Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Corynebacterium -Bactérias pleomórficas Gram-positivas; -bastonetes gram- positivos pleomórficos, que se apresentam como bastonetes, cocóides, clavas agrupados ou filamentosos; -Esfregaços corados frequentemente apresentam arranjos celulares característicos descritos como um “V”, compactadas em agrupamentos de células paralelos, denominados “paliçadas”, ou como linhas cruzadas/forma angular que se assemelham a “letras chinesas”; -imóveis; - não formam esporos; -Algumas sp contêm corpúsculos de inclusão ( grânulos metacromáticos ) > compostos de polifosfatos inorgânicos que podem ser visíveis após coloração com azul de metileno; mais bem observados no Corynebacterium diphteriae ; - apresentam certa similaridade com os gêneros Mycobacterium e Nocardia, pois exibem grande quantidade de guanina (G) e citosina (C), bem como apresentam constituição específica da parede celular, composta de peptidoglicano, arabinogalactano e ácidos micólicos ; As extensões da cadeia de ácidos micólicos são consideravelmente mais curtas (28 a 40 carbonos) que as de Mycobacterium (60 a 90 carbonos) e Nocardia (40 a 56 carbonos), e, em geral, são saturadas ou apresentam uma única ligação dupla; contém alto teor de lipídios; -podem ser isoladas em diversos locais/distribuídas em uma ampla gama de ambientes, como solo, água, esgoto, plantas e superfícies animais; -Há diversas espécies, mas apenas algumas são patogênicas ; 1. duas espécies associadas à ocorrência de doenças em animais: Corynebacterium pseudotuberculosis , um patógeno intracelular facultativo que provoca abscessos em ruminantes e equinos; 2. Corynebacterium renale, que causa infecção de trato urinário em ruminantes; 3. Actinobaculum suis (anteriormente denominado Eubacterium suis e Corynebacterium suis), causa de infecção de trato urinário de porcas; 4. Corynebacterium auriscanis , associado à ocorrência de otite externa e dermatite em cães. - geralmente anaeróbios facultativos; - catalase-positivos, oxidase-negativos; -Fastidiosas, requerem meio enriquecido > meios ricos compostos de soro ou sangue. -Não produz cápsula; - Não álcool-ácido-resistentes (a.a.r.); -LPSN; Euzeby (2021): 184 sp; 13 ssp; -Podem se espalhar pelo ágar sem se desintegrarem (condição descrita como “quase um disco de hóquei ”); -dispersam -se fracamente em meio líquido, em razão de seu revestimento ceroso; -maioria é comensal em membranas mucosas; algumas fazem parte da microbiota normal de humanos (pele e narinas) e animais, enquanto outros são patógenos oportunistas (geralmente espécie-específicos); -Sp patogênicas causam infecções piogênicas supurativas após prévio trauma ( exceção C. bovis [causador de mastites??? > porque isso? vamos entender! Um dos pontos de maior controvérsia quanto ao C. bovis é sobre o seu papel na dinâmica das infecções intramamárias (IIM). A partir da década de 70, foi levantada a hipótese de que o C. bovis poderia apresentar uma função protetora na glândula mamária contra outros agentes causadores de mastite . No entanto, a literatura científica sobre o assunto produziu resultados controversos . Alguns estudos iniciais baseados em infecção experimental indicaram que os quartos infectados com C. bovis apresentavam menores riscos de infecção causada por S. aureus. No entanto, não foi demonstrado o mesmo efeito protetor contra outros agentes, tais como S. uberis e S. agalactiae . Estudos posteriores demonstraram que havia efeito protetor em quartos infectados por C. bovis para os agentes principais da mastite ( S. uberis, S. agalactiae e S. aureus ). Tais resultados, no entanto, foram contestados por estudos que demonstraram que quartos infectados com C. bovis foram aproximadamente 8,5 vezes mais suscetíveis à infecção por Streptococcus agalactiae que quartos sadios. Os resultados sugeriram que quartos com IIM causada por C. bovis foram mais predispostos à infecção