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O nascimento de uma disciplina Em suma, a psicologia grupal tem como objeto de seu estudo os microgrupos humanos, entendendo-se por tal todos aqueles nos quais os indivíduos podem reconhecer-se em sua singularidade mantendo ações interativas na busca de objetivos compartilhados. Mediação Grupal O papel do coordenador de grupos Os primeiros esforços para compreender cientificamente o fenômeno da liderança aparecem nas famosas experimentações empreendidas por Kurt Lewin e seus colaboradores. Lippitt e White realizaram um conhecido estudo experimental sobre o efeito do "clima social" no comportamento e rendimento de quatro grupos de meninos com 10 anos de idade, em uma escola. Seu objetivo era investigar a influência da "atmosfera social" constituída por três diferentes tipos de liderança - autoritária, laissez-faire e democrático. · O grupo democrático apresentou alto nível de coesão espontânea, isto é, não induzida pelo líder. E nesse clima se obtém um rendimento mais lento, porém mais consistente e duradouro, inclusive na ausência do líder. · O clima laissez-faire, além de apresentar um círculo vicioso de frustração-agressão-frustração, provocava insatisfação, decorrente da confusão e incertezas criadas pela atitude passiva do líder. · No clima autoritário, havia mais comportamentos competitivos centrados no "eu", enquanto no democrático predominou o sentido "nós". Essa discussão toda vem a propósito do caráter ideológico que o papel do coordenador pode assumir, passando frequentemente a ser visto como um modelo de estabilidade, calma, consistência, força do ego e objetividade, representando o futuro e a norma dos membros do grupo. David Zimerman dá destaque especial à pessoa do coordenador do grupo, chegando a declarar "o modelo das lideranças é o maior responsável pelos valores e características de um grupo, seja ele de que tipo for". Analisando a lista de atributos que Zimerman considera desejáveis ao coordenador de grupo, é possivel constatar: · 1. aspectos ligados a valores, como "amor as verdades", "ética", "respeito pelo outro". · 2.Características relativas ao que poderia ser chamado de equilíbrio emocional, como "coerência", "paciência", "continência", "empatia", "capacidade negativa". · 3. Funções ligadas as aspectos cognitivos, como "pensar", "discriminar", "capacidade de "síntese e integração"; · 4. Condições para exercer o "papel de ego-auxiliar" e de "comunicação" (verbal e pré-verbal), além da capacidade de interpretação. · 5. Ênfase no caráter terapêutico que os grupos podem ter e no papel educativo do coordenador, que funciona como importante figura transferencial e "modelo de identificação". Outros autores, especialmente os de linha rogeriana e gestáltica, mencionam com frequência o papel do coordenador como de um facilitador. Macêdo, por exemplo, em artigo recente, afirma que "o facilitador age como um catalisador e intermediário do processo de reconhecimento da realidade por parte do grupo". A proposta moreniana, embora diretiva, é de simetria entre coordenador e participantes. Ao afirmar que "a sociométria é a sociologia do povo, pelo povo e para o povo", Moreno não pretendeu fazer um discurso demagógico, mas esboçar uma proposta de não-verticalidade na relação entre líder e liderados. O próprio Moreno, no entanto, aponta as dificuldades que essa postura implica, ao afirmar: "formando parte do grupo, ele (o coordenador) se priva do papel de investigador, que consiste em manter-se fora do jogo para sugerir, criar e dirigir a experiência". Pois não se pode, ao mesmo tempo, ser um participante autêntico e um "agente secreto" do método científico. Uma solução interessante, criada por Moreno, foi a cisão ou fragmentação do papel de coordenador, sendo a equipe composta por um diretor (coordenador), que mantém o necessário distanciamento para investigar com mais objetividade, e um ou mais egos-auxiliares, que fazem parte do diretor que entra na ação, transformando-se em co-autores, que procuram