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Tutoria intoxicação por animais peçonhentos

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1 Lara Mendonça Oliveira P4 
 
1 . COMPREENDER A INTOXICAÇÃO POR ESCORPIÕES (EPIDEMIOLOGIA, QUADRO CLÍNICO, CONDUTA); 
 
EPIDEMIOLOGIA 
No Brasil, a espécie de escorpião que causa mais acidentes, Tityus serrulatus, tem se expandido 
para um número maior de cidades, onde até então não era encontrada. Esta espécie possui 
facilidade para se reproduzir e colonizar novos ambientes. 
Os acidentes escorpiônicos ocorrem em todo o Brasil. Desde 2009, o Ministério da Saúde realiza 
capacitações de identificação, manejo e controle de escorpiões nos estados brasileiros, em 
cooperação com as secretarias estaduais de saúde. O objetivo é que cada estado multiplique as 
informações recebidas a todas as suas regionais de saúde e municípios. 
O Ministério da Saúde registrou, em 2018, 141,4 mil casos de acidentes com escorpiões em todo o 
país. Em 2017, foram 125 mil registros de acidentes. Esses dados ainda são preliminares e serão 
revisados, portanto estão sujeitos a alteração. Em 2016, foram 91,7 mil casos. Em relação às mortes, 
em 2016 foram registrados 115 óbitos em todo o país e, em 2017 
Os acidentes causados por animais peçonhentos constituem importante causa de 
morbimortalidade em todo o mundo, principalmente entre a população do campo, floresta e 
águas, mas, apesar disso, são negligenciados como problema de saúde pública.1,2 A 
Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2009, incluiu este tipo de acidente na lista de Doenças 
Tropicais Negligenciadas, estimando que possam ocorrer anualmente no Planeta 1,841 milhão de 
casos de envenenamento, resultando em 94 mil óbitos.3 No Brasil, os acidentes por animais 
peçonhentos são a segunda causa de envenenamento humano, ficando atrás apenas da 
intoxicação por uso de medicamentos. 
No Brasil, há uma heterogeneidade de habitat que favorece uma diversidade de espécies de 
animais peçonhentos, entre as quais as serpentes, os escorpiões e as aranhas possuem 
respectivamente maior relevância quanto aos AT. Os envenenamentos por serpentes representam 
aproximadamente 29 mil casos por ano, e uma média de 125 óbitos no país. Em relação aos 
escorpiões, durante o ano de 2013, foram registrados 69.036 casos, que resultaram em 80 óbitos. 
Destaca-se que 27.125 casos foram registrados por envenenamentos por aranhas, sendo que, 
destes, 36 evoluíram para óbito 
Todos os anos, mais de 1 milhão de casos de escorpionismo, ou envenenamento por picadas de 
escorpião são relatados em todo o mundo. Embora a mortalidade resultante seja menor do que 
a do envenenamento de cobra, existe uma morbidade substancial e particularmente em crianças 
um risco de morte. Todos os escorpiões produzem veneno, que pode ser inoculado através do 
abdome pelo ferrão. O envenenamento por escorpiões é ocasionado pela picada e não por 
mordedura. 
https://www.medicinanet.com.br/pesquisas/envenenamento_por_picadas_de_escorpiao.htm
https://www.medicinanet.com.br/pesquisas/envenenamento_por_picadas_de_escorpiao.htm
 
2 Lara Mendonça Oliveira P4 
Embora milhões de picadas de escorpião ocorram anualmente, a maioria dos casos são 
simples, com dor localizada e envolvimento sistêmico mínimo. No entanto, envenenamento grave 
é um importante problema de saúde pública em certas partes do mundo, como na América 
Central e do Sul, Norte da África e em partes da Ásia. A maioria dos escorpiões que causam 
problemas médicos graves pertencem à família Buthidae, que inclui escorpiões dos gêneros leiurus 
no Oriente Médio e Próximo, androctonus e buthus no Norte da África, tityus na América do Sul, 
centruroides na América Central, mesobuthus na Ásia (especialmente a Índia), e parabuthus na 
África do Sul. No México, provavelmente centenas de milhares de picadas por escorpiões 
Centruroides ocorrem anualmente. Número semelhante de casos ocorre em outras áreas onde 
picadas por escorpiões são endêmicas (por exemplo, em Tunisia e outras partes do norte da África 
e da Índia). 
 
