Módulo 1
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DESCREVER O CONCEITO DE EPISTEMOLOGIA COMO REFLEXÃO
CRÍTICA SOBRE OS DISCURSOS FILOSÓFICO E CIENTÍFICO
O CONCEITO DE CIÊNCIA
Para descrever o conceito de Epistemologia, é necessário realizar o trajeto de construção do
pensamento científico a fim de compreender a própria Epistemologia, assim como perceber
que a relação entre Ciência e Filosofia deve ser indissociável na construção do conhecimento
e da reflexão crítica. Vamos começar entendendo o conceito de Ciência.
O que significa Ciência?
A palavra ciência deriva do latim scientia, scire, isto é, saber, conhecer, e significa, em sentido
amplo, qualquer conhecimento. Com o tempo, passou a se restringir ao conhecimento do que
é produzido pelas ciências físico-naturais.
 
Fonte: jennylipets / Shutterstock
Se a Ciência teve início com a observação de certos fenômenos da natureza, não se pode
esquecer, no entanto, que o homem já inventava instrumentos rudimentares. Havia também ali,
no saber prático, o conhecimento:
 
Fonte: Andrii_M / Shutterstock
NO PROCESSAMENTO DA PEDRA EM:
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MARTELO
INSTRUMENTO DE CORTE
BIGORNA
FACA
CHOUPA
A observação de plantas e animais vem dos primórdios das ciências biológicas, mas também
desembocou no animismo e na magia (chamada no passado, pelos magos, de Grande
Ciência Sagrada). Portanto, o animismo, a astrologia e a religião estiveram presentes nas
origens da Ciência, ainda que não se possa determinar com precisão a qualidade de suas
relações.
Predominava, entre os gregos, um conceito de razão marcado pela ideia de um saber
especulativo regulado pelo critério da verdade. Contudo, é pela arquitetura conceitual, na
qual ele se exprime, que nos é permitido ver o mundo adequadamente. Seria, portanto, essa
apreensão justa que constituiria, em si mesma, a última finalidade do saber e, em certo sentido,
da própria vida. Acreditava-se que o conhecimento verdadeiro conduz à contemplação da
realidade, ou seja, permite que a compreendamos em seus princípios, em sua origem. Ver o
mundo na dimensão dos princípios é vê-lo em sua eclosão, em sua eterna juventude.
CONCLUINDO

A Ciência significa saber, conhecer. Em sentido amplo, significa qualquer conhecimento.
Qual a relação entre a Ciência e a Filosofia?
Embora a Filosofia grega reservasse um lugar à razão prática, a primazia era dada à razão
especulativa, concebida como finalidade da razão prática, como se a prática devesse servir
à teoria.
 
Fonte: vangelis aragiannis / Shutterstock
A ferramenta de trabalho do filósofo e do cientista é predominantemente o pensamento, por
meio da pesquisa teórica ou prática. Por isso, muitos deixam de lado a preocupação com
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Destacar
resultados, com o término do trabalho, dada a importância do processo, o qual, legitimamente,
é capaz de encerrar a pesquisa. Além disso, por ser um processo de conhecimento, há de se
considerar que toda pesquisa colabora com a formação do pesquisador. Diante do que vimos
em relação à finalidade do saber, e, portanto, da pesquisa, assim como suas possíveis
inversões de valores, convém enfatizar que:
 
Fonte: Robert Adrian Hillman / Shutterstock
Pesquisas não são voltadas para o objeto, e sim para o sujeito. Dotados de consciência, os
sujeitos têm o poder de agir sobre suas próprias vidas. Eles conhecem, agem, sentem e
querem – características que devem ser consideradas para distinguir o pesquisar para sujeitos
e o pesquisar sujeitos.
Os conhecimentos filosóficos e científicos exigem sempre um pensamento rigoroso (voltado a
um objeto), possuem um método e são lógicos (coerentes, não contraditórios).
 
Fonte: Robert Adrian Hillman / Shutterstock
O conhecimento verdadeiro, seja no contexto filosófico ou científico, diz respeito ao que é
pertinente ao nosso mundo. É assim que, ao fazer Filosofia e Ciência, o ser humano interpreta
suas próprias ações e aquilo que o cerca, a realidade. Trata-se de um desejo de superar o que
lhe causa admiração, surpresa. É essa interpretação que se transforma em um enunciado
verdadeiro, que pretende dizer exatamente como a realidade é, mesmo sabendo que o
discurso será outro após algum tempo, uma vez que a realidade se transforma.
CONCLUINDO

A Ciência e a Filosofia utilizam o pensamento para interpretar a realidade.
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Destacar
FILOSOFIA: USO DO SABER EM PROL DA
HUMANIDADE
O que é Filosofia?
O EUTIDEMO, DE PLATÃO, DEFINE A FILOSOFIA COMO O USO DO
SABER EM PROL DA HUMANIDADE. AFINAL, DE NADA SERVIRIA SABER
TRANSFORMAR PEDRAS EM OURO A QUEM NÃO SOUBESSE UTILIZÁ-
LO; SERIA INÚTIL UMA CIÊNCIA QUE TORNASSE IMORTAL A QUEM NÃO
SOUBESSE UTILIZAR A IMORTALIDADE E ASSIM POR DIANTE. É
PRECISO QUE COINCIDAM O FAZER E O SABER UTILIZAR O QUE É
FEITO, E ESSA É UMA CARACTERÍSTICA DA FILOSOFIA.
SEGUNDO NICOLA ABBAGNANO (1999), A FILOSOFIA IMPLICA:
A POSSE OU AQUISIÇÃO DE UM CONHECIMENTO QUE SEJA, AO
MESMO TEMPO, O MAIS VÁLIDO E O MAIS AMPLO POSSÍVEL.
O USO DESSE CONHECIMENTO EM BENEFÍCIO DO HOMEM.
Abbagnano (1999) nota que esses dois elementos são recorrentes nas definições de Filosofia
em diferentes épocas:
PARA DESCARTES A FILOSOFIA SIGNIFICA O ESTUDO DA SABEDORIA,
A QUAL NÃO É SOMENTE A PRUDÊNCIA, MAS O PERFEITO
CONHECIMENTO DE TODAS AS COISAS POSSÍVEIS AO SER HUMANO,
TANTO PARA A CONDUTA DE SUA VIDA QUANTO PARA A
CONSERVAÇÃO DE SUA SAÚDE E PARA A INVENÇÃO DE TODAS AS
ARTES.
PARA HOBBES A FILOSOFIA É O CONHECIMENTO CAUSAL E A
UTILIZAÇÃO DESSE CONHECIMENTO EM BENEFÍCIO DA HUMANIDADE.
barba
Destacar
PARA KANT O CONCEITO CÓSMICO DE FILOSOFIA, QUE INTERESSA
NECESSARIAMENTE A TODOS OS HUMANOS, É O DE “CIÊNCIA DA
RELAÇÃO DO CONHECIMENTO À FINALIDADE ESSENCIAL DA RAZÃO
HUMANA”.
PARA DEWEY A FILOSOFIA É UMA “CRÍTICA DE VALORES”, NO
SENTIDO DE CRÍTICA DAS CRENÇAS, DAS INSTITUIÇÕES, DOS
COSTUMES, DAS POLÍTICAS, NO QUE SE REFERE A SEUS ALCANCES
SOBRE OS BENS.
CONCLUINDO

A Filosofia é o estudo de questões fundamentais da vida humana, com o objetivo de
beneficiar o próprio homem.
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A CIÊNCIA MODERNA
Não se fará aqui referência à Ciência em geral, mas à disciplina científica, que se caracteriza
como tal quando possui um objeto, um método e um corpo conceitual. Toda disciplina
científica tem obrigatoriamente um objeto, isto é, aquilo que ela quer conhecer. Logo, a
objetividade é uma de suas peculiaridades. Por isso, a objetividade tornou-se a característicadaquilo que é objetivo, isto é, a postura que o cientista adota ao ver as coisas como realmente
são.
Como surgiu a Ciência Moderna?
Pode-se afirmar que a Ciência Moderna nasceu sob a égide do que se chamou método
experimental. De fato, a Ciência sempre se esforçou para eliminar tudo o que dizia respeito à
subjetividade a fim de poder definir, reproduzir e comunicar os fatos. E o fez prolongando
nossos sentidos por meio de instrumentos de medição, os quais determinaram o tratamento
meramente quantitativo dado a eles.
Pensou-se que, por meio da repetição dos experimentos, fosse possível evitar o risco de erro.
Sob essa perspectiva, o fato científico nada mais é do que o fato mensurável. Por isso, a
Ciência Moderna ocupou-se de descrever seus procedimentos de medida, valendo-se da
linguagem matemática para tornar essa descrição fiável.
A reprodução dos fatos é primordial para os cientistas modernos. Daí a importância adquirida
por aquilo que eles chamam de método experimental. Para aqueles que trabalham com os
fenômenos físico-naturais, não há Ciência sem experiência. A Ciência Moderna deslocou, do
sujeito para o objeto, a questão do método. Com isso, criou um grande problema,
principalmente para as ciências humanas, fazendo com que a questão do método fosse
aprofundada. Por exemplo:
Para os psicólogos, a experiência (ou teste) também passou a ter importância.
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Para o historiador, a fidelidade aos documentos não deixa dúvida sobre a importância dada aos
fatos.
CONCLUINDO