colher in situ a experiência vivida pelo grupo. Seu papel não é, portanto, de um observador passivo ou neutro; ele é, de fato, ego-auxiliar do protagonista, é ator, coordenador (terapeuta) em ação, que desempenha os papéis espontaneamente, de acordo com sua sensibilidade, e não um mero executor de ordens da direção. Situação de poder do coordenador, Moreno chega a declarar que este "não deve exercer seu prestígio de experimentador mais que qualquer outro membro do grupo". O líder dirige guiado pela direção do próprio grupo, ou seja, o verdadeiro líder, é, de fato, o grupo. Vygotsky diz que o que existe de fato é assimetria, ou seja, coordenador e grupo não são iguais, uma vez que detêm papéis complementares e contraditórios. Se os dois pólos dessa relação fossem iguais, ela não teria razões para existir e se extinguiria, ou seja, a igualdade e a simetria estão no ponto de chegada e não no ponto de partida. A dinâmica na dinâmica dos grupos. Como afirma Madelana Freire: "Grupo é o resultado da dialética entre a história do grupo (movimento horizontal) e a história dos indivíduos com seus mundos internos, projeções e transferências (movimento vertical) na sucessão da história da sociedade em que estão inseridos." Todo grupo tem um desenvolvimento que é previsível e observável: inicia, existe durante algum tempo de maneira dinâmica até concluir a sua estória. Dentro desse processo cada grupo constrói o seu formato, desenhando um contorno que é sempre original. A dinâmica de grupo pode ser abordada como processo ou utilizada como ténica-instrumento. Trabalho de grupo não é o mesmo que dinâmica de grupo. Os grupos podem ser trabalhados no enfoque voltado para realizar uma tarefa sem que as questões que envolvam o processo do grupo sejam abordadas. A dinâmica de grupo é um processo cujo caminho necessita de um bom relacionamento, facilitando a integração, permitindo a troca, aprendendo e aceitando as diferenças e possibilitando o desenvolvimento das pessoas. As contribuições do construtivismo para a metodologia O construtivismo vem ganhando um espaço cada vez maior e indiscutivelmente é uma tônica na área educacional. Pautado na filosofia humanista, acredita nas pessoas e em sua capacidade de construir o conhecimento através da própria experiência, estimulando a criatividade, respeitando a individualidade e a unicidade do ser humano. O termo construtivismo procura identificar que uma pessoa aprende melhor quando torna parte direta na construção do conhecimento que adquire. O conhecimento é sempre o resultado de um processo de construção, que se efetiva na interação entre o sujeito e o objeto. As vivências possibilitadas através das técnicas de dinâmica de grupo permitem a todos os membros do grupo desenvolverem conhecimentos que lhes permitam aplicá-los nas situações de vida. Ressaltando três princípios básicos do construtivismo que utilizamos na Metodologia Construtivista de Dinâmica de Grupo: · O respeito à produção do grupo; · A interpretação da realidade e de si mesmo feita pelo grupo através de uma leitura diagnóstica. · E o conhecer que se estabelece pela integração entre os indivíduos com os objetivos no grupo. Esse princípios construtivistas aplicados na MCDG promovem: · A descoberta do saber do outro · a participação construtivista · a valorização da fala do grupo. Construindo uma metodologia para trabalhar com grupos. A dinâmica de grupo é uma ferramenta facilitadora para que o saber se construa através da participação e do trabalho coletivo. A utilização de uma metodologia possibilita uma atuação na vida dos grupos, favorecendo o seu processo de construção. A Metodologia Construtivista de Dinâmica de Grupo utiliza como princípios teóricos: o construtivismo, os métodos projetivos e a teoria das necessidades interpessoais de W. Schutz. Teoria de Schutz - Segundo Will Schutz, no desenvolvimento grupal existem três zonas de necessidades interpessoais: Inclusão, controle e abertura. O ciclo das fases pode repetir-se várias vezes durante a vida do