 
Manifestações clínicas 
Apesar da variedade de escorpiões encontrados em todo o mundo, o envenenamento 
sistêmico é caracterizado por síndromes de excitação neurotóxicas relativamente semelhantes, 
independentemente da espécie, mas algumas diferenças existem e devem ser discutidas. 
Centruroides e escorpiões parabuthus estão associados principalmente com toxicidade 
neuromuscular, enquanto que o envenenamento grave de androctonus, buthus e mesobuthus 
escorpiões estão associados com a toxicidade cardiovascular que resulta da hiperestimulação 
dos centros autonômicos e liberação de catecolaminas. 
Ao exame físico pode-se observar apenas dor importante no local da picada. Crianças 
podem apresentar quadros de exacerbação autonômica semelhante aos descritos para picadas 
de Phoneutria. Esses casos podem ter evolução, decorrente da intoxicação adrenérgica 
generalizada, com insuficiência cardíaca de alto débito e edema agudo de pulmão. A maioria 
das picadas de escorpião causa apenas dor localizada, e apenas 10% dos casos de picadas 
evoluem com sintomas sistêmicos, mesmo quando envolvendo os escorpiões mais perigosos. 
Edema, eritema, parestesias, fasciculações musculares e dormência podem ocorrer no local da 
picada. É frequentemente difícil ver o local da picada ou identificar a inflamação no local. A 
maioria dos casos de envenenamento grave ocorre em crianças. Envenenamento sistêmico é 
caracterizado por anomalias neuromusculares decorrentes de efeitos sobre os nervos cranianos e 
somáticos, excitação do sistema nervoso autônomo tanto colinérgica como adrenérgica, edema 
pulmonar e efeitos cardíacos. As manifestações são causadas por excitação neuronal e liberação 
de neurotransmissores. 
Os efeitos parassimpáticos da estimulação neuronal incluem efeitos colinérgicos que podem 
incluir salivação, sudorese profusa, lacrimejamento, miose, diarreia, vômito, bradicardia, 
hipotensão, aumento de secreções respiratórias e priapismo. Os efeitos adrenérgicos incluem 
taquicardia, hipertensão, midríase, hipertermia, hiperglicemia, e agitação. Enquanto a maioria dos 
efeitos parassimpáticos tende a ocorrer precocemente e com duração limitada, efeitos simpáticos 
persistem por causa da liberação de catecolaminas e são responsáveis pelos envenenamentos 
graves. 
Uma série de anomalias da condução cardíaca ocorrem em cerca de um terço da metade 
dos pacientes com envenenamento sistêmico. Estes efeitos incluem taquicardia atrial, 
extrassístoles ventriculares, inversão da onda T, alterações do segmento ST-T, e, menos 
frequentemente, bloqueios de ramo. O estímulo causado pelo aumento dos efeitos vagais sobre 
o coração e estimulação simpática são as prováveis causas desses efeitos. A hipertensão arterial 
é comum e ocorre no início da resposta à estimulação simpática. Hipotensão é menos comum, e 
ocorre no envenenamento grave, e muitas vezes necessita de intervenção com vasopressores e 
reanimação com líquidos. 
 
3 Lara Mendonça Oliveira P4 
O desenvolvimento de hipotensão tem causas multifatoriais com a estimulação colinérgica 
causando vasodilatação. Também são mecanismos envolvidos a perda de líquidos e depressão 
do miocárdio. A disfunção cardíaca resultante de miocardite induzida por catecolaminas e 
isquemia do miocárdio complica o envenenamento grave por Androctonus, buthus, mesobuthus 
e tityus. Esta última complicação pode resultar em edema pulmonar cardiogênico e choque. 
A estimulação do sistema nervoso periférico resulta em atividade neuromuscular 
descoordenada que se manifesta com acatisia, movimentos oculomotores anormais, distúrbios 
visuais e fasciculações musculares e espasmos da face e da língua e os braços e incordenação 
neuromuscular de membros inferiores, principalmente, e ocasionalmente com comprometimento 
respiratório. 
Alterações da excitação neuromuscular são mais comumente reportadas com 
envenenamento por escorpiões centuroides, mas também pode ocorrer após picadas de 
espécies parabuthus e tityus. 
Vômitos e dor abdominalsão comuns após picadas de escorpião, e aumento da motilidade 
gástrica e diarreia são também relatados. Muitos desses efeitos são devidos à estimulação 
colinérgica. Pancreatite aguda tem sido relatada com picadas de alguns escorpiões, incluindo 
leiurus quinquestriatus e tityus. 
Uma síndrome clínica, que é diferente do típico envenenamento sistêmico ocorre com 
picadas do H. lepturus escorpião do Iran. As picadas não causam dor imediata. A maioria dos 
casos é caracterizada por eritema e lesões purpúricas e bolhosas que podem resolver-se, mas em 
cerca de 20% dos casos é relatada necrose localizada que desenvolve em períodos de horas ou 
dias. Os sintomas sistêmicos incluem náuseas, vômitos, febre, efeitos autonómicos, hemólise com 
hemoglobinúria e lesão renal aguda, que muitas vezes exigem diálise. A síndrome parece ser 
semelhante à associada a picadas por aranhas do género Loxosceles. 
 