A Ciência Moderna ressaltou a importância de se reproduzir os fatos, por meio do método
experimental, com o objetivo de validá-los. Dessa forma, o foco passava a ser o objeto, que
poderia ser descrito e testado.
A EPISTEMOLOGIA COMO CAMINHO DE
CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
Há dois caminhos para o conhecimento do objeto:
CATEGÓRICO-DEDUTIVO
EMPÍRICO-INDUTIVO
CATEGÓRICO-DEDUTIVO
Lalande (1993), ao se referir a categórico-dedutivo, remete-nos ao termo dedutivo – que
constitui uma dedução – e atribui a ele quatro sentidos. Interessa-nos o segundo: falar de uma
conduta geral de pensamento, aquela que utiliza apenas o raciocínio (como nas matemáticas
puras), sem fazer apelo à experiência no curso de seu desenvolvimento. O método dedutivo é
chamado de:
CATEGÓRICO-DEDUTIVO
Quando se parte de proposições dadas como verdadeiras.
HIPOTÉTICO-DEDUTIVO
Quando essas proposições iniciais são apenas supostas a título provisório ou consideradas
como simples lexis.
EMPÍRICO-INDUTIVO
Para indutivo, Lalande (1993) atribui dois significados:
MÉTODO INDUTIVO
Que procede por indução.
VERDADE INDUTIVA
Que resulta de uma indução.
O autor afirma haver um sentido usual na linguagem filosófica para o termo indução:
OPERAÇÃO MENTAL QUE CONSISTE EM REMONTAR DE UM NÚMERO
DE PROPOSIÇÕES DADAS, GERALMENTE SINGULARES OU ESPECIAIS,
A QUE CHAMAREMOS INDUTORAS, A UMA PROPOSIÇÃO OU A UM
PEQUENO NÚMERO DE PROPOSIÇÕES MAIS GERAIS, CHAMADAS
INDUZIDAS, TAIS QUE IMPLICAM TODAS AS PROPOSIÇÕES
INDUTORAS.
LALANDE, 1993
Toda disciplina científica tem uma terminologia própria, o que, na maioria das vezes, chega
mesmo a identificá-la, sem referência explícita a ela. Por exemplo:
Quando nos referimos a número, cálculo, binômio, congruência, resto, função, sequer
precisamos mencionar a Matemática.
O mesmo acontece com peso, massa, aceleração, movimento, vetor, gravidade, pois sabemos
que fazem alusão à Física.
O corpo conceitual diz respeito aos conceitos que são próprios a uma disciplina científica. Por
isso, a lógica do discurso de uma disciplina científica depende, também, de seu corpo
conceitual. Nesse ponto, retomamos a Epistemologia a partir da construção do corpo, da
investigação, do método, enfim, das condições necessárias para se construir um estudo
científico. Esse é um movimento intelectual, a formação de um campo formatado em uma forte
base epistemológica.
Quando surgiu o termo Epistemologia?
O termo Epistemologia, para definir as condições necessárias à produção do saber científico,
surgiu com James Frederick Ferrier. Atualmente adotamos esse termo de modo mais amplo,
como teoria do conhecimento, forma de representar e estruturar o conhecimento humano,
daí constituir-se em campo, em conjunto, e não se fechar em uma verdade, mas em um valor
atrelado ao conhecimento e à sua busca.
Na Epistemologia, não existe forma certa ou errada, mas desenvolvimento, busca humana pelo
conhecimento. Métodos podem ser refutados; resultados, discutidos; discursos, negados; mas
a Epistemologia é vivenciada na forma de pesquisa, na sua organicidade e melhora constante.
Epistemologia é considerar o objeto investigado de forma ampla e complexa, sua história, sua
relação com outros desenvolvimentos, e a certeza de ampliação e revisão constante dos
saberes.
Quando nos propomos a compreender a Pedagogia como uma Ciência, percebemos que ela
tem sua Epistemologia. Antes de conhecê-la, vamos compreender o conceito enquanto campo
de conhecimento.
CONCLUINDO

A Epistemologia busca representar e estruturar o conhecimento humano.

Para saber mais sobre a Epistemologia como reflexão crítica sobre os discursos filosófico
e científico, assista ao vídeo a seguir.
RESUMINDO
Nesse módulo, concluímos que:

A Ciência significa saber, conhecer. Em sentido amplo, significa qualquer conhecimento.

A Ciência e a Filosofia utilizam o pensamento para interpretar a realidade.

A Filosofia é o estudo de questões fundamentais da vida humana, com o objetivo de
beneficiar o próprio homem.

A Ciência Moderna ressaltou a importância de se reproduzir os fatos, por meio do método
experimental, com o objetivo de validá-los. Dessa forma, o foco passava a ser o objeto, que
poderia ser descrito e testado.

A Epistemologia busca representar e estruturar o conhecimento humano.
EPISTEMOLOGIA
Disciplina filosófica que estuda a maneira pela qual os saberes científicos se constituem.
ANIMISMO
Crença de que as coisas naturais sejam dotadas de alma.
ARQUITETURA CONCEITUAL
É uma forma de arquitetura que utiliza o conceitualismo, caracterizado por uma
introdução de ideias ou de conceitos de fora da arquitetura, muitas vezes como um meio
de expandi-la.
Fonte: Hisour
SUJEITO
Aquele a quem se predica algo, que é anunciado como tal e toma suas ações a partir
disso, logo, parte componente da ação.
EUTIDEMO, DE PLATÃO
De acordo com Ribeiro (2014), o Eutidemo é um diálogo que oferece alguns problemas
quando situado nas tradicionais interpretações da filosofia platônica que tendem a ver os
diálogos como uma totalidade teórica.
JAMES FREDERICK FERRIER
James Frederick Ferrier (1808-1864) é considerado o criador do termo Epistemologia. Foi
professor de Filosofia Moral na Universidade de Saint Andrews e um dos precursores da
filosofia pós-hegeliana na Inglaterra.
Fonte: ENCYCLOPÆDIA BRITANNICA.
EMPÍRICO
O empirismo é uma doutrina filosófica e, em particular, gnosiológica que defende a ideia
de que o conhecimento se funda na experiência.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A PERCEPÇÃO DE CIÊNCIA TEM RELAÇÃO DIRETA COM O
FENÔMENO DE CONSTRUÇÃO DO MUNDO OCIDENTAL. A IDEIA DE
OCIDENTE É MODERNA, MAS FOI USADA PARA LEGITIMAR UM
CONJUNTO DE INFLUÊNCIAS HISTÓRICAS QUE REMETE À
ANTIGUIDADE. QUANDO ESTUDAMOS A DINÂMICA DESSA FORMAÇÃO,
CHEGAMOS ATÉ A EPISTEMOLOGIA, QUE SE BASEIA EM UM VÍNCULO
ENTRE A RAZÃO PRÁTICA E A ESPECULATIVA. OBSERVANDO ESSA
INFLUÊNCIA HISTÓRICA É CORRETO DIZER QUE:
A) A Filosofia grega não contemplava a razão prática.
B) A Filosofia grega não contemplava a razão especulativa.
C) A Filosofia grega primava pela razão prática, em detrimento da razão especulativa.
D) A Filosofia grega primava pela razão especulativa, em detrimento da razão prática.
2. COMO A EPISTEMOLOGIA PODE CONTRIBUIR COM OS DISCURSOS
FILOSÓFICO E CIENTÍFICO?
A) Como reflexão crítica de saberes, seus processos, sua historicidade.
B) Como história descritiva das mentalidades.
C) Como discurso metafísico, resgatando a conexão comuma verdade suprema.
D) Como limitadora da arrogância humana.
GABARITO
1. A percepção de Ciência tem relação direta com o fenômeno de construção do mundo
ocidental. A ideia de Ocidente é moderna, mas foi usada para legitimar um conjunto de
influências históricas que remete à Antiguidade. Quando estudamos a dinâmica dessa
formação, chegamos até a Epistemologia, que se baseia em um vínculo entre a razão
prática e a especulativa. Observando essa influência histórica é correto dizer que:
A alternativa "D " está correta.
 
A realidade, o mundo e o saber prático estavam presentes na Filosofia grega, berço da Ciência
Moderna. Mas a primazia, nesse sistema de pensamento, era da razão especulativa. E
chegava, segundo Ladrière (1979), a depositar nela a razão de ser e a finalidade da razão
prática.
2. Como a Epistemologia pode contribuir com os discursos filosófico e científico?
A alternativa "A " está correta.
 
Ao refletir criticamente sobre a percepção humana, a Epistemologia permite trilhar o caminho
do conhecimento, a fundamentação física e social para constituir um campo de conhecimento.
Módulo 2
IDENTIFICAR A PEDAGOGIA COMO A CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO E PEDAGOGIA
Vamos agora dedicar nosso olhar à relação entre Educação e Pedagogia. Educar seria um ato
epistemologicamente construído ou um ato natural humano. A Educação é um discurso, é uma
prática social recorrente, independentemente de lhe ser aplicada um estudo técnico.
No século XVIII, a organização de um campo científico, para pensar e construir a
Epistemologia educacional, foi consagrada com o nome de Pedagogia. Repare, não é uma
mera estrutura de palavras, mas a percepção de que — diante de uma prática vital e poderosa,
cercada de filosofia, de história, de anseios — passa a ser constituído um campo de saber
próprio, múltiplo, vívido, que se encerra na construção de uma Epistemologia singular, da qual
trataremos a seguir.
O DISCURSO NORTEADOR DA EDUCAÇÃO
Podemos dizer que a Educação nasce de uma construção discursiva, prática recorrente que
vai se consolidando de forma específica. Voltemos à Filosofia para resgatar um importante
conceito que nos será útil daqui em diante: o de discurso.
O que podemos entender por discurso?
Os conhecimentos filosófico e científico exigem sempre que seus discursos sejam específicos,
porque seus conhecimentos decorrem de pensamentos rigorosos, que se dirigem a um objeto,
possuem um método e são lógicos, coerentes, não contraditórios. E assim devem ser, pois a
Ciência nasceu sob a égide da razão e da verdade. Não é por outro motivo que o rigor da
Ciência se encontra nos seus próprios discursos, a exemplo do discurso filosófico.
Há um discurso recorrente em nossa sociedade, apresentado de forma genérica, perdendo
muitas vezes o sentido que aproxima a Educação, enquanto campo científico, da atuação do
pedagogo no movimento desse campo. A partir deste momento, buscaremos aplicar as bases
da Epistemologia discutida, das contradições exploradas e da busca desse sentido estrito no
campo da Educação.
CONCLUINDO

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Um discurso específico é capaz de caracterizar um campo cientifico. Desse modo, a
Educação, como Ciência, nasceu de uma construção discursiva que vem se consolidando de
forma específica.
A CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO
A Educação é tida como uma prática social e até mesmo histórica. Mas, originariamente,
prática, ou fazer, tem o sentido de arte – a tékhne grega – e, como tal, exige um conhecimento
daquilo que se faz. Portanto, o sentido de tékhne é o de fazer e o de ensinar (saber) a fazer.
Para se fazer bem, é preciso conhecer o que se vai fazer; e para saber bem, é preciso
competência para fazer.
Muitas obras já têm feito a distinção entre Educação e Pedagogia, o que é importante para
caracterizar a Ciência da Educação, ou seja, a Pedagogia. Contudo, é preciso considerar a
inevitável indissociabilidade entre teoria e prática. Toda prática traz embutida em si uma ou
mais teorias e toda teoria traz em si mesma uma prática. Nem sempre se tem clareza sobre
isso. Basta ficar atento àqueles que querem sempre “aplicar” teorias.
Ao afirmarmos que a Pedagogia é a Ciência da Educação, consideramos a Educação seu
objeto. A questão fundamental é o que se concebe por Educação. Seria equivocado pensar
que a Pedagogia é uma reflexão sobre o que se faz nas escolas. Ela é muito mais do que
isso.
Se considerarmos que somos adeptos da Ciência grega, podemos afirmar que sempre houve a
preocupação com um ideal de formação humana. Os gregos absorveram e transmitiram o
patrimônio cultural de muitos povos que os precederam, principalmente o babilônico e o
egípcio, e não deixaram de transmitir os seus próprios conhecimentos.
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É preciso tomar cuidado com a expressão “ciências da educação”, embora ela seja bastante
difundida. Muitos atribuem-na àquelas ciências que, muitas vezes, servem de suporte para
algumas argumentações em termos pedagógicos, como a Sociologia, a Psicologia e a
Antropologia. Contudo, essas ciências não são da Educação. Mesmo que elas possam estudar
determinados aspectos acerca da Educação, elas o fazem sob a ótica de cada uma. Quanto à
Filosofia, não é considerada uma Ciência; pelo menos no sentido que esta tomou desde os
séculos XVI e XVII: estudo dos fenômenos, os quais são submetidos à prova matemática
(ciências formais) e à verificação (ciências empíricas).
Então, uma vez que consideramos a Pedagogia como a Ciência que estuda a Educação, como
se dá a organização do conhecimento científico?
 