grupo, independente de sua duração. ·Inclusão: Sempre que um novo grupo se forma, cada membro desse grupo precisa se sentir aceito, integrado e valorizado por aqueles aos quais se junta.Para o funcionamento do grupo é fundamental que a necessidade de inclusão dos participantes seja satisfeita. · Controle: É a fase do jogo de forças, competição por liderança, onde cada um busca atingir um lugar satisfatório às suas necessidades de controle e influência.Durante a vivência da fase de controle acreditamos ser o momento onde de fato o grupo acontece, experimentando na construção grupal as diversas possibilidades de interação: negociação, entre outros. · Abertura - Fase como aquela em que as pessoas podem mostrar-se com maior autenticidade, uma vez que os vínculos já se estabeleceram. O facilitador de grupo deve favorecer a vivência da abertura propondo técnicas que permitam a troca de feedback, a manifestação dos sentimentos experimentados nas relações estabelecidas durante a vivência grupal. Métodos Projetivos - L. K. Frank utilizou a expressão "métodos projetivos" para se referir a técnicas que permitem uma investigação dinâmica e holística da personalidade. O indivíduo fica livre para dizer ou fazer o que quiser, a partir do material apresentado e o tipo de atividade que lhe é proposto. Vale aquilo que espontaneamente vem à consciência. Os métodos projetivos estimulam em cada indivíduo a possibilidade de expressar sentimentos, emoções, personalidade, momentos de vida, pensamentos, idéias e valores. É uma forma de propiciar a construção partindo das vivências e percepções do grupo. O desenho livre, o relato livre, o jogo dramático improvisado, entre outras atividades, "expressam" a personalidade daquele que os pratica. Através da utilização de material didático e não-estruturado as técnicas de dinâmica de grupo permitem ao grupo, pelo mecanismo projetivo, produzir o material que favorece o diagnóstico e a leitura do momento atual e do processo grupal. · Vantagens: Liberdade de expressão; exercitar a criatividade e flexibilidade; maior envolvimento dos participantes. · Desvantagens: Emergir situações mobilizadoras e emoções mais intensas; tempo de aplicação dependerá da produção do grupo; risco de desvio do objetivo. A MCDG como um instrumental para trabalhar com grupos. A metodologia Construtivista de Dinâmica de Grupo é um método que visa ser um dinamizador entre a prática e a teoria do desenvolvimento do processo grupal. Procedimento da MCDG = Pré Diagnóstico --> Diagnóstico --> Desenvolvimento Grupal --> Avaliação e resultados. Pré-diagnóstico: Todas as atividades e programas desenvolvidos utilizando a MCDG devem começar com um levantamento de dados para a elaboração do planejamento.O pré-diagnóstico favorece a obtenção de informações acerca do grupo que possibilitem um trabalho personalizado para atender às demandas e necessidades, visando aquedar o trabalho a cada situação e clientela específicas. Os dados obtidos pré-diagnóstico devem fornecer os esclarecimentos necessários para a elaboração do projeto. Diagnóstico: O trabalho com o grupo começa com um diagnóstico realizado pelo próprio grupo, visando ampliar o levantamento de dados iniciado na etapa anterior e obtê-los nos casos em que não foi possível o pré-diagnóstico. O grupo é chamado a fazer uma autoanálise utilizando técnicas que retratem a sua dinâmica atual, buscando através de uma reflexão conjunta construir e reconstruir suas hipóteses. Esse diagnóstico inicial será um referencial para se proporem as técnicas que serão vivenciadas pelo grupo. A MCDG está fundamentada no princípio de que o grupo é responsável pela construção do material que será trabalhado, a partir da demanda do próprio grupo. Desenvolvimento Grupal: Favorecer o desenvolvimento grupal é um objetivo que deve ser inerente a qualquer trabalho que nos propomos fazer como facilitadores do grupo. Quando o grupo está começando a construir sua identidade, o facilitador é muito solicitado, funcionando como um referencial para o grupo. AV2 