As picadas por centruroides sculpuratus ou exilicauda têm achados que podem ser divididos 
em quatro estágios: 
 
Estágio 1: Dor e parestesias no local da picada, usualmente sem inflamação local, às vezes 
não se percebe o local exato da picada e nem se nota que um escorpião está envolvido. Ao se 
estimular o local da picada, uma exacerbação importante da dor pode ocorrer, o que sugere a 
etiologia da lesão ser secundária à picada por escorpiões. 
 
Estágio 2: O paciente também apresenta dor local e parestesias como no estágio 1, porém 
os sintomas dolorosos se irradiam para extremidades distais de membros e até mesmo para 
membros colaterais, ou se tornam generalizadas. Em crianças eventualmente temos choro 
inconsolável e agitação. 
 
Estágio 3: Ocorre o envolvimento de pares cranianos ou disfunção neuromuscular somática. 
Manifestações incluem alterações visuais ou de movimentos oculomotores, hipersalivação, 
fasciculações de língua entre outros achados, eventualmente podem ocorrer dificuldades 
respiratórias se alterações bulbares associadas ou excesso de secreções. 
 
Estágio 4: Ocorrem ambos envolvimento de pares cranianos e disfunção neuromuscular 
somática. Pode-se encontrar hiperatividade neuromuscular e em casos mais severos estridor e 
 
4 Lara Mendonça Oliveira P4 
sibilância. Insuficiência respiratória, edema pulmonar, rabdomiolise, pancreatite, pleocitose 
liquórica e eventualmente coagulação intravascular disseminada são descritos nestes casos. 
 
As picas do escorpião centruroides sculpturatus tipicamente têm início de sintomas 
imediatamente e atingem seu pico em 5 horas, em crianças pode ocorrer evolução para estágio 
IV em 30 minutos. Em geral, os casos de envenenamento por escorpião, embora mais comuns em 
adultos têm pior evolução em crianças. 
 
Exames complementares 
Não existem exames diagnósticos específicos recomendados para picadas de escorpião; na 
maioria dos casos, nenhuma investigação é necessária, particularmente em muitas regiões do 
mundo onde é difícil de realizar testes de diagnóstico. Os exames laboratoriais devem se 
concentrar em possíveis complicações de picada de escorpião; por exemplo, os níveis de 
creatinina devem ser medidos para avaliar se injúria renal ocorreu. Os níveis de enzimas 
pancreáticas devem ser medidos para determinar se a picada induziu pancreatite. 
Eletrocardiograma deve ser obtido, quando possível, uma vez que alterações eletrocardiográficas 
são bastante comuns. Outros exames que podem ser pedidos que incluam a ecocardiografia, 
avaliação de marcadores séricos de lesão cardíaca, e outras investigações cardíacas conforme 
a gravidade da doença. Em casos de envenenamento severo alguns exames são recomendados 
e estão especificados na tabela 1. 
 