Fonte: Shutterstock
EM RELAÇÃO AO 
MÉTODO
Não há um método específico para a Pedagogia, assim como não há para qualquer Ciência. É
uma opção que cabe a cada pesquisador. Tudo depende do ponto de partida (geral ou
particular).
EM RELAÇÃO AO 
CORPO CONCEITUAL
A Pedagogia não tem um corpo conceitual definido, mas isso não causa problema algum, uma
vez que é possível se valer de conceitos utilizados por outras disciplinas científicas quando
necessário. A esses conceitos devem ser atribuídos significados absolutamente adequados à
própria Pedagogia.
É preciso dar um tratamento científico à Educação, pois apenas fazemos ideia do que ela seja.
Contudo, a ideia que dela fazemos é unilateral e, muitas vezes, falsa, porque é calcada no
senso comum. É preciso, também, ter acesso às teorias pedagógicas e que cada professor
questione, com frequência, seu papel social e profissional. As relações sociais, as influências
do meio, das condições de trabalho, da mídia, da política etc. fazem da Educação uma
atividade humana singular.
CONCLUINDO

A Pedagogia, como Ciência da Educação, utiliza o corpo conceitual de outras disciplinas
científicas para desenvolver os conhecimentos científicos sobre o fazer e o ensinar.
O CAMPO DA EDUCAÇÃO
Associando o entendimento do conceito epistemológico da Pedagogia como a Ciência da
Educação, precisamos nos remeter brevemente aos séculos XIX e XX.
SÉCULO XIX
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Ainda que a Educação, enquanto técnica, tenha sido debatida, disputada e organizada ao
longo do tempo, a construção de um conjunto de pesquisas complexas, representações
sociais e vínculos com outras práticas científicas só emerge no século XIX.
SÉCULO XX
Estudos que revelam como compreender os debates sobre o ensino, o aprendizado, a
didática e a Psicologia construíram discursos, conceitos e abordagens que permitiram a
Pedagogia ter se tornado, no século XX, uma das mais importantes e debatidas ciências nas
sociedades ocidentais. Foi considerado que, de alguma forma, ela representaria a marca, a
continuidade e o avanço pretendido. Ao longo do século XX, no entanto, esse campo se
multiplicou, ramificou e se reestruturou muitas vezes.
Entendemos, portanto, que a Pedagogia assumiu característicase estruturas que a
transformaram em uma Ciência, constituindo uma Epistemologia viva para refletir a
Educação, a qual passa a ser um campo de investigação liderado pela Pedagogia. Muitos
esperam uma conclusão definitiva de como operar, como fazer, qual a concepção vigente
correta para a perfeita Educação e qual a conclusão de séculos de estudo. Esse processo e
essas respostas não existem. Perceber a Educação como um campo e a Pedagogia como uma
Ciência é um convite para que você constate e estruture a sua Epistemologia. Esteja disposto a
se aprofundar, vivenciar e debater, pois essa é a única forma de compreender a dinâmica do
campo.
CONCLUINDO

No estudo da Educação pela Pedagogia, a Epistemologia deve ser definida pelo
pesquisador, a partir de análises, vivências e debates sobre esse campo de estudos.

Para saber mais sobre a Pedagogia como Ciência da Educação, assista ao vídeo a seguir.
RESUMINDO
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Nesse módulo, concluímos que:

Um discurso específico é capaz de caracterizar um campo cientifico. Desse modo, a
Educação, como Ciência, nasceu da construção discursiva que vem se consolidando de forma
específica.

A Pedagogia, como Ciência da Educação, utiliza o corpo conceitual de outras disciplinas
científicas para desenvolver os conhecimentos científicos sobre o fazer e o ensinar.

No estudo da Educação pela Pedagogia, a Epistemologia deve ser definida pelo
pesquisador, a partir de análises, vivências e debates sobre esse campo de estudos.
RIGOR
Linha de ação (démarche) que respeita os acordos e as convenções, implícita ou
explicitamente decididos.
PEDAGOGIA É UMA REFLEXÃO SOBRE O
QUE SE FAZ NAS ESCOLAS
Uma forma alternativa de compreender essa dinâmica é o estudo da História da
Educação / das Pedagogias, percebendo como o tempo e a sociedade são marcantes
para as características sociais representadas.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. CONSIDERANDO A PEDAGOGIA COMO A CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO,
PRECISAMOS ASSOCIÁ-LA ADEQUADAMENTE. ASSINALE A
ALTERNATIVA CORRETA:
A) Atualmente, podemos afirmar que Ciência não é Filosofia e Filosofia não é Ciência.
B) Atualmente, mais do que nunca, a Filosofia é uma Ciência.
C) A Filosofia é Ciência, porque ela é também experimental.
D) A Ciência é Filosofia, porque cabe a ela discutir problemas que são próprios da Filosofia.
2. SOBRE O USO DE CONCEITOS PELA PEDAGOGIA PODEMOS
PERCEBER QUE:
A) A Pedagogia não tem um corpo conceitual definido.
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B) A Pedagogia não pode emprestar conceitos de outras ciências.
C) A Pedagogia só pode emprestar conceitos da Filosofia.
D) A Pedagogia não empresta conceitos porque é uma prática.
GABARITO
1. Considerando a Pedagogia como a Ciência da Educação, precisamos associá-la
adequadamente. Assinale a alternativa correta:
A alternativa "A " está correta.
 
A utilização do termo ciência no sentido contemporâneo é bastante recente, consolidando-se
somente no século XX. Porém, a Ciência – nesse sentido do termo – é mais antiga,
remontando mais ou menos ao século XVII. No meio tempo, era usualmente denominada
Filosofia natural, o que reflete, é claro, a origem da Ciência na busca do saber pelo saber,
destacada pelos antigos. Eles não distinguiam Ciência de Filosofia; tudo era Filosofia. A
palavra ciência, que já existia (em latim scientia; em grego episteme), era usada para
diferenciar o tipo especial de conhecimento a que Aristóteles cantou louvores: o conhecimento
universal e certo acerca dos fenômenos naturais, dos números, das figuras geométricas,
buscado sem preocupações práticas. Essa compreensão é vital para perceber por que a
Pedagogia deve ser entendida como um ramo, um campo científico próprio, e não como
noções desprovidas de sentido em nossa dinâmica social.
2. Sobre o uso de conceitos pela Pedagogia podemos perceber que:
A alternativa "A " está correta.
 
A Pedagogia emerge do campo da prática e a partir dela é teorizada. Esse movimento é muitas
vezes o inverso do esperado, pois, com base no olhar da Ciência do século XIX, espera-se que
a capacidade humana gere perguntas e constitua um campo de poder ou social. Quando
entramos no campo da Pedagogia, encontramos um fenômeno recorrente, histórico,
tradicional, diante de um exercício de compreensão do que representava aqueles séculos de
prática. Por isso, o seu corpo conceitual é importado, fruto de outras interações das ciências
humanas que se formularam como pesquisa, e a Pedagogia baseia-se nessa relação para
aplicar seus conceitos.
Módulo 3
RECONHECER A PROPOSIÇÃO DE UMA EDUCAÇÃO INTEGRAL
BASEADA NA FILOSOFIA DO SUJEITO
EDUCAÇÃO INTEGRAL
Você sabe o que é Educação Integral?
EDUCAÇÃO INTEGRAL É EDUCAÇÃO EM
TEMPO INTEGRAL!
ESSA AFIRMAÇÃO ESTÁ CORRETA?
SIM
A afirmação está incorreta. Educação Integral não é educação em tempo integral. Apesar de
poder ser aplicada, não trataremos do tempo do aluno na escola, mas da formação do sujeito
de forma integral.
NÃO
Educação Integral não é educação em tempo integral. Apesar de poder ser aplicada, não
trataremos do tempo do aluno na escola, mas da formação do sujeito de forma integral.
A Educação Integral entende a existência do sujeito para além de sua condição cognitiva,
considerando seus afetos e suas dimensões sociais, psicológicas e físicas em um
contexto de relações. O sujeito tem desejos, anseios e demandas simbólicas, buscando
satisfazer-se por meio das suas diversas formulações de realização.
Gonçalves (2006) afirma que a Educação Integral propõe a visão do sujeito em diversas
dimensões, não apenas cognitiva, mas também como sujeito que tem afetos e desejos que
precisam de satisfação. Há muitos debates no campo da Educação versando sobre a
educação estética, sobre a questão da Neurociência, e uma série de outras pesquisas, as
quais é importante conhecer. Mas tudo isso parte de uma teoria pedagógica anterior, da
percepção filosófica do sujeito, e é sobre ela que nos atentaremos neste módulo.
Se o campo da Educação tem sua Epistemologia, se a Pedagogia é sua Ciência, é o sujeito
que lhe fornece sentido. Consolidou-se, assim, um dos preceitos iniciais, mas fundamentais,
para a Educação Integral:
Ela não pode ser meramente instrucional, pautada na repetição, na exposição unilateral de
conteúdo. Para que haja uma Educação Integral, é necessária a compreensão de que educar
é instigar o pensamento, ouvir opiniões contraditórias, construir argumentos, ou seja, é
necessário conhecer o sujeito.
 