KURT LEWIN Considerado o fundador de uma dinâmica de grupo que pretendia ser a ciência experimental dos pequenos grupos. Análise geral e científica dos caracteres gerais da vida dos pequenos grupos. Para ele os fenômenos grupais só se tornam inteligíveis ao observador que consente em participar da vivência grupal – fenômenos – não podem ser observados de fora e não podem ser estudados como fragmentos examinados aposteriori Teses principais: 1. O indivíduo, inserido num grupo, modifica o seu comportamento e induz mudanças nos comportamentos dos restantes membros do grupo; 2. É mais fácil alterar o comportamento de um grupo, como um todo, que o comportamento dos membros isolados; Pesquisa-ação: observador incluído no grupo, e que tal inclusão modifica o grupo, mas isto não invalida a pesquisa. Para que fosse validada deveria ocorrer no contexto dos pequenos grupos – configurado – permitir aos participantes – existirem psicologicamente uns para os outros – em situação de interdependência e interação possível – no decorrer da experiência. Como se formam os grupos Só existe grupo se existir coesão e sentimento de pertencimento; Estes sentimentos são reforçados se cada membro perceber o grupo como forma de atingir objetivos individuais; O desenvolvimento da coesão pode levar ao aparecimento de padrões e finalidades de grupo que podem, dependendo da coesão, sobrepor-se aos objetivos individuais; Disto decorre que o grupo, como entidade, é qualitativamente diferente da soma das suas partes. Nos grupos, os momentos iniciais de sua formação determinam seu devir, as etapas posteriores, leis e modalidades de funcionamento já estão presentes na gênese do grupo. Três problemas-chave: 1) a comunicação, 2) o aprendizado da autenticidade e 3) o exercício da autoridade em grupos de trabalho. Definição de grupo Um campo de forças, cuja dinâmica resulta da interação dos componentes em um campo (ou espaço) psicossocial. O grupo não é um somatória de indivíduose, portanto, não é o resultado apenas das psicologias individuais, e sim um conjunto de relações, em constante movimento. Para Lewin, o estudo de pequenos grupos constituía uma opção estratégica que permitiria, em um futuro imprevisível, esclarecer e tornar inteligível a psicologia dos macro-fenômenos de grupos. Teoria do Campo Para Lewin, a motivação era um fator importante no comportamento social. Para explicar a motivação Lewin elaborou a Teoria de Campo. Lewin define campo como “a totalidade dos fatos coexistentes na sua interdependência” Qualquer comportamento é determinado pela interdependência dos fatos de um campo, ou seja, pela relação estreita entre um fato e todos os outros fatos ao mesmo tempo, numa inter-relação constante entre o ambiente exterior e o espaço de vida. Estabelecem-se assim padrões de comportamento que são decorrentes das interações e influências que o indivíduo estabelece com o meio --É mais propriamente um método do que uma teoria. --Seus pressupostos estão intimamente ligados à Teoria da Gestalt. --Enfatiza a motivação como motor do comportamento. Espaço Vital O espaço vital é definido como psicológico porque não se trata de um espaço físico, e sim da mente de uma pessoa como um espaço onde têm lugar todos os fatos que influenciam o comportamento dessa pessoa em determinado momento. Por exemplo, uma pessoa pode ter uma doença incurável, mas, se ela não sabe que a tem (pois a doença não apresenta sintomas), isso não influenciará seu comportamento. Nesse caso, a doença não seria incluída no espaço vital dessa pessoa ao estudar seu comportamento. Contudo, se a pessoa pensa que tem tal doença, mesmo que não a tenha, seu comportamento será influenciado por essa doença inexistente como se a mesma existisse, pois, de fato, ela existe psicologicamente na pessoa. Nesse outro caso, a doença deveria ser considerada parte do espaço vital dessa pessoa para estudar o seu comportamento. Neste sentido somente os fatos que “existem para o indivíduo” podem ser incluídos como parte de seu espaço vital. Campo