Exames recomendados em picada por escorpião evoluindo com envenenamento grave: 
 -Eletrólitos (Sódio, Potássio e Cálcio); 
-Ureia e creatinina; 
-Transaminases (AST e ALT); 
-CPK; 
-Lipase e amílase séricas; 
-Eletrocardiograma; 
-Urina 1; 
-Coagulograma; 
-Hemograma completo. 
Conduta 
A recomendação é ir imediatamente ao hospital de referência mais próximo. Se possível, levar o 
animal ou uma foto para identificação da espécie, permitindo assim uma avaliação mais eficaz 
sobre a gravidade do acidente. 
É importante lembrar que não é em todo caso de acidente que o soro será indicado, e apenas o 
profissional de saúde poderá fazer essa avaliação. O antiveneno é indicado em casos moderados 
ou graves. Limpar o local da picada com água e sabão pode ser uma medida auxiliar, desde que 
não atrase a ida ao serviço de saúde. 
 
 
5 Lara Mendonça Oliveira P4 
2 . COMPREENDER A INTOXICAÇÃO POR ARACNÍDEOS (EPIDEMIOLOGIA, QUADRO CLÍNICO, CONDUTA); 
De acordo com o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX ), foram 
registrados no Brasil, no ano de 2006, 10.768 casos de intoxicação humana envolvendo aranhas e 
escorpiões (BRASIL, 2006a). Somente na região Centro-Oeste foram registrados 290 casos de 
acidentes com aranhas e 1.227 com escorpiões, perfazendo um total de 1.517 ocorrências (BRASIL, 
2006b). 
As principais aranhas causadoras de acidentes no Brasil são a “armadeira”, a marrom, a tarântula 
e a caranguejeira. 
A armadeira quando surpreendida coloca-se em posição de ataque, apoiando-se nas pernas 
traseiras, ergue as dianteiras e procura picar. A picada causa dor imediata, inchaço local, 
formigamento e suor no local da picada. Deve-se combater a dor com analgésicos e observar 
rigorosamente novos sintomas, como vômitos, aumento da pressão arterial, dificuldade 
respiratória, tremores, espasmos musculares, caracterizando acidente grave. Assim, há 
necessidade de internação hospitalar e aplicação de soro específico. 
A picada da aranha marrom provoca menos acidentes, por ser pouco agressiva. Na hora da 
picada a dor é fraca e despercebida, após 12 a 24 horas podem surgir dor local com inchaço, 
náuseas, mal estar geral, manchas, bolhas e até morte das células (necrose) no local picado. Nos 
casos graves, a urina fica de cor marrom escura. Deve-se procurar atendimento médico para 
avaliação. 
A picada da tarântula (aranha que vive em gramados ou jardins) pode provocar pequena dor 
local e necrose. Utilizam-se analgésicos para alívio da dor e não há tratamento com soro 
específico, assim como para as picadas de caranguejeiras. 
São notificados anualmente cerca de 5.000 acidentes. A predominância destas notificações são 
nas região Sul e Sudeste, dificultando uma análise mais abrangente do acidente em todo o país. 
Acidentes com aranha causam sintomas que podem ser leves ou severos. Em raros casos, podem levar até 
mesmo à morte. 
• Aranha-armadeira: causa dor imediata e intensa, com poucos sinais visíveis no local. Raramente 
pode ocorrer agitação, náuseas, vômitos e diminuição da pressão sanguínea. 
• Aranha-marrom: a picada é pouco dolorosa e uma lesão endurecida e escura costuma surgir várias 
horas após, podendo evoluir para ferida com necrose de difícil cicatrização. Em casos raros, pode 
ocorrer o escurecimento da urina. 
• Viúva-negra: dor na região da picada, contrações nos músculos, suor generalizado e alterações na 
pressão e nos batimentos cardíacos. 
 O que fazer em caso de acidente 
 
• Lavar o local da picada. 
• Usar compressas mornas, pois ajudam no alívio da dor. 
• Elevar o local da mordida. 
• Procurar o serviço médico mais próximo. 
 
6 Lara Mendonça Oliveira P4 
• Quando possível, levar o animal para identificação. 
 
 
Lesão inicial em coxa, com poucas horas de evolução/Lesão com 7 dias em coxa. 
Loxosceles 
QUADRO 
CLÍNICO 
MANIFESTAÇÕES 
LOCAIS 
MANIFESTAÇÕES 
SISTÊMICAS 
ALTERAÇÕES 
LABORATORIAIS 
TRATAMENTO ESPECÍFICO TRATAMENTO 
COMPLEMENTAR E 
SINTOMÁTICO 
 