Fonte: ESB Professional / Shutterstock
CONCLUINDO

A Educação Integral abrange o sujeito em todos os âmbitos: o social, o psicológico, o
cognitivo, o sentimental, o físico e o emocional.
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CONHECENDO O SUJEITO
Uma Pedagogia do Sujeito busca a construção do sujeito e que ele se reconheça como tal.
Para refletirmos sobre esse sujeito, um pensamento de Martin Claret:
NO ESPAÇO E NO TEMPO, TODAS AS COISAS MUDAM. TRANSFORMAM-
SE. NADA TEM FORMA PERMANENTE. A ÚNICA COISA PERMANENTE É
A IMPERMANÊNCIA. MODIFICAR-SE É O INÍCIO DA SABEDORIA.
O sujeito é quem se modifica, logo, é ele quem sabe. Saber tem conotação mais forte do que
conhecer. Saber é ter consciência do conhecer. E isso porque o ser humano não tem o
monopólio da aprendizagem. Modificar-se é fazer alusão à necessidade que temos, todos, de
nos construir e de nos reconhecer como sujeitos.
O SUJEITO SE DEFINE POR E COMO UM MOVIMENTO, MOVIMENTO DE
DESENVOLVER-SE A SI MESMO. O QUE SE DESENVOLVE É SUJEITO. (...)
PORÉM, CABE OBSERVAR QUE É DUPLO O MOVIMENTO DE
DESENVOLVER-SE A SI MESMO OU DE DEVIR OUTRO: O SUJEITO SE
ULTRAPASSA, O SUJEITO SE REFLETE.
DELEUZE, 2001
Observe que o desenvolver a si mesmo, o ultrapassar-se e o refletir alertampara a importância
de se dizer eu. Eu sou e, por ser, construo-me autônomo, livre e responsável, nos meus
comportamentos e nas minhas realizações. Por isso, é imprescindível que cada um de nós se
construa e se reconheça como sujeito. Construir-se sujeito nada mais é do que edificar-se nas
próprias dimensões. O sujeito emerge no limiar da interioridade e da exterioridade.
Referir-se à interioridade é fazer referência aos aspectos psíquicos relativos ao
conhecer/saber (o cognitivo), ao fazer (o motor), ao sentir (o emotivo) e ao querer (o volitivo).
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Referir-se à exterioridade é fazer referência ao corpo, à família, ao social e ao espiritual
(não necessariamente ao religioso).
Importante chamar a atenção para algumas funções do dinamismo psicológico do saber,
que sempre devem ser consideradas quando nos referimos ao sujeito:
INTROSPECÇÃO
EXTROSPECÇÃO
ATENÇÃO
MEMÓRIA
INTUIÇÃO
PENSAMENTO
LINGUAGEM
IMAGINAÇÃO
PERCEPÇÃO
OUTRAS
Essas funções vêm sendo estudadas pelas ciências, demonstrando que, devido à noção de
sujeito ter surgido na Modernidade, não se pode, ao estudá-la, deixar de levar em
consideração as contribuições atuais da Antropologia, da Sociologia, da Biologia, da
Linguística, das Neurociências, das Ciências Cognitivas, dentre outras. Os aspectos psíquicos
interpenetram-se entre si, da mesma forma como os aspectos constituintes da exterioridade. E
ambas, a interioridade e a exterioridade, também se interpenetram.
É preciso, também, fazer referência aos termos autoconsciência e consciência de si,
próprios da linguagem contemporânea. Aquele que tem consciência de si sabe de suas
possibilidades, de seu valor ou da importância de suas ações. Trata-se de uma determinação
que designa ou caracteriza uma relação entre um eu e um outro (que é um eu). Com isso,
não se pode deixar de considerar o conceito de alteridade.
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CONCLUINDO

O sujeito constitui-se de aspectos interiores e exteriores e está em constante
desenvolvimento.
A PEDAGOGIA DO SUJEITO
Uma Pedagogia é teoria e método. Método é a interação entre um procedimento de ensino –
os procedimentos de ensino têm a intenção de fazer com que o aluno aprenda o que tem de
aprender – e uma teoria correspondente. Alguns exemplos, apenas, permitirão ao leitor se
enveredar pelos caminhos do método pedagógico. Antes, convém observar que a Pedagogia
do Sujeito parte dos seguintes princípios:
Cada 
sujeito é
um sujeito
O sujeito
é quem 
aprende
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O sujeito 
aprende no 
seu ritmo
O sujeito 
aprende 
com o erro
O sujeito 
aprende 
melhor em 
grupo
Desde a indicação dos materiais que serão utilizados em classe até a análise e a compreensão
das atividades, depara-se o professor com a obrigação de indicar exatamente como as aulas
serão desenvolvidas e como as atividades devem ser propostas. Tal preparação demanda
pesquisa sobre os conteúdos a serem trabalhados, sobre a formulação das atividades, sobre a
lógica embutida nas suas proposições e sobre os procedimentos que permitirão desenvolvê-
las.
É preciso que o professor saiba que, se não fizer essa preparação, se não vivenciar a
experiência de também se submeter às atividades, prejudicará a aula. Portanto, trata-se de um
momento que não tem o propósito de instrumentalizar o professor para simplesmente repassar
a solução dos exercícios aos alunos.
Habituados a nos preparar para ensinar, para dar respostas, torna-se estranho e difícil
mantermos uma atitude coerente de deixá-los buscar suas próprias soluções. E,
especialmente, de fazer com que os alunos percebam os seus próprios erros. O professor
precisa entender que, ao se assumir sujeito, deve encarar o aluno como sujeito. O que não
acontece, por exemplo, quando o auxilia na solução ou soluciona um problema por ele.
É estranho e complexo para o aluno entender que, quando o professor nega a ele um dado
desnecessário ou uma resposta correta, esteja exatamente autorizando-o a trabalhar com
autonomia, com liberdade, isto é, a ser ele mesmo. Ao mesmo tempo em que professores e
alunos realizam suas atividades procurando vivenciar experiências particulares e conjuntas,
muitas vezes ainda nos causa estranheza que tal vivência, para ser coerente com a situação
de experiência, não deva ser antecipadamente preparada a fim de ser bem-sucedida.
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Então, qual é o papel do professor em uma Pedagogia do Sujeito?
 
Fonte: Monkey Business Images / Shutterstock
Quanto ao papel do professor, o momento de desenvolvimento da aula, mais do que seria de
se esperar e de forma contundente, demanda-lhe ser sujeito. Porque, mesmo tendo
vivenciado de maneira muito intensa a preparação da aula, depara-se, dentre outras questões,
com a exigência da precisão da linguagem e de que se valha apenas das informações
necessárias à sua realização.
Assim, na Pedagogia do Sujeito, a linguagem utilizada deve:
Mas porque a linguagem precisa e rigorosa é tão importante?
A prolixidade e o descuido com o significado e o valor das palavras dispersam a atenção dos
alunos, bem como os levam a não se responsabilizar pelo que dizem ou pelo que fazem.
Sem precisão e rigor de linguagem, diz-se por dizer e não há consequentemente o
cumprimento rigoroso da aula.
A repetição dos preceitos induz à desatenção e à negligência, além de desvalorizar a situação
vivenciada e a elaboração mental que ao aluno é solicitada.
Quando não se respeitam os momentos próprios de cada atividade, os alunos se confundem e
aqueles que não estão atentos certamente vão entender as orientações de forma truncada ou
incompleta.
Explicações adicionais desnecessárias e excesso de orientações para facilitar a solução dos
problemas propostos desmerecem a competência dos alunos, tolhem-na, relaxam a exigência
e o rigor do exercício. Podem até conduzi-los ao encontro de caminhos que não sejam os por
eles mesmos descobertos e escolhidos e que anulam assim sua função e seu papel de
atores/autores.
Quanto ao princípio de que os exercícios sejam inéditos, cumpre destacar que muitas
pedagogias trabalham num sentido radicalmente oposto ao apresentado, porque dão ênfase à
repetição, à apresentação de modelos de solução, ao exemplo, ao treinamento, à proposição
de situações regulares e rotineiras, que reduzem as dificuldades tanto de professores quanto
de alunos. Por isso, jamais se deve enfatizar resultados. Não se trata de negá-los, mas de
saber que fazem parte da situação vivenciada.
Na perspectiva da Pedagogia do Sujeito, as atividades não devem ter caráter utilitário, nem
finalístico. O aluno precisa conhecer. Logo, não interessa a ele visar a uma finalidade prática. O
importante é que ele compreenda que a finalidade não é desenvolver objetos, mas desenvolver
a si próprio.
A prática das atividades fundamenta toda análise. Não há precedência de teorias. A teoria é
subjacente a qualquer atividade. Essa concepção da teoria, inerente ou imbricada e não
dicotomizada da prática, constitui atitude interdisciplinar, substancialmente perceptível
quando professor e alunos discutem a realização das atividades.
Exige-se do professor que seja consciente, responsável e vigilante ao considerar objetos
banais, porque o mais importante é o sujeito. E é essa uma das bases sobre as quais a
Pedagogia do Sujeito edifica seu corpo teórico. Não é por outro motivo que a Pedagogia do
Sujeito desconstrói os clichês ou os rótulos de que uns são melhores do que os outros... Não é
melhor aquele que fez um objeto melhor. O que interessa é aquele que se faz melhor a partir
do que vivencia.
Por isso, não cabe ao professor julgar o aluno, mas ao próprio aluno julgar se fez melhor. Ao
professor compete provocar atitudes de avaliação para que todos e cada um avaliem como
está se construindo o sujeito. A Pedagogia do Sujeito não se preocupa com o sucesso ou como fracasso, pois é vivenciando essas experiências que o sujeito é construído. A Pedagogia do
Sujeito jamais destaca que um sujeito tem maior ou menor habilidade nisto ou naquilo. Jamais
admite o raciocínio das compensações. Um aluno nunca é bom em uma coisa e ruim em outra.
CONCLUINDO

A Pedagogia do Sujeito tem como objetivo permitir que o aluno desenvolva a sua autonomia
na busca pelo conhecimento, a partir das suas próprias experiências individuais ou
coletivas.
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A PROPOSTA DE UMA EDUCAÇÃO
INTEGRAL DO SUJEITO
A Pedagogia do Sujeito concebe e busca construir o sujeito em sua totalidade. E é por isso
que todas as atividades têm que trabalhar diversas habilidades. Deve-se alertar o aluno de que
um mau desempenho em uma atividade jamais será indicativo da impossibilidade de bem
realizá-la. Pelo contrário, é dessa atividade que ele mais necessita, uma vez que é ela que
apresenta desafios complexos, difíceis de serem enfrentados e a que mais o desenvolverá.
Há de se alertar o aluno para o fato de que, se ele é bem-sucedido em determinada atividade,
poderá ser bem-sucedido em outras, pois estará efetivamente se desenvolvendo ao ampliar
suas potencialidades.
 