causada por estreptococos ambientais, S. aureus e S. agalactiae , o que confirma a controvérsia em torno do papel protetor deste agente na saúde da glândula mamária; apesar de controvérsias com relação ao se papel na etiologia da mastite, tem sido relatada a sua importância por vários autores, considerando-se a diminuição da produção e elevada frequência com que são encontrados nas mastites subclínicas como agente infeccioso crônico, e em associação com outros micro-organismos (Domingues et al. 1998). Está associado principalmente a casos subclínicos de mastite, entretanto, pode ser agente de mastites clínicas (Langoni et al. 2016). Independente do fato de ser considerado como patógeno menor (Huxley et al. 2003), de baixa patogenicidade, há que se considerar a sua alta contagiosidade. ★ Corynebacterium pseudotuberculosis -Bastonete curto, pleomórfico e geralmente confundido com cocos . Ocorre como bastonetes, especialmente no pus caseoso colhido dos linfonodos ; -colônias pequenas, esbranquiçadas (brancas), rodeadas por zona estreita de hemólise completa, que pode não ser evidente por até 72 horas; após vários dias, as colônias tornam-se secas, friáveis e de cor creme; -patógeno intracelular facultativo , capaz de sobreviver e de multiplicar-se em fagócitos (macrófagos); - microrganismo difteróide típico pleomorfo, cuja morfologia varia de cocoide a filamentoso; -comprimento de 0,5 µm a mais de 3,0 µm; -Não produz cápsula; -imóvel; - frequentemente contém grânulos e apresenta fímbrias; -não esporulado; -produção de urease; -Gram positivo, mas não é B.A.A.R . (bacilo álcool-ácido resistente); -parede celular rica em lipídeos; -Cresce a 37 0C, pH 7,0 ; -Multiplica -se melhor em meio de cultura que contém sangue ou soro; -catalases positivos; -Em ágar -sangue, após 48 h a 72h ( 35°C a 37°C ), as colônias apresentam coloração brancopérola, opacas, fracamente beta- hemolíticas e com, aproximadamente, 1 mm de diâmetro; -Todas as cepas produzem ácido, mas não gás, de glicose, frutose, maltose, manose e sacarose; ❖ VIRULÊNCIA -papel fundamental na adesão, invasão, colonização, propagação e na evasão do sistema imune do hospedeiro; - está ligada aos lipídeos de sua parede celular e à produção de uma exotoxina, a fosfolipase D (PLD/glicoproteína) > essa enzima hidrolisa esfingomielina na membrana das células mamárias, liberando colina; Nos estágios iniciais de infecção, pode aumentar a sobrevivência e a multiplicação de C. pseudotuberculosis no hospedeiro ; possui ação sobre as células endoteliais , causando: hemólise, aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos e linfáticos (facilita a invasão bacteriana); Destrói fosfolipídios das membranas celulares; Possui ação necrosante (patogenia da infecção); usada no Diagnóstico sorológico. -lipídeos: estão ligados à camada de peptídeoglicano, estabilizando a membrana externa, contribuindo para a sobrevivência das bactérias dentro das células fagocíticas do hospedeiro, como também são responsáveis pela disseminação da bactéria na infecção primária; - Há biótipos de C. pseudotuberculosis “ovino/caprino” e “equino/bovino” (2 biótipos ou biovares): são semelhantes em outros aspectos (estrutura antigênica e fatoresde virulência); 1. Isolados de equinos, e principalmente aqueles de origem bovina, reduzem nitrato em nitrito (nitrato -positivo ); infecta preferencialmente os equinos; 2. isolados “ovino/caprino” de origem ovina e caprina e alguns de origem bovina não o fazem ( nitrato- negativo); infecta pequenos ruminantes; Bovinos podem ser infectados pelos dois biovares, com predomínio do biotipo equi -Relacionado, em diferentes países, a diversas síndromes clínicas: 1. linfadenite caseosa (mal do caroço; falsa tuberculose): ovinos e caprinos, 2. linfangite ulcerativa dos equinos , abscesso peitoral do cavalo (“febre dos pombos”, “peito de pombo” ou garrotilho das terras secas); 3. Abscessos cutâneos em bovinos; 