dinâmico“é o espaço de vida que contém a pessoa e o seu ambiente psicológico.” Ambiente psicológico: Ambiente Psicológico: (ou ambiente comportamental) é tal como é percebido e interpretado pela pessoa, relaciona-se com as atuais necessidades do indivíduo. Objetos, pessoas ou situações, podem adquirir valência no ambiente psicológico, determinando um campo dinâmico de forcas psicológicas. · Valência: A origem do conceito vem da química: foi um dos primeiros conceitos usados na tentativa de descrever ligações e/ou afinidades químicas. Refere-se às relações entre necessidades e os seus objetos. Valencia positiva: pessoas ou situações que podem ou prometem satisfazer necessidades presentes do indivíduo. Atraem o indivíduo. Valência negativa: quando podem ou prometem ocasionar algum prejuízo Os objetos, pessoas ou situações de valência negativa repelem o indivíduo. · Tensão: Toda a necessidade cria um estado de tensão no indivíduo, uma predisposição à ação sem nenhuma direção específica. · Força: é entendida como a direção e a intensidade da tendência para a mudança e para a transferência que atuam naquele momento específico, na região do campo em que teve início a locomoção. Existem as forças impulsoras, que promovem locomoção e comunicação; e as forças frenadoras, os obstáculos e as barreiras. · A Dinâmica, diz respeito às forças de coesão e dispersão, que geram movimento e transformação no grupo. A dinâmica do grupo inclui: - os processos de formação de normas - comunicação - cooperação e competição - divisão de tarefas e; - distribuição de poder e liderança · De acordo com Lewin, a liderança no grupo toma três formas básicas: autoritária, democrática e laissez-faire. E as redes de comunicação também se organizam de três formas básicas: centralizadas, descentralizadas e dispersas. Essas formas básicas se correlacionam: o estilo de liderança e a forma de comunicação. PICHON RIVIERE Grupo e Grupo Operativo A teoria de Pichon-Riviere traz implícita uma proposta: a de aprender a pensar em grupo em termos de uma Psicologia Social da vida cotidiana. O ECRO proposto por Pichon-Riviere implica uma abordagem do homem em suas condições concretas de existência; a única forma, portanto, de entender este Homem, será em seu cotidiano. Para Pichon o conhecimento é um processo que implica a existência de três momentos: · Momento sensível – no qual os aspectos exteriores do objeto de conhecimento são percebidos; · Momento lógico – É o momento de conceitualização onde são conhecidas as leis internas que governam o fenômeno; · Momento Prático – é o momento operativo, quando este conhecimento se aplica ativamente a esta aplicação atua como critério de verdade do conhecimento. Pichon considera três elementos da subjetividade que se dão no ECRO: Sentir, Pensar e Agir, que se relacionam respectivamente com os três momentos do conhecimento – sensível, lógico e prático. Para Pichon a aprendizagem é um processo de apropriação da realidade no qual a conduta do sujeito se modifica a partir de suas próprias experiências. A aprendizagem é uma conduta e como tal implica a relação do sujeito com um objeto. Todo o processo de aprendizagem implica na existência de três momentos: 1 – momento confusional – quando ainda não são conhecidos os limites do conhecimento; 2 – momento dilemático – quando começam a se produzir fragmentações no grupo e a contradição se polariza. O que está atrás deste momento é a resistência à mudança que, uma vez elaborada, possibilita o surgimentodo terceiro momento; 3 – o problema – aqui o sujeito pode situar-se no lugar do outro, escutá-lo. Permite-se modificar-se no interjogo dialética com os outros. Conceito de grupo Pichon-Riviere grupo é: “Conjunto restrito a pessoas ligadas entre si por constantes de espaço e tempo, articuladas por sua mútua representação interna interatuando através de complexos mecanismos de assunção e atribuição de papéis, que se propõe de forma explícita ou implícita uma tarefa que constitui sua finalidade”. · Objetivo comum - membros realizam