Fonte: Monkey Business Images / Shutterstock
Quanto às atitudes consideradas menores, no cotidiano escolar, um exemplo bastante
significativo é o da exploração do erro. Não cabe nem ao aluno nem ao professor esconder
qualquer tipo de erro. Ao contrário, o professor deve provocar no aluno constante atitude de
vigilância para que este perceba o erro, uma vez que não há por que temê-lo. Não há por que
escondê-lo de quem quer que seja, principalmente de si mesmo. É errando, e tendo
consciência do erro, que se aprende. Além disso, é lastimável que deixemos escapar as
possibilidades de nos questionarmos.
Professores e alunos precisam encontrar o caminho da busca do conhecimento, seja ele qual
for (o filosófico, o científico, o artístico, o teológico e, até mesmo, não descuidar do senso
comum), bem como precisam assumir o papel que lhes cabe de se formarem, também,
pesquisadores. Um sujeito nada é sem o outro. Por isso, a relação intersubjetiva deve ser ética,
respeitando os valores morais do grupo em que vivem ou deles próprios. Importante destacar
que a escola tem papel decisivo, que deve ser definido com urgência, pois pela Educação se
dará prioridade e se resguardará a qualidade de vida, a luta pela cidadania, a superação das
desigualdades sociais, a dignidade e a felicidade dos seres humanos.
CONCLUINDO

A Pedagogia do Sujeito busca desenvolver o sujeito em sua totalidade e, por isso, é uma
proposta de Educação Integral.

Para saber mais sobre a Educação Integral e a Pedagogia do Sujeito, assista ao vídeo a
seguir.
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RESUMINDO
Nesse módulo, concluímos que:

A Educação Integral abrange o sujeito em todos os âmbitos: o social, o psicológico, o
cognitivo, o sentimental, o físico e o emocional.

O sujeito constitui-se de aspectos interiores e exteriores e está em constante
desenvolvimento.

A Pedagogia do Sujeito tem como objetivo permitir que o aluno desenvolva a sua autonomia
na busca pelo conhecimento, a partir das suas próprias experiências individuais ou
coletivas.

A Pedagogia do Sujeito busca desenvolver o sujeito em sua totalidade e, por isso, é uma
proposta de Educação Integral.
MARTIN CLARET
Martin Claret é um empresário, editor e jornalista brasileiro, fundador da Editora Martin
Claret, com a qual ajudou a popularizar o conhecimento e a educação.
ALTERIDADE
Alteridade, do latim alteritas (outro), é a concepção que parte do pressuposto básico de
que todo ser humano social interage e interdepende do outro.
Fonte: Wikipedia
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SOBRE A EDUCAÇÃO INTEGRAL DEVEMOS TER COMO CENTRO DO
PROCESSO QUE:
A) A educação tem a ver com aprender a pensar.
B) A questão do método já está suficientemente estudada.
C) Referir-se ao epistemológico integral significa referir-se à leitura dos textos científicos.
D) A ideia de fundamento da Educação Integral sempre esteve ligada à ideia de
experimentação/tempo.
2. A PEDAGOGIA DO SUJEITO É UMA PROPOSTA QUE,
INDEPENDENTEMENTE DA ADOÇÃO DE MODELOS E MÉTODOS, DEVE
PAUTAR A REFLEXÃO DOCENTE NA VISÃO DE QUE O ALUNO É UM
SUJEITO DE DESEJOS E QUE A SUA COMPREENSÃO ENQUANTO
SUJEITO PERMITE OBTER RESULTADOS DIVERSOS. ASSINALE A
ALTERNATIVA QUE APRESENTA UMA CARACTERÍSTICA VITAL DESSA
PRÁTICA PEDAGÓGICA:
A) Conhecer a si mesmo é uma exigência humana que tem perpassado o tempo e isso só
pode ser experimentado na prática.
B) Pautados no conhecimento que temos de nós mesmos, não seria possível conhecer a
Filosofia e a Ciência; logo, deve-se pensar e analisar o autoconhecimento como caminho.
C) Na verdade, há somente uma única maneira capaz de nos conduzir a nós mesmos: o
autoestudo.
D) Atividades que visem a despertar habilidades, para que o aluno possa pela prática perceber
e analisar o que está sendo realizado, assim como na vida.
GABARITO
1. Sobre a Educação Integral devemos ter como centro do processo que:
A alternativa "A " está correta.
 
A Educação Integral possui um conjunto de possibilidades sendo discutido no campo da
Educação. No entanto, um dos seus elementos primordiais está em um conceito básico: ela só
tem sentido se percebe o aluno como um ser pensante e vivo no ambiente escolar. Suas
opiniões devem importar.
2. A Pedagogia do Sujeito é uma proposta que, independentemente da adoção de
modelos e métodos, deve pautar a reflexão docente na visão de que o aluno é um sujeito
de desejos e que a sua compreensão enquanto sujeito permite obter resultados
diversos. Assinale a alternativa que apresenta uma característica vital dessa prática
pedagógica:
A alternativa "D " está correta.
 
As respostas erradas trazem algumas raízes importantes. A Pedagogia do Sujeito parte da
experiência do sujeito, das suas concepções, disputas e necessidades. Sua lógica é respeitar o
ser de forma integral e construir um espaço para seu desenvolvimento. Mas a prática não é a
única definidora; assim como o autoconhecimento é vital, mas não é suficiente em hipótese
nenhuma. Autoestudo é uma demanda contemporânea forte, mas não é o centro do debate da
Educação Integral. A resposta está em mediar a necessidade do sujeito, mas também analisar
e refletir sobre o que está sendo proposto.
DEFINIÇÃO
Apresentação dos caminhos da Educação e da Filosofia da Educação no Brasil, analisando a
Filosofia na prática educacional brasileira.
PROPÓSITO
Compreender os mecanismos educacionais, especificamente no Brasil, a partir da Filosofia da
Educação como disciplina filosófica.
OBJETIVOS
 
MÓDULO 1
Identificar a relação histórica entre a Educação e a Filosofia
 
MÓDULO 2
Descrever a história da Filosofia da Educação no Brasil
 
MÓDULO 3
Identificar alguns dos possíveis papéis da Filosofia na prática educacional
INTRODUÇÃO
No Prefácio da primeira edição de sua História da Filosofia, Nicola Abbagnano aponta duas
características importantes da Filosofia, que servirão como base para o desenvolvimento deste
tema:
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Fonte: Shutterstock
Como complementação de seu pensamento, ele afirma que a Filosofia é o próprio homem,
“que em si mesmo se faz problema e busca as razões e o fundamento do ser que é o seu”. Ao
considerar que toda Pedagogia se desenvolve a partir de uma concepção humana, fica fácil
compreender as relações entre Filosofia e Educação. É sobre isso que falaremos neste tema.
NICOLA ABBAGNANO
Nicola Abbagnano (1901-1990) foi um filósofo existencialista italiano, que procurou
encontrar um princípio metafísico a partir do qual todas as outras realidades fossem
garantidas, sem que, contudo, fossem reduzidas a puro racionalismo ou irracionalismo,
realismo ou idealismo. O princípio por ele encontrado foi o conceito de existência.Fonte: Infopédia.
MÓDULO 1
Identificar a relação histórica entre a Educação e a Filosofia
A FILOSOFIA E A EDUCAÇÃO:
CAMINHANDO NA HISTÓRIA DO OCIDENTE
Como todo bom pensamento, precisamos definir claramente alguns pressupostos.
•
O conhecimento passou a ser classificado na formulação do pensamento estruturalista no
século XVIII. Antes eles se integravam e, por isso, é difícil separá-los.
A tradição dos cursos de formação de professores não estuda Filosofia da Educação, mas
História da Filosofia da Educação. Não pretendemos adotar esse caminho.
•
•
A sociedade ocidental é uma invenção. Ela, ao ser inventada – não é uma invenção pessoal,
mas um discurso formulado e repetido pela sociedade que passa a ser naturalizado como uma
verdade – defende seu passado e “pinça” o que lhe interessa em uma história não linear e
baseada em herança.
Diante desses pressupostos, é importante ressaltar que não nos limitaremos ao tempo, mas
vamos mostrar alguns dos elementos que a contemporaneidade buscou e chamou de Filosofia
da Educação.
Qual a origem da Filosofia?
A Filosofia teve origem na Grécia, no século VI a.C., época em que tudo era explicado pela
mitologia. Tratava-se de uma interpretação da realidade “divino-mitológica”, também chamada
de Cosmogonia. A grande mudança ocorreu quando os gregos passaram a explicar a realidade
mediante o uso da razão e da lógica, dando lugar à Cosmologia. A Filosofia grega perdurou
até o declínio do Império Romano.
 