4. Quando lisogenisado pelo corinefago beta que possui o gene tox, pode produzir a toxina diftérica (C. ulcerans idem); -parede celular é típica de bactéria gram- positiva, com a adição de lipídeos , ácido mesodiaminopimélico, arabinogalactano e ácidos corinomicólicos ( semelhantes ao ácido micólico presentes na parede da Nocardia, Rhodococcus e Mycobacterium ); -O revestimento ceroso de ácido micólico/Fração lipídica da superfície da parede celular tem atividades citotóxicas bem definidas > importante fator contribuinte na patogênese; propicia à bactéria uma proteção mecânica, e possivelmente bioquímica, contra as enzimas lisossomais presentes no interior das células fagocíticas; A proteção possibilita que o microrganismo sobreviva como um patógeno intracelular facultativo e facilita a propagação das bactérias do local de entrada a um eventual local de formação de abscesso; a toxicidade do ácido micólico é um fator que contribui na formação de abscessos >>> Há uma relação direta entre a quantidade de ácido micólico nos isolados e sua capacidade para provocar abscessos, em camundongos; dificulta a fagocitose e a digestão pelas enzimas celulares; citotóxica; caseificação 1 ; viabilidade ambiental; -Outro fator que contribui para a virulência pode ser o sistema de aquisição de ferro; 1 Degeneração de um tecido, que toma o aspecto de queijo. tem um aglomerado de 4 genes – fagA, fagB, fagC e fagD (Fe acquisition gene) – situado na terminação da fita de DNA (downstream) do gene pld – que codifica as proteínas envolvidas na captação de ferro; semelhante ao mencionado para enterobactina (um sideróforo); -Desinfetantes e calor (60°C) matam ela, porém os microrganismos sobrevivem bem em ambiente com alto teor de matéria orgânica e alta umidade; -Penicilinas (inclusive ceftiofur), eritromicina, cloranfenicol, lincomicina, tetraciclina, enrofloxacino e a combinação trimetoprima sulfonamida são inibidores, in vitro; - é resistente aos aminoglicosídios; -É resistente à dessecação durante meses, permanecendo vivo (favorece sua propagação) : ● na carne congelada, ● fezes, ● exudato purulento, ● solo, ● locais úmidos e escuros, ● pele, ● vísceras infectadas e intestinos ● Pode sobreviver no solo infectado com pus por até 8 meses e nas instalações por 4 meses ; -Importância mundial: Gera grandes prejuízos aos produtores: depreciação 2 da pele e lã, redução na produção de carne e leite em ruminantes, retardo no desenvolvimento dos animais; indisponibilidade para o exercício ou treinamento em equinos; descarte e/ou morte ocasional de animais com disseminação sistêmica do organismo; Gastos com despesas veterinárias e medicação; -micro-organismos cosmopolitas; -Predominam: no solo, na pele, ou mucosas dos animais ; capaz de sobreviver em diferentes tipos de substrato e sob vasta gama de condições ambientais; Sobrevive por até 2 meses em feno e aparas de madeira, e mais de 8 meses no solo, especialmente naqueles ricos em ferro ; -Endêmica no Brasil : prevalência clínica média ≈ 30% dos animais (+ comum em rebanhos deslanados 3 ); -Principal fonte de infecção : conteúdo dos abscessos que supuram e contaminam diretamente outros animais, ou indiretamente o meio ambiente (água, solo, alimentos) expondo o rebanho; 3 sem lã. 2 desvalorização da qualidade, da importância; desprezo, menosprezo, desqualificação. - infecta os animais por meio de: 1. percutânea → Que tem capacidade de atravessar a pele; que é feito de modo a passar pela pele; abrasões cutâneos, ferimentos de tosquia 4 , caudectomia, castração e marcação, picada de artrópodes, colocação de brinco); caprinos provavelmente se infectam após traumatismo ocasionado por chifrada; insetos funcionam como vetores mecânicos na transmissão da bactéria, e estudos recentes demonstram que Haematobia irritans, Musca domestica e Stomoxys calcitrans são vetores paratênicos de Cp bv equi ; 2. Digestiva → é menos frequente e ocorre devido