LEVE 
 
- Edema, Eritema, 
Prurido e Dor 
discretos 
 
- Febre, mal-estar 
 
- Nenhuma 
 
________ 
 
- Analgésico 
- Anti-histâmico 
 
MODERADA 
 
- Ponto de necrose 
- Equimose | 
Enduração 
- Placa marmórea 
- Necrose 
-Dor em 
queimação 
 
- Febre, mal-estar 
-Rash cutâneo 
- Náusea, vômito, 
diarréia 
- Mialgia, astenia, 
visão turva 
- Sonolência 
 
- Leucocitose 
- Neutrofilia 
 
- Prednisona 40 mg/dia 
adulto e 1mg/kg/dia criança 
durante 5 dias 
 
- Compressa fria 
- Anti-sépticos locais 
 
GRAVE 
 
- Necrose ou placa 
marmórea extensas 
 
- Palidez 
- Icterícia 
- Oligúria ou 
anúria 
 
- Leucocitose 
- T.C. diminuido 
- Reticulócitos 
aumentados 
- Uréia e creatina 
aumentadas 
 
- Forma cutânea, 5 
ampolas SALOx/SAAR 
- I.V. 
- Forma cutânea visceral 10 
ampolas (SALOx/SAAR) - I.V. 
 
- Prednisona 40 mg/dia 
adulto e 1 mg/kg/dia 
criança durante 5 dias 
- Compressa fria 
- Anti-sépticos locais 
 
 
7 Lara Mendonça Oliveira P4 
Phoneutria 
QUADRO 
CLÍNICO 
MANIFESTAÇÕES 
LOCAIS 
MANIFESTAÇÕES 
SISTÊMICAS 
ALTERAÇÕES 
LABORATORIAIS 
TRATAMENTO 
ESPECÍFICO 
TRATAMENTO COMPLEMENTAR E 
SINTOMÁTICO 
 
LEVE 
 
- Dor local 
 
- Eventualmente 
taquicardia 
 
- Nenhuma 
 
________ 
 
- Analgesia dependendo da 
intensidade da dor (V.O./I.M). ou 
bloqueio anestésico 
- Compressa morna 
 
MODERADA 
 
- Dor intensa 
 
- Agitação 
- Sudorese 
- Vômitos 
ocasionais 
- Hipertensão 
arterial 
- Sialorréia 
 
- Nenhuma 
 
- 2, 4 
ampolas SAAr - I.V. 
 
- Analgesia 
- Meperidina pode ser 
necessário 
- Internamento 
 
GRAVE 
 
- Dor intensa 
 
- Sudorese 
profunda 
- Bradicardia 
- Vômitos 
frequentes 
- Choque 
- Edema pulmonar 
agudo 
 
- Acidose 
metabólica 
- Hipoglicemia 
- E.C.G alterado 
 
- 5, 10 
ampolas SAAr - I.V. 
 
- Analgesia 
- UTI 
 
3. COMPREENDER A INTOXICAÇÃO POR ABELHAS (EPIDEMIOLOGIA, QUADRO CLÍNICO, CONDUTA; 
 
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA 
Abelhas estão presentes em todos os territórios brasileiros. As regiões de maiores taxas de 
incidência são a região Sul e Nordeste, enquanto as maiores taxas de letalidade ocorrem nas 
regiões Centro-Oeste e Norte. De modo geral, os acidentes costumam acontecer com maior 
predominância entre outubro e março. A maioria dos acidentes acontecem na zona urbana. O 
perfil dos acidentados costuma ser de homens e da faixa etária entre 20 e 64 anos. Óbitos são mais 
frequentes em pessoas acima de 40 anos. Fatores de risco para gravidade envolvem a quantidade 
de ferroadas e a predisposição ao choque anafilático. 
 