Fonte: franceinter.fr
Os primeiros filósofos, os pré-socráticos, isto é, anteriores a Sócrates, buscavam a origem do
Universo e, claro, das coisas. Em geral, eram monistas, uma vez que acreditavam ser o
Universo criado a partir de um único elemento. Tales de Mileto (624-548 a.C.), por exemplo,
considerado o primeiro filósofo, acreditava que o Universo teve como primeiro elemento a
água. Contudo, Sócrates, Platão e Aristóteles são considerados, por muitos, os fundadores
da Filosofia ocidental. Suas obras avançaram no tempo e perpassaram as filosofias das
Idades Média, Moderna e Contemporânea.
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Interessa, aqui, fazer menção a Platão, que fundou a Academia Ateniense, tida como a
primeira instituição de ensino do Ocidente, seguindo os preceitos do método dialético de
Sócrates. Segundo historiadores, Platão teria sido aluno de Heráclito (540-470 a.C.) e de
Sócrates. Uma introdução a seu pensamento filosófico é encontrada no Crátilo.
Como Platão percebe a humanidade?
Para Platão, a humanidade estava imersa, simultaneamente, em duas realidades, que é a base
de toda a sua teoria:
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REALIDADE INTELIGÍVEL
Em que o ser humano reflete sobre aquilo que se pode distinguir e expressar (realidade
imutável das coisas).
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Fonte: Shutterstock
 
Fonte: Shutterstock
 
Fonte: Shutterstock
 
Fonte: Shutterstock
 
Fonte: Shutterstock
REALIDADE SENSÍVEL
É a que afeta os nossos sentidos.
Como Platão percebe a Educação?
Com relação à Educação, Platão acreditava nos métodos de debate e conversação. Ambos
levariam ao conhecimento. Para ele, os próprios alunos deveriam descobrir as coisas. Estava
claro que a Educação seria uma forma de desenvolver o homem moral e, assim, o filósofo se
esforçou para promover o desenvolvimento intelectual e físico de seus alunos. Aulas de
retórica, debates, educação musical, Geometria, Astronomia e educação militar faziam parte
das discussões mantidas no momento de ensinar.
Para Aristóteles, o princípio da aprendizagem era a imitação. E tinha na família o núcleo da
organização das cidades e o primeiro passo na educação das crianças. Porém, governantes e
legisladores tinham o dever de regular e vigiar o crescimento das crianças quanto à saúde e às
obrigações cívicas. Nesse sentido, o Estado se responsabilizaria pela Educação.
CONCLUINDO
A Filosofia teve origem na Grécia Antiga. Um dos principais filósofos da época foi Platão, que
percebia o homem em duas realidades: inteligível e sensível. Nesse contexto, a Educação
deveria usar métodos de debate e conversação, permitindo que o aluno alcance o
conhecimento por meio de descobertas.
Como era a Educação na Idade Média?
É importante ressaltar que existiram autores romanos, do início da Igreja medieval, e filósofos
diversos sobre os quais teríamos que falar se voltássemos a linha temporal. Mas, como
estamos compondo uma ideia – nesta fábula de mundo ocidental que vivemos –, vamos nos
ater aos nomes tomados de forma recorrente.
Na Idade Média, a Igreja foi responsável pelas manifestações, principalmente, culturais. A fé
cristã e, em especial, as instituições eclesiásticas eram as únicas a educar e formar.
Nos séculos XII e XIII foram criadas as universidades, uma das experiências humanas mais
marcantes e decisivas para o mundo ocidental. O preceito dos discursos religiosos,
principalmente na sua formulação de moral, é a base de entendimento da noção de Ocidente.
Antes mesmo de a obra de Aristóteles ser discutida na Universidade de Paris, no século XIII,
muçulmanos, judeus e cristãos já o haviam feito, quando da tradução e interpretação dos
textos do estagirita. O Ocidente, sob o prisma em que foi filosoficamente construído, é fruto
dessas heranças de gregos e medievais, não como uma verdade, mas como uma influência.
CONCLUINDO
Na Idade Média, a Educação era responsabilidade da Igreja, que era a única encarregada por
educar e formar.
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A FILOSOFIA E A EDUCAÇÃO NA IDADE
MODERNA E NOS DIAS ATUAIS
Como a Filosofia Moderna foi concebida?
A Filosofia Moderna vem, no entanto, de uma separação. Religião – Filosofia – Ciência, que
eram o tripé de sustentação do homem ocidental, entram em uma lenta e completa separação.
Por isso você pode estranhar um pouco esse movimento inicial, mas a separação deixou
marcas, como se esses campos sempre tivessem sido separados.
É importante ressaltar que o foco deste tema não é a História da Educação, e sim o vínculo
entre a Filosofia e a Educação.
Como a Educação foi concebida na Idade Moderna?
O período moderno teve início no final do século XV, quando foram alterados costumes,
princípios, valores políticos, econômicos, sociais e culturais que vigoravam antes da
Idade Média. A família e a escola foram redefinidas, se modificaram e passaram a comandar a
formação das crianças e dos adolescentes.
•
 
Fonte: Shutterstock
Enquanto os pais procuravam dar aos filhos uma preparação para a vida.
A escola instruía, formava e ensinava. Além dos conhecimentos e comportamentos, graças à
Didática, trabalhava a racionalização da aprendizagem dos saberes, a disciplina e
organizava suas finalidades e seus meios específicos.
 
Fonte: Shutterstock
•
No início do século XVI, surgiu o colégio como instituição. Com ele, surgiram métodos de
ensino/educação, dentre eles o Ratio Studiorum. Emerge, nessa mesma época, o cuidado
com a disciplina dos estudantes, que teve origem na disciplina religiosa. Sua eficácia era
condição necessária para o trabalho em comum.
Chegamos à era do Iluminismo, importante movimento intelectual – para muitos o criador do
Estado Nação, da noção do Ocidente e do próprio capitalismo. Formula-se, então, a defesa de
que os jovens necessitavam ser instrumentalizados, escolarizados.
Ainda que de forma lenta, a noção de uma escola pública, a multiplicação de leitores e o
surgimento de projetos “nacionais” foram influenciados por esses defensores da razão como
forma de resolver os problemas do mundo. Essa nova escola, presente, valorizada, pública,
tinha alguns preceitos: jovens deveriam ser levados ao caminho do conhecimento e o debate
era o modo de traçar esse caminho. A avaliação foi um dos processos difundidos e
valorizados. O exame passou a ser crucial no trabalho escolar, também como instrumento
disciplinar. O estudante era submetido ao máximo controle.
No Iluminismo, percebemos o divórcio definitivo entre a Filosofia e a fé. A ideia é de que opensamento gerou um rompimento do homem com seu mundo. Apesar dos avanços inegáveis
na escrita e dos debates filosóficos, que permitiram a percepção da Pedagogia como um novo
campo de conhecimento, a Filosofia também acabou profundamente descolada da prática,
criando um fosso entre os que pensavam e construíam o conhecimento e aqueles que o
aplicavam no seu dia a dia.
CONCLUINDO
A Idade Moderna iniciou um processo de separação entre Religião, Filosofia e Ciência.
Nesse cenário, a família e a escola foram redefinidas em seus papéis na formação do sujeito:
a família educava para a vida, enquanto a escola ensinava os saberes sistematizados. Essa
formação foi enfatizada com o Iluminismo, que trouxe a necessidade de escolarização dos
jovens, inaugurando a noção de uma escola pública.
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Qual o cenário da Educação na Idade Contemporânea?
Na Idade Contemporânea, é vigente o enfrentamento dos desafios impostos pela sociedade à
Educação:
 