às lesões de mucosa); 3. penetração pelas vias respiratória → animais criados em regime fechado; -Doença clínica : + prevalente em adultos > A LU pode ser observada em cavalos de qualquer idade, embora haja baixa incidência em potros com menos de seis meses, devido à ingestão das imunoglobulinas maternas colostrais. Cavalos de menos de cinco anos de idade e os que são colocados para pastar no verão tem um maior risco de contrair a infecção; Já equinos mais velhos parecem ser menos susceptíveis, porque provavelmente já entraram em contato com essa bactéria ou com outras do mesmo gênero desenvolvendo imunidade cruzada; - 40% dos animais em um rebanho pode ter abscessos superficiais. -A distribuição, a progressão e a aparência das lesões diferem de acordo com as espécies e com as vias de inoculação , mas o envolvimento linfático é uma característica consistente ; -A natureza do pus varia muito em função do tempo da lesão; tem aparência de cremoso a seco e friável (“lesão caseosa”); -Abscessos antigos são constituídos de macrófagos mortos e, na periferia, neutrófilos, células gigantes e tecido fibroso; -As lesões quase sempre contêm apenas C. pseudotuberculosis. ➔ LINFADENITE CASEOSA -doença bacteriana contagiosa e crônica que afeta cabras e ovelhas; -está associado à inflamação granulomatosa e necrosante de linfonodos que causam abscessão crônica e aumento dos nódulos, perda de cabelo sobrejacente e possível ruptura dos abscessos e secreção de pus em cabra; -forma superficial é mais frequente entre as cabras em oposição à forma visceral entre as ovelhas; 4 ato de cortar a lã bem rente ao corpo do animal, especialmente ovinos. - Abcessos de linfonodo da cabeça e pescoço são mais frequentes em cabras, enquanto em ovelhas, os abscessos são encontrados na linfa subilíaca e pré-escapular; ❖ PATOGENIA -A infecção pelo C. pseudotuberculosis começa com a penetração do MO no hospedeiro, que normalmente ocorre através da mucosa oral, nasal e através de feridas cutâneas, e quando entram ocorre sua fagocitose e sobrevivência nos Neutrófilos e Macrófagos, posteriormente ocorre sua disseminação, livremente ou dentro de macrófagos , através do sistema linfático aferente aos linfonodos regionais ( linfonodos regionais principalmente, pré-crurais, pré-escapulares ou sub-mandibulares ) e alguns órgãos internos e viscerais; -Algumas células são carreadas logo após a infecção, principalmente neutrófilos eposteriormente por macrófagos > Essas células fazem parte do mecanismo de ação da resposta imune inata, ocorrendo nos primeiros dias da infecção, sinalizações para o desenvolvimento da resposta adaptativa. Depois, induzindo a formação de múltiplos piogranulomas , que podem coalescer e formar grandes abscessos encapsulados, e caracterização da maturação e persistência do granuloma, que libera novas bactérias e causa necrose > Os granulomas são formas de inflamação, no qual sua formação é uma resposta imune inata para separar substâncias insolúveis evitando a propagação para outro local; -caracterizada pela formação de abscessos na pele, nos linfonodos internos e externos e nos órgãos internos; - linfonodos afetados ficam aumentados; -caprinos geralmente desenvolvem forma superficial da doença, com abscessos subcutâneos/superficiais na região da cabeça e do pescoço . - microrganismo penetra no corpo por meio de lesões de pele ou de membranas mucosas. Após a penetração, a bactéria estimula uma inflamação difusa seguida de formação de abscesso que coalesce e sofre encapsulação; -As células inflamatórias atravessam a cápsula, adicionando uma camada de supuração e uma nova cápsula; Abscessos com área central necrosada, fagocitose contínua, e re-encapsulamento > Vários ciclos desses originam lesões, especialmente em ovinos, com aparência laminar de “anéis de cebola”; -As lesões mais antigas apresentam cápsulas fibrosas espessas; -Há duas apresentações da doença: 1. “externa”: caracterizada por infecção do tecido subcutâneo e dos linfonodos regionais ( parotídeo, mandibular, cervical superficial, subilíaco, poplíteo e mamário ) no local de entrada; 2. “interna” ou visceral: infecção generalizada; caracterizada pela formação de abscessos em órgãos internos, como pulmões, fígado, rins, útero, baço, medula, e estruturas internas (mediastinais, brônquicas e lombares); subclínica; comumente está associada a perda de peso progressiva, definhamento, subfertilidade, queda na produção de leite e nascimento de menor número de cordeiros, > condição síndrome da ovelha magra ; Em alguns casos infecção produz poucos sinais permanecendo irreconhecíveis até o exame posmortem > subclínica; - Ambas as apresentações da doença podem acometer o mesmo animal . -forma superficial > é caracterizada pela infecção dos gânglios linfáticos externos (parótida, submandibular, pré-escapular e subilíaca); -pode infeccionar outros órgãos como escroto, glândula mamária, sistema nervoso central e articulações; -Abscessos visíveis nos linfonodos superficiais : ≈ 2 a 6 meses; -Localização dos abscessos: depende do local onde ocorreu a lesão primária que serviu como porta de entrada para o microrganismo; Maioria das lesões ocorrem nas regiões de: cabeça e pescoço, possivelmente por estas áreas serem as mais frequentemente lesionadas; ❖ DIAGNÓSTICO -Pode-se suspeitar da doença no exame clínico ou no exame post-mortem; - Esfregaços de lesões podem revelar bactérias corineformes Gram-positivas; - Isolamento e identificação de C. pseudotuberculosis do material de abscessos é confirmativo (diferenciar de Arcanobacterium pyogenes=Trueperella pyogenes - outra bactéria que causa abscesso) -Amostras para cultura: aspirados de abscessos; suabe de exsudato sob crostas associadas com foliculite; -testes sorológicos: detecta Ac contra a exotoxina (fosfolipase D) (limita a disseminação do micro-organismo) 1. Um teste ELISA sandwich, que detecta anticorpos circulantes direcionados contra a exotoxina (PLD), tem sido desenvolvido para identificação de ovinos infectados; 2. Inibição da hemólise sinérgica (ISH) > usado para detecção da exotoxina da bactéria tendo como base sua capacidade causar hemólise na reação entre a exotoxina do corynebacterium pseudotuberculosis com a exotoxina da bactéria Rhodococcus equi. - difícil detectar animais com abscessos internos , embora os com abscessos pulmonares possam ser detectados por meio de radiografia e de aspirado transtraqueal; abscessos em outros órgãos podem ser visualizados por ultrassonografia; -alta correlação entre títulos elevados Ac e a ocorrência de abscessos internos; -Dosagem de interferon-gama (após estímulo específico de leucócitos do sangue periférico com antígenos de C. pseudotuberculosis); ❖ TRATAMENTO -Em geral, os abscessos de linfadenite caseosa são refratários ao tratamento antibiótico, em razão de sua espessa cápsula , ou seja, Antibioticoterapia não é efetiva, devido a permanência do patógeno dentro do abscesso; -em ovinos e caprinos, a terapia antimicrobiana sistêmica (penicilinas ou eritromicinas, frequentemente em combinação com rifampicina lipossolúvel), de longa duração (4 a 6 semanas), pode ser efetiva no tratamento de abscessos internos e na redução do risco de recidiva de abscessos externos; -Em equinos, os abscessos, se forem externos, são tratados cirurgicamente; Quando os abscessos são lancetados e há possibilidade de drenagem, a lesão se cura sem complicações; Utiliza- se terapia prolongada com penicilina para impedir ou tratar linfangite ulcerativa ou a apresentação da doença com abscessos internos; -Extirpação ou a drenagem cirúrgica dos linfonodos subcutâneos + iodo a 10,0% para a cauterização (não contaminação do meio ambiente e possível aumento na disseminação da bactéria); -Comprometimento de linfonodos profundos: mau prognóstico; -Abate e a não utilização dessa carne para o consumo: 1. animais magros