a tarefa comum, a fim de alcançar os seus objetivos. · Tarefa como organizador – dos processos de pensamento, comunicação e ação que se dão em grupo e entre os membros do grupo. Grupo Operativo A Meta do Grupo Operativo: Meta: levar as pessoas a operar como equipe, como grupo e, Enquanto tarefa: levar as pessoas a aprender a pensar – isto é, desenvolver a capacidade de resolver contradições dialéticas sem criar situações conflitantes – aprender a pensar em termos de resolução das dificuldades criadas e manifestadas no campo grupal e não em cada um de seus integrantes. (KAMKHGI, In: BAREMBLITT, 1986, p.205). Para Pichon o que caracteriza um grupo operativo é a relação que o grupo mantém com a tarefa: grupo terapêutico “a cura”, grupo de aprendizagem aquisição do conecimento. Não existe diferenças entre os propósitos. O fundamental é a resolução de situações esteriotipadas e alcançar mudança. Para Pichon todo grupo operativo é terapêutico mas nem todo grupo terapêutico é operativo. Tarrefa Grupal Em todo grupo temos um início, um desenvolvimento e um fim, Em termos de trabalho grupal encontramos três momentos: pré-tarefa, tarefa e projeto. Na pré-tarefa encontramos as técnicas defensivas que estruturam a resistência à mudança. O momento da tarefa é quando são elaboradas as ansiedades básicas e se rompem as estereotipias. Isto permite ao sujeito um contato ativo com a realidade e a elaboração de estratégias e táticas que possibilitarão o aparecimento de um projeto. Tarefa interna (implícita) e tarefa externa(explícita) O grupo se une em torno de uma “tarefa” consciente, mas também pela dimensão do “afeto”. Em todo grupo, existem dois níveis de atividade mental. Um é racional, lógico e conectado com a tarefa (tarefa explícita) e outro é intensamente carregado de emoção e conectado com a dinâmica psíquica dos participantes: suas fantasias, medos e demandas (tarefa implícita). O grupo operativo constitui uma modalidade de processo grupal que, deve ser: a) Dinâmico - permitindo-se o fluir da interação e da comunicação para fomentar o pensamento e a criatividade; b) Reflexivo – uma parte da tarefa é a reflexão sobre o próprio processo grupal, principalmente os fatores que obstruem a tarefa; c) Democrático – quanto à tarefa – o grupo origina suas próprias ações e pensamentos, em um princípio de autonomia. Todo processo de reflexão implica mudança e atitude de resistência à mudança. Existem dois medos básicos em toda patologia e frente à toda tarefa a se iniciar : o medo da perda e o de ataque – e a tarefa do grupo consistiria na elaboração dessas ansiedades. Papéis A estrutura de funcionamento de um grupo qualquer, será dada pela inter-relação de mecanismos de aceitação e distribuição de papéis. (articulação entre papel prescrito atribuido pelo grupo e papel assumido). Papel de porta-voz , papel de bode expiatório, papel de sabotador e papel de líder. Papel de porta-voz: considerado um dos pilares desta teoria. Porta-voz de um grupo é o membro que em um dado momento denuncia (através da palavra, silencio ou gesto), o acontecer grupal, as fantasias que o movem, as ansiedades e necessidades da totalidade do grupo. O porta-voz não fala por si, mas por todos – é ao mesmo tempo porta-voz de si mesmo, e das fantasias inconscientes do grupo. Nele se conjugam a verticalidade e horizontalidade grupal. Papel do bode expiatório: seria o membro que, de acordo com um processo natural de distribuição e aceitação de papéis, se faz depositário dos aspectos negativos e atemorizantes do mesmo ou da tarefa. Isto dará origem a mecanismos de segregação e de exclusão. Papel de sabotador: o líder de resistência à mudança. Papel de líder: o membro que se faz depositário de aspectos positivos do grupo. O líder e o bode expiatório estão ligados entre si, e um surge como preservação do outro, através de um processo de dissociação. Conceito de Horizontalidade e Verticalidade nos grupos - Verticalidade – ligado à história pessoal do sujeito, e que o leva auma reatualização emocional no grupo e