Fonte: Shutterstock
É necessário dizer que esses processos foram longos e complexos, estudados em História da
Educação, Currículo e Política Pública. Isso, no entanto, não rompe com a dicotomia
anteriormente indicada – de um lado estando os operários da Educação e do outro os
intelectuais da Educação.
Também deve ser dada atenção à tecnologia, que cada vez mais faz parte do nosso mundo.
Por isso, a escola precisa estar atenta a ela, pois provoca inúmeras mudanças. A Educação,
enfim, é vista como processo cooperativo e como processo de construção. Sabe-se que a
aprendizagem se dá em diferentes cenários: em casa, na rua, nas escolas etc. Trata-se de um
processo abrangente.
A Educação, portanto, precisa de uma nova Filosofia que a permita ser quem efetivamente é:
o exercício de pensar e valorizar o sujeito.
CONCLUINDO
A Educação na Idade Contemporânea deve ser concebida por todos os sujeitos que atuam
nesse processo, com o objetivo de permitir o desenvolvimento do aluno sem qualquer
limitação. Essa exigência traz a necessidade de uma nova Filosofia, que pense e valorize o
sujeito.
FORMAÇÃO INTEGRAL × CONSTRUÇÃO
DO SUJEITO
A Educação ofertada pela família e por instituições é informal, pois ocorre fora de uma
estrutura oficial de ensino. Nesse caso, ela se dá durante a vida. Os conhecimentos obtidos
são os mais variados e dependem das vivências de cada um. Como a escola é uma instituição
que possui uma estrutura oficial, a Educação nela oferecida é formal. Isto é, tudo o que
acontece na escola é pedagógico (de Pedagogia). Daí a importância do Plano Pedagógico, que
envolve tudo e todos.
Mas o que a Educação oferecida na família e na escola tem a ver com Formação Integral?
A Formação Integral entende o sujeito para além de sua condição cognitiva, considerando seus
afetos, suas dimensões sociais, psicológicas, físicas e sua inserção necessária em um
contexto de relações. É preciso ainda lembrar que o sujeito tem desejos, anseios e demandas
simbólicas, buscando satisfação nas suas diversas formulações de realização. A Educação
familiar e escolar, portanto, devem caminhar juntas na formação do sujeito.
Percebe-se que, atualmente, há um significado atribuído ao termo integral diferente do que era
atribuído no passado. Pensa-se que o estudante não deve se preocupar apenas com os
conhecimentos que o permitirão ingressar numa Instituição de Ensino Superior ou no mercado
de trabalho. Há quem diga que é preciso buscar o desenvolvimento pessoal do aluno.
Aqui está o problema: o termo pessoa tem uma carga religiosa muito grande. Inspira-se na
Santíssima Trindade – a pessoa do Pai, a pessoa do Filho e a pessoa do Espírito Santo.
Portanto, tudo vem de Deus e tudo volta para Ele. Apesar de apontarmos que a separação
ocorreu, algumas tradições permanecem muito vivas, assim como a base cristã de nossa
sociedade. Sendo assim, não se pode valer, num mesmo discurso, dos termos sujeito e
pessoa. Quem se faz autônomo, livre e responsável é o sujeito. Por isso, a ideia de construir-
se sujeito. O sujeito se constrói; ninguém o concebe. Ninguém ajuda a um sujeito; ele é quem
se ajuda. Quando muito, poderemos discutir que o sujeito, de alguma forma, encontre o seu
próprio caminho. Diante disso, vamos imaginar a seguinte situação:
Uma professora de Matemática pediu aos alunos que resolvessem uma lista de exercícios.
Após concluir os exercícios, Jorge pergunta para a professora:
Com base no que vimos sobre formação integral do sujeito, como a professora deve responder
à pergunta de Jorge?
 Clique nos botões abaixo.Objeto com interação. Clique nos botões abaixo.
Claro, verifico se as suas respostas estão certas.
O docente não deve dar a resposta, mas dizer que é o próprio aluno quem precisa ter a
certeza do que fez.
Reveja as suas resoluções, você precisa ter certeza de que as suas respostas estão certas.
O docente não deve dar a resposta, mas dizer que é o próprio aluno quem precisa ter a
certeza do que fez.
Essa situação mostra o quanto a autonomia, a liberdade e a responsabilidade são
importantes na Educação. Considerando esses fatores, ao pedir a Jorge que revise a sua
resolução, a professora estará desenvolvendo nele:
Autonomia
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A capacidade de decisão. Jorge decidiu que terminou a resolução da questão.
Liberdade
A capacidade de autodeterminação. Significa que Jorge poderá dizer, ou não, à professora
que terminou a questão.
Responsabilidade
A capacidade de comprometimento. Significa que se Jorge disser à professora que terminou
a questão, arcará com a responsabilidade de ter errado ou acertado. Se errou, terá que refazê-
la; se acertou, era exatamente o que tinha de fazer.
CONCLUINDO
A Filosofia Contemporânea serve para que o aluno possa dialogar com a própria capacidade
de construir o seu conhecimento. Além disso, aportada no sujeito, por exemplo, ela dá
sentido à ruptura com o ensino pautado na transmissão, demonstrando que o único sentido
possível é o da aprendizagem.
Para saber mais sobre a relação entre Filosofia e Educação, assista ao vídeo a seguir que
mostra a narrativa de um trecho do artigo de Anísio Teixeira, publicado em 1959.
RESUMINDO
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A Filosofia teve origem na Grécia Antiga. Um dos principais filósofos da época foi Platão, que
percebia o homem em duas realidades: inteligível e sensível. Nesse contexto, a Educação
deveria usar métodos de debate e conversação, permitindo que o aluno alcance o
conhecimento por meio de descobertas.
Na Idade Média, a Educação era responsabilidade da Igreja, que era a única encarregada por
educar e formar.
A Idade Moderna iniciou um processo de separação entre Religião, Filosofia e Ciência.
Nesse cenário, a família e a escola foram redefinidas em seus papéis na formação do sujeito:
a família educava para a vida, enquanto a escola ensinava os saberes sistematizados. Essa
formação foi enfatizada com o Iluminismo, que trouxe a necessidade de escolarização dos
jovens, inaugurando a noção de uma escola pública.
A Educação na Idade Contemporânea deve ser concebida por todos os sujeitos que atuam
nesse processo, com o objetivo de permitir o desenvolvimento do aluno sem qualquer
limitação. Essa exigência traz a necessidade de uma nova Filosofia, que pense e valorize o
sujeito.
A Filosofia Contemporânea serve para que o aluno possa dialogar com a própria capacidade
de construir o seu conhecimento. Além disso, aportada no sujeito, por exemplo, ela dá
sentido à ruptura com o ensino pautado na transmissão, demonstrando que o único sentido
possível é o da aprendizagem.
RAZÃO
Referencial de orientação do ser humano em todos os campos em que seja possível a
indagação ou a investigação. Nesse sentido, diz-se que a razão é uma faculdade própria
do ser humano, distinguindo-o dos animais, por exemplo.
LÓGICA
Ramo da Filosofia que trata das formas do pensamento (indução, dedução, hipótese,
inferência etc.) e, por meio delas, busca determinar os raciocínios considerados válidos.SÓCRATES, PLATÃO E ARISTÓTELES
Sócrates (469-399 a.C.) é reconhecido pelo seu método dialético de características
céticas. Há, ainda, um debate sobre a sua real existência.
Platão (428-328 a.C.) teria sido discípulo de Sócrates e difusor de suas ideias. Era um
cidadão importante em Atenas, onde fundou a Academia.
Aristóteles (385-323 a.C.) mudou o sentido dialético como forma de perceber o mundo
sensível para, a partir de operações racionais, obter o conhecimento da physis – natureza
– para a metafísica.
CRÁTILO
Crátilo é um diálogo platônico, no qual Sócrates é questionado por dois
homens, Crátilo e Hermógenes, sobre os nomes; se esses são “convencionais” ou
“naturais”, isto é, se a linguagem é um sistema de símbolos arbitrários ou se as palavras
possuem uma relação intrínseca com as coisas que elas significam.
ESTAGIRITA
Nascido em Estagira, na Macedônia. É comum designar Aristóteles como “o estagirita”,
por ser ele natural dessa antiga cidade.
RATIO STUDIORUM
O Ratio Studiorum é uma espécie de coletânea, fundamentada em experiências
vivenciadas no Colégio Romano, a que foram adicionadas observações pedagógicas de
diversos outros colégios, cujo objetivo era instruir rapidamente todo jesuíta docente sobre
a natureza, a extensão e as obrigações do seu cargo.
Fonte: Wikipédia.
ANÍSIO TEIXEIRA
Anísio Teixeira (1900-1971) foi um importante teórico e idealizador das grandes
mudanças que ocorreram na Educação brasileira no século XX. Fez parte do movimento
de renovação do ensino chamado de Escola Nova.
Fonte: eBiografia.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A BASE DA FILOSOFIA DE PLATÃO ENVOLVE:
A) A divisão da realidade em inteligível e sensível.
B) A unicidade de todos os seres.
C) O mundo das ideias e o submundo espiritual.
D) A Ética, a Física e a Metafísica.
2. EM QUE A EDUCAÇÃO MODERNA DIFERE DA EDUCAÇÃO
CONTEMPORÂNEA?
A) Na falta de disciplina, ética e eficácia.
B) Nos atores sociais envolvidos, antes restringindo-se apenas à família e atualmente
envolvendo o Ensino Superior.
C) Na compreensão da abrangência, da complexidade e do caráter processual da Educação.
D) Na ideologia de gênero.
GABARITO
1. A base da Filosofia de Platão envolve:
A alternativa "A " está correta.
 
Para Platão, o mundo das ideias era um mundo superior, no qual não havia erro, enquanto o
mundo material era o mundo dos sentidos e das sensações, passível de engano. A busca do
saber, para esse filósofo grego, era sinônimo de alcançar o mundo inteligível.
2. Em que a Educação moderna difere da Educação contemporânea?
A alternativa "C " está correta.
 
O entendimento da Educação atual envolve maior complexidade. Deseja-se que os estudantes
se desenvolvam sem os limitar a segmentos ou fragmentos. Compreende-se a necessidade de
envolver nesse processo diferentes atores sociais: escolas, famílias e professores.
MÓDULO 2
Descrever a história da Filosofia da Educação no Brasil
A FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
No Brasil, o surgimento da disciplina Filosofia da Educação passou, simultaneamente, por
três processos:
1
ESTATIZAÇÃO DO ENSINO
O Estado brasileiro assumiu, paulatinamente, sua função de educar.
2
INSTITUCIONALIZAÇÃO DA FORMAÇÃO DE
PROFESSORES
Busca de uma melhor valorização da profissão docente.
3
CIENTIFICIDADE DA PEDAGOGIA
A fundamentação epistemológica do discurso pedagógico.
HISTÓRIA DA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
NO BRASIL
Para entendermos a história da Filosofia da Educação no Brasil, vamos destacar alguns
acontecimentos importantes.
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para o lado para ver as informações.
 
Fonte: www.greelane.com
 Modelo de ensino da Escola Nova.
Ainda no final do século XIX, surgiram as primeiras preocupações com a cientificidade da
Pedagogia. As ideias da Escola Nova, ancoradas na Psicologia e na Sociologia, passaram
a fazer parte das discussões. A Escola Nova acompanhou a vanguarda dos movimentos
ocorridos no mundo, fruto da urbanização e da industrialização, os quais defendiam uma
estrutura e políticas públicas capazes de ofertar sentido às novas demandas sociais.
 
Fonte: Correio da Manhã - Arquivo Nacional
 Instituto de Educação do Rio de Janeiro.
Nos anos 1930, com a emergência da Revolução Industrial e do reordenamento político e
cultural da sociedade brasileira, foram feitas exigências para que o Estado se valesse de seu
papel de educador. Nesse contexto, a Educação e a escola se tornaram, praticamente,
responsáveis pelo desenvolvimento do país. Daí, toda atenção dada às instituições que
formariam professores. Antes disso, as Escolas Normais eram as únicas instituições a formar
professores, porém de maneira generalista e enciclopédica, e mesmo essa transição levou
algumas décadas para se fortalecer.
 