ou em condição corporal normal com lesões extensas em qualquer região, condenação total; 2. aproveitamento condicional carcaças de animais magros ou em condição corporal normal com lesões discretas dos linfonodos e vísceras, após remoção e condenação das partes atingidas ❖ PROFILAXIA E CONTROLE - Medidas de controle apropriadas para cada país são determinadas pela prevalência da doença; -os animais com lesões evidentes devem ser selecionados e separados; -testes regulares de rebanhos ovinos e bovinos como o teste ELISA devem ser seguidos por seleção dos animais com resultados positivos ou duvidosos; -cordeiros devem ser criados artificialmente após serem removidos de fêmeas soropositivas depois do nascimento; - construções e equipamentos contaminados devem ser completamente desinfetados. -medidas higiênicas rigorosas devem ser aplicadas em instalações, como galpões de tosquia; equipamentos de tosquia e de corte de cauda devem ser rigorosamente desinfetados de forma regular; -Isolar os animais doentes que apresentam lesão supurada e remover os abscessos; -Descartar os animais positivos do rebanho (são fontes de infecção); -Incinerar todo material caseoso (material no ambiente pode permanecer como fonte de infecção para o rebanho); -Tratar o caroço antes que se rompa espontaneamente (pus do abscesso se constitui num foco de contaminação); ● Vacina : impede a infecção e reduz a disseminação de uma infecção já instalada ( Ñ elimina infecção em curso ); composta de Ag de parede celular completa inativado e de toxóide PLD; Uso em ovinos, via subcutânea, após 3 meses de idade, seguida de uma dose de reforço após 4 semanas. Ovinos adultos são vacinados anualmente. Combinada com vacinas contraoutros patógenos, particularmente Clostridium; Vacinas com DNA têm sido avaliadas e os resultados têm se mostrado promissores -Desinfetar as instalações; -rigoroso controle dos instrumentos usados na tosquia, caudectomia, castração e colocação de brincos na orelha; -Não reutilizar: agulhas, seringas e outros materiais em mais de um animal (podem servir como fômites); -Impedir que fêmeas positivas amamentem seus filhotes ( risco de transmissão pelo leite); -Vacinação dos animais sadios. ❖ Na espécie humana causa linfadenite subaguda a crônica e é contraída pelo contato com animais infectados; Casos relatados estão relacionados com a exposição ocupacional (p. ex., tosquiadores de ovinos). ★ Grupo: C. renale - constituído de três espécies, renale, pilosum e cistitidis, originalmente classificadas como tipos sorológicos de C. renale I, II e III; - difteroides típicos; -variam de cocóides a filamentosas; -não são acidorresistentes; -não produzem cápsulas -contêm grânulos. -anaeróbicas facultativas; -capazes de se multiplicar nos meios de laboratório mais comuns, como colônias não hemolíticas de coloração brancopérola que, em ágar -sangue, desenvolvem- se dentro de 48 h, em temperatura de 37°C; - potente atividade de urease, constatada na maioria das cepas dentro de minutos de contato com a ureia; -glicose é lentamente fermentada; -A fermentação de outros carboidratos é variável; - catalase- positivas; -produzem uma proteína extracelular, renalina , que ocasiona lise de eritrócitos em sinergia com a beta -hemolisina de S. aureus; -não são particularmente resistentes ao calor, aos desinfetantes ou aos medicamentos antimicrobianos; -colonizam o trato urogenital inferior de bovinos e, às vezes, de ovinos, especialmente a região vulvar, de vacas aparentemente sadias , bem como o prepúcio de novilhos e touros e, às vezes, de outros ruminantes; -Ocasionalmente, estão envolvidas em infecções do trato urinário de ovinos, equinos, cães e primatas não humanos; Não há relato de infecção em pessoas; -Todas causam cistite e pielonefrite em bovinos , mas C. renale, a mais comum das três, ocasiona infecção mais grave . -Ocasionalmente C. renale pode causar cistite e pielonefrite em ovinos e