a um processo transferencial. - Horizontalidade – ao processo atual que ocorre no aqui e agora com a totalidade dos membros do grupo. Esquema Conceitual Referencial e Operativo – ECRO Esquema de referência próprio de cada membro do grupo, (ideologias, afetos, formas de pensar...), que confrontados com o ECRO dos outros membros, irá através de uma espiral dialética, configurar um ECRO comum, grupal. Movimento do explícito ao implícito. Cone Invertido O explícito ocupa a base do cone já que, sendo o observável, obviamente é o que ocupa maior superfície visível. O implícito localiza-se no vértice. Por dentro do cone circula a espiral dialética, que representa o processo grupal e que, partindo dos universais localizados no vértice, vai ampliando-se a cada volta, abarcando diferentes níveis da dinâmica. Esquema e os vetores Constituem uma escala básica de avaliação dos processos de interação grupal. VETORES GRUPAIS – utilizados para avaliar o grupo Afiliação: momento de conhecimento dos membros do grupo – indica uma aquiescência em pertencer ao grupo Pertenência(ou Pertença): já envolve um sentimento de identificação entre si e com a tarefa – um “nós”, com o grupo. Cooperação: é a capacidade de ajudar-se entre si e ao terapeuta; dá-se através do desempenho de papéis diferenciados e da forma como são assumidos, isto é através de papéis complementares – é através da tarefa que se comprova quem coopera e quem obstaculiza. Pertinência: é a capacidade de centrar-se na tarefa prescrita, romper com os estereótipos, vencer a resistência à mudança e redistribuir os papéis.(produtividade) Comunicação: é um processo que leva em conta as redes de comunicação no grupo, contendo possibilidades e entraves. Envolve também o conflito e a necessidade de se trabalhar sobre ele. É uma das vertentes mais demonstrativas para detectar e visualizar as perturbações nos vínculos entre as pessoas. Aprendizagem: somatório de informações dos membros: capacidade do grupo e integrantes, de desenvolver condutas alternativas diante dos obstáculos. A aprendizagem está interrelacionada à comunicação e o grupo precisa compreender seus obstáculos à comunicação para analisar os obstáculos à aprendizagem. Tele: caracteriza a disposição positiva ou negativa dos membros do grupo entre si. Refere-se às relações no grupo, ao clima grupal: rede de transferência positiva ou negativa. Função do Coordenador no Grupo Operativo · Ajudar o grupo, através de intervenções interpretativas, a realizar a tarefa interna reflexiva, com o objetivo de dinamizar os processos grupais e desenvolver a tarefa externa, responsabilidade do grupo e não do coordenador. · Ajudar a constituição, desenvolvimento e manutenção do grupo como equipe de trabalho. · Não assumir, nunca, uma função que possa ser realizada por outro membro do grupo. · Intervir por meio de metaintervenções (metalinguagem-interpretação) – dar sentido e promover mudanças · MORENO((UI, ANACONDA)) · Para Moreno o indivíduo é concebido e estudado através de suas relações interpessoais. Logo ao nascer, a criança é inserida num conjunto de relações, constituído em primeiro lugar por sua mãe (que é o primeiro ego-auxiliar), seu pai, irmãos, avós, tios, etc.; a este conjunto Moreno chamou de Matriz de Identidade. · Moreno criou a Socionomia. Do latin, Sociu = companheiro, grupo; Do grego, nomos = regras, lei. Ou seja, estudo das leis que regem o comportamento social e grupal. · 1.Sociodinâmica. Estuda o funcionamento (ou dinâmica) das relações interpessoais. Tem como método de estudo o role-playing, ou jogo de papeis que permite ao indivíduo atuar dramaticamente diversos papéis, desenvolvendo assim um papel espontâneo e criativo. · 2. Sociometria Tem por objetivo medir as relações entre as pessoas e seu método é o teste sociométrico, cuja aplicação criteriosa possibilita quantificar as relações estudadas. · 3. Sociatria Constitui a terapêutica das relações sociais. Seus métodos são: a Psicoterapia de grupo, o Psicodrama e o Sociodrama. · O psicodrama é o tratamento