 
8 Lara Mendonça Oliveira P4 
Acidente por abelha (Vespas/Formigas) é o quadro de envenenamento decorrente da 
inoculação de toxinas por meio do ferrão. As manifestações após uma ferroada variam de pessoa 
para pessoa, pela quantidade de veneno aplicada e se o indivíduo tem reação alérgica ao 
veneno. Uma pessoa pode ser picada por uma ou centenas de abelhas. No caso de poucas 
picadas, o quadro clínico pode variar de uma inflamação local até uma forte reação alérgica, o 
que também é conhecido como choque anafilático. No caso de múltiplas picadas pode ocorrer 
também uma manifestação tóxica mais grave e, às vezes, até mesmo fatal. 
A incidência de acidentes por Himenópteros é desconhecida, pertencem à ordem Himenóptera 
os únicos insetos que possuem ferrões verdadeiros, com três famílias de importância médica: 
Apidae (abelhas e mamangavas), Vespidae (vespa amarela, vespão e marimbondo) e 
Formicidae (formigas). Reações alérgicas ocorrem mais em adultos e nos profissionais expostos. 
Acidentes graves e mortes pela picada de abelhas africanizadas deve-se não pela diferença de 
composição de veneno, mas pela maior agressividade dessa espécie (ataques maciços). 
Ações do veneno 
O veneno é composto por uma mistura complexa de substâncias químicas como peptídeos, 
enzimas e aminas biogênicas, que apresentam atividades farmacológicas e alérgicas. Os fatores 
alergênicos são enzimas como fosfolipases, hialuronidases, lipases e fosfotases, proteínas 
antigênicas que inoculadas durante a ferroada, iniciam respostas imunes responsáveis pela 
hipersensibilidade de alguns indivíduos e pelo início da reação alérgica. São agentes 
bloqueadores neuromusculares e possuem poderosa ação hemolítica, além de propriedades 
antiarrítmicas. 
Sintomas - acidentes 
As reações desencadeadas pela picada de abelhas variam de acordo com o local e o número 
de ferroadas, bem como características e o passado alérgico do indivíduo atingido. As 
manifestações clínicas podem ser alérgicas (mesmo com uma só picada) e tóxicas (múltiplas 
picadas). 
Normalmente, após uma ferroada há dor aguda local, que tende a desaparecer 
espontaneamente em poucos minutos, deixando vermelhidão, coceira e inchaço por várias horas 
ou dias. A intensidade desta reação inicial causada por uma ou múltiplas picadas deve alertar 
para um possível estado de sensibilidade às picadas subsequentes. 
Em casos de múltiplas picadas, podem ocorrer manifestações sistêmicas, devido à grande 
quantidade de veneno inoculada. Nesse caso, os sintomas são irritação e ardência da pele, 
vermelhidão, calor generalizado, pápulas, urticárias, pressão baixa, taquicardia, dor de cabeça, 
náuseas e/ou vômitos, cólicas abdominais e broncoespasmos. 
Em casos mais graves pode ocorrer choque, insuficiência respiratória aguda, e insuficiência renal 
aguda. As manifestações alérgicas locais são caracterizadas por um inchaço que persiste por 
alguns dias. As reações alérgicas sistêmicas podem variar de urticária generalizada e mal-estar até 
edema de glote, broncoespasmos, choque anafilático, queda da pressão arterial, colapso, perda 
da consciência, incontinência urinária e fecal, e cianose. 
Em caso de acidente provocado por múltiplas picadas de abelhas, é preciso levar o acidentado 
rapidamente ao hospital, junto com alguns dos insetos que provocaram o acidente. 
A remoção dos ferrões pode ser feita por raspagem com lâminas, e não com pinças, pois esse 
procedimento resulta na inoculação do veneno ainda existente no ferrão. 
 