Fonte www.scielo.br
 Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências da USP.
No ano de 1934, a formação de professores para o ensino secundário foi institucionalizada,
graças à criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo
(USP). Em 1939, a Faculdade Nacional de Filosofia impunha outro modelo de formação com a
busca pelo estabelecimento de um novo ensino normal, que tinha como base as Ciências da
Educação e o surgimento das Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras.
Foi a Filosofia, portanto, que deu bases de sustentação ao discurso pedagógico, o que
ocasionou uma indistinção entre o discurso filosófico sobre a Educação e o discurso
pedagógico geral. Ideais pedagógicos, natureza da Educação, fundamento moral da
Educação, natureza do homem, dentre outras, tornaram-se questões norteadoras do discurso
filosófico/pedagógico. Nesse ponto, destacou-se a contribuição do escolanovismo como
movimento, reconduzindo a epistemologia da Educação brasileira.
Um dos nomes mais importantes desse contexto é Anísio Teixeira, cuja percepção era de que
a Educação precisava ser cientificizada.
À medida que o discurso científico se impunha, a importância e os objetivos da Filosofia eram
relativizados. Nos cursos de formação de professores secundários, nas Faculdades de
Filosofia, Ciências e Letras, a Filosofia aparece na disciplina História e Filosofia da
Educação. Passou-se a estudar o ideário dos grandes pensadores com vistas à Educação –
Sócrates, Platão, Aristóteles, Rousseau (1712-1778), Kant (1724-1804), dentre outros.
A necessidade de uma cultura filosófica e científica (Ciências da Educação), no conjunto da
formação do professor secundário, tornara-se consenso mundial nos anos 1930 e foi
sustentada pelas ideias reformadoras em Educação. Nesse contexto, também a Sociologia da
Educação tomou para si a principal tarefa da Filosofia da Educação: determinar fins e valores
da Educação.
Nesse período, como a Filosofia era entendida?
A Filosofia da Educação era entendida como originária de um sistema filosófico, do qual
decorria certa concepção de mundo, de homem e uma hierarquia de valores. Portanto, o
ensino da Filosofia da Educação no Brasil foi, em grande medida, o estudo das ideias sobre
Educação de importantes filósofos no contexto da história da Filosofia.
Até meados da década de 1970, a Filosofia e a História da Educação se tornaram disciplinas
de destaque nos cursos de graduação e pós-graduação em Educação. É importante observar
que a disciplina Filosofia da Educação não fazia parte do Departamento de Filosofia; era
apresentada como um saber filosófico “aplicado” à Educação. Logo, tinha outras características
e objetivos.
No artigo Formação de professores: aspectos históricos e teóricos do problema no contexto
brasileiro, Dermeval Saviani apresenta uma síntese interessante. Para ele, no Brasil, a
questão do preparo de professores emerge de forma explícita após a Independência,
cogitando-se a organização da instrução popular. A partir daí, em relação à questão
pedagógica articulada com as transformações que se processaram na sociedade brasileira ao
longo dos últimos dois séculos, podemse distinguir os seguintes períodos na história da
formação de professores no Brasil:
•
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1827-1890
Ensaios intermitentes de formação de professores
1890-1932
Estabelecimento e expansão do padrão das Escolas Normais
•
•
1932-1939
Organização dos Institutos de Educação
1939-1971
Organização e implantação dos Cursos de Pedagogia e de Licenciatura e consolidação do
modelo das Escolas Normais
•
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•
1971-1996
Substituição da Escola Normal pela Habilitação Específica de Magistério
1996-2006
Advento dos Institutos Superiores de Educação, Escolas Normais Superiores e o novo perfil do
Curso de Pedagogia
•
A primeira Escola Normal criada no Brasil, em Niterói, no estado do Rio de Janeiro, data de
1835. Tinha como objetivo formar professores para o magistério de Ensino Primário e era
oferecido em cursos públicos de nível secundário (atual Ensino Médio). Desde então, o
movimento de criação de Escolas Normais no Brasil passou por diversas reformulações.
Mesmo assim, tornou-se instituição pública fundamental, formadora de professores para o
Ensino Primário.
Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1971, a Escola Normal foi substituída
pela habilitação específica de Magistério e, em 1996, a nova LDB converteu a formação de
educadores de nível superior em cursos de graduação plena: surgem os Institutos Superiores
de Educação e as Escolas Normais Superiores.
CONCLUINDO
O ensino da Filosofia da Educação no Brasil teve como base o estudo das ideias sobre
Educação de importantes filósofos no contexto da história da Filosofia.
NOVOS CAMINHOS E NOVOS OLHARES
A Filosofia da Educação brasileira recente está em meio a um complexo debate. Dos autores
que trouxeram a Pedagogia da Autonomia para o campo de debate, o principal nome é Paulo
Freire (1921-1997). Darcy Ribeiro (1922-1997) e Cristovam Buarque, apesar de não serem
filósofos e terem atuação mais destacada como políticos, foram defensores desse
entendimento, ainda que de forma parcial.
A relação entre os pedagogos e a política é recorrente. Nilcea Freire (1953-2019), Claudia
Costin, Renato Janine, Paulo Renato Souza (1945-2011), Gabriel Chalita e Fernando
Haddad são alguns nomes de professores de institutos superiores, mas que, pela atividade e
vínculo com a Educação, passaram a exercer cargos políticos. Suas atuações –
independentemente de vínculo político – ajudam-nos a constatar a presença simbólica de
fundamentos filosóficos que dialogam com a perspectiva multidisciplinar que vem marcando a
Educação.
 
Fonte: Antonio Cruz / Agência Brasil
 Nilcea Freire
 
Fonte: Senado Federal / Reuniões Conjuntas
 Claudia Costin
 
Fonte: Valter Campanato / Agência Brasil
 Renato Janine
 
Site do Governo do Estado de São Paulo
 Paulo Renato Souza
 Gabriel Chalita
 Fernando Haddad
Mais recentemente, um debate conservador sobre as práticas relacionadas ao ensino vem ser
incorporado a essa discussão. Diante dos processos nacionais que, como podemos observar,
são diversos, uma tendência de cunho filosófico é bastante forte: A autonomia.
 
Fonte: Shutterstock
VAMOS EXERCITAR 
O QUE VIMOS ATÉ AQUI!
Leia o trecho do artigo Filosofia da Educação: implicações e impactos na Pedagogia, de Santos
e Bonin (2018):

“O PENSAMENTO FILOSÓFICO É CARACTERIZADO PELA REFLEXÃO,
OU SEJA, A BUSCA DE ALGO POR SI MESMO POR MEIO DA
ESPECULAÇÃO, EXAMINANDO E ANALISANDO COM CUIDADO. AO
DEFINIR A FILOSOFIA COMO REFLEXÃO, ELA SE CONSTITUI COMO UM
CONHECIMENTO DO CONHECIMENTO, ISTO É, FILOSOFAR É ATUAR
SOBRE O PRÓPRIO CONHECIMENTO CIENTÍFICO, INTERROGANDO-O E
PROBLEMATIZANDO-O.
A PEDAGOGIA É ENTENDIDA COMO UMA CIÊNCIA E SEUS PRINCÍPIOS
DEVEM SER SUBMETIDOS À REFLEXÃO FILOSÓFICA, UMA VEZ QUE A
FILOSOFIA NÃO SE LIMITA AO DOMÍNIO DO QUE PODE SER
OBSERVADO PELOS SENTIDOS, ORIENTANDO-SE EM DIREÇÃO AO
CONHECIMENTO DOS PRINCÍPIOS QUE ESCAPAM À PERCEPÇÃO DOS
SENTIDOS. EM FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO, A FILOSOFIA SE COLOCA
COMO FORMA DE CONHECIMENTO E A EDUCAÇÃO COMO UM
PROBLEMA FILOSÓFICO. OS DOIS TERMOS JUNTOS REPRESENTAM O
ESTUDO DOS FUNDAMENTOS DAS TEORIAS E PRÁTICAS EDUCATIVAS
NA SOCIEDADE.
A FUNÇÃO ESSENCIAL DA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO CONSISTE EM
ACOMPANHAR, CRITICAMENTE, A ATIVIDADE EDUCACIONAL DE
FORMA A EXPLICITAR OS SEUS FUNDAMENTOS, ESCLARECER A
FUNÇÃO E A CONTRIBUIÇÃO DAS DIVERSAS DISCIPLINAS
PEDAGÓGICAS E AVALIAR O SIGNIFICADO DAS SOLUÇÕES
ESCOLHIDAS. A AUSÊNCIA DE ORIENTAÇÃO FILOSÓFICA NO TERRENO
DA EDUCAÇÃO ACARRETA CONSEQUÊNCIAS LAMENTÁVEIS.
SÓ É POSSÍVEL MELHORAR E REFORMAR O SISTEMA EDUCATIVO
QUANDO SE TÊM UMA VERDADEIRA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO, NA
QUAL HAJA UM ACORDO ACERCA DA FINALIDADE, DAS
POSSIBILIDADES E DAS CONDIÇÕES DA EDUCAÇÃO. ASSIM, PARA O
ÊXITO DA CIÊNCIA PEDAGÓGICA É INDISPENSÁVEL A FILOSOFIA DA
EDUCAÇÃO.”
Com base nessa leitura, construa um texto de sua autoria sistematizando a importância da
Filosofia da Educação e guarde-o. A sugestão é que você faça um portfólio dos seus escritos
e vá guardando ao longo curso. Quando chegar ao final do semestre, ou do curso, perceba o
quanto evoluiu.
CONCLUINDO
O debate da Filosofia da Educação, no Brasil, tem estado muito ligado à política e tem
destacado a autonomia como pressuposto filosófico para se pensar a Educação.
Para saber mais sobre os estudos no campo da Filosofia da Educação Brasileira, assista ao
vídeo a seguir.
RESUMINDO
O ensino da Filosofia da Educação no Brasil teve como base o estudo das ideias sobre
Educação de importantes filósofos no contexto da história da Filosofia.
O debate da Filosofia da Educação, no Brasil, tem estado muito ligado à política e tem
destacado a autonomia como pressuposto filosófico para se pensar a Educação.
DERMEVAL SAVIANI
Dermeval Saviani é professor emérito da USP e um dos maiores nomes da Educação no
Brasil. Inaugurou debates fundamentais sobre as tendências pedagógicas brasileiras,
dialogando com o tripé Filosofia-História-Didática.
ENSAIOS INTERMITENTES DE FORMAÇÃO
DE PROFESSORES
Período que se iniciou com o dispositivo da Lei das Escolas de Primeiras Letras, que
obrigava os professores a se instruírem no método do ensino mútuo, às próprias
expensas. Estendeu-se até 1890, quando prevaleceu o modelo das Escolas Normais.
ESTABELECIMENTO E EXPANSÃO DO
PADRÃO DAS ESCOLAS NORMAIS
Cujo marco inicial foi a reforma paulista da Escola Normal tendo como anexo a escola-
modelo.
ORGANIZAÇÃO DOS INSTITUTOS DE
EDUCAÇÃO
Cujos marcos são as reformas de Anísio Teixeira no Distrito Federal, em 1932, e de
Fernando de Azevedo em São Paulo, em 1933.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA SOBRE A HISTÓRIA DA
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL:
A) Surge ao final do século XIX, com as primeiras preocupações acerca da questão da
cientificidade da Pedagogia.
B) Ao final do século XX, surgem as primeiras preocupações com a questão da cientificidade
da Pedagogia e a necessidade de se constituir uma Filosofia com Dermeval Saviani.
C) As primeiras preocupações com a Filosofia pedagógica brasileira surgem nas LDB de 1961
e de 1996.
D) A Filosofia da Educação brasileira foi inaugurada por Anísio Teixeira e pelos escolanovistas.
2. AS PRIMEIRAS PREOCUPAÇÕES COM A QUESTÃO DA AUTONOMIA
NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA APARECEM NOS DEBATES DE
ESTUDIOSOS SOBRE EDUCAÇÃO. A RELAÇÃO ENTRE PEDAGOGO E
SUA FILOSOFIA É:
A) O processo de cientificidade da Pedagogia significou a fundamentação epistemológica do
discurso pedagógico brasileiro a partir de Anísio Teixeira.
B) O processo da Pedagogia da Autonomia significou a fundamentação filosófica da Pedagogia
brasileira a partir de Paulo Freire.
C) O processo de uma Filosofia pedagógica com a percepção de uma Educação Integral
marcou os desenvolvimentos e a prática de Darcy Ribeiro.
D) O processo de cientificidade da Pedagogia significou a fundamentação da Pedagogia pelas
Ciências da Educação, inaugurado por Dermeval Saviani no Brasil.
GABARITO
1. Assinale a alternativa

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