do indivíduo e do grupo através da ação dramática. A psicoterapia de Grupo prioriza o tratamento das relações interpessoais inseridas na dinâmica grupal. O sociodrama é um tipo especial de terapia onde o protagonista é sempre o grupo e as pessoas estão reunidas enquanto mantêm alguma tarefa ou objetivo comum. · O Homem como Agente Espontâneo Na visão moreniana, os recursos inatos do homem são a espontaneidade, a criatividade e a sensibilidade. · O nascimento e o fator E À capacidade de responder adequadamente à situação, utilizada primeira vez no nascimento, deu o nome de Fator E ou espontaneidade. · A revolução criadora O homem nasce espontâneo e deixa de sê-lo devido a fatores adversos do meio ambiente. A Revolução Criadora moreniana é a proposta de recuperação da espontaneidade e da criatividade, através do rompimento com padrões de comportamento estereotipados, com valores e formas de participação na vida social que acarretam a automatização do ser humano. · Espontaneidade e Criatividade Quando somos reduzidos à condição de peças de engrenagens estamos privados de nossa espontaneidade. Há alienação do fator E. · A espontaneidade é a capacidade de agir de modo “adequado” diante de situações novas. A possibilidade de modificar uma dada situação ou de estabelecer uma nova situação implica em criar: produzir, a partir de algo que já é dado, alguma coisa nova. A criatividade é indissociável da espontaneidade. A espontaneidade é um fator que permite ao potencial criativo atualizar-se e manifestar-se. · Criatividade versus Conserva Cultural Para que a criatividade se manifeste, é necessário segundo Moreno, que as conservas culturais constituam somente o ponto de partida e abase da ação, sob pena de se transformarem em seus obstáculos. · O Fator Tele Moreno definiu Tele como a capacidade de se perceber de forma objetiva o que ocorre nas situações e o que se passa entre as pessoas. · Tele e Empatia Tele, para Moreno, é também “percepção interna mútua entre dois indivíduos” Empatia, segundo o Dicionário Aurélio, “Tendência para sentir o que se sentiria caso se estivesse na situação e circunstâncias experimentadas pela outra pessoa”. Tele, inato, em condições favoráveis a seu desenvolvimento, permite a experiência subjetiva profunda entre pessoas e pode ser observado por um terceiro · Tele e transferência Moreno, a transferência equivale ao conceito de sentido fenômeno oposto ao fenômeno da Tele. Para Moreno, a transferência equivalia ao embotamento ou à ausência da Tele. Tele e Encontro O encontro é a experiência essencial da relação télica. · Teoria dos Papéis Conceito papel, assimilado no Psicodrama: Compreendem unidades de representação teatral e de ação e funções sociais. Papéis profissionais; Papéis determinados pela classe social (patrão, operário); Papéis Afetivos (amigo, inimigo, companheiro); Papéis Familiares (pai, mãe, filho); Papéis nas demais instituições (diretor, deputado, coordenador). Todos papéis tem algo em comum: São observáveis. Moreno definiu papel como a menos unidade observável de conduta. “Papel é a forma de funcionamento que o indivíduo assume no momento específico em que reage a uma situação específica, na qual outras pessoas ou objetos estão envolvidos.” A origem dos papéis na Matriz de Identidade Moreno, “o ego deriva dos papéis”, e o que se costuma chamar de “personalidade” deriva de fatores GETA: genéticos, espontaneidade, tele e ambiente. · Papéis Psicossomáticos Inicialmente,sem que a criança possa fazer distinção entre papéis reais e papéis imaginários. Na fase de realidade total, a criança começa a “imitar” algumas formas de ação que observa.Mas ainda não é capaz de representar ou desempenhar papéis · Papéis Psicodramáticos no Psicodrama Os papéis psicodramáticos são “personificações de coisas imaginadas, tanto reais quanto irreais”. · Papéis Complementares Todos os papéis são complementares. São unidades de ação realizadas em ambiente humano ou na expectativade inter-relação.
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