osteomielite em caprinos. Mais comumente, causa balanopostite ulcerativa (“necrose de pênis”) em ovinos e caprinos; -Preferencialmente acomete fêmeas bovinas (ocasionalmente éguas e ovelhas), produzindo inflamação diftérica: bexiga (cistites), ureter (uretrites), pelve e tecido renal (pielonefrites); osteomielite em caprinos, balonopostite ulcerativa (ovinos e caprinos); -Isolado da vulva, vagina e prepúcio de bovinos normais [as vezes em outros ruminantes]; - Estresse do parto; prenhes e outras condições [ carga alimentar rica em proteínas ]; instrumentos contaminados , favorece a transmissão (gotículas de urina contaminada de um portador são espalhadas na área vulvar de outro animal suscetível); -O estresse do parto e a uretra curta na vaca predispõem à infecção do trato urinário; -A pielonefrite bovina é constatada principalmente em vacas no período próximo ao parto (por conta do estresse) na apresentação de uma infecção oportunista por um microrganismo comensal; -Os touros raramente são acometidos, mas são hospedeiros comensais das três espécies e a única fonte comensal de C. cystitidis; - observa- se “necrose do pênis” em animais submetidos à dieta com alto teor proteico ou naqueles que se alimentam de pastagens ricas em leguminosas, ou seja, com alto teor de proteínas, as quais aumentam a excreção de ureia que, quando hidrolisadas pela urease bacteriana, produz amônia e provoca irritação, inflamação e ulceração da pele; -É possível notar tumefação do prepúcio e retenção de urina na bainha prepucial > O acúmulo de urina e de exsudato purulento no interior do prepúcio pode causar necrose; -Em ovelhas, a doença se apresenta como vulvovaginite ulcerativa. -Apresentam importantes fatores de virulência: 1. Pili (aderência); 2. produção de urease ; 3. componentes da parede celular - polissacarídeos e lipídios; ácidos lipoteicóicos e o peptidoglicano da parede celular gram- positiva interagem com macrófagos, resultando na liberação de citocinas pró-inflamatórias ; - Sinais: 1. Agudos: Desconforto manifesto por tentativas frequentes de urinar, anorexia, febre, perda de produção, coíces no abdome inquietação, poliúria, hematúria ou piúria; 2. Crônicos: cólicas, diarreia, poliúria, polidipsia ( sede excessiva) , estrangúria ( micção, emissão lenta e dolorosa da urina) e anemia. À medida que a doença progride, a bexiga se torna espessa e inflamada; Ureteres se tornam espessos e dilatados com um exsudato purulento; Rins desenvolvem múltiplos e pequenos abcessos na superfície que pode estender-se para o córtex e medula. Sinal clínico + característico: presença de sangue ou pus na urina (intermitente, com períodos em que a urina apresenta-se normal); -Diagnóstico: hematúria; com histórico recente de parto; palpação do rim esquerdo evidenciando alargamento, perda de lobulação, dor; inspeção ultra-sonográfico dos rins, ureteres e bexiga; inspeção endoscópica da bexiga para a detecção da cistite; exame microscópico da urina evidencia leucócitos e bactérias; triagem para proteinúria e hematúria; urocultura quantitativa para identificar o microorganismo. -Controle, profilaxia e tratamento: Animais afetados devem ser tratados e isolados do rebanho, para restringir o acúmulo e disseminação de bactérias; Eliminação de camas, higiene das instalações, descontaminação e esterilização de materiais médicocirúrgicos; Touros podem atuar como vetores mecânicos de Corynebacterium spp??? não se sabe, pois essa bactéria faz parte da microbiota normal e várias condições podem alterar a constituição e as características da urina favorecendo a atuação dessa bactéria como patógeno oportunista e causando infecção, então não dá para dizer que os touros podem atuar como vetores mecânicos. Proceder a inseminação artificial em rebanhos com vários animais afetados. C. renale é sensível à penicilina, estreptomicina, canamicina, eritromicina, e polimixina B (observação de recaídas);
Compartilhar