 
9 Lara Mendonça Oliveira P4 
4. COMPREENDER A INTOXICAÇÃO POR ÁGUAS VIVAS (EPIDEMIOLOGIA, QUADRO CLÍNICO, CONDUTA; 
As cubomedusas, que são classificadas na classe Cubozoa, estão associadas a acidentes fatais 
em vários países e duas espécies são comuns no Brasil: a Tamoya haplonema e a Chiropsalmus 
quadrumanus. Em uma série de 236 acidentes provocados por animais marinhos observados pelo 
autor no Pronto-Socorro de Ubatuba (SP), cerca de 25% foram causados por cnidários. 
O quadro clínico dos acidentes por cnidários depende da ação dermonecrótica e neurotóxica 
do veneno, manifestando-se por placas lineares ou arredondadas eritematosas e dor intensa local 
instantânea, podendo haver náuseas, vômitos, dispneia, arritmias cardíacas, edema agudo 
pulmonar e óbito. 
As medidas de primeiros socorros para acidentes por águas-vivas devem utilizar compressas de 
água do mar gelada (ou aplicação de cold packs, que são bolsas de gel utilizadas para conservar 
vacinas e soros) para controle da dor e banhos de vinagre (desnatura o veneno) no local atingido. 
O uso de água doce dispara nematocistos íntegros por osmose e aumenta o envenenamento. Dor 
local persistente e incontrolável, dispneia, tosse, coriza, taquicardia ou arritmias e outros sintomas 
podem ser indicativos de quadros mais graves e necessitam atendimento hospitalar. 
Estima-se que haja cerca de 150 milhões de acidentes por cnidários por ano no mundo, com 
algumas áreas do Oceano Pacífico e do Sul do Brasil relatando até mais de mil envenenamento 
diários em uma única praia (CEGOLON et al., 2013, HADDAD JR., 2010). Segundo (LOTEN 2006) 25% 
dos envenenamentos em banhistas foram causados por cnidários. 
AÇÃO DO VENENO 
O veneno dos Cnidários é uma mistura de vários polipeptídeos que tem ações tóxicas e enzimáticas na pele 
humana podendo provocar inflamação extensa e até necrose. Outra ação importante é a neurotoxicidade 
que provoca efeitos sistêmicos, desorganiza a atividade condutora cardíaca levando a arritmias sérias, 
alterao tônus vascular e pode levar à insuficiência respiratória por congestão pulmonar. Atividade 
hemolítica foi descrita para o veneno de Physalia. Lembrando que os acidentes por cnidários não são 
queimaduras e sim envenenamento, pois a sensação de queimadura e provocada pela ação da peçonha 
da cnidas ou nematocistos (HADDAD JR., 2008). 
SINAIS E SINTOMAS DE ENVENEMANETO POR CNIDÁRIOS 
 Os sinais e sintomas de envenenamento por cnidários estão relacionados à ação tóxica imediata do 
veneno e a reação alérgica individual. Eles variam de placas lineares avermelhadas e dolorosas até bolhas 
ou mesmo úlceras, mas estas formas mais graves são rara no litoral brasileiro (HADDAD. J.R. 2016). A dor pode 
persistir por horas e outros sintomas podem ocorre como a desorganização geral da atividade nervosa como 
insuficiência cardíaca (rara), choque, insuficiência respiratória, hemólise e insuficiência renal responsáveis 
por óbitos em casos mais graves (HADDAD ET AL., 2013 HADDAD J.R. 2017). 
QUADRO CLÍNICO 
Manifestações locais 
 Os efeitos locais (eritema, edema e dor), apresentam menos de 20 cm de marcas de pele, são de 
aparência geralmente oval ou redonda e caracterizam impressões de pequenos tentáculos. A dor podem 
durar de 30 minutos a 24 horas. Além das manifestações citadas acima Neves et al (2007) relataram através 
de um questionário realizado em hospitais de Pernambuco, com vítimas de acidente com animais marinhos 
que a ardência foi o sintoma mais referido (24%), seguido pela dor (14%), alergia (9%) e queimaduras (7%). 
Manifestações Sistêmicas 
Nos casos mais graves há relatos de cefaleia, mal-estar, náuseas, vômitos, espasmos musculares, febre, 
arritmias cardíacas. A gravidade depende da extensão da área comprometida. A ingestão de celenterados 
 
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pode levar a quadros gastrintestinais alérgicos e quadros urticariformes. Podem aparecer urticárias e 
erupções recorrentes, estas a partir de um único acidente, além de reações distantes do local do acidente. 
O óbito pode ocorrer por efeito do envenenamento (insuficiência respiratória e choque) ou por anafilaxia. 
TRATAMENTO 
a) 1ª Etapa - repouso do segmento afetado. 
b) 2ª Etapa - retirada de tentáculos aderidos: a descarga de nematocistos é contínua e a manipulação 
errônea aumenta o grau de envenenamento. Não usar água doce para lavar o local (descarrega 
nematocistos por osmose) ou esfregar panos secos (rompe os nematocistos). Os tentáculos devem ser 
retirados suavemente levantando-os com a mão enluvada, pinça ou bordo de faca. O local deve ser 
lavado com água do mar. 
c) 3ª Etapa- inativação do veneno: o uso de ácido acético a 5% (vinagre comum), aplicado no local, por 
no mínimo 30 minutos inativa o veneno local. 
d) 4ª Etapa - retirada de nematocistos remanescentes: deve-se aplicar uma pasta de bicarbonato de sódio, 
talco e água do mar no local, esperar secar e retirar com o bordo de uma faca. e) 5ª Etapa - bolsa de gelo 
ou compressas de água do mar fria por 5 a 10 minutos e corticóides tópicos duas vezes ao dia aliviam os 
sintomas locais. A dor deve ser tratada com analgésicos. (FUNASA 2001). 
5. CONHECER AS MEDIDAS PREVENTIVAS DE ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS; 
 
O risco de acidentes com animais peçonhentos pode ser reduzido tomando algumas medidas gerais e 
bastante simples para prevenção: 
• usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem; 
• examinar calçados, roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las; 
• afastar camas das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários; 
• não acumular entulhos e materiais de construção; 
• limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede; 
• vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés; 
• utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos; 
• manter limpos os locais próximos das casas, jardins, quintais, paióis e celeiros; 
• evitar plantas tipo trepadeiras e bananeiras junto às casas e manter a grama sempre cortada; 
• limpar terrenos baldios, pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou cercas. 
Proteção individual para prevenir acidentes com animais peçonhentos 
• No amanhecer e no entardecer, evitar a aproximação da vegetação muito próxima ao chão, 
gramados ou até mesmo jardins, pois é nesse momento que serpentes estão em maior atividade. 
• Não mexer em colmeias e vespeiros. Caso estejam em áreas de risco de acidente, contatar a 
autoridade local competente para a remoção. 
• Inspecionar calçados, roupas, toalhas de banho e de rosto, roupas de cama, panos de chão e 
tapetes antes de usá-los. 
 
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• Afastar camas e berços das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários. 
 
Proteção da população para prevenir acidentes com animais peçonhentos 
• Não depositar ou acumular lixo, entulho e materiais de construção junto às habitações. 
• Evitar que plantas trepadeiras se encostem às casas e que folhagens entrem pelo telhado ou pelo 
forro. 
• Não montar acampamento próximo a áreas onde normalmente há roedores (plantações, pastos 
ou matos) e, por conseguinte, maior número de serpentes. 
• Evitar piquenique às margens de rios, lagos ou lagoas, e não se encostar a barrancos durante 
pescarias ou outras atividades. 
• Limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede e terrenos baldios (sempre com 
uso de EPI). 
• Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés. 
• Utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos. 
• Manter limpos os locais próximos das residências, jardins, quintais, paióis e celeiros. 
• Controlar roedores existentes na área e combater insetos, principalmente baratas (são alimentos 
para escorpiões e aranhas). 
• Caso encontre um animal peçonhento, afaste-se com cuidado e evite assustá-lo ou tocá-lo, 
mesmo que pareça morto, e procure a autoridade de saúde local para orientações. 
 
Orientação ao trabalhador na prevenção de acidentes com animais peçonhentos 
• Usar luvas de raspa de couro e calçados fechados, entre outros equipamentos de proteção 
individual (EPI), durante o manuseio de materiais de construção (tijolos, pedras, madeiras e sacos 
de cimento); transporte de lenhas; movimentação de móveis; atividades rurais; limpeza de jardins, 
quintais e terrenos baldios, entre outras atividades. 
• Olhar sempre com atenção o local de trabalho e os caminhos a percorrer. 
• Não colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, entre espaços 
situados em montes de lenha ou entre pedras. Caso seja necessário mexer nesses lugares, usar um 
pedaço de madeira, enxada ou foice. 
• Os trabalhadores do campo devem sempre utilizar os equipamentos de proteção individual (EPIs), 
como botas ou perneiras, evitar colocar as mãos em tocas, montes de lenha, folhas e cupinzeiros. 
5. ENTENDER A NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DOS ANIMAIS PEÇONHENTOS E A SUA IMPORTÂNCIA. 
 Essa importância se dá pelo alto número de notificações registras no Sistema de Informação de Agravos 
de Notificação (SINAN), sendo acidentes por animais peçonhentos um dos agravos mais notificados. 
 
A partir das análises dos dados do SINAN, a vigilância epidemiológica é capaz de identificar o quantitativo 
de soros antivenenos a serem distribuídos às Unidades Federadas, além de determinar pontos estratégicos 
de vigilância, estruturar as unidades de atendimento aos acidentados, elaborar estratégias de controle 
desses